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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Pornografia: O novo narcótico


Nada disso é surpresa para Deus.

Uma pesquisa neurológica revelou que o efeito da pornografia sobre o cérebro humano é tão potente — talvez até mais — quanto o que substâncias químicas que viciam, como cocaína e heroína.

Para piorar as coisas, existem 1,9 milhão de usuários de cocaína, e 2 milhões de usuários de heroína, nos Estados Unidos. Compare esses números com os 40 milhões de usuários regulares de pornografia online.

Este é o porquê esse poder viciante da pornografia poder ser pior:

Cocaína é considerada um estimulante que aumenta os níveis de dopamina no cérebro.

Dopamina é o principal neurotransmissor que as substâncias mais viciantes liberam, enquanto “dá barato” e o subsequente desejo por uma repetição dessa sensação de euforia, ao invés de uma sensação posterior de satisfação por meio de endorfinas.

Heroína, por outro lado, é preparada com ópio, que possui efeito relaxante. Ambas resultam em tolerância química, requerendo quantidades cada vez mais altas da droga para atingir a mesma intensidade de efeito.

Pornografia é um tipo de “polidroga” que provoca ambos os tipos de substâncias químicas viciantes no cérebro de uma vez, aumentando sua tendência viciante. Ele era tanto o efeito de euforia (via dopamina) quanto o efeito relaxante (como o do ópio).

Na pesquisa que citei antes, “The New Narcotic”, liderada por Morgan Bennett, há uma conclusão: “pornografia na internet faz mais do que apenas aumentar significativamente o nível de dopamina no cérebro, dando uma sensação de prazer. Ela literalmente altera a matéria física dentro do cérebro para que novos caminhos neurológicos necessitem de material pornográfico, a fim de provocar a desejada sensação de recompensa.”

Imagine que o cérebro é uma floresta onde trilhas são desgastadas por caminhantes que passam pelo mesmo caminho vez após vez, dia após dia. A exposição a imagens pornográficas cria caminhos nervosos parecidos que, com o tempo, se tornam cada vez mais “bem pavimentados”, conforme são repetidamente trafegados com cada nova exposição à pornografia. Esses caminhos neurológicos eventualmente se tornam a trilha na ‘floresta do cérebro’ pela qual cada interação sexual é enviada.

Portanto, o usuário de pornografia, seja homem ou mulher, “cria inconscientemente um circuito neurológico” que faz sua perspectiva das questões sexuais ser dominada pelas normas e expectativas da pornografia.

Esses caminhos viciantes não somente nos fazem filtrar todo estímulo sexual através de um filtro pornográfico, eles despertam o desejo por “mais conteúdo pornográfico, que podem envolver tabus sexuais, pornografia infantil, ou pornografia sadomasoquista.”

Segundo o estudo de Bennet, isso piora: “Outro aspecto do vício em pornografia que supera as características viciantes e nocivas do abuso de substâncias químicas é sua permanência. Enquanto substâncias podem ser metabolizadas para fora do corpo, imagens pornográficas não podem ser metabolizadas para fora do cérebro, porque ficam armazenadas na memória.

“Em resumo”, escreve Bennett, “pesquisas no cérebro confirmam o fato que a pornografia é um sistema de distribuição de droga, que tem um efeito distinto e poderoso sobre o cérebro humano e o sistema nervoso”.

Nada disso é surpresa para Deus. Ele projetou a interação entre o cérebro e a alma. Descobertas nas dimensões físicas não anulam a realidade espiritual.

Quando Jesus disse, “Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mateus 5:28), viu de modo cristalino — como um inventor vê sua invenção — que o olho físico tinha profundos efeitos no “coração” espiritual.

Quando o sábio do Antigo Testamento disse em Provérbios 23:7, literalmente, “Como imagina em seu coração, assim ele é,” ele viu com uma clareza similar que os atos da alma criam realidades. Pensar na alma corresponde a “ser” e esse “ser” inclui o corpo.

Em outras palavras, funciona em ambos os sentidos. A realidade física afeta o coração. O coração afeta a realidade física (o cérebro). Portanto, essas notícias horríveis da pesquisa do que ocorre no cérebro com o poder escravizador da pornografia não é a palavra final. Deus tem a palavra final. O Espírito Santo tem o maior supremo. Não somos meras vítimas dos nossos olhos e dos nossos cérebros. Eu sei disso tanto pelas Escrituras quanto por experiência própria!

Artigo de John Piper traduzido por Gospel Prime, disponível em www.desiringgod.org/articles/pornography-the-new-narcotic

John Piper

Fonte: Gospel Prime

terça-feira, 13 de agosto de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Deus e o “espírito mentiroso” para enganar Acabe



As implicações morais são óbvias e o fato desconcertante tem feito exatamente isto ao longo das eras: desconcertado muitos intérpretes. 
 
Um texto que sempre me chamou a atenção é o de 2 Reis, cap. 22. Neste texto, que mostra a aliança entre os reis de Judá (Josáfá) e Israel (Acabe) contra os sírios, afim de tomarem a cidade de Ramote-Gileade de volta dos domínios da Síria. Sabemos, pelo relato bíblico, que Acabe, rei de Israel (neste caso, as 10 tribos que compunham o “Reino do Norte”, no período dos reinos divididos, que foi de aprox. de 930 a.C. a 539 a.C. Judá e Benjamim compunham o “Reino do Sul” neste período), mau, idólatra e sanguinário, convocou 400 profetas para que profetizassem se ele e o rei de Judá sairiam vitoriosos.

Com a anuência daqueles profetas estranhos, estranhou também Josafá, o piedoso rei de Judá, que, talvez por causa do fortalecimento de uma aliança com o Norte, aceitara ir à peleja com o ímpio Acabe. Até aí, só as intrigas políticas.
 
Contudo, a partir do versículo 7, do capítulo 22, ficamos sabendo que Josafá requer alguém, algum “profeta do Senhor Deus” que profetizasse se era ou não para que ambos os reis fossem à peleja. Acabe se lembra de um profeta de Deus “que sobrara”, Micaías, que estava preso porque “sempre profetiza o que é mal” a Acabe, segundo suas próprias palavras. Micaías é chamado e orientado a profetizar a vitória na guerra, mas, uma vez pressionado por Acabe, que estranhou o profeta profetizar “algo bom”, relata um das visões mais extraordinárias relatadas na Bíblia, que é a seguinte:

“Então, disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o SENHOR: Estes não têm dono; torne cada um em paz para a sua casa. Então, o rei de Israel disse a Josafá: Não te disse eu que ele não profetiza a meu respeito o que é bom, mas somente o que é mau? Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do SENHOR: Vi o SENHOR assentado no seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua direita e à sua esquerda. Perguntou o SENHOR: Quem enganará a Acabe, para que suba e caia em Ramote-Gileade? Um dizia desta maneira, e outro, de outra. Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o SENHOR: Com quê? Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o SENHOR: Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim. Eis que o SENHOR pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o SENHOR falou o que é mau contra ti”, 1 Rs. 22:17-23.

É claro que o texto se revela surpreendente de imediato por seu conteúdo. Primeiramente, sabe-se de uma “reunião secreta” nos céus, na qual é decidido “quem enganará Acabe, para que caia em Ramote-Gileade”. Até aí tudo bem, se não fosse a forma como se daria a queda de Acabe: ao que parece, Deus não somente permite “um espírito da mentira”, como o encaminha, “Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim”.

As implicações morais são óbvias e o fato desconcertante tem feito exatamente isto ao longo das eras: desconcertado muitos intérpretes; tendo alguns até apelado às minúcias da Crítica Textual, na tentativa de suavizar moralmente o que parece ser uma contradição enorme com outros textos, que afirmam que “Deus não tenta” ninguém. De fato, não tenta. E por que Deus permitiu que tal espírito enganasse Acabe, e mais ainda, por que o enviou, pessoalmente, afim de que Acabe fosse enganado e caísse? Wittgenstein, filósofo analítico britânico, tem uma frase que é uma máxima para quaisquer áreas: “Do que não se pode falar, deve-se calar”.

