A Urgência de Um Avivamento Genuíno
31 de Março de 2013
TEXTO ÁUREO
Ouvi, SENHOR, a tua
palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos
faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.
Habacuque 3:2
VERDADE APLICADA
Avivamento não é desprezo pelo conhecimento e nem alienação social, por isso precisamos crescer em graça e conhecimento das Escrituras.
INTRODUÇÃO
O nosso tema em apreço não
visa atacar ninguém. É nosso propósito definir, demonstrar como se expressa o
avivamento e alguns cuidados principais que se devem ter com ele. Esse cuidado
é para todos aqueles que estão envolvidos nesse fenômeno religioso quanto aos
excessos que se deve evitar. Aproveitemos esse momento, pois o assunto é muito
interessante em si.
1. BASES DE UM AVIVAMENTO
GENUÍNO
Antes de falar das
características gerais de um avivamento, vejamos o que ele é. Avivamento é o
ato ou efeito de avivar, trazer vida, produzir ânimo. Quer dizer, buscar e
receber vida espiritual em Deus; ter o ânimo renovado por meio da ação do
Espírito Santo e da busca pessoal. Seja buscando ou recebendo o avivamento
consiste numa concentração especial da presença de Deus (At 2.1-4).
1.1. As Escrituras
Sagradas
O avivamento espiritual
genuíno deve ter plena harmonia com as Escrituras, jamais ser contrário a elas.
Em verdade, o avivamento deve proceder sempre das promessas de Deus e da
meditação continuada da sua Palavra. Quando ele chega, há um apego maior à
leitura bíblica, à meditação, à prática e à sua divulgação. O Espírito Santo
sempre agirá em consonância com a sua Palavra, aliás, nesse momento em que há
uma concentração especial de sua presença, determinados aspectos da Escritura
ganham uma vida especial. Avivamento sem Bíblia é como um povo sem história,
sem lei e sem poesia, apenas um fenômeno religioso.
1.2. O agir do Espírito
Santo
Num ambiente de
avivamento, o Espírito Santo conduz as pessoas ao arrependimento de seus
pecados. Certas coisas consideradas socialmente banais são abandonadas, visando
manter uma comunhão profunda com Ele, mantendo uma vida de santificação
constante. A devoção se torna algo vivo evidenciado pelo fervor, pela oração,
pelos louvores, enfim tudo é cheio de vida naturalmente e não uma obrigação
tradicional e religiosa, pois ganharam um novo valor. Sua presença é tão real
que é quase tangível com as mãos, assim quebrantamentos são comuns. A
libertação de pessoas oprimidas, às vezes, acontecem muitas curas e milagres,
muitas reconciliações, mudanças sociais e a pregação ganha um novo valor (At
8.1-40).
1.3. Busca e organização
humanas
Um avivamento espiritual
não acontece por acaso, sempre será resultado de uma busca. Essa busca faz
parte da necessidade que se tem de ter vida espiritual renovada, dessa maneira
alguém começa uma busca intensa por Deus, como o salmista que disse, “como o
cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó
Deus (Sl 42.1). “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o
vosso coração” (Jr 29.13). Trata-se de uma busca com intensidade de coração e
de atitudes. Pois há coisas que imprescindivelmente precisam ser feitas pelo
crente e que estão reveladas: humilhar-se, orar, buscar intensamente,
converter-se dos maus caminhos. Aí, então, Deus se deixa achar (Dt 4.29; 2Cr
7.14; Jr 29.14). No aspecto coletivo, Paulo orienta que se tenha ordem no
sentido de organização, e decência, a fim de evitar alguma coisa que traga vergonha.
Para isso ele dedica todo o texto de I Coríntios 14.
2. EXPRESSÕES DE UM
VERDADEIRO AVIVAMENTO
Não raro temos concepções
erradas acerca de um avivamento verdadeiro, atribuímos nossos conceitos à luz
daquilo que ouvimos ou de nossa experiência e esquecemo-nos de que avivamento é
a vida plena de Jesus Cristo em nós demonstrada por meio de frutos e graça
Deus, como veremos a seguir.
2.1. Expressão de renovo
espiritual
Sabemos que tudo o que
possui grande valor sofre o plágio da alma humana. Certos cultos movimentados,
acompanhados de barulhos, certo emocionalismo e inteiração presente, etc.,
podem evidenciar um avivamento ou não. As evidências posteriores à reunião
confirmarão isso, por exemplo, se tal movimento é sucedido por sentimento de
vazio, falta de caráter transformado e ausência contínua de conversões, os
indícios são de irmãos animosos, mas não avivados. Por outro lado é claro que o
avivamento se expressa por meio de poder espiritual. Não podemos dizer que
estamos em avivamento, se não há presente em nossas vidas e reuniões o poder do
Espírito Santo conforme prometido (Lc 24.49). Esse poder é demonstrado através
de uma nova dinâmica espiritual, conforme vemos na igreja primitiva, ousadia na
pregação, unção e graça abundante, manifestação dos dons, curas e milagres, e conversão
de almas. Eis aí as diferenças demonstradas, cujo ponto fundamental são os
resultados, eles são prova de renovo espiritual verdadeiro.
