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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ESTUDO BÍBLICO - Ordem cronológica dos livros da Bíblia




CONTEXTO, GÊNEROS E ORDEM CRONOLÓGICA DOS LIVROS DA BÍBLIA
Neste artigo, vamos abordar brevemente o contexto, os gêneros literários e a ordem cronológica dos livros da Bíblia.

Há seis tipos de contexto bíblico. O primeiro é o contexto geral da Bíblia, como frisa o apóstolo Pedro, ao afirmar que “nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação” (2Pedro 1.20). A analogia geral da Bíblia é uma realidade inconteste. O segundo é o contexto imediato da Bíblia. Por exemplo: em Lucas 6.13, que fala sobre a eleição dos doze, lemos que Jesus primeiro chamou os seus discípulos e depois denominou doze escolhidos entre eles de apóstolos. Primeiro “discípulos”, depois “apóstolos”, não o contrário! Outro exemplo é Ezequiel 18. O versículo 5 desse capítulo refere-se ao pai; o 10, ao filho; e o 14, ao neto. São detalhes que precisam ser observados para que não haja confusão na interpretação das passagens bíblicas.

O terceiro é o contexto remoto da Bíblia. Exemplos: Ao analisarmos as pragas sobre o Egito comparando as passagens de Êxodo 7.4b e Números 33.4, percebemos que os juízos divinos estavam relacionados aos deuses. Atos 9.25 diz que Paulo foi descido da muralha dentro de um cesto. Mas como? 2Coríntios 11.33 explica que foi pela janela. Um texto completa a informação de outro a ele relacionado.

O quarto tipo é o contexto referencial da Bíblia. As referências são uma forma de passagens paralelas do texto; portanto, uma forma de contexto. A Bíblia interpreta-se com a Bíblia através do seu contexto referencial. As duas classes de referências são as verbais e as reais.

O quinto tipo é o contexto histórico da Bíblia. Isso tem a ver com a época, a cultura, a ocasião e o propósito original do texto bíblico em estudo. O que significou literalmente um determinado texto bíblico para os seus primeiros destinatários, e qual a aplicação deste mesmo texto para nós hoje?

Por fim (sexto), há o contexto literário da Bíblia. Os parágrafos do texto no original são as passagens de pensamento da revelação divina. A versão Almeida Revista e Corrigida não os indica. A versão Almeida Revista e Atualizada os indica. A divisão emcapítuloseversículos vezes sem conta biparte o texto. As epígrafes dos capítulose de outras porções do texto são matéria editorial, são acrescentados pelos editores da Bíblia, exceto no caso do Livro de Salmos. A quase totalidade deles contém duas epígrafes: uma editorial e outra original que vem do texto hebraico.

Gêneros Literários da Bíblia

Os gêneros literários da Bíblia dizem respeito à natureza literária de determinada passagem das Escrituras. A Bíblia, considerada como texto, é uma obra literária, sendo ela acima de tudo a Palavra de Deus.

Os gêneros literários da Bíblia são: História. Este é o gênero literário que ocupa o maior espaço na Bíblia. Geografia. dá rico colorido, encanto e dimensão aos fatos bíblicos registrados. Genealogia. A Bíblia contém muito desse gênero literário. Leis. Principalmente no Pentateuco. Poesia. Salmos, por exemplo, e passagens avulsas como 1Timóteo 3.16, 2Timóteo 2.11-13 e Lucas 1.67-79; Provérbios (os provérbios de Salomão em Eclesiastes e Provérbios). Drama. Certos lances da vida de Davi quando foragido no deserto, o livro de Ester e a vida de Jacó e Jó. Biografia. A vida de Moisés, Davi etc. Parábola. São muitas as parábolas, principalmente as de Jesus nos Evangelhos. Carta ou Epístola. Sermões. Os profetas, os Evangelhos, os Atos e Eclesiastes. Revelação (Ezequiel, Daniel, Zacarias e Apocalipse). Tipo. É um meio determinado por Deus para comunicar verdades divinas por meio de ilustrações ou figuras. Por que devemos estudar os tipos bíblicos? Ver 1Coríntios 10.11, onde “figuras” é tipo, no original. Acróstico. Como no Salmos 119 e Figuras de Linguagem. Figuras de estilo e retórica.

São exemplos de figuras de linguagem na Bíblia:

– símile (Provérbios 26.1) “neve no verão, chuva na sega”;
– metáfora (Lucas 13.22) “aquela raposa”;
– metonímia (Lucas 16.29) “têm Moisés e os profetas”;
– sinédoque (Lucas 2.1) “todo o mundo”;
– ironia (Jó 12.2) “convosco morrerá a sabedoria”;
– hipérbole (Deuteronômio 1.22) “até aos céus”;
– apóstrofe (1Coríntios 15.55) “ó morte, ó inferno”;
– personificação (prosopopéia) (Lucas 7.55) “filhos da sabedoria”; SaImo 98.9 “rios batendo palmas”;
– antropopatismo (atribuir sentimentos humanos a Deus) Jeremias 15.6;
– antropomorfismo (atribuir membros corporais e atividades físicas a Deus (Jeremias 1.19 e Tiago 5.4b).

Ordem Cronológica dos Livros da Bíblia
A Possível Ordem Cronológica dos Livros do Antigo Testamento: 
Gênesis;
Jó;
Êxodo;
Levítico;
Números;
Deuteronômio;
Josué;
Juízes;
Rute (o livro de Rute está embutido no livro de Juízes);
1 e 2 Samuel (os dois livros eram originalmente um só);
Salmos (escrito durante os séculos 10 e 5 aC);
1Reis;
1Crônicas;
Provérbios (1Reis 4.32 e Eclesiastes 12.9);
Cantares de Salomão (1Reis 4.32 e Cantares 1.1);
Eclesiastes;
2Reis (1 e 2 Reis eram originalmente um só livro);
2Crônicas (1 e 2 Crônicas eram originalmente um só livro);
Obadias (o profeta Obadias foi contemporâneo do profeta Elias);
Joel (coevo do profeta Eliseu);
Jonas (2Reis 14.25);
Amós;
Oséias;
Miquéias;
Isaías;
Naum;
Sofonias;
Jeremias;
Lamentações;
Habacuque;
Daniel;
Ezequiel (os livros 2Crônicas e Ezequiel encaixam-se na época do livro 2Reis);
Esdras;
Ester (cronologicamente entre os caps. 6 e 7 de Esdras)
Neemias (Esdras e Neemias foram coevos);
Ageu e Zacarias (coevos)
Malaquias (Ageu e Malaquias encaixam-se na época de Neemias).

A Possível Ordem Cronológica do Novo Testamento: 
Gálatas – 49 dC, escrito em Antioquia, na Síria, após a 1a viagem missionária de Paulo – Atos 13-14);
Tiago – 49 dC, escrito em Jerusalém;
1Tessalonicenses – 51 dC, escrito em Corinto durante a 2a viagem missionária de Paulo (Atos 15.36-18.22; 18.11);
2Tessalonicenses – 51/52dC, escrito em Corinto durante a 2a viagem missionária de Paulo (Atos 15.36-18.22; 18.5);
1Coríntios – 55 dC, escrito na Macedônia(Atos 20.3);
Marcos – 55-65dC, escrito em Roma, segundo afirmam Clemente e Irineu;
Romanos – 57 dC, escrito em Corinto durante a 3a viagem missionária de Paulo;
Lucas – 60-65 dC, escrito em Cesaréia ou Roma, durante as prisões de Paulo;
Mateus – 60-65 dC, escrito na Palestina;
Efésios – 60-62 dC, escrito em Roma, quando Paulo estava na prisão;
Filipenses – 60 dC, escrita em Roma, quando Paulo estava na prisão;
Colossenses – 61 dC, escrita em Roma, quando Paulo estava na prisão;
Filemom – 61 dC, escrita em Roma. É a quarta epístola escrita por Paulo na prisão;
1Pedro – 62-64 dC, escrita em “Babilônia” (1Pedro 5.13);
Atos – 63 dC, escrita em Roma;
1Timóteo – 64 dC, escrita na Macedônia ou Roma, pouco antes da 2ª prisão de Paulo;
Tito – 65 dC, escrita na Macedônia (1Tm. 1.3);
2Timóteo – 66-67 dC;
2Pedro – 67 dC, escrita em “Babilônia”;
Hebreus – 67 dC, autor desconhecido;
Judas – 65-80 dC;
Evangelho de João – 85-90 dC, provavelmente em Éfeso;
1João – 85-90 dC, provavelmente em Éfeso;
2 e 3João – 90 dC, em Éfeso;
Apocalipse – 96 dC, na Ilha de Patmos (Apocalipse 1.9).

Pr. Antonio Gilberto
Fonte: CACP

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ESTUDO BÍBLICO - O paganismo e o evangelho

A busca por "mistérios" sem a presença do Espírito Santo.