E vários intérpretes bíblicos têm feito exatamente isto, calado, ou no máximo apelado a um aparato técnico-linguístico e histórico indisponível à maioria da população, fazendo-a pensar que praticamente tudo na Bíblia, e especialmente os textos que relatam revelações, profecias, alegorias, símbolos e coisas do gênero, são praticamente impossíveis de serem interpretados. Discordo disto.

A Bíblia é um livro escrito para o Homem, não para o “teólogo”. Apesar de aparatos histórico-linguísticos serem sempre bem-vindos quando a questão é a interpretação de textos mais complicados, não se pode deduzir que só através dos tais se pode ter uma interpretação correta, posto que, asseguro-lhe, prezado internauta, nenhuma acrobacia hermenêutica ou exegética técnico-linguística poderá resolver a questão envolvida em um texto como esse, de 1 Reis 22, nos moldes humanos, posto que o texto diz o que diz e, como muitos sabem, a regra áurea da Hermenêutica é “descobrir o que o autor quis dizer com o que disse” (Lund).

A hermenêutica requer algo mais do que o importantíssimo aparato histórico-léxico-cultual de que devemos dispor para a correta interpretação de textos. É necessário que aprendamos a olhar o todo do texto, suas nuances, aquilo que é crucial e pareça sumido, embora esteja aparente; sim, porque é nos detalhes que está toda a diferença! E é esta a minha proposta nesta série de artigos intitulados “Interpretando Textos Bíblicos Difíceis”.

A pretensão aqui não é revela “a” interpretação, mas, mais que isso, demonstrar o quão importante é tentarmos ver o todo do texto, aliando ferramentas exegéticas mais sofisticadas, quando as mesmas se fizerem necessárias, à capacidade de apreendermos o texto como um todo, não apenas o significado semântico de palavras e as suas ligações gramaticais, as quais não nos serviriam de absolutamente nada sem aquela capacidade de apreensão.

Aqueles que não param de pensar nas implicações do texto em questão, de 1 Reis 22, devem estar pensando como é possível sairmos dessa “sinuca de bico” teológica. Pode um Deus santo, justo e perfeito permitir e enviar um “espírito de mentira” para enganar um homem, um simples mortal? Bem, primeiramente, a “reunião celestial” entre Deus e os espíritos não foi tão secreta assim, pois eu e você, prezado leitor, estamos falando sobre ela agora mesmo. O que nos passa despercebido é o fato de o profeta Micaías tê-la presenciado espiritualmente.

Ele o afirma e, ao que tudo indica – isto não posso afirmar com certeza -, parece-me que apenas Deus sabia que Micaías estava vendo tudo, porque Deus bem sabia que o profeta seria chamado por Acabe, o qual não estaria só, mas acompanhado de outro rei, Josafá, e entre todos os mais importantes (provavelmente) de ambos os reinos, Israel e Judá, o que serviria de um testemunho tremendo para ambas as nações.

Deus só permitiu aquele “espírito da mentira” para, na hora exata, diante de todos, o seu próprio servo afirmar que os que profetizavam a vitória do rei Acabe falavam sob a influência de um espírito mentiroso e, daquele momento em diante, Acabe teria uma escolha: mediante do testemunho de Micaías, decidiria se à guerra ou, pela última vez, obedecia a Deus. Surpreendentemente, Acabe rejeita a profecia de Micaías e, mais surpreendentemente ainda, Josafá, o bom e temente rei de Judá, também! Terrível escolha!

O desenrolar da história é previsível: Acabe é mortalmente ferido; Judá e Israel fogem de diante dos sírios; Josafá volta a Judá para, depois, ter de ajustar com Deus as consequências de ter ido à guerra com aquele rei ímpio e idólatra, a despeito do conselho do profeta do Senhor, e aquela empreitada de guerra se mostra uma catástrofe para os reinos do Norte e do Sul. Logo após ter profetizado para Acabe e ter revelado o destino de Israel naquela peleja, Micaías diz o seguinte, em alto e bom som: “Ouvi isto, vós, todos os povos!” (vs. 28).

Obviamente, ele se referia imediatamente a Israel e Judá, nações ali representadas por Acabe e os seus, e Josafá e o os seus. Seu grito, que ficaria eternizado nas páginas das Sagradas Escrituras, ecoou e ecoa a outros povos, outras línguas, outras nações, afim de que todos leiam e “ouçam” o testemunho firme e vívido do profeta, que “grita” naquelas palavras o quanto Deus é perfeito e justo, nunca permitindo que ninguém – rico ou pobre, rei ou vassalo, homem ou mulher, livre ou escravo – viva ou morra em vão.

Deus seja louvado!
 
Artur Eduardo
 
Fonte: Gospel Prime

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Estilos de liderança




Os estilos moldam a maneira de liderar.

Estilos de liderança são perfis profissionais de liderança que um indivíduo carrega em seus “genes administrativos” ou adquire ao longo de sua carreira profissional.
Existem dois tipos de líderes: os que são chamados e capacitados por Deus para liderarem e os que lideram apenas porque se deparam ou são impelidos a situações que exigem liderança (líder situacionista). Porém, tanto para estes como para aqueles é preciso que tenham estilos de liderança com os quais desenvolvam atividades com mais significância e obtenham sucesso.

Os estilos moldam a maneira de liderar. Os líderes situacionistas podem adaptar-se a um ou mais estilo de liderança. Diferente dos líderes nato, que já nascem com um estilo próprio, que por sua vez pode ser aperfeiçoado e até mesmo adquirir novos estilos.

Assim, tanto o líder capacitado por Deus para liderança como o líder situacionista pode desenvolver mais de um estilo de liderança. Caroline Marcon, gerente do Hay Group, instituição americana especializada em consultoria empresarial, afirma que “o líder pode até ter tendência a um perfil específico, mas tem de ter flexibilidade suficiente para aprender e incorporar outros estilos em caso de necessidade”.

Bárbara Ladeia, articulista da revista Exame, comenta sobre os seis estilos de liderança da era moderna definidos por Caroline. Compararei esses estilos de liderança com personagens bíblicos descritos por Billie Davis em seu livro: “Pessoas, Tarefas e Alvos” (ICI, 1983).

São seis personagens bíblicos que se destacaram com seus respectivos estilos de liderança e se tornaram um modelo para pastores e líderes da atualidade, tanto aqueles que administram igrejas como aqueles que dirigem departamentos ministeriais, cristãos que exerce função de liderança intermediária em uma igreja local e pastores auxiliares.
Neemias: o líder coercivo e de liderança produtiva
Billie Davis apresenta-o como um líder decidido nas suas ações. Solucionava problemas emergenciais sem a participação coletiva de seus conselheiros e demais pessoal. O estilo coercitivo tende a funcionar bem em situações de emergência, em que “mandar fazer é mais fácil que discutir soluções com toda a base de empregados”, afirma Caroline Marcon. Ela ainda diz que líderes coercivos são “vigilantes e críticos, são ácidos e duros em suas críticas”.

No caso de Neemias, as palavras “ácidos” e “duros” podem ser trocadas por “firmes” e “decididos”. Ele era um líder coercitivo sobre os assuntos de negligências espirituais (Ne 13.23-26). As suas ferramentas de correção e tomadas de decisões eram sempre a Palavra de Deus e a disciplina corretiva inspirada pela ordem divina.

O líder com esse estilo de liderança não deve exercê-la de forma aleatória, pautada por suas convicções ou mesmo baseada pela prepotência do cargo que exerce – zelo sem amor causa tirania espiritual. Mas deve agir sob o manto da inspiração bíblica, com amor e serenidade, bem como regida pelo Espírito Santo. A tomada de decisão é o fator mais importante e característico desse estilo de liderança. O “mandar fazer”, o qual especifica Caroline, é uma ação particular do líder coercivo na resolução de problemas que, muitas vezes, é necessária para resolver agravantes urgentes. Billie Davis afirma: “Há ocasião em que um líder precisa resolver pessoalmente qual medida deve ser tomada” sem ser insuflado por terceiros.
 
Josué: o líder dirigente e de liderança comunicativa
Outro estilo de liderança moderno mapeado por Caroline é o líder dirigente. Ele dá direções claras para a sua equipe, dizendo exatamente o que espera de cada um. “É um estilo que exige experiência e preparação do chefe em questão. É uma gestão baseada em diálogo e comunicação”, afirma a especialista.
Billie identifica Josué como esse tipo de líder. Ele o define como um líder com uma mensagem clara e, no quesito das experiências, ele foi mentorado por ninguém menos que Moisés (Ex 17; 33 e Nm 15.5-10).

Quanto à comunicação, Josué compreendia e utilizava com sucesso sem igual seus princípios fundamentais (Js 2.1; 3.2-4,9; 8.3-8).
Todo líder cristão deve levar em consideração esse estilo de liderança. O pastor que sabe se comunicar com sua igreja será bem sucedido. De acordo com Caroline, esse líder garante a motivação dos funcionários através da transparência. “Ele quer engajar as pessoas para que elas sintam vontade de seguir suas orientações”, reitera a especialista.
 
Davi: o líder afetivo e de liderança espiritual
Houve um tempo em que o rei antecessor de Davi, Saul, foi atormentado por um espírito maligno. Isso lhe causava tormento, depressão e assombro. Logo seus criados deram a sugestão de chamar alguém para que tocasse de forma afetiva e espiritual para seu rei e o livrasse daquele tormento (1Sm 16.18).

Os adjetivos atribuídos a Davi: “animoso” e de “gentil presença” caracteriza-o como um dos líderes mais humano e fraternal das páginas sagradas. Essa virtude lideracional o identifica com o estilo de liderança moderno que Caroline o chama de Afetivo. “Quem dá mais atenção às pessoas que às tarefas é o chamado líder afetivo. Ele trata bem seus colaboradores e, não raro, são recompensados com lealdade e alto desempenho”.

Billie atribui esse mesmo pensamento a Davi dizendo que “ele mostrava-se leal e cheio de consideração ao tratar tanto com os seus superiores quanto com os seus subordinados”. Caroline diz que o líder afetivo tem um interesse genuíno nas pessoas e isso faz com que crie harmonia e proximidade na equipe. Foi exatamente o que Davi fez com os seus valentes (1Sm 22). A afetividade de um líder está interligada a sua espiritualidade. Um líder afetivo é um líder que lidera com mecanismos espirituais, Davi dá prova disso em seus salmos. Portanto sejamos pastores afetivos – espirituais!
 
Moisés: o líder democrático e de liderança relacional
Moisés aprendeu cedo a arte de delegar tarefas através de seu sogro Jetro (Ex 18). Embora a liderança espiritual exercida por um servo de Deus numa instituição religiosa, como a Igreja de Cristo, não seja uma democracia, essa liderança deve ser compartilhada entre seus auxiliares para que chegue ao sucesso institucional. O que definirá esse compartilhamento será a delegação de poder.

Dado as circunstâncias, Jetro instruiu Moisés para um dos estilos de liderança moderno mais participativo já visto: a liderança relacional. Moisés aprendeu e se tornou um líder democrático, que, nas palavras de Caroline, “é o melhor líder para criação de ambientes de alta performance. Isso porque o compartilhamento das responsabilidades faz com os liderados se sintam corresponsáveis e parte de uma construção coletiva”.

Na ótica da liderança democrática, Billie afirma “que o líder que prefere o estilo democrático trabalha mais dentro do grupo. Conduz o grupo para estabelecer regras. Permite que seu grupo participe de modo significativo na tomada de decisões”.
 
José (filho de Jacó): o líder modelador e de liderança intermediária
Como líder modelador, José foi um exímio gestor, detalhista e de recomendações assertivas em todas as situações que exerceu liderança. “As instruções detalhadas e a alta exigência são marcas registradas do líder modelador”, acrescenta Caroline ao se referir a esse estilo de liderança.

Podemos inserir e analisar José nesse contexto de liderança, pois ele detalhava suas instruções a fim de solucionar alguns problemas de gestão, como foi no caso da interpretação do sonho de Faraó (Gn 41.33-36). Além disso, ele exerceu liderança em um ambiente que era apenas intermediário. José “era apenas um escravo, e precisava receber ordens da parte de seu senhor”.

Nesse sentido, Billie afirma que a maioria dos líderes nas igrejas exerce liderança intermediária. Como por exemplo, o líder de departamento de jovens, de senhoras, supervisores de congregações, etc. Nessas circunstâncias, é imprescindível que o pastor, presidente da igreja local, saiba interagir equilibradamente com esse tipo de liderança, pelo fato dele próprio não fazer parte diretamente da gestão de tais setores.

Portanto, cabe a ele (líder intermediário) confiar integralmente nos demais líderes e, ao mesmo tempo, manter-se próximo para evitar extremos e revelias administrativas, mas com a independência que lhes é permitida.
 
Paulo: o líder treinador e de liderança progressiva
“Como um técnico de time de futebol, o treinador investe tempo e esforços na compreensão dos pontos fortes e fracos de cada membro da sua equipe. O objetivo é trabalhar com eles para que o desenvolvimento pessoal gere bons resultados”, afirma Caroline ao falar sobre o líder treinador.

O apóstolo Paulo é esse líder treinador, porque sempre treinava um sucessor na igreja que fundava. Quando chegava a sua hora de partir, capacitava um líder e, sem hesitar, passava o bastão da liderança (Tt 1.4,5).

Billie Davis apresenta as características mentoras de Paulo para com Timóteo, que se entrelaçam com as do líder treinador abordado por Caroline: “Um líder está constantemente aprendendo e crescendo, e também ajudando outras pessoas a aprenderem e crescerem. (…) Preocupado em conhecer sua equipe, o treinador conversa muito, se interessa em conhecer cada um, com foco sempre no longo prazo. (…) É perfil ideal para a formação de novos líderes”, conclui.
 
Cícero Araújo

Fonte: Gospel Prime

domingo, 4 de agosto de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Brevíssima história do reavivamento da Rua Azuza


“Se você controla a história, você controla o passado. Aquele que controla o passado controla o futuro.” George Orwell
 
Nesse artigo, dividido em duas partes, há um esforço em descrever com certa atualidade, e de forma brevíssima – devido a limitação imposta pelo veículo – o evento que teve início em Los Angeles, EUA, que veio a repercutir no Brasil e no mundo, influenciando gerações ao longo dos últimos cem anos.

A primeira parte, cobre de forma introdutória o período do surgimento do movimento pentecostal, com menção de três de seus principais nomes que deixaram um legado teológico, enquanto o segundo trata da biografia de William J. Seymour o pastor e líder da igreja que surgiu desse movimento.
 
Para esse estudo foram utilizadas duas obras que tratam do tema: “2000 Years of Charismatic Christianity” de Eddie L. Hyatt e “Thinking in the Spirit: theologies of the early Pentecostal movement” de Douglas G. Jacobsen, além de consultas ao site www.christianhistoryinstitute.org.

A fim de dirimir qualquer confusão em torno de nomenclaturas é preciso estabelecer que a teologia pentecostal norte-americana nomeia por reavivamento, esses movimentos oriundos pela manifestação mais efusiva e marcante do Espírito Santo nas igrejas evangélicas. Sua interpretação é que há um só avivamento, a saber, aquele ocorrido em Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento. Enquanto os eventos posteriores, seriam um re-avivamento daquela primeira visitação provocada pelo Espírito Santo, conforme previsto por Jesus Cristo antes de ascender aos céus. Enquanto, no Brasil, comumente não se diferencia assim, e nomeia-se como avivamento toda a manifestação do Espírito Santo com maior abrangência e duração. A interpretação adotada aqui é a norte-americana.

Na noite de 6 de abril de 1906, na casa de Richard e Ruth Asberry na Rua Bonnie Brae, 244 em Los Angeles – Califórnia – EUA, deu-se um evento que segundo Sidney Ahlstrom, historiador da Universidade de Yale, revelou o líder negro que exerceu influência direta sobre a História religiosa norte-americana, colocando-o a frente de figuras como W. E. B. Dubois e Martin Luther King, Jr. Após um mês de intensa oração e jejum, enquanto jantavam, houve a manifestação espontânea e marcante do Espírito Santo na qual todos os presentes foram impactados. Esse evento rapidamente desencadeou um movimento – conhecido por pentecostalismo – que veio a tomar proporções mundiais e que no Brasil, a igreja Assembleia de Deus é, talvez, seu mais destacado fruto e consequência direta do impacto daquela visitação.