Povos e raças vivem em busca de respostas para a vida, como por exemplo, quem sou? De onde vim? O que faço? e Para onde vou? Muitas dessas perguntas foram e ainda são elaboradas em oráculos pagãos desde antiguidade. Mas, o paganismo não nasceu com os egípcios, nem com os persas, gregos ou romanos, no cristianismo. Isso é história ocidental, que exclui a Bíblia e o Gênesis, a bênção de Noé sobre a sua geração, e a formação das nações e suas crenças. O paganismo está na história desde o tempo de Noé, permanecendo até os dias de hoje.

“Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio…, Gênesis 10:1 (…) “Por estes foram repartidas as ilhas dos gentios nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.
E os filhos de Cão são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã. Gênesis 10:5,6
E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. 9
E este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.
Desta mesma terra saiu à Assíria e edificou a Nínive, Reobote-Ir, Calá, Gênesis 10:8-11
E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete; E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu,
E ao heveu, ao arqueu, ao sineu, E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus. (Gênesis 10:15-18).

A história conta que os cananeus eram pagãos, pois eram isolados de Deus apesar de terem Noé por Patriarca!
Deus mandou destruir esse povo e, também todos os objetos de sua adoração a deuses desconhecidos de seus ancestrais desde lá da arca! Os cananeus não eram os únicos descendentes de Cam (um dos filhos de Noé) que eram pagãos, várias outras nações que estavam no caminho dos hebreus pelo deserto foram sendo destruídas. Deus desejava preservar os filhos da obediência, por isso a limpeza do paganismo.

Mas, os cananitas eram conhecidos por sua perversão contra as criancinhas a que queimavam e entregavam aos seus deuses como oferendas.

O Paganismo. Conceitos filosóficos.

1. Qualquer um que se envolva em qualquer ato, prática ou cerimônia religiosa que não seja dirigida ao Senhor Eterno e Criador de Todas as Coisas
Para os judeus e muçulmanos pagãos são aqueles que estão fora da sua religião.
Outros defendem como sendo religiões fora do Cristianismo, Judaísmo, Hinduísmo ou Budismo
Outros defendem ainda paganismo aqueles que não tem religião

2. O pagão normalmente tem uma crença em muitos deuses (politeísta), por não conhecer o Deus Verdadeiro, Eterno e Criador de Todas as Coisas, mas somente um é escolhido para ser adorado.

3. Acreditava-se que tudo tinha um espírito, os deuses cresceram e mudaram à medida que as pessoas passaram a adquirir o deus de suas ocupações.

4. A maioria dos pagãos modernos acredita em mais de um deus, enquanto que outros são ateus (acham que não tem Deus, mas não conseguem provar a inexistência do Criador)

5. O Cristianismo bíblico professa um só Deus, enquanto que o paganismo, muitas vezes, ensina muitos deuses ou nenhum deus. O Cristianismo bíblico nos ensina que a Bíblia contém as palavras e mensagens de Deus para a humanidade e é inerrante e infalível; enquanto que o paganismo não tem um texto principal e nem um conjunto de crenças específicas a serem seguidas. O Cristianismo ensina que Jesus, o Filho de Deus, veio à terra como um bebê, morreu na cruz pelo pecado do mundo inteiro e ressuscitou; já alguns pagãos acreditam em Jesus com sendo um dos deuses, mas não colocam significado Nele. (…)


Das práticas pagãs, menos percebida pelos evangélicos está a “festa do sol” ou “solstício”, que entre os pagãos celebrava-se em junho e dezembro para louvar ao deus mitológico da Pérsia e de Roma chamado de o deus Mitra.
Como a igreja evangélica nasceu dentro da igreja católica, ela trouxe consigo algumas culturas religiosas pagãs, porém, espiritualmente influente na vida do cristão desavisado. Contudo, acredito que por mais que Deus não teha ordenado ao povo judeu a festejarem o Natal, os céus assim o fizeram, e com alegria celebraram no céu, o nascimento do Filho de Deus.

“E tu, Belém, terra de Judá,De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá;porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.
Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.
E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
E, vendo eles a estrela, regoziram-se muito com grande alegria.
E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.” (Mateus 2:6-11)

Contudo, independente do natal, nós encontramos muitas práticas pagãs em algumas instituições religiosas católicas, de onde nasceram as igrejas evangélicas, sobretudo na Europa, EUA, México e Brasil! Um dos melhores exemplos dessas odes ao oculto é a dedicação sólida à “Festa de Finados”, também conhecida como a celebração à morte (halloween ocidental), aonde as crianças são persuadidas a dar valor ao espírito que rouba as vidas.

Sobre as igrejas cristãs evangélicas, estas não estão imunizadas de práticas pagãs. O interesse pelo ocultismo, a magia e a paranormalidade, tem carregado consigo várias pinceladas de atitudes e ensinos pagãos às igrejas formadas em nossos anos mais recentes, muitas vezes esse desespero é causado pelo vazio do Espírito Santo sobre a alma do cristão por falta de conhecimento da Palavra de Cristo.

Os resultados de uma busca por “mistérios”, sem o Espírito Santo presente, podem ser os mais desastrosos possíveis como o iminente perigo de exposição à fraudes, corrupções e exploração espiritual. Além do costume por práticas metafísicas no circuito espírita de algumas religiões orientais, da Europa e da África, este perigo também está dentro de igrejas brasileiras no ocidente e no oriente por causa de uma predisposição latina às superstições.

Lucas relata em Atos 8:13, que Filipe, um dos discípulos de Jesus, encontrou-se no meio dos samaritanos para a pregação do evangelho, sabia-se, contudo, que esta cidade era formada por gentes de ao menos cinco nações pagãs diferentes, idólatras, promíscuas e cruéis, que haviam sido dominadas e cativas do grande império assírio, tornando-se vítimas do isolamento e esquecimento de suas origens étnicas, línguas e raças, para se misturarem dentre alguns judeus em Samaria. Os grande impérios nunca conseguiram extinguir Israel da terra, apesar de suas incansáveis, terríveis e mais hediondas tentativas de extermínio do povo de Deus.

“Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito; nunca se apartaram deles;
Até que o Senhor tirou a Israel de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas; assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje.
E o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades.
E sucedeu que, no princípio da sua habitação ali, não temeram ao Senhor; e o Senhor mandou entre eles, leões, que mataram a alguns deles.
Por isso falaram ao rei da Assíria, dizendo: A gente que transportaste e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não sabe o costume do Deus da terra; assim mandou leões entre ela, e eis que a matam, porquanto não sabe o culto do Deus da terra. Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá; e vá e habite lá, e ele lhes ensine o costume do Deus da terra.
Veio, pois, um dos sacerdotes que transportaram de Samaria, e habitou em Betel, e lhes ensinou como deviam temer ao Senhor.
Porém cada nação fez os seus deuses, e os puseram nas casas dos altos que os samaritanos fizeram, cada nação nas cidades, em que habitava.
E os de babilônia fizeram Sucote-Benote; e os de Cuta fizeram Nergal; e os de Hamate fizeram Asima.
E os aveus fizeram Nibaz e Tartaque; e os sefarvitas queimavam seus filhos no fogo a Adrameleque, e a Anameleque, deuses de Sefarvaim.

Uma “paradinha” aqui para reflexão:

Alguma organização religiosa ou política em nossos dias deseja ver as “mentes” crianças de cristãos brasileiros sendo mortas e torradas nos seus valores de vida verdadeira? Pense muito bem nisto!

Continuando a leitura da história da Assíria, de Israel e de Samaria (931 a.C):

“… Também temiam ao Senhor; e dos mais baixos do povo fizeram sacerdotes dos lugares altos, os quais lhes faziam o ministério nas casas dos lugares altos.
Assim temiam ao Senhor, mas também serviam a seus deuses, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados.
Até ao dia de hoje fazem segundo os primeiros costumes; não temem ao Senhor, nem fazem segundo os seus estatutos, segundo as suas ordenanças, segundo a lei e segundo o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a quem deu o nome de Israel.
Contudo o Senhor tinha feito uma aliança com eles, e lhes ordenara, dizendo: Não temereis a outros deuses, nem vos inclinareis diante deles, nem os servireis, nem lhes sacrificareis. (2 Reis 17:22-35)

Diz Flávio Josefo que os habitantes de Samaria (norte de Israel pós exílio) eram chamados de “chuteenses” (povos de uma província da Pérsia e tem esse nome por causa do rio Chute que atravessava o lugar que eles moravam). Deus ficou tão irritado com a promiscuidade desses povos pagãos que mandou sobre eles uma terrível peste, para a qual não se encontrava remédio algum (qualquer semelhança com a AIDS é mera coincidência)? E, somente cessou a doença quando reconheceram o Deus o Poder de Cura do Deus dos hebreus.

Pois bem, nesse tempo de Felipe, havia uma mágico chamado Simão que era conhecido entre os samaritanos como ” “O poder de Deus chamado de O Grande Poder”. Ele enganava o povo, assim como a gente vê acontecer nos dias de hoje também, afinal os poderes psíquicos e satanistas são reais, e não podemos ignorá-los. E a prova disso é que se rendem unicamente ao Poder dos poderes, chamado Yeshua Hamashia, JESUS!