A origem e a história do reavivamento que aconteceu na Rua Azuza é assunto pouco frequentado nas Assembleias de Deus, no Brasil. É de se lamentar, porque ao ignorar fatos importantes dessa natureza, a Igreja, muitas vezes se torna como uma criança que não atinge a maturidade por não superar problemas que surgiram do confronto de ideias e valores suscitados por gerações anteriores e que fazem parte mesmo da sua essência.

Muitos desses problemas perduram de igual modo, outros já foram superados por gerações anteriores, outros eles deixaram apontada uma direção segura a ser tomada (Jr. 6:16). Se a Igreja contemporânea insistir em omitir tema essencial como esse dos seus debates, a consequência é que o senso histórico esvai-se, gerando um vácuo entre passado e futuro, restando a cada geração permanecer patinando sobre os mesmos problemas, consciente apenas do próprio umbigo, alheia ao propósito para o qual surgiu. O diálogo com o passado e as origens é necessário à medida que dá sentido ao presente e aponta para o futuro.

O reavivamento da Rua Azuza não foi um evento planejado, mas um caso complexo (Jacobsen, p.57), e ainda carece de muito estudo no Brasil. Foi uma surpreendente manifestação do Espírito Santo que provocou todo aquele fervor espiritual que incendiou Los Angeles e posteriormente o mundo. Líderes cristãos de igrejas já estabelecidas por lá, não tardaram em expressar sua desaprovação pela turba de “fanáticos” que acorriam de todos os lugares em busca de seu pentecoste.

Jornalistas e curiosos vinham de todos os lugares para observar ou zombar do que acontecia ali. Aproveitadores e oportunistas também foram atraídos para experimentar do que havia ali. Os cultos estrepitosos e a diversidade dos participantes também provocou toda sorte de interpretações por parte das outras igrejas.

Uma característica interessante do reavivamento da Rua Azuza, foi que por ser algo espontâneo – não havia sido planejado – não dispunha de uma teologia necessária para dar sustentação racional e senso de direção a tudo aquilo, nem havia sido organizada ainda, pois a experiência vivida por todos e suas implicações eram fortes o suficiente para aquele momento. Esse movimento só foi ter formulada sua teologia de forma tardia – “a posteriori” – após o arrefecimento daquele fervor espiritual dos primeiros anos. Ainda não há consenso de como se conseguiu reunir sob o mesmo teto, cristãos com orientações teológicas tão divergentes que afluíam em torno daquele sentimento de piedade espiritual e poder. Caso é que o que aconteceu ali, surpreendeu a todos, pela novidade que se apresentava, devido a divergência com qualquer definição teológica vigente à época.

Charles Parhan que havia sido professor de William J. Seymour na Escola Bíblica no Texas, foi visitar o aluno a fim de avaliar seu desempenho e de outros a frente da enorme tarefa que se lhes apresentava, logo no início do movimento. Ocorre que o professor quis impor sua teologia – alienada a tudo o que ocorria ali – mas foi rapidamente rechassado por Seymour, que num entendimento espiritual, nutria um temor impetuoso quanto à interferência humana em tudo o que estava acontecendo diante de seus olhos.

Missão da Fé Apostólica, como ficou conhecida a igreja por eles aberta para abrigar a imensa aglomeração de pessoas atraídas pelo fervor espiritual desde a primeira reunião em casa dos Asberry na Rua Bonnie Brae, tinha Seymour como líder e pastor. Porém, vale lembrar que ele não desenvolveu tudo sozinho, antes, foi auxiliado por outros líderes de não menos importância. Merece menção especial Clara Lum, que manteve circulando mensalmente o informativo interno da Missão e que teve papel fundamental na orientação e divulgação do trabalho ali desenvolvido.

Seymour entendeu desde o início, como parte do seu chamado pastoral, prover meios e oportunidade ali na Missão da Fé Apostólica, de modo que cada um que para ali acorresse, pudesse ter sua experiência pentecostal pessoal, dando sentido e embasado em orientações teológicas para tal. Com o posterior arrefecimento do fervor espiritual da Azuza e com a Missão já inserida no contexto pentecostal da cidade, Seymour dedicou-se a escrever o livro “As doutrinas e a disciplina da Missão da Fé Apostólica de Los Angeles”, no qual foram compiladas sua teologia e práticas pastorais. Fica evidente, até pelo título do livro, que a teologia que surge dali, de início, era muito mais prescritiva e prática do que propriamente especulativa. Seu lema era: “não saia daqui falando sobre as línguas, fale de Jesus”. Outra façanha sua foi manter negros e brancos trabalhando juntos, harmoniosamente, numa época de intensa segregação racial.

Outro nome de destaque no auge do reavivamento da Azuza, foi o de George F. Taylor, da Carolina do Norte, influenciado por G. B. Cashwell, que chegou a atuar em cultos na Missão. Embora Taylor nunca tenha frequentado a Missão em Los Angeles, tornou-se um fervoroso pentecostal e “atento observador do movimento”, como afirmou Cashwell. Seu livro “O Espírito e a Noiva”, publicado em 1907, demonstra Taylor como um vigoroso e sistemático pensador cristão. Esse livro representou um salto na articulação e um avanço intelectual a respeito da teologia gerada pelo movimento pentecostal da Azuza. Taylor arguia que seu livro nada mais fazia que expor cuidadosamente a Bíblia; cujo reavivamento pentecostal o ajudou criativamente na sua tentativa de trazer velhas verdades bíblicas em novas revelações. E aqui vale o parêntese para que não se confunda A Revelação, enquanto Palavra de Deus, com essas “ideias”, por assim dizer, que suscitaram em Taylor a partir de seu contato com o movimento pentecostal.

David Wesley Myland, foi um pregador pentecostal itinerante, com participação no lançamento de outras denominações pentecostais e autor do livro “O pacto da Chuva Serôdia”, publicado em 1910, com sua interpretação tipológica e profética do Movimento de Reavivamento da Azuza à luz do Velho Testamento. Ao contrário do rigor sistemático de Taylor, Myland se utilizava muito mais de metáforas e símbolos para expor sua teologia. Entendia a caminhada de fé muito mais como um progresso constante que iria cessar apenas no encontro do fiel com Deus. Myland se preocupava muito mais em não separar a vida prática da caminhada de fé e tentar articular entre essas dimensões do que entendê-las como coisas distintas.

Esses três nomes aqui mencionados, não esgotam de maneira alguma a reflexão teológica produzida sobre o pentecostalismo na Azuza durante seu período de efervescência. Evidentemente que havia diferença nos pontos de vista e nas abordagens teológicas desenvolvidas por Seymour, Taylor e Myland, porém não eram visões antagônicas, mas tentativas individuais de preencher o vácuo criado por algo que surge com um impacto tremendo no ambiente cristão e que as teologias vigentes ainda não contemplavam, nem constava de seu cabedal de recursos interpretar ou dar sentido.

Moisés C. Oliveira
 
Bibliografia:
JACOBSEN, D. G. Thinking in the Spirit: theologies of the early Pentecostal movement. Bloomington, Indiana University Press, 2003.
www.christianhistoryinstitute.org
 
Fonte: Gospel Prime

terça-feira, 30 de julho de 2019

ESTUDO BÍBLICO - A mudança do nome de Saulo pra Paulo


Quem nunca ouviu alguns pregadores falarem em seus sermões que Jesus havia trocado o nome de Saulo para Paulo no momento de seu encontro com ele. Mas o que realmente aconteceu? Saulo teve seu nome mudado por Cristo?

Vamos começar falando sobre o encontro de Paulo com Jesus. O texto que narra o acontecimento é este: ” Em sua viagem, quando se aproximava de Damasco, de repente brilhou ao seu redor uma luz vinda do céu.

Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor? ” Ele respondeu: “Eu sou Jesus, a quem você persegue”.Atos 9.3-5

Mas e o que a Bíblia diz a respeito da mudança de nome é o seguinte:” Então Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, olhou firmemente para Elimas e disse:”
Atos 13.9. Ou seja, até este versículo, o apóstolo é chamado (no registro da Palavra de Deus) de Saulo; a partir de então passa a ser chamado de Paulo.

Na verdade não houve uma troca de nomes, o que de fato a Bíblia diz era que ele tinha dois nomes diferentes, fato comum para um judeu que também tinha cidadania romana, como era o caso de Paulo: Os soldados relataram isso aos magistrados, os quais, ouvindo que Paulo e Silas eram romanos, ficaram atemorizados.

Atos 16.38 e Enquanto o amarravam a fim de açoitá-lo, Paulo disse ao centurião que ali estava: Vocês têm o direito de açoitar um cidadão romano sem que ele tenha sido condenado? Ao ouvir isso, o centurião foi prevenir o comandante: Que vais fazer? Este homem é cidadão romano. Atos 2.25,26

O nome hebreu dado de seus pais a ele era Saulo, mas, como seu pai era um cidadão romano (e, no entanto, Saulo herdou a cidadania romana), Saulo também tinha o nome latino “Paulo”, o costume de dois nomes começou a se tornar comum nessa época.

Como ele nasceu em um ambiente fariseu rigoroso, o nome Saulo era o nome mais adequado para usar. Mas depois de sua conversão, Saulo decidiu usar seu nome latino para anunciar o Evangelho aos gentios e assim começou a ficar conhecido como Paulo.

Extraído do site acheinabiblia.com.br em 23/07/2019
 
Fonte: CACP

segunda-feira, 15 de julho de 2019

ESTUDO BÍBLICO - A importância dos dons do Espírito Santo para a edificação do corpo de Cristo



Empreender uma busca sincera para ser cheio do Espírito Santo e receber os dons do alto é uma atitude correta.

No original grego, a palavra “dom” chama-se “charisma”, que significa “presente”, isto é, são manifestações do Espírito, oferecidos mediante a Graça divina por parte de Deus, e Ele é o doador de todos os dons.

De acordo com o teólogo Russel N. Champlin, em sua enciclopédia, “‘Charisma’ indica os dons do Espírito, as suas graças, gratuitamente conferidas, para a obra do ministério (I Co 12:4, 9, 28, 30, 31). Além disso, enfoca também o dom da Graça, que nos traz a salvação”.

Empreender uma busca sincera para ser cheio do Espírito Santo e receber os dons do alto é uma atitude correta. O apóstolo Paulo nos orienta desta forma: “Enchei-vos do Espírito.” (Ef 5.18)
Três classes de dons no Novo Testamento

Com tais dons, engrandecemos o Reino de Deus, pois através de nossas vidas é manifesta a Glória de Deus, e isso se é concedido mediante a graça Dele. “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (I Pe 4:10).

“Graça”, etimologicamente falando, significa “bondade divina”, e na Palavra podemos encontrar diversas maneiras de Deus expressar a sua Graça: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.” (I Co 12:4-7).

Na Bíblia, existem muitos dons, que são genericamente divididos em três classes, a saber: “Os dons do Pai” (Rm 12:6-8), “Os dons do Filho” (Ef 4:11) e “Os dons do Espírito” (I Co 12:8-10), além de outros dons encontrados em outros trechos da Palavra, porque tais dons são manifestações da multiforme Graça de Deus.

A Divisão dos dons bíblicos

Dons do Espírito Santo (I Co 12:8-11):
- Palavra da Sabedoria;
- Palavra do Conhecimento;
- Dom da Fé;
- Dons de Curar;
- Sinais e Maravilhas;
- Profecia;
- Discernimento de espíritos;
- Variedade de Línguas;
I- nterpretação de Línguas;

Dons do pai ou de serviço vocacional (Rm 12:6-8):
- Profecia (Mensageiro);
- Ministério;
- Ensino;
- Exortação;
- Repartição;
- Presidir;
- Compaixão.

Dons ministeriais ou concedidos por Jesus (Ef 4:11):
- Apóstolos;
- Profetas;
- Evangelistas;
- Pastores;
- Mestres.

Outros Dons Bíblicos:
- Intercessão;
- Celibato;
- Música;
- Ajuda (Socorros).

Como usar os dons para servir o meu próximo?

Ora, todo cristão deve exercer a diaconia de forma universal, mas o Senhor concedeu a alguns dons específicos relacionados diretamente à diaconia, ou serviço cristão.

Nestes dons, o exercício diaconal será mais perene. Todos os dons bíblicos são do Espírito Santo. Os ministeriais fazem parte da diaconia, mas os dons de serviço manifestam indubitavelmente a expressão do que é “ser um servo de Cristo”, na íntegra.

Os 9 dons do Espírito Santo

O dom de curar
O dom de curar é a capacidade especial concedida a alguns membros do corpo de Cristo, para que estes sejam usados em diversas facetas da cura divina, cura englobando diferentes tipos de enfermidades. A cura pode ser definida como a atuação sobrenatural de Deus sobre o corpo humano para curar enfermidades e dores.

No Antigo Testamento, claramente, pode-se observar que a cura divina se manifestava nas promessas (Dt 7:15). Já no Novo Testamento, encontramos o ministério de cura fazendo parte da missão de Cristo, na qual são relatadas precisamente 35 curas, sendo que algumas delas encontram-se registradas nas seguintes passagens: (Mt 8:2-4, 5-13,14-17; 9:1-8, 20-22, 27-31; 20:29-34). No restante do NT, encontramos facetas desse precioso dom na missão dos doze discípulos (Lc 9:1), dos Setenta (Lc 10:9), na Grande Comissão (Mc 16:15, 16), e no período da Igreja Apostólica onde as curas acompanhavam a pregação do evangelho, como no caso da cura do coxo (At 3:18) e de Enéias (AT 9:33, 34).

Dom de Sinais e Maravilhas
No original grego, este dom é definido como “dynameis”, que significa “poderes”, estando sempre associado com “coisas que causam espanto e admiração”. Conhecido também como “operação de milagres”, o dom de sinais e maravilhas é a capacidade sobrenatural que o Espírito Santo concede a alguns membros do corpo de Cristo para realizarem coisas que saem do curso físico-natural dos acontecimentos.

O vocábulo grego para “milagre”, no evangelho de João, é o valor do sinal, para encorajar as pessoas a crer e continuar crendo. No AT, encontramos facetas desse dom nos ministérios de Moisés (Ex 14:21-31), Elias, quando este lutou sozinho contra os profetas de Baal e o poste ídolo (I Rs 18:21-40), e Eliseu ao separar as águas do Jordão (II Rs 2:14).

Já no NT, encontramos facetas desse dom quando Pedro andou sobre as águas (Mt 14:28-31); no relato dos setenta, quando regressaram de sua missão (Lc 10:17-20); na ressurreição de mortos, como nos casos do filho da viúva de Naim (Lc 7:11-17), a filha de Jairo (Mt 9:18, 19, 24), e no caso de Lázaro (Jô 11:43-44), nos casos de Paulo, em Troade (At 20:9-12), na defesa de seu ministério em Éfeso (“E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários.” – At 19:11), e perante o sinédrio (II Co 12:12).

Dom da fé
A palavra fé, etimologicamente falando, significa “confiança”. No original hebraico é “pistis”, que significa “persuasão firme”, “convicção”. Ela é fundamentada no ouvir (Rm 10:17). Esse dom é encontrado 244 vezes nas páginas do Novo Testamento.

O dom da fé habilita o cristão a aceitar como realidade as promessas feitas por Deus, e assim agir com plena certeza de que o Senhor cumprirá a sua promessa. Esse dom capacita o cristão a passar por situações difíceis, vendo a ação divina em todos os momentos, sempre contando com uma fé inabalável. A fé geralmente opera juntamente com os dons de operação de milagres, sinais, maravilhas e curas. Todo o líder precisa possuir esse dom, pois através do mesmo ele poderá discernir, com grande grau de confiança, onde Deus quer que a Igreja esteja dentro de cinco ou dez anos, e assim estabelecer uma atitude de crescimento.