Para o pagão e mago Simão, Felipe carregava um poder muito maior que o dele, então se aproximou do evangelho e chegou a ser batizado, mas continuou com as suas velhas práticas pagãs. Não havia compreendido, nem experimentado o Poder do Espírito Santo de Deus, deixado por Jesus aos seus discípulos e à igreja em formação. O feiticeiro Simão achava que era apenas mais um dos deuses novos que apareciam para dar a ele a “oportunidade” de alavancar negócios com um novo estilo e roupagem que emprega em seus shows de engano. Simão não havia nascido de novo. Não havia se arrependido de seus pecados ainda.

Certo dia, conversando com um pastor missionário no interior de Moçambique, um país da África aonde a prática de feitiçaria é muito comum, tomei conhecimento de que naquele país, aonde o império muçulmano dita as regras religiosas à força de suas ameças, ainda assim, algumas famílias cansadas daquela religião, se batizam na igreja cristã (evangélica), frequentam os cultos, oram a Jesus, o Deus que eles ainda não conheciam, participam da ceia, leem a Bíblia, etc. mas, no meio da semana, voltam a participar de seus velhos rituais em cerimônias de feitiçaria. É como Simão pensava ser, ele era uma fraude até que chegou o dia de seu Novo Nascimento, que é diferente de “frequentar cultos” ou simplesmente gostar de “ir à igreja”.

Simão achava que poderia comprar e controlar o Poder do Espírito Santo, mas se enganou (João 4:10, Atos 2:38; Efésios 1:13-14; 2:8-9). O dom do Espírito Santo é gratuito, não depende de nosso pseupoder, habilidade para enganar ou mediunidade como em algumas religiões espíritas pagãs (se entregam a vários deuses para ganhar status e poderes na família espiritual de hospedeiros espirituais).

O Espírito Santo é uma parte integral da Salvação e da Restauração da vida falida. Ele faz do homem fracassado encontrar a coragem para encontrar a vitória em Cristo. Jesus, o Poder dos poderes, é a fonte de todas as buscas pagãs. É o final dos questionamentos e das rebeldias. Ele preenche o vazio da alma e revigora as forças ao cansado de ser enganado por falsas promessas de falsos deuses. Essa era a mensagem que os apóstolo carregavam consigo em Jerusalém, em Samaria e por toda a Judéia e Europa e Ásia. Apontar o pecado era apenas coisa secundária para a igreja apostólica. Isso não é exagero algum.

O Verdadeiro Evangelho

O Verdadeiro Evangelho não é aquele circulo vicioso e aparentemente santo carregado de várias oblações religiosas ou abstenções alimentares, recheados de rituais e de vestimentas de aparências ortodoxa ou medieval. No judaísmo, por exemplo, de onde surgiu a igreja, vários ritos particulares deixaram de ser praticados com o surgimento profetizado do Messias, tornando-se as suas práticas obsoletas, segundo as Escrituras. Não é a liturgia que faz do homem que vivia em trevas tornar-se um filho da luz, é a essência da Cruz e seu significado para a redenção de todos os povos.

O que é evangelho?

“Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
(Gálatas 3:8).

Do grego: “euangelion” (eu, bom, -angelion, mensagem). Uma Boa Mensagem, boa notícia, Boas Novas.
Quem não gosta de receber uma boa notícia, né verdade? Sobretudo ultimamente, em que o Brasil e o mundo não tem recebido notícias boas.
No tempo de Jesus havia uma esperança para o povo judeu, ora governados pelos Romanos. Eles esperavam o Messias (e esperam até hoje), o Messias (JESUS) veio para eles, mas os judeus não os receberam. Porém, a todos àqueles que o receberam foi dado o poder de se tornarem filhos de Deus, a saber aos crentes em seu nome (João 1:12).

A todos lhes era anunciado que Messias, o Filho de Deus que tira o pecado do mundo havia chegado. Não um Jesus de guerra física, que dissipasse os romanos. Mas, um Jesus de paz, de compaixão e amor. Algo surpreendentemente radical para o mundo, menos para os judeus daquele tempo. Alguns se converteram a esta mensagem (não de cristianismo) mas de “mudança”. Mudança de deuses que abandonam para um Deus que acolhe. Mudança de um orgulho religioso cheio de sentimento e nostalgia para uma boa notícia nova de que Jesus salvará o seu povo da morte eterna!

As Boas Novas do Reino de Deus.
Um reino de paz e justiça, quem acreditasse nesta mensagem seria salvo. Simples assim. Mas, nem todos creram. Jesus foi rejeitado, acusado de blasfêmia e de heresia, foi julgado pelos homens e recebeu sentença de morte na Cruz. Opa, CRUZ? Isso mesmo. Significava humilhação pública. As Boas Novas é a mensagem de que Cristo veio tirar o pecado do mundo. É necessário que o pecador saiba que ele não está salvo, que eçe está perdido, que é trangressor, que precisa de arrependimento. Entenda que esta mensagem é nova, senão isso não fará sentido algum para a humanidade calejada de sacrifícios antigos.

Evangelho sem Cruz, Reino, sem plano de salvação, sem arrependimento, sem amor ao próximo, sem adoração a Deus, Jesus sem governo eterno, comunidades sem avivamento, fé sem obras, dons espirituais sem amor, isso tudo NÃO é evangelho, só filosofia!! Não se distraia! A vida deve fazer sentido.

O Evangelho Verdadeiro é aquele que foi anunciado a Abrão (Gênesis 18:18 12:3 e Atos 3:25 Mateus 1:1 Lucas 3:34); Alertado por João Batista (Mt. 3:1), e profetizado por Isaías (Is. 9:7 11:1-5).

Os apóstolos e os demais discípulos de Jesus levavam às multidões a refletirem num único ato de restauração total do cosmos, o Ato da Cruz. Antes de qualquer moralismo e discurso ético sobre as prioridades da vida, ou sobre um mero aviso sobre desastres e perigos futuros a fim de tentar evitá-los como no espiritismo, eles discursavam sobre um Poder Sobrenatural de Cura das Nações e de Justiça. A Cruz diagnostica qual é o problema básico do mundo inteiro em todos os tempos. É o plano universal de redenção e de

“Não é a hostilidade do homem para com o homem: esse é apenas um sintoma secundário. É a hostilidade do homem para com Deus”. (David Gooding & John Lennox).

Diferente do paganismo, o Evangelho declara que o Deus Criador, é o único que poderá fazer cessar a injustiça e promoverá ao injustiçado, mesmo depois de sua morte, a sua justiça que ele sempre esperou acontecer.

Apesar do paganismo iludir aos seus seguidores sobre uma vitória do inferno sobre o céu, e, que será a fonte de toda a restauração, a verdade, é que ninguém pode recriar aquilo que não criou. Somente o Deus Criador e Eterno poderá fazê-lo. O Deus Generoso deseja salvar os seres humanos do caos que mergulharam, ao passo que restaurar a vida na terra e no céu para habitar para sempre conosco para sempre, é parte final de Seu Plano eterno. Só Ele pode criar, salvar, recriar e amar.

Como foi no começo, nos Dias de Noé, assim também será no fim, nos Dias do Filho de Deus!

Até a próxima.

Autor: Claudio Santos

Fonte: Gospel Prime

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

ESTUDO BÍBLICO - Quem foram os pais da Igreja?

 
O título “Pai”, aplicado historicamente a alguns líderes cristãos, surgiu devido à reverência que muitos nutriam pelos bispos dos primeiros séculos. A estes chamavam carinhosamente de “Pais” devido ao amor e zelo que tinham pela Igreja, mais tarde, porém, este termo foi sacralizado pelos escritores eclesiásticos, por volta de 1073 Gregório VII reivindica com exclusividade o termo “PAPA”, ou seja, “Pai dos pais”.

Ele tem sua originalidade na Igreja do Ocidente, do século II. Os “Pais Apostólicos” foram homens que tiveram contato direto com os apóstolos, ou que foi citado por alguns deles. Para três indivíduos – Clemente de Roma, Inácio e Policarpo – esta titulação é regularmente aplicada. Principalmente Policarpo, para o qual existem evidências de contato direto com os apóstolos.

No final do século I morre em Éfeso o último dos apóstolos, João, após ter servido ao seu mestre fielmente durante toda sua vida é agora recolhido ao seu lado no lar celestial. Terminava assim a era apostólica. Mas Deus já havia preparado homens capazes para cuidar do seu rebanho. Começa um período novo para a igreja, a obra que os apóstolos receberam de seu Salvador e a desenvolveram tão arduamente acha-se agora nas mãos de novos líderes que tinham a incumbência de desenvolver a vida litúrgica da igreja como fizeram aqueles. O período que comumente é chamado de pós-apostólico é de intenso desenvolvimento do pensamento cristão. Por isso é de suma importância analisar a doutrina dos chamados “Pais da igreja”, pois eles foram os responsáveis pelo povo de Deus daquela época e pela teologia que construíram, sendo que até hoje serve de base para a Igreja. Do século II até o século IV, nomes como o de Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, Inácio de Antioquia, Policarpo, Justino o mártir, Irineu de Lião, Origines, Tertuliano e outros, que foram os responsáveis por transmitir os ensinamentos bíblicos, merecem não pouco reconhecimento por sua fé, virtude e zelo que nutriam pelo corpo de Cristo na terra – a Igreja. Entretanto, devemos lembrar que mesmo homens como esses não ficaram isentos de erros e até mesmo foram considerados como heréticos por seus resvalos teológicos. Esse foi o caso de Orígenes, por exemplo, que teve muitos de seus ensinos condenados pelo II concílio de Constantinopla em 553.

A maior parte dessas obras foram escritas em grego e latim, embora haja também muitos escritos doutrinários em aramaico e outras línguas orientais.
Patrística é o corpo doutrinário que se constituiu com a colaboração dos primeiros pais da igreja, veiculado em toda a literatura cristã produzida entre os séculos II e VIII, exceto o Novo Testamento.

Histórico

O conteúdo do Evangelho, no qual se apoiava a fé cristã nos primórdios do cristianismo, era um saber de salvação, revelado, não sustentado por uma filosofia. Na luta contra o paganismo greco-romano e contra as heresias surgidas entre os próprios cristãos, no entanto, os pais da igreja se viram compelidos a recorrer ao instrumento de seus adversários, ou seja, o pensamento racional, nos moldes da filosofia grega clássica, e por meio dele procuraram dar consistência lógica à doutrina cristã.

O cristianismo romano atribuía importância maior à fé; mas entre os pais da igreja oriental, cujo centro era a Grécia, o papel desempenhado pela razão filosófica era muito mais amplo e profundo. Os primeiros escritos patrísticos falavam de martírios.

Em meados do século II, os cristãos passaram a escrever para justificar sua obediência ao Império Romano e combater as ideias gnósticas, que consideravam heréticas. Os principais autores desse período foram Justino – o mártir, professor cristão condenado à morte em Roma por volta do ano 165; Taciano, inimigo da filosofia; Atenágoras; e Teófilo de Antioquia. Entre os gnósticos, destacaram-se Marcião, que rejeitava o judaísmo e considerava antitéticos o Antigo e o Novo Testamento.

No século III floresceram Orígenes, que elaborou o primeiro tratado coerente sobre as principais doutrinas da teologia cristã e escreveu Contra Celsum e Sobre os princípios; Clemente de Alexandria, que em sua Stromata expôs a tese segundo a qual a filosofia era boa porque consentida por Deus; e Tertuliano de Cartago. A partir do Concílio de Nicéia, realizado no ano 325, o cristianismo deixou de ser a crença de uma minoria perseguida para se transformar em religião oficial do Império Romano. Nesse período, o principal autor foi Eusébio de Cesaréia. Dentre os últimos gregos destacaram-se, no século IV, Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa e João Damasceno.

Os maiores nomes da patrística latina foram Ambrósio, Jerônimo (tradutor da Bíblia para o latim) e Agostinho, este considerado o mais importante filósofo em toda a patrística. Além de sistematizar as doutrinas fundamentais do cristianismo, desenvolveu as teses que constituíram a base da filosofia cristã durante muitos séculos. Os principais temas que abordou foram: as relações entre a fé e a razão, a natureza do conhecimento, o conceito de Deus e da criação do mundo, a questão do mal e a filosofia da história.

DIVISÃO

Podemos dividir os Pais da Igreja em três grandes grupos, a saber: Pais apostólicos, Apologistas e Polemistas.

Todavia devemos levar em conta que muitos deles pode se enquadrar em mais de um desses grupos devido à vasta literatura que produziram para a edificação e defesa do Cristianismo, e também de acordo com o que as circunstancias exigiam, como é o caso de Tertuliano, considerado o pai da teologia latina. Sendo assim então temos:

Pais apostólicos: Foram aqueles que tiveram relação mais ou menos direta com os apóstolos e escreveram para a edificação da Igreja, geralmente entre o primeiro e segundo séculos. Os mais importantes destes foram: Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Papias e Policarpo.

Apologistas: Foram aqueles que empregaram todas suas habilidades literárias em defesa do Cristianismo perante a perseguição do Estado. Geralmente este grupo se situa no segundo século e os mais proeminentes entre eles foram: Tertuliano, Justino – o mártir, Teófilo e Aristides.

Polemistas: Os pais desse grupo não mediram esforços para defender a fé cristã das falsas doutrinas surgidas fora e dentro da Igreja. Geralmente estão situados no terceiro século. Os mais destacados entre eles foram: Irineu, Tertuliano, Cipriano e Orígenes.

Clemente de Roma (30 – 100)

Várias hipóteses sobre ele já foram levantadas para identificá-lo. Para alguns ele pertencia à família real, para outros ele era colaborador do apóstolo Paulo, outros ainda sugeriram que ele escreveu a carta aos hebreus. Assim sendo, as informações que temos sobre Clemente de Roma vão desde lendárias até testemunhas fidedignas. Alguns pais aceitaram esta identificação de colaborador do apóstolo Paulo, como Orígenes, Eusébio de Cesaréia, Jerônimo, Irineu de Lião entre outros.

A principal obra de Clemente é uma carta redigida em grego, endereçada aos crentes da cidade de Corinto, mais ou menos no final do reinado de Domiciano (81-96) ou o começo do reino de Nerva (96-98). Trata principalmente da ordem e da paz da Igreja, usando como lembrança que formamos um corpo em Cristo e como neste corpo deve reinar a unidade e não a desordem, pois Deus deseja a ordem em suas alianças. Utiliza-se ainda da analogia da adoração ordeira do Antigo Israel, e do princípio apostólico de apontar uma continuação de homens de reputação.

Inácio de Antioquia (xxx – 117)

Mesmo sendo de Antioquia, seu nome Ignacius, deriva-se do latim: igne: fogo, e natus: nascido. Era um homem nascido do fogo, ardente, apaixonado por Cristo. Segundo Eusébio, após a morte de Evódio, que teria sido o primeiro bispo de Antioquia, Inácio fora nomeado o segundo bispo desta influente cidade.

Escreveu algumas epístolas às Igrejas asiáticas: uma à igreja de Éfeso, outra à igrejas de Magnésia, situada no Meander, outra a igreja de Trales, e ainda para Filadélfia e Esmirna, e por fim à igreja de Roma. O objetivo da carta a Roma, era solicitar que os irmãos não impedissem seu martírio, pois estava a caminho de Roma, durante o reinado de Trajano (98 – 117).

Antioquia – Fundada por volta do ano 300 a.C., por Seleuco Nicátor, com nome de Antiokkeia, (cidade de Antíoco), tornou-se capital do império selêucida e grande centro do Oriente helenístico. Conquistada pelos Romanos por volta do ano 64 a.C., conservou seu estatuto de cidade livre e foi a terceira cidade do Império depois de Roma e Alexandria (no Egito), chegando a abrigar 500 mil habitantes. Foi evangelizada pelos apóstolos Pedro, Paulo e Barnabé. Tornou-se metrópole religiosa, sede de um patriarcado e centro de numerosas controvérsias, entre elas o arianismo, o monofisismo, o nestorianismo. Era considerada Igreja-mãe do Oriente.

Policarpo (69 – 159)

Sobre sua infância, família e formação, não temos informações precisas, contudo há documentos históricos sobre ele. Graças a alguns testemunhos fidedignos, podemos reconstruir sua personalidade. Foi discípulo do apóstolo João, amigo e mestre de Ireneu, tendo ainda conhecido Inácio, sendo consagrado bispo da igreja de Esmirna. Quanto aos seus escritos, a única epístola que restou desse antigo pai da igreja é sua Carta aos Filipenses, exortando-a a uma vida virtuosa de boas obras e à firmeza na fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Seu estilo é informal, com muitas citações do Velho e Novo Testamento, faz 34 citações do apóstolo Paulo, evidenciando que conhecia a carta de Paulo aos Filipenses, bem como outras epístolas. Todavia temos também o testemunho de Eusébio e Ireneu 5, relatando a intimidade de Policarpo com testemunhas oculares do evangelho. Segundo Tertuliano, Policarpo teria sido ordenado bispo pelas mãos do próprio apóstolo João.

O martírio de Policarpo

O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Este registro é o mais antigo martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romano, Antonino Pius, e as autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele, entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente!”

Justino – o mártir (100-170)

Flávio Justino Mártir, nasceu em Siquém na Palestina em princípios do segundo século, e morreu mártir no ano 170. Depois de ter peregrinado pelas mais diversas escolas filosóficas – peripatética, estóica, pitagórica – em busca da verdade para a solução do problema da vida, abandonando o platonismo, último estágio da sua peregrinação filosófica. O amor à verdade levou-o, pouco a pouco, a rejeitar os sistemas filosóficos pagãos e a converter-se ao Cristianismo. Em sua época foi o mais ilustre defensor das verdades cristã contra os preconceitos pagãos. Embora leigo, é considerado o primeiro dos Pais Apologista da Igreja, logo depois dos primitivos Pais Apostólicos, tendo dedicado sua vida à difusão e ao ensino do cristianismo. Em Roma, abriu uma escola para o ensino da doutrina cristã, e ainda nesta cidade dedicou-se ao apostolado, especialmente nos meios cultos, nos quais se movimentava com desembaraço. Escreveu muitas obras, mas somente três chegaram até nós: duas Apologias – contra os pagãos – e um Diálogo com o judeu Trifão. Sofreu o martírio por decapitação, depois de ter sido açoitado.