Palavra do Conhecimento
No original grego significa “Logos” (palavra) e “Gnosis” (conhecimento). O estudo deste dom é muito amplo, tendo duas linhas de pensamentos, as quais são aceitas por boa parte dos teólogos mais ortodoxos ao texto original. Primeiramente, esse dom tem sido definido como sendo a inspiração sobrenatural de algum fato que exista na mente de Deus, mas que o homem, devido às suas naturais limitações, não pode conhecer por ele mesmo.

Esse dom também é encarado, por um grande número de teólogos, como uma habilidade dada por Deus para quem possui uma perspicácia maior para a pesquisa e para o conhecimento. No AT, temos relatos no ministério do profeta Samuel (I Sm 9:15-20), no ministério de Eliseu (II Rs 5:20-27), entre outros.

Já no NT, se é observado no ministério de Pedro (At 5:3, 4), no ministério do apóstolo Paulo (At 27:23-25), e principalmente no ministério de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Jo 4:16-18, 29, 30). 

Palavra da Sabedoria 
O dom da palavra da sabedoria é dado por Deus a alguns membros do corpo de Cristo, para que estes venham sempre a agir com orientação divina em todas as áreas de suas vidas.

Nos domínios do ministério cristão, esse dom pode se aplicar tanto ao ensino da doutrina, quanto à solução de problemas de modo geral. Com isto, quem conta com esse presente de Deus, ao proferir uma palestra ou ministração, explana-as com grande sabedoria, enchendo de brilho a palavra proferida.

No AT, temos o exemplo clássico de Salomão. No NT, um grande exemplo de personagem bíblico usado com grande sabedoria foi o do apóstolo Paulo. Graças ao seu grande conhecimento, ele foi inspirado pelo Espírito Santo a ditar 12 epístolas e escrever uma de punho próprio (Filemom). Contudo, o maior exemplo de sabedoria na palavra é evidenciado por meio do ministério terreno de Jesus.

Dom de discernimento de espíritos
No grego, a palavra discernimento é “diakrinos” (I Co 14:29), sendo este dom outorgado para alguns membros do corpo de Cristo, a fim de que estes saibam discernir as verdadeiras intenções das pessoas, distinguindo assim, as operações do Espírito Santo (grego: Energemata) das operações do espírito do erro e do espírito humano (I Tm 4:1 e I Jo 4:1). A expressão inteira, no grego, apresenta-se no plural; indicando assim, uma pluralidade de facetas da manifestação deste dom.

Como função universal, todo cristão deve saber discernir o certo do errado, mas como dom, esse faz parte da provisão divina para proteger cristãos de qualquer tipo de engano, manifestando-se em alguns a nível teológico, através do discernimento bíblico mediante a Palavra, e em outros podendo se manifestar de forma sobrenatural. O portador desse dom tem condições de julgar corretamente as profecias, distinguindo se uma mensagem provém do Espírito ou não (I Co 14:29).

Na Palavra, podem-se observar algumas facetas desse dom latente no ministério de alguns personagens bíblicos, tanto de uma forma teológica como sobrenatural. Ao desembarcar na ilha de Chipre com Barnabé, o apóstolo Paulo ensinava nesta igreja, aos sábados, na sinagoga, e encontrou dificuldades na evangelização desta localidade, pois Elimas, mágico e feiticeiro, enganava os habitantes daquela ilha com falsos prodígios (At 13:6).

Como proclamava a verdade, o apóstolo passou a contar com o apoio do procônsul local, Sérgio Paulo (At 13:7-b), conquanto que Elimas sentiu-se ameaçado, pois Sérgio estava ouvindo a verdade e assim tentava afastá-lo com os seus falsos ensinos a respeito da doutrina ensinada pelo apóstolo Paulo: “Mas, resistia-lhes Elimas, o encantador, procurando apartar da fé o procônsul.” (At 13:8).

Dom de variedade de línguas
O dom de variedade de línguas é a expressão sobrenatural concedida pelo Espírito Santo em forma de línguas (ou idioma não conhecido pelo portador do dom). No original grego, é “glossolalia”, e pode se manifestar na vida do cristão de duas maneiras:
Línguas congregacionais “Se alguém fala língua, faça-se isso, pois dois ou três, e por sua vez e haja intérprete.” (I Co 14:27);
Línguas devocionais: “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus.” (I Co 14:28).

Esse dom possibilita a expressão, por meios sobrenaturais, de línguas tanto estrangeiras quanto espirituais. Sobre o estudo da glossolalia, devemos nos reportar primeiramente ao dia de Pentecostes, onde houvera a primeira evidência do dom manifestado por línguas estrangeiras, pois estavam todos reunidos no cenáculo de Jerusalém (At 2:1) e há dez dias em oração (At 1:14).

Alguns defendem que também houve manifestação de línguas estranhas naquele dia, porém é mais aceito, nos círculos teológicos, a manifestação de línguas estranhas na casa de Cornélio (At 10:44-48) e em Éfeso (At 19:1-6), pois nestes textos realmente fica implícito este tipo de manifestação.

Analisando minuciosamente à luz de I Coríntios, o dom de línguas é derramado segundo o beneplácito da vontade de Deus (I Co 14:1; 12:31), tendo como principais finalidades a glorificação de Deus (I Co 14:5) e edificação própria (I Co 12:4-a), diferentemente do dom de profecia, que edifica a Igreja (I Co 12:4-b).

Interpretação de línguas
O dom de interpretação de línguas é concedido a alguns membros do corpo de Cristo, visando à compreensão de uma mensagem transmitida em línguas estranhas ou em outro idioma, para que haja a edificação da Igreja. A palavra traduzida por “interpretação” não quer dizer, literalmente, “tradução”, e com isto podemos asseverar que o dom de interpretação não traduz palavra por palavra, mas sim os propósitos de Deus.

No Antigo Testamento, o dom de interpretação atuava junto com os sonhos. No Novo Testamento, por outro lado, esse dom aparece seis vezes juntamente com o dom de variedade de línguas (I Co 12-14). De acordo com o ensino bíblico, deve haver a manifestação deste dom quando uma pessoa fala a Deus (At 2:11), ou quando uma mensagem profética está sendo comunicada em forma de mistérios espirituais (I Co 14:6;13-26). 

Dom de profecia
O dom de profecia é a capacidade que Deus dá a alguns membros do corpo de Cristo para se transmitir, diretamente pelo Espírito Santo, uma mensagem de Deus. A palavra hebraica para designar “profeta” é “nabi”, que é derivada da raiz verbal naba, que significa “anunciador”, “declarador”, e por extensão “aquele que anuncia as mensagens de Deus”.

Esta iluminação é gerada subitamente pelo Espírito Santo na mente, ocorrendo a profecia quando ela é relatada com palavras humanas do próprio profeta. O dom de profecia não tem autoridade divina para servir de doutrina para a vida de ninguém, tampouco pode ser considerada como “revelação”, pois as duas únicas revelações existentes são a Bíblia, que é a espada do Espírito e a natureza, como ato criado, pois o Senhor se revela através de sua criação. Todavia, esse dom deve ser encarado como uma iluminação momentânea da parte do Espírito Santo para transmitir mensagens ocultas diretamente da parte de Deus, com o intuito de edificar os membros do corpo.

No contexto do NT, o dom de profecia é paradoxalmente diferente do ofício ministerial dos profetas veterotestamentários, pois na Antiga Aliança, o profeta anunciava com inspiração divina, sendo boca do Senhor. Os reis se orientavam pelos conselhos dos profetas, considerados a voz de Deus, como Samuel, que fora confirmado como profeta do Senhor (I Sm 3:20). O dom de profecia é muito importante, e sua prática deve ser aceita, pois possui base nas Escrituras.

Na Igreja Primitiva, pode-se observar a manifestação desse dom no concílio de Jerusalém (At 15:32), entre os discípulos de João em Éfeso (At 19:6), sobre as filhas de Felipe (“Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.”- At 21:9), na profecia dos discípulos de Paulo (At 21:7), e na profecia do profeta Ágabo, que profetizou que, ao chegar a Jerusalém, o apóstolo Paulo correria perigo de vida (At 21:10, 11 e 12).