Ireneu (130-200)

Nascido em Esmirna, na Ásia Menor (Turquia), no ano 130, em uma família cristã, Ireneu era grego e foi influenciado pela pregação de Policarpo, bispo de Esmirna. Anos depois, mudou-se para Gália (atual sul da França), para a cidade de Lyon, onde foi um presbítero em substituição do bispo que havia sido martirizado em 177.

Ireneu também recebeu influência de Justino. Ele foi uma ponte entre a teologia grega e a latina, a qual iniciou com um de seus contemporâneos, Tertuliano. Enquanto Justino era primariamente um apologista, Irineu contribuiu na refutação contra heresias e exposição do Cristianismo Apostólico. Sua obra maior se desenvolveu no campo da literatura polêmica contra o gnosticismo.

Tertuliano de Cartago (150-230)

Nasceu por volta de 150 d.C. em Cartago (cidade ao nordeste da África), onde provavelmente passou toda sua vida, embora alguns estudiosos afirmem que ele morasse em Roma. Por profissão sabe-se que era advogado. Fazia visitas com freqüência a Roma, sendo que aos 40 anos se converteu ao cristianismo, dedicando seus conhecimentos e habilidades jurídicas ao esclarecimento da fé cristã ortodoxa contra os pagãos e hereges. Tertuliano foi o pai das doutrinas ortodoxas da Trindade e pessoa de Jesus Cristo. As doutrinas de Tertuliano a respeito da Trindade e da pessoa de Cristo foram forjadas no calor da controvérsia com Práxeas, que segundo Tertuliano, “sustenta que existe um só Senhor, o Todo-Poderoso criador do mundo, apenas para poder elaborar uma heresia com a doutrina da unidade. Ele afirma que o próprio Pai desceu para dentro da Virgem, que ele mesmo nasceu dela, que ele mesmo sofreu e que, realmente, era o próprio Jesus Cristo”. Foi o primeiro teólogo cristão a confrontar e rejeitar com grande vigor e clareza intelectual essa visão aparentemente singela da Trindade e unidade de Deus. Ele declarou que se esse conceito fosse verdade, então o Pai tinha morrido na cruz e isso, além de ser impróprio para o Pai, é absurdo.

Orígenes (185-254)

Nasceu de pais cristãos em 185 ou 186 da nossa era, provavelmente em Alexandria. Escritor cristão de vasta erudição, de expressão grega. Estudou letras e aprendeu de cor textos bíblicos, com seu pai, que foi morto por ocasião da repressão do imperador Setímio Severo às novas religiões. O bispo de Alexandria passou a Orígenes a direção da Escola Catequética, sendo então sucessor de Clemente. Estudou na escola neoplatônica de “Ammonios”. Viajou a Roma, em 212, onde ouviu ao sábio cristão Hipólito. Em 215 organizou em Alexandria uma escola superior de Exegese Bíblica. Devido ao seu vasto conhecimento viajava muito e ministrava ao público nas igrejas.

O fato de se haver castrado por devoção, lhe criou dificuldades com alguns bispos, que contrariavam o sacerdócio dos eunucos. Em 232 se transferiu para Cesaréia, na Palestina, onde se dedicou exaustivamente aos seus estudos. Sobreviveu aos tormentos de que foi vítima sob o Imperador Décio (250-252). Posteriormente a esta data morreu em Tiro, não se sabendo exatamente quando.

Foi considerado o membro mais eminente da escola de Alexandria e estudioso dos filósofos gregos.

Cipriano (200 – 258)

Tharsius Caecilius Cyprianus. Converteu-se em 246 d.C. e já em 249 d.C. foi nomeado bispo de Cartago, no Norte da África.

Durante dez anos ele conduziu seu rebanho através da perseguição do Imperador Décio, uma das mais cruéis. Foi também o grande sustentáculo moral e espiritual da cidade, quando esta foi atacada por uma epidemia. Além disso, escreveu e batalhou pela unidade da Igreja.

Seu nome está ligado a uma grande controvérsia a respeito do batismo e da ordenação efetuada por hereges. No entender de Cipriano, estas cerimônias eram inválidas, pelo fato dos oficiantes estarem em desacordo com a ortodoxia e, portanto, deveriam ser rebatizados e reordenados todos que entrassem pela verdadeira Igreja. Estevão, Bispo de Roma, discordou e isto gerou um cisma, uma vez que Cipriano além de rejeitar a autoridade do bispo romano, convocou um concílio no Norte da África para resolver a questão.

Seus escritos consistem em tratados de caráter pastoral e de cartas, 82 ao todo, das quais 14 eram dirigidas para ele mesmo e as restantes tratavam de questões de sua época.

Morreu como mártir, decapitado em 14 de setembro de 258 d.C, durante a perseguição do imperador Valeriano

Eusébio de Cesáreia (265-339)

Foi Constantino que incumbiu Eusébio de fazer a narração desta primeira história do Cristianismo, coroando-a com a sua imperial adesão a Cristo. “A ortodoxia era apenas uma das várias formas de cristianismo, durante o século III, e pode só ter se tornado dominante no tempo de Eusébio” (JOHNSON, 2001: 69). Ele é o autor de importantes obras tais como: “História Eclesiástica”, “Vida de Constantino” entre outras.

Jerônimo (325-378)

Erudito das Escrituras e Tradutor da Bíblia para o Latim. Sua tradução, conhecida como a Vulgata, ou Bíblia do Povo, foi amplamente utilizada nos séculos posteriores como compêndio para o estudo da língua latina, assim como para o estudo das Escrituras. Nascido por volta do ano 345 em Aquiléia (Veneza), extremo norte do Mar Adriático, na Itália, Jerônimo passou a maior parte da sua juventude em Roma estudando línguas e filosofia. Apesar da história não relatar pormenores de sua conversão, sabe que se batizou quando tinha entre dezenove para vinte anos. Logo após, Jerônimo embarcou em uma peregrinação pelo Império que levou vinte anos.

Crisóstomo (aprox. 344-407)

Criado em Antioquia, seus grandes dotes de graça e eloqüência como pregador levaram-no a ser chamado a Constantinopla, onde se tornou patriarca, ou arcebispo. Como os outros Apologistas, ele harmonizou o ensinamento cristão com a erudição grega, dando novos significados cristãos a antigos termos filosóficos, como a caridade. Em seus sermões, defendia uma moralidade que não fizesse qualquer transigência com a conveniência e a paixão, e uma caridade que conduzisse todos os cristãos a uma vida apostólica de devoção e de pobreza comunal. Essa piedosa mensagem, entretanto, tornou-o impopular na corte imperial e mesmo entre alguns membros do clero de Constantinopla, de modo que acabou sendo banido e morreu no exílio.

Agostinho (354-430)

Aurélio Agostinho nasceu na cidade de Tagaste de Numídia, província romana ao norte da África, hoje atual região da Argélia, no ano de 354. Iniciou seus estudos em sua cidade natal, seguindo depois para Cartago. Ensinou retórica e gramática, tanto no Norte de África como na Itália. Ficou conhecido como o Filósofo e Teólogo de Hipona. Polemista capaz, pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.

Inspirado no tratado filosófico, Hortensius, de Cícero, converteu-se em ardoroso pesquisador da verdade, aderindo ao maniqueísmo. Com vinte anos, perdeu o pai e ficou sendo o responsável pelo sustento da família. Mudou-se para Roma. Sua mãe foi contra a mudança e Agostinho teve de enganá-la na hora da viagem. De Roma viajou a Milão, onde foi novamente professor de retórica. Foi influenciado pelos estóicos, por Platão e o neoplatonismo, também estava entre os adeptos do ceticismo. Em Milão, conheceu Ambrósio que o converteu ao cristianismo. Agostinho voltou ao norte da África, onde foi ordenado sacerdote e, mais tarde, consagrado bispo de Hipona. Combateu a heresia maniqueísta que antes defendia e participou de dois grandes conflitos religiosos: o Donatismo e o Pelagianismo. Sua obra mais conhecida é a autobiografia Confissões, escrito, possivelmente, em 400. Em A Cidade de Deus (413-426) formulou uma filosofia teológica da história.

Pr. João Flávio Martinez
Fonte: CACP

terça-feira, 30 de outubro de 2018

ESTUDO BÍBLICO - Estudo de Escatologia Bíblica para advertência da Igreja de Jesus Cristo



A Doutrina da Morte.

Texto Básico: Romanos 5.12 ; Salmos 39.4-7;

Introdução.
A morte é um assunto que evitamos falar e comentar. Entretanto, o viver humano encontra em sua jornada a ameaça da morte. Neste estudo estudaremos a questão da morte sob a perspectiva da Bíblia, pois nela a realidade da morte e o seu impacto na vida humana são tratados com clareza e fé.

Estudaremos neste estudo um tema necessário para entendimento dos eventos futuros, porém, não muito simpático á humanidade-a morte. Muitos evitam falar sobre o assunto e até fogem para não recordar momentos tristes. Por este motivo se faz necessário cuidado para lecionar este tema, evitando que prevaleçam conceitos errôneos, para que aprendam a verdadeira visão da morte que os crentes devem possuir.

A doutrina da morte é estudada a parti do dilema existencial humano considerado as correntes filosóficas, passando pela definição bíblicas e os tipos de morte segundo as Sagradas Escrituras. Este estudo objetiva mostrar que a morte significa para o crente uma vitória, baseada na obra vicária de Cristo no Calvário.

I. O Dilema Existencial Humano Toda criatura humana enfrenta esse dilema. Não foi sua escolha vir ao mundo, mas não consegue fugir à realidade do fim de sua existência. O dilema existencial resulta da realidade da morte que tem que ser enfrentada. Em Eclesiastes,,, o pregador diz: ” Todos vão para um lugar; todos são pó e todos ao pó voltaram”, Ec 3.20,21. São palavras da Bíblia e não de nenhum materialista contemporâneo. Quanto à realidade da vida e da morte, o homem é, dentro da criação, o único que sabe que vai morrer. Analisemos alguns sistemas filosóficos os quais discutem esse assunto.

I.1. Existencialismo.
Seu interesse é, essencialmente, com as questões inevitáveis de vida e morte. Preocupa-se com a vida, mas reconhecem a presença da morte constante na existência humana. Os seus filósofos veem a morte como o fim de uma viagem ou como um perpétuo acompanhante do ser humano desde o berço até a sepultura para eles, a morte é um elemento natural da vida.

Ora, essas ideias são refutadas pela Bíblia Sagrada. A morte nada tem de natural. É algo inatural, impróprio e hostil à natureza humana. Deus não criou o ser humano para a morte, mas ela foi manifestada como juízo divino contra o pecado ( Rm 1.32). Foi introduzida no mundo como castigo positivo de deus contra o pecado ( Gn 2.17; Rm 5.12,17).
A morte não é um fenômeno natural na vida humana. Ela é a maldição divina contra o pecado e só Jesus foi capaz de cravar essa maldição no lenho de sua cruz no Calvário.

I.2. Materialismo.
Não admite as coisas espirituais. Do ponto de vista dos materialistas, tudo é matéria. Entendem que a matéria é incriada e indestrutível substância da qual todas as coisas se compõem e à qual todas se reduzem. Afirmam ainda que , a geração das coisas obedece a uma necessidade natural, não sobrenatural, nem ao destino espiritual, mas as leis físicas. Portanto, o sentido espiritual da morte não é aceita pelos materialistas.
O cristão verdadeiro não foge à realidade da morte, mas a enfrenta com confiança no fato de que Cristo conquistou para Ele a vida após a morte a vida eterna (Jô 11.25 ).

I.3. Estoicismo.
Os estoicos seguem a ideia fatalista que ensina que a morte é algo natural e devemos admiti-la sem teme-la, uma vez que o homem não consegue fugir do seu destino.

I.4. Platonismo.
O filósofo grego Platão ensinava que a matéria é má e desprezível, só o espírito é que importa. Porém, não é assim que a bíblia ensina. O corpo do cristão, a despeito de ser uma casa material, temporária e provisória, é templo do Espírito Santo (1Co 3.16,17 ). Somos ensinados a proteger o corpo para a manifestação do Espírito de Deus.
 
Fonte: Gospel +

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ESTUDO BÍBLICO - A razão para a demora aparente


A razão para a demora aparente (2Pe 3.9)
O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.

Pedro dá mais uma razão à aparente demora na volta de nosso Senhor (2 Pe 3.9): a necessidade de pregarmos o Evangelho. Não foi isto o que Paulo quis dizer quando descreveu a volta de Cristo em glória com seus poderosos anjos, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao Evangelho? “Estes sofrerão penalidades de eterna destruição; serão banidos da face do Senhor e da glória de seu poder” (2 Ts 1.8, 9). A volta de Cristo é, pois, parte de uma sequência de julgamentos que há de terminar no Grande Trono Branco (Ap 20.11-15).

Sendo assim, a oportunidade de espalharmos o Evangelho um dia chegará ao fim. O Senhor (2 Pe 3.9) não está negligenciando nem atrasando sua promessa. Sua demora não é questão de negligência. É porque Deus sofre em relação a nós. Não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. E que entre os salvos haja redimidos de “toda família, e língua, e povo, e nação”. Que todos estes sejam reis e sacerdotes, e que reinem com Cristo por toda a eternidade (Ap 5.9, 10).

Jesus ainda alertou quanto aos que passarão para o caminho largo, “porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”. Além do mais, em relação à população total do mundo, os salvos são poucos; seu número incluirá eventualmente “uma grande multidão que ninguém pode enumerar” (Ap 7.9). Sim, esta é a única razão para a aparente demora de sua vinda. Ele almeja que haja um número maior de salvos.

A época da vinda de Cristo não nos é revelada. O dia e a hora não eram conhecidos nem por Jesus enquanto estava entre nós, em virtude de sua identificação com as nossas limitações (Mc 13.32). Então não devemos supor que qualquer de nós possa lograr obter tal informação. Jesus ainda enfatizou que sua vinda seria repentina e inesperada, sem nenhuma oportunidade para preparações de última hora.

Stanley M. Horton
1 e 2 Pedro, pp. 107-108

Extraído do site Arminianismo.com em 14/04/2014
 
Fonte: CACP

domingo, 7 de outubro de 2018

ESTUDO BÍBLICO - O que a bíblia diz sobre o aborto



Até alguns anos atrás, aborto caracterizava uma ação penal para quem o praticasse. Hoje, quando a palavra aborto é usada, ela supõe imediatamente a prática legal da retirada da criança do útero antes de nascer. Ainda que o aborto provocado tenha sido legalizado em alguns países, ele continua sendo imoral e pecaminoso.

Mudança de Opinião Médica

Os pró-aborcionistas têm feito o que podem para promover o aborto provocado. Eles têm inventado expressões para descrever a criança não nascida, e o processo abortivo, para tornar aceitável a nefanda prática.

O Dr. C. Everett Koop é cirurgião geral nos Estados Unidos. Quando ele era cirurgião chefe do Hospital Infantil de Filadélfia, Pennsylvânia, e professor de Pediatria e pediatra-cirurgião na Escola de Medicina da Universidade da Pennsylvânia, ele escreveu:

“Nós, que como pessoa sempre soubemos que o aborto é o assassinato de uma criança não nascida, fomos induzidos a crer que a destruição do ‘produto da concepção’, ou a destruição de um feto, não é a mesma coisa que matar uma criança não nascida. A definição médica tradicional foi deliberadamente mudada o bastante para nos distanciar da nossa repugnância contra o aborto”.

Os pró-aborcionistas tratam o aborto como um processo de interrupção da gravidez. Eles falam de “evacuação do conteúdo uterino”, ou de “remoção pós-conceptiva do conteúdo da fertilidade”. Tratam a criança não nascida como “uma possível vida humana”, quando é sabido que o organismo está vivo antes do nascimento.

Mas a vida humana é relativa somente antes do sémen masculino e o óvulo feminino se juntarem para formar o novo ser humano. Os cristãos não devem ser iludidos pela sutileza da terminologia médica. Eles devem ser guiados pelos princípios e preceitos da Palavra de Deus.

O que a Bíblia Diz Sobre os Não-Nascidos

Enquanto alguns tentam justificar o aborto antes que a criança possa sobreviver fora do útero, a Bíblia não faz qualquer distinção no processo da vida. O termo feto viável pode indicar propriamente, como fato científico, o tempo em que a vida pode ser sustentada fora do ventre, mas isto não indica que a vida, como pessoa, não exista antes disto.

Aqueles que são tentados a aceitar o aborto no estágio primário, porque ele é declarado legal, deveriam antes considerar certas verdades bíblicas.

1 – A Bíblia reconhece que uma mulher está com um filho desde os primeiros estágios da gestação.

Quando a virgem Maria foi escolhida para ser a mãe de Jesus, foi-lhe feito o seguinte anúncio: “Em teu ventre conceberás e darás à luz a um filho” (Lucas 1.31). O anjo então informou a Maria que sua prima Isabel estava grávida. As palavras ditas por ele foram estas: “Eis que também Isabel tua prima concebeu um filho em sua velhice” (Lucas 1.36). A Escritura deixou claro que na fase pré-natal João Batista foi reconhecido como um filho, embora faltassem três meses para o seu nascimento.

Em Lucas 1.41-44, João antes de nascer é reconhecido como um babe, que traduz uma palavra grega usada para criança, antes e depois do nascimento (Atos 7.19). As palavras “ela também concebeu um filho” indica que Jesus era reconhecido como um filho, embora a gravidez de Maria estivesse no estágio primário.

A Bíblia também reconhece a fase pré-natal da vida como sendo uma criança e não como um produto alternativo na concepção. Não há distinção no valor da vida da criança nascida e da não nascida.

Mesmo quando a gravidez nos tempos bíblicos era devido a uma relação ilícita, a qualidade, desta vida não era questionada. As filhas de Ló engravidaram pelo incesto (Gênesis 19.36), mas isto não foi considerado motivo para o aborto. Betsabá reconheceu que engravidara pelo adultério (2Samuel 11.5), mas isto não foi visto como um estorvo, como um apêndice descartável do ventre materno.