Orlando Martins

Fonte: Gospel Prime

sexta-feira, 12 de julho de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Como agir com um depressivo?


1) Não queira entender o que você não entenderá. A dor é dele e não sua. Por isso a tendência é minimizar ou desprezar. A dor de Jesus vivenciada no Getsêmani foi sua. Os seus discípulos não entenderam. A dor do outro não é fraqueza, é dor.

2) O depressivo não requer em si compreensão, mas sim presença. É o que Deus faz conosco. Ele está presente. Ele consola. Ele conforta. Ele ajuda. Ele sustenta nosso coração. Você quer ajudar um depressivo? Fique ao seu lado sem dizer nada. Coloque-se à disposição.

3) Deprimidos não gostam muito de música alegre (Pv 25.20). Ele precisa de compreensão. Devemos escutar com paciência, mas sem mostrar pena deles. Eles já se sentem bastante compadecidos deles mesmos. Tão pouco deve desvalorizar a sua dor. Para você a dor do outro pode ser absurda, mas é a dor dele, então respeite.

4) Não agir de forma egoísta. Não pense em você. O depressivo precisa de ajuda. Nem sempre ele está forte. Jesus precisou de amigos. Jesus tinha grupos de amigos. Jesus tinha 3 amigos que podia falar de sua dor sem ser rejeitado. Eles não entenderam bem o que Jesus passava, mas ficou junto dele. O maior presente é estar junto. Não precisa falar nada. Precisa estar perto. Lembram dos amigos de Jó?

5) Ore. Ore. Ore (Tg 5.13-16).
Devemos entender que muitas vezes aconselhar é ficar quieto, somente ouvir. Pois no próprio ato do desabafo a pessoa se encontra. Deixemos nossos conselhos cheios de moral e sabedoria para outro momento, por hora, ofereçamos somente um bom ombro amigo.

Pr Nilson Dias

Fonte: CACP

domingo, 30 de junho de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Seu dom é ensinar? Então, ensine!


Todo professor da Escola Dominical conhece esse texto de Romanos 12.7, da autoria do apóstolo Paulo: “…se é ensinar, haja dedicação ao ensino”.

Agora, apesar de estarmos acostumados com a tradução deste texto na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), ou ainda com a tradução da Almeida Revista e Atualizada (ARA), que é mais enfática ainda ao dizer “o que ensina esmere-se no fazê-lo”, a verdade é que o texto original é bem mais sucinto, e diz apenas assim, como bem traduziu a Nova Versão Internacional (NVI): “se é ensinar, ensine”.

Sei que alguns já acostumados com aquelas versões tradicionais poderão ficar um pouco desgostosos com essa tradução mais literal do texto. Mas é assim que é. O que não significa, claro, que a ideia de dedicação ou esmero esteja descartada, pois tal empenho exigido do ensinador está implícito no texto e contexto. Todavia, de modo bem direto o apóstolo está exortando sobre o dever de cumprir cabalmente a vocação para que fomos chamados. É como se dissesse: ocupe-se no ensino, faça o seu dever.

Há três aplicações que podemos fazer desse se é ensinar, ensine:

1. Não rejeite seu dom, ensine!

É normal que quando estamos iniciando nosso trabalho na obra do Senhor sintamos um temor no coração, para não dizer “medo”, quanto ao que devemos fazer. Servos de Deus no passado também sentiram esse “friozinho na barriga”. Senão veja Moisés, Josué, Jeremias, Jonas, dentre outros.

Todavia, quando Deus dá dons para usarmos Ele também dá junto com o dom a capacidade de exercê-los. O que recebeu o dom para ensinar não deve rejeitar seu dom devido algum tropeço cometido, alguma falha pessoal ou dificuldades de exercer sua chamada, mas precisa antes pedir a Deus que lhe acrescente mais “ousadia, amor e moderação” (2Tm 1.7) ou sabedoria para fazer o que tem de ser feito do modo mais adequado (Tg 1.5).

Não rejeite seu dom para virar cantor, músico, regente de coral ou missionário, julgando talvez que tudo isso seja “mais fácil” que ser um mestre. Você pode multiplicar talentos e agregar novos dons naturais ou espirituais ao seu trabalho, mas não pode jamais largar aquilo que Deus pôs em suas mãos. Seu dom é ensinar? Então, ensine!

2. Não negligencie seu dom, ensine!

Muitos professores aceitam de bom grado a vocação divina para o ensino, porém, acabam negligenciando tão importante chamado. Pelo menos de três formas nota-se esta negligência:
Quando negligenciam o seu próprio preparo intelectual;
Quando negligenciam o preparo da aula;
Quando negligenciam o conteúdo ministrado na aula.

O correto funcionamento do dom é um sinergismo, isto é, uma soma de forças divina e humana buscando alcançar o mesmo fim. Deus chama, capacita e provê os recursos necessários para a execução do trabalho, mas está sob nossa responsabilidade sermos diligentes, nos aplicarmos e fazermos bom uso dos recursos divinos e humanos que estão ao nosso dispor. “Não negligencie o dom que há em ti”, foi a exortação de Paulo ao jovem líder Timóteo (1Tm 4.14, NVI)

Precisamos nos qualificar continuamente (bíblica, teológica e culturalmente), devemos nos aplicar ao preparo de um bom estudo durante a semana, mas especialmente no momento da aula devemos nos ater ao nosso chamado: ensinar! Podemos usar muitos métodos e técnicas variados, mas sempre buscando comunicar com eficiência a palavra de Deus aos nossos alunos.

Cantemos para ensinar! Façamos dinâmicas de classe para ensinar! Apresentemos um vídeo aos alunos para ensinar! Não para mero entretenimento ou preenchimento do tempo vago. Seu dom é ensinar? Então ensine! Faça o que deve ser feito!

3. Não perca o foco do seu dom, ensine!

Por último, cremos que as palavras de Paulo quanto ao dever de ensinar também sugerem que devemos evitar a perda de foco em nosso trabalho. Ele já havia alertado Timóteo quanto aos “embaraços desta vida” com os quais não podemos nos envolver, se quisermos agradar ao Senhor que nos chamou (2Tm 2.4).

Há muitas coisas querendo distrair-nos e distanciar-nos do dom para o qual Deus nos chamou: indústria do entretenimento, internet, excesso de trabalhos, relacionamentos amorosos, etc.; se não tivermos moderação na vida, essas coisas acabam engolindo-nos por inteiro! É incrível como somos propensos a colocar todas as coisas, mesmo o lazer, à frente de nossa vocação espiritual. Até servimos numa igreja local, mas não com aquele empenho que a igreja precisa e o nosso Senhor merece. Infelizmente há professores da EBD que não são nem frios nem quentes, estão ali no meio termo da mornidão…

Há um outro perigo que nos ronda, mesmo dentro da igreja: o acúmulo de cargos. Muitos professores perdem o foco do ensino porque embora tenham sido vocacionados justamente para isso resolveram se sobrecarregar com outras funções, daí acabam se fatiando entre muitos departamentos: música, missões, assistência social, tesouraria, etc.

É bom nos disponibilizarmos para servir no que a igreja precisar; todavia, precisamos ter foco naquilo que é nosso dom. Afinal, Deus não dá dons supérfluos a ninguém! Ele não dá dons para desperdício. Você tem certeza que foi chamado para ensinar? Isso arde em seu coração? Mesmo em meio à temores e fracassos, você sente lá no íntimo que esse é o seu dom? Então, ensine! Mãos à obra, caro professor!

Conclusão
Não permita que nada nem ninguém lhe prive daquilo que Deus preparou para você. A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Se em seu coração você entende que Deus lhe chamou para o magistério cristão, então ponha sua mente, seu coração, suas forças e seus recursos nisso! Seja o melhor que você puder ser mediante o poder divino que está em operação no seu interior. “Pelo poder que em nós opera…” (Ef 3.20). Sim, há um poder imenso operando em você! Dê-lhe livre curso e seja o que Deus lhe capacita a ser!