João Calvino fez uma significativa observação a respeito do aborto, numa preleção sobre Êxodo 21.22-23: “O feto, mesmo apegado ao ventre da mãe, é contudo um ser humano e é um crime monstruoso roubar-lhe a vida antes que ele possa usufruí-la. Se nos parece mais horrível matar um homem em sua própria casa do que no campo, porque a casa de um homem é o lugar de refúgio mais seguro, deve parecer-nos maior atrocidade destruir um feto no ventre, antes que ele seja dado à luz”.

2 – A Bíblia reconhece que Deus é atuante no processo da formação de uma nova vida.

Destruir uma gravidez é destruir a obra de Deus. Acerca de Leia, a esposa de Jacó, a Bíblia descreve: “Quando o Senhor viu que Leia era desprezada, abriu-lhe a madre. Então Leia concebeu e deu à luz um filho” (Gênesis 29.31-32.

Quando Jó se comparou aos seus servos, ele argumentou: “Aquele que me formou no ventre não os fez também a eles? Ou não nos formou do mesmo modo na madre?” (Jó 31.15). Mostrando a imparcialidade de Deus, Jó afirma: “Quanto menos aquele que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque são todos obra de suas mãos” (Jó 34.19).

Isaías, falando por Deus, escreve: “Assim diz o Senhor que te criou e te formou desde o ventre e que te ajudará: não temas ó Jacó, servo meu” (Isaías 44.2). E depois: “Assim diz o Senhor teu Redentor e que te formou desde o ventre: Eu sou o Senhor que faço todas as coisas” (Isaías 44.24).

Davi sumarizou bem quando escreveu: “Tu possuíste os meus rins, entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias,cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda” (Salmo 139.13-16).

Acerca da mesma passagem, Donald Shoemaker escreveu: “Esta passagem pode por si mesma evocar uma santa advertência e respeito pela vida do não-nascido. Deus está neste negócio, e como podemos observar, nós devemos louvá-lo, porque o lugar onde estamos é terra santa. Tal respeito pela origem não -se encontra nos pró-aborcionistas. Deles é uma profana intromissão no divino laboratório, para destruir a obra do bendito Criador. Deus ama os não-nascidos. Este Salmo não deve ser relegado”.

O Deus onisciente que sabe o que acontece às pessoas depois do nascimento, também sabe o que lhes acontece antes de nascerem. Ele é atuante no processo gerador e interromper a gestação é destruir a obra de Deus. O aborto é o diabólico desafio do homem ao Altíssimo. É a indicação do profundo abismo no qual esta sociedade conivente está mergulhando.

3- A Bíblia Reconhece que Deus Tem Planos para os Não-Nascidos. Somente Ele Sabe o Potencial Dessa Nova Vida.

Quando Deus chamou Jeremias para o seu ministério profético, ele indicou que a ordenação fora pré-natal quando disse: “Antes que eu te formasses no ventre materno, eu te conheci e antes que saísses da madre, te consagrei; e te constitui profeta às nações” (Jeremias 1.5).

Quando Zacarias, o sacerdote, estava ministrando no altar do incenso, um anjo anunciou que sua esposa Isabel daria à luz um filho, que seria chamado João. Assim foi revelado que Deus tinha planos definidos para aquele menino. Ele seria o precursor de Jesus Cristo (Lucas 1.11-17).

Destruir a vida de uma criança não nascida é flagrante desconsideração aos planos de Deus para esta vida. É privar uma pessoa não-nascida do privilégio de chegar a ser uma bênção, um instrumento nas mãos de Deus.

4 – A Bíblia Reconhece que Deus É Soberano em Todas as Coisas, Inclusive na Qualidade de Vida do Não-Nascido.

Quando o povo rejeitou a Deus, eventualmente ele tornou a vida humana relativa. Alguns são considerados aptos para viver, enquanto outros parecem dispensáveis. Um estudo feito pelo Dr. Leo Alexander da Universidade de Harvard, mostrou que o começo do holocausto fundamentou-se na crença de que algumas vidas humanas eram dispensáveis. Como resultado desta crença, eles mataram os indesejáveis, os aleijados, os retardados e eventualmente todos os incapacitados que serviram à Alemanha na I Guerra Mundial. Daí para o holocausto foi um pulo.

Quando uma pessoa se coloca no lugar de Deus, para determinar se a vida é viável – quer quer antes, quer depois do nascimento – ela está rejeitando a soberania do Criador de todas as coisas.

Há coisas que o homem finito não pode entender. Os caminhos de Deus são mais altos que os caminhos do homem. Enquanto a tecnologia médica atual procura condições mínimas para que uma criança não-nascida seja digna de viver, é bom lembrar que elas são criaturas de Deus.

Quando um homem estabelece critérios para o que constitui vida inviável, ele está invariavelmente errado, porque falha no julgamento do plano e do propósito de Deus. Quem, senão Deus, sabe que vantagens poderiam trazer milhões de crianças impedidas de nascer para melhorar a qualidade deste mundo? É justa a preocupação dos cristãos diante do malefício do aborta provocado, e estes devem agir como agiriam em face de outra ameaça de igual monta. Há medidas que os cristãos podem tomar para restringir ou aniquilar essa tendência imoral

Em um discurso diante da Câmara dos Deputados, nos Estados Unidos, foi feita uma declaração por uma pessoa que nasceu de um estrupo: “Algumas pessoas renegam sua origem. Eu não me envergonho de citar a minha. Não me acrescenta nem me diminui. Eu nasci na pobreza. Meu pai estrupou minha mãe quando ela tinha doze anos. Agora eles têm destinado uma vasta área de terra para mim em Chester, Pennsylvânia”.

A citação foi feita por Ethel Waters, que havia pregado para milhões por meio de canções evangélicas. O aborto seria legal naquela época, desde que alguém se aventurasse a sugerir. Se isto tivesse acontecido, o mundo teria sido muito prejudicado. O trabalho de evangelismo teria sido privado de uma grande cantora evangélica.

5 – Perigo para a Mãe

Há alguns anos muitas mulheres morriam como resultado da gravidez. Em nossos dias, devido ao avanço da ciência médica, raramente acontece um caso destes. Quando acontece um problema e depois da oração em prol da cura divina o milagre não se verifica, as pessoas envolvidas precisam buscar ao Senhor no sentido de outra espécie de socorro. O diagnóstico da medicina será de grande ajuda para se chegar às próprias conclusões.

6 – A atitude de Deus

A Palavra de Deus é muito explícita a respeito do homicídio: “Não matarás” (Êxodo 20.13). É não somente um dos Dez Mandamentos, mas uma prescrição que atravessa toda a Escritura.

Deus instruiu a Moisés para determinar aos filhos de Israel uma lei que regularia a vida da criança antes de nascer: “Se alguns homens pelejarem e ferirem uma mulher grávida e lhe causarem o aborto, embora não haja morte, certamente serão multados, conforme o que o marido determinar, e pagarão diante dos juízes. Mas, se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Êxodo 21.22-24).

O Dr. Stanley M. Horton, professor de Velho Testamento e Hebraico no Seminário Teológico da Assembleia de Deus, concordando com outras opiniões sobre o texto acima, escreve: “A situação aqui é de dois homens que estão brigando, depois de uma discussão. O mesmo verbo hebraico é usado em Êxodo 2.13, quando Moisés viu dois homens brigando. De certa forma, durante a luta eles feriram uma mulher grávida e ela teve um parto prematuro. Não tendo havido intenção, nem acidente para o filho ou a mãe, então o homem que atingiu à mulher deveria pagar apenas uma multa, segundo a exigência do marido e sancionada pelos juízes. Mas, se tivesse havido morte para o filho, para mulher ou para ambos, então o ofensor deveria pagar com a própria vida”.

“Seu fruto” é no hebraico yeladeha, traduzido como filho neste mesmo capítulo, verso 4, bem como em outras partes onde aparece no Velho Testamento. O plural é usado aqui, porque não se podia saber de antemão quantas crianças havia no ventre.

“Mischief”, no hebraico ason, é usado em Gênesis 42.4, onde Jacó se mostra temeroso de que Benjamim viesse a morrer, como ele pensava que tivesse acontecido a José (Gênesis 42.38; 44.29). Desse modo fica claro que o feto era reconhecido como uma criança e tinha os mesmos direitos dos filhos mais velhos.

A atitude de Deus sobre a morte de inocentes é claro. Exceto na pena capital decretada através de processo judicial (Números 35.12), ou proteção da propriedade à noite, provavelmente envolvendo a legítima defesa (Êxodo 22.2), ninguém é inculpável se matar o seu semelhante.

7 – Preocupação Cristã

É justa a preocupação dos cristãos diante do malefício do aborto provocado e estes devem agir como agiriam ,em face de outra ameaça de igual monta. Há medidas que os cristãos podem tomar para restringir ou aniquilar essa tendência imoral:

a) Primeiramente, os cristãos podem orar pela intervenção divina nas atitudes dos homens. Isto poderia eliminar a degradação nacional dos padrões morais e consequentemente das leis que permitem essas iniquidades, tais como aborto provocado por conveniência.