Tiago Rosas

Fonte: Gospel Prime

terça-feira, 25 de junho de 2019

ESTUDO BÍBLICO - O significado do batismo



Pergunta: No batismo há perdão de pecados?

Resposta: Não. O batismo nas águas não traz perdão de pecados. Quando nos batizamos, como resultado da nossa obediência à ordenança de Jesus em Mateus 23.19, assim procedemos como testemunho publico diante de homens, anjos e demônios, que nós estamos confiando no sangue de Jesus Cristo para perdão dos nossos pecados (João 1.29; Efésios 1.7; Apocalipse 1.5).

Pergunta: No batismo há lavagem dos pecados, conforme Atos 22.16?

Resposta: Não. Essa passagem em tela é lida como se ela dissesse: Batiza-te e lava teus pecados. O texto está afirmando: Levanta-te, e batiza-te, e lava teus pecados, invocando o nome do Senhor”. A lavagem dos nossos pecados se dá pela invocação do nome de Jesus e não pelo batismo nas águas.

Pedro declarou em Atos 10.43: “A este dão testemunho todos os profetas, de que os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome”. Com isso corrobora as palavras de Jesus, depois de ressuscitado, que em seu nome se pregasse arrependimento e remissão aos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém (Lucas 24.47).

Pergunta: No batismo ocorre o despojamento do velho homem?

Resposta: O despojamento do velho homem ocorre no momento em que cremos, e não no momento que nos batizamos (Romanos 10.9-10) A regeneração é necessária para o batismo, dado que o batismo simboliza a morte do velho homem, e o emergir da água a nova vida e não ao contrário, que no batismo ocorra o despojamento do velho homem. Em outras palavras, a salvação é necessária para o batismo; nunca o batismo é necessário para a salvação, como dizia o pregador batista Truett. Isso sim, é evangelho, é o único evangelho (Gálatas 1.7-9).

Pergunta: O batismo salva, considerando IPedro 3.21 como apoio?

Resposta: Ora, se o batismo salvasse, então a criança que morresse sem batismo estaria perdida, ou como ensinam os católicos, as crianças que morrem sem batismo vão para o limbo. O ladrão na cruz teria se perdido porque não foi batizado, mas Jesus lhe prometeu o paraíso naquele mesmo dia pelo seu arrependimento (Lucas 23.42-43), ao passo que entendemos que as crianças que morrem na infância são salvas pelo sangue de Jesus, a divina propiciação pelo mundo inteiro (IJoão 2.1). Efésios 2.8 afirma: “Pela graça, sois salvos, por meio da fé… é dom de Deus, não vem das obras…”

Pergunta: Como se explica Marcos 16.16, que diz: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”?

Resposta: Os mórmons forjaram esse texto no Livro de Mórmon da seguinte maneira: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer e não for batizado será condenado.” Mas isso é falso. A Bíblia não diz ‘quem não não for batizado não será salvo’. Paulo declara que batizar não faz parte de evangelizar (l Coríntios 1.17). Vem depois, é para os salvos. O batismo é o primeiro ato público da vida cristã.
 
Pr. Natanael Rinaldi 
 
Fonte: CACP

domingo, 9 de junho de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Onde estão Enoque e Elias?


De acordo com a Bíblia, Enoque e Elias são as duas únicas pessoas que Deus levou ao céu sem morrerem.

Gênesis 5.24 nos diz: “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.”

II Reis 2.11 nos diz: “… eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.”

Enoque é descrito como um homem que “Andou com Deus por trezentos anos” (Gn 5.23) e que “foi transladado para não ver a morte” (Hb 11.5). Elias foi, talvez, o mais poderoso dos profetas de Deus no Antigo Testamento. Há também profecias sobre o retorno de Elias no fim dos tempos (Ml 4.5-6).

POR QUE DEUS LEVOU ENOQUE E ELIAS? 

Muitos teólogos acreditam que eles foram levados em preparação para um papel no fim dos tempos, possivelmente como as duas testemunhas em Apocalipse capítulo 11.3-12.

Quanto a Enoque, não há dúvidas da sua elevação ao céu, pois o autor de Hebreus deixa especificado o caso de exceção envolvendo-o. Quanto a Elias, o texto de hebreus não o cita como um dos que morreram sem alcançar a promessa. Mas várias dúvidas pairam sobre ele.

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ DEFENDEM QUE ELIAS MORREU

As Testemunhas de Jeová dizem que Elias não foi para o céu, mas foi lançado em alguma cidade ou outro país. Citam 2 Cr 21.12 afirmando que Jeorão recebeu uma carta de Elias cerca de cinco anos depois do arrebatamento do profeta (Despertai 22.9.76; p. 28-29).

Então lhe veio um escrito da parte de Elias (a Jeorão), o profeta, que dizia: Assim diz o Senhor Deus de Davi teu pai: Porquanto não andaste nos caminhos de Jeosafá, teu pai, e nos caminhos de Asa, rei de Judá. 2 Cr 21.12

Essa afirmação não tem fundamento, pois verificamos em 2 Rs 1.17 que Jeorão, o destinatário da carta de Elias, já estava em seu segundo ano de reinado.

Assim, pois, morreu, conforme a palavra do Senhor, que Elias falara; e Jorão começou a reinar no seu lugar no ano segundo de Jeorão, filho de Jeosafá, rei de Judá; porquanto não tinha filho. 2 Rs 1.17 (Elias foi arrebatado em 2 Rs 2.11)

Isso seria suficiente para demonstrar o caráter de governo de Jeorão. Outro fator a ser considerado é que sua enfermidade durou mais de dois anos. Se a carta tivesse sido escrita cinco anos depois do arrebatamento de Elias, isso indicaria o sétimo ou oitavo ano do seu reinado. A carta, então, estaria chegando ao meio do cumprimento da profecia.

Por outro lado, Elias poderia ter redigido a carta, deixando-a com Eliseu, que a enviaria ao seu destinatário assim que tivesse tempo. Isso seria natural e não precisaria estar registrado nas Escrituras. Do mesmo modo que não temos os nomes de muitos carteiros que entregam as cartas do apóstolo Paulo.

E SE ALGUÉM SUBIU AO CÉU, COMO INTERPRETAR JO 3.13?

Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. Jo 3.13

Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo) Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.) Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Rm 10.6-9

Porque este mandamento, que hoje te ordeno, não te é encoberto, e tampouco está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Dt 30.11,12

A Revista Defesa da Fé explica o seguinte:

Mas Enoque e Elias realmente subiram? Sim! Subiram, ainda que, neste caso, fossem uma exceção! Como, então, conciliar esse fato com o que está escrito em João 3.13?, que diz: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem que está no céu”. Jesus teria se equivocado? Não! Pois Ele é a própria Palavra de Deus! O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos (10.6-9), esclarece a questão mencionando o texto de Deuteronômio 30.11-14, no qual Deus afirma que a Lei não estava além do alcance dos israelitas. Segundo o texto, os israelitas não precisam da ajuda de alguém para que pudessem entender o significado de “subindo ao céu ou descendo ao abismo”.

COMO ALGUÉM DE CARNE E SANGUE PODE ESTAR NO CÉU?

E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. 1 Co 15.50

A Bíblia Viva Responde a questão: Digo-lhes isto, meus irmãos: um corpo terreno, feito de carne e sangue, não pode, entrar no reino de Deus. Estes nossos corpos mortais não são do tipo adequado para viver eternamente.

Ou seja, o texto não fala que um ser humano não pode ser arrebatado ao céu, mas que um corpo humano é inadequado pra existir eternamente.

Tanto que Paulo corrobora com essa possibilidade: Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. 2 Co 12.2

Agora, supor que eles estão em outros planetas do sistema solar, como fez EG White, é risível: “então fui levada a um mundo que tinha sete luas (Saturno). Ví alí o bom e velho enoque que tinha sido trasladado” (Primeiros Escritos, p.96-97 – edição 1967).

A questão seria como eles ainda sobrevivem lá? Que tipo de corpo tem, pois ainda não passaram pela ressurreição de I Co 15?

Bem, isso é um mistério de Deus – Dt 29.29 – que logo será revelado.

Pr. João Flávio Martinez
Fonte: CACP