O poder de um avivamento espiritual tem sido histórico. A França e a Inglaterra foram assoladas por revoluções no século 18. A França teve uma revolução política, que resultou em indescritível sofrimento e muito sangue derramado. A Inglaterra teve uma revolução industrial. A diferença entre as duas é que a Inglaterra experimentou um avivamento espiritual, que elevou o nível de vida no país, possivelmente afastando uma violenta revolução igual à que a França ex­perimentou.

Destruir a vida de uma criança não nascida é flagrante desconsideração aos planos de Deus para esta vida. É privar uma pessoa não nascida do privilégio de chegar a ser uma bênção, um instrumento nas mãos de Deus.

Um avivamento espiritual em nosso país teria uma influência salutar sobre o clima moral hodierno. Não somente a pureza da vida humana seria honrada, mas os padrões morais em geral seriam estimulados.

b) Cristãos interessados poderiam subsidiar instituições bíblicas pró-moral em todas as áreas possíveis. Ao invés dos critérios da igreja serem influenciados pela humanística e pelas filosofias ateístas, uma igreja cuidadosamente sedimentada nas verdades do Evangelho pode influir nos padrões da sociedade.

Quando o povo aceita as diretrizes das Escrituras, ao invés dos valores relativos provenientes do especulativo raciocínio humano, todos os níveis de vida serão grandemente elevados.

Quando o descaso dos modelos de justiça bíblicos é reconhecido como pecado; quando a recusa em reconhecer a soberania de Deus é reconhecida como pecado; quando a rejeição da salvação em Jesus e seu senhorio é reconhecida como pecado, a condição da sociedade é grandemente aperfeiçoada. Então, problemas tais como o aborto ficam minimizados.

À instrução bíblica deve ser dada ênfase tanto na igreja como no lar. Os crentes devem estar firmemente alicerçados nas Escrituras, de tal modo que possam dar a razão de sua fé, baseados na Palavra de Deus.

c) Cristãos interessados poderiam aconselhar aos que estão às voltas com uma gravidez indesejável sobre a alternativa da adoção. Eles manteriam agências cristãs que tramitassem a cessão de crianças a pessoas que as desejassem adotar. Casais com esse tipo de problema encontram-se pessoalmente muito confusos.

d) Cristãos interessados poderiam manter uma organização pró-vida em oposição a qualquer tipo de legislação instituída para destruir a fibra moral da sociedade. Como cidadãos, eles poderiam expres­sar suas opiniões às autorida­des. Poderiam influir em de­terminadas classes de pessoas que estivessem investidas de funções públicas.

e) Cristãos interessados poderiam compassivamente ministrar para aqueles que vivem acossados pelo remorso de terem praticado ou participado de atos abortivos. Estas pessoas precisam ser lembradas de que quando confessam seus pecados ao Senhor, ele os perdoa e purifica. Elas precisam ser lembradas de que Jesus disse: “Aquele que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6.37). Precisam de oração, apoio moral daqueles que já estão sob a proteção do Senhor.

Traduzido por Miguel Vaz

Fonte: CACP

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

ESTUDO BÍBLICO - Realmente descia um anjo no tanque de Betesda?


O Tanque de Betesda, que em hebraico significa “casa de misericórdia”, era localizado, segundo Flávio Josefo, em Jerusalém, ao norte do Templo, próximo ao mercado das ovelhas. Em escavações nesta região, no ano de 1888, o professor e arqueólogo, Dr. Conrad Schick, achou um grande tanque com cinco pavilhões (degraus), que levavam a uma parte mais baixa, onde havia água. Em uma de suas paredes havia a pintura de um anjo no ato de movimentar as águas! Segundo o credo e tradição judaica, de tempo em tempo, um anjo descia naquele tanque e movimentava as águas, o primeiro que entrasse no tanque após o movimento, era curado de qualquer enfermidade! Assim se arregimentavam grandes quantidades de pessoas, esperando receber algo através de um ato místico.

O fato relevante aqui é entendermos que o contexto nos mostra dois tipos distintos de multidão que buscam alguma benção de Deus. A multidão do Tanque de Betesda (a turba que gosta de anjos), e a multidão que seguia a Jesus! Aquela multidão que rodeava o Tanque é símbolo das inúmeras pessoas que esperam receber algo de um ritualismo religioso ou místico! O Tanque de Betesda é símbolo do formalismo e misticismo religioso, onde jazem milhões e milhões de pessoas ao redor de um símbolo, aguardando que um dia aconteça alguma coisa que os tire desta situação! Este grupo é levado pela superstição e pelo ritualismo. Ao contrário destes, o grupo que segue a Jesus, é dinâmico, cheio de satisfação e alegria por ver as maravilhas de Deus através do Senhor! Jesus tem que ser o centro e nunca às suas criaturas.

Pr. João Flávio Martinez
Fonte: CACP

domingo, 19 de agosto de 2018

ESTUDO BÍBLICO - A contemporaneidade do dom de línguas


Esse dom é a expressão sobrenatural concedida pelo Espírito Santo em língua ou idioma não conhecido pelo falante (gr. glossolalia) e pode se manifestar de duas maneiras:

1 – Línguas congregacionais: “No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete” (1 Co 14.27);

2 – Línguas devocionais: “Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus” (1 Co 14.28).

Um bom exemplo é a oração em línguas. O dom possibilita a expressão por meios sobrenaturais de línguas tanto estrangeiras como espirituais. Sobre o estudo de línguas, devemos nos reportar ao dia de Pentecostes, quando houve a primeira evidência desse dom, que se manifestou em línguas de dezessete países, os que estavam reunidos em Jerusalém para a festa de Pentecostes ouviam falar as maravilhas do céu em sua própria língua.

Alguns defendem que também houve manifestação de línguas estranhas nesse dia, mas, na verdade, é mais aceito nos círculos teológicos a manifestação de línguas estranhas na casa de Cornélio (At 10.44-48) e em Éfeso (At 19.1-6), pois nesses textos realmente fica implícito esse tipo de língua (Glossolália). No entanto no dia de Pentecostes houve a manifestação de línguas humanas (Xenolália), mas, como um fenômeno sobrenatural.

Dom de Língua a luz de I Coríntios 14

Analisado minuciosamente à luz de 1Coríntios 14, o dom de línguas é derramado segundo o beneplácito da vontade de Deus (1 Co 12.31; 14.1;), tendo como principal finalidade a glorificação de Deus (1 Co 14.5) e edificação própria (1 Co 12.4a), diferentemente do dom de profecia, que edifica a Igreja (1 Co 12.4b). Esse dom deve ser exercido quando estamos realmente sentindo um gozo na alma, gerado pelo Espírito Santo, brotando naturalmente, num diálogo com Deus com vistas à edificação pessoal.

A língua estranha edifica apenas a quem fala

Quando oramos em línguas ou falamos conosco (1 Co 14.28), não existe a necessidade de interpretação, pois o texto é bem claro: “… falando consigo mesmo e com Deus” (1 Co 14.28). O apóstolo Paulo afirma que prefere falar cinco palavras inteligíveis a falar mil palavras ininteligíveis (1 Co 14.19). Esse era um dos problemas observados na cidade de Corinto. Eles tinham dons, mas não sabiam exercê-los com amor e submissão à doutrina (Gl 5.22;1Co 14.40).

Cuidado com o exagero no uso deste dom

Um dos maiores agravantes observados em algumas igrejas ditas carismáticas é o descontrole emocional, pois muitos, por falta de base teológica, acabam criando uma cartilha própria, a informalidade, em que são valorizadas mais as manifestações exteriores do que as interiores, o que acaba, indiretamente, abrindo campo ao emocionalismo exacerbado e epidérmico, gerando atitudes desconexas e com pouco conteúdo bíblico. Com o propósito de justificar suas atitudes, alguns afirmam que não conseguem se controlar quando falam em línguas, mas a Palavra orienta-nos que o espírito do profeta está sujeito ao profeta (1 Co 14.32).

Nosso espírito é sujeito a nós mesmos, e temos condições de nos controlar quando falamos em línguas no culto público. Quem age de forma contrária demonstra uma grande falta de conhecimento dessa doutrina.

Infelizmente nos dias atuais, alguns ministros esquecem-se de que é um dom sobrenatural, que vem do alto, e procuram levar o povo ao frenesi usando frases de efeito coletivo o que pode gerar o emocionalismo exacerbado.

O missionário Eurico Bergsten afirma: “Também não é sinal de grande espiritualidade gritar em línguas estranhas durante um culto”. A Bíblia diz: “… falando consigo mesmo e com Deus”.

Como foi dito, a Palavra de Deus não endossa o argumento de que o poder é tão grande que não é possível controlar-se. As línguas estranhas não são resultado de um êxtase, mas de uma operação do Espírito Santo em conjunto com o espírito do homem.

Contudo, quando exercido publicamente, em tom de voz alto, o dom necessita de interpretação: “E quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação” (1 Co 14.5). Deve haver uma profecia (1 Co 14.24,25, 29) para que os que ouvem sejam consolados, edificados e exortados no Senhor.

Fonte: Gospel Prime