2.2. Demonstração do fruto
do Espírito
No item acima, falamos de
modo sucinto da expressão de um avivamento num ambiente coletivo, mas agora
trataremos de forma mais pessoal, posto que a igreja é formada por indivíduos
que se agregam. Um avivamento do Espírito Santo é demonstrado por uma
transformação de caráter. Todos aqueles que experimentaram ter um encontro genuíno
com Deus foram transformados, Jacó, quando lutou com o anjo, disse, “tenho
visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (Gn 32.30); Isaías quando
viu Deus assentado num alto e sublime trono, disse: “ai de mim, que vou
perecendo!... Meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos” (Is 6.5); dali em
diante Isaías deixou de falar o que não devia. Reuniões de avivamento onde se
há muito barulho, línguas estranhas, mas quando acabam há discórdias, brigas,
xingamentos e falta ânimo para evangelizar, é um contrassenso, depõe contra o
verdadeiro avivamento e o próprio cristianismo.
2.3. Testemunho com graça
renovada
A igreja que passa por um
avivamento se torna muito ativa na pregação, no evangelismo, no discipulado e
missões. Todos com um amor renovado querem contribuir não apenas
financeiramente, mas querem participar da multiplicação dos fiéis. Lembremos
que a igreja de Jerusalém tinha graça para com a sociedade (At 2.42-47), não
antipatia, o mesmo exemplo deve ser seguido por nós.
3. CUIDADOS PRINCIPAIS
QUANTO O AVIVAMENTO
O avivamento deve ser
preservado, mas o excesso de zelo pode acabar por extinguir o agir do Espírito,
quer dizer, ter um efeito contrário. Por exemplo, alguns líderes tem tanto medo
de que as manifestações não sejam do Espírito de Deus que acabam por
extingui-lo. Outros ficam tão preocupados em perder as rédeas do culto, por
causa das manifestações espirituais que desestimulam os irmãos e entristecem o
Espírito Santo. Devemos ter cuidados sim é o que abordamos aqui, mas,
sobretudo, este é um trabalho de fé, Aquele que começou o avivamento com o
passar dos dias o aperfeiçoará.
3.1. Ênfase exagerada ao
Espírito Santo
Devemos cuidar para que
não seja por nossas atitudes ou conceitos doutrinários errôneos que venhamos
dar ênfase exagerada a pessoa do Espírito Santo. E isso se manifesta de muitas
maneiras, por exemplo, alguns dizem: “aqui o Espírito é superior a qualquer um,
Ele é maior que a Palavra e é Ele quem manda”. Isso não é verdade, a Palavra
foi inspirada por Ele, ela é o meio de julgarmos de onde procede uma
manifestação tida como espiritual, se dele, do espírito humano ou do maligno
infiltrado. Na verdade, todo avivamento traz consigo seus exageros que devem
ser administrados com sabedoria e temor a Deus. Há lugares que dão ênfase
exagerada à busca de visões, a revelações, nada fazem senão abrirem a Bíblia em
algum lugar. Sejamos sábios irmãos, mesmo que Deus tenha começado um
avivamento, quando se inicia essas coisas, elas são indícios da sua ausência
ativa. Deus não opera contra si mesmo, pois não é de confusão.
3.2. A falta de exposição
das Escrituras
Uma grande contradição em
um suposto avivamento é não haver exposição das Escrituras, seja ensinando,
pregando ou evangelizando numa reunião. Os hinos, corinhos, profecias,
revelações e demais participações devem fazer parte da liturgia do culto, tal
como era na igreja primitiva e tal como o movimento pentecostal procura
resgatar. Todavia não se pode prescindir a Palavra como se fosse um tempero a
menos naquela reunião. Devemos, com sabedoria, preparar com fervor e aproveitar
esses momentos para ministrar a Palavra. Lembremos que Pedro agiu assim na
primeira reunião “pentecostal” (At 2.14-36). Ele aproveitou o momento de modo
que a sua atitude se tornou um modelo para todos os avivamentos subsequentes.
Assim, cuidemos para que em cada reunião, tenhamos um verdadeiro aprendizado na
pregação da Palavra de Deus.
3.3. O fanatismo
Foi num ambiente de
“avivamento”, em Corinto, quando houve muitas meninices, arrogâncias, liberação
dos instintos carnais que Paulo teve que corrigir. Pois, em alguns momentos, a
situação era mais parecida com um pandemônio do que com um culto a
Deus. Os exageros não foram diferentes dos de nossos dias, todos falando em
línguas ao mesmo tempo, vários profetizando simultaneamente, disputas internas
que já não mais evidenciavam o amor, uma dependência contínua das emoções, o
que levou Paulo a escrever longamente sobre o assunto conforme podemos ver em 1
Coríntios 12 a .14.
CONCLUSÃO
Nós brasileiros temos a
fama evangélica de vivermos num continuo avivamento, que causa admiração nas
igrejas dos outros países. Há um número de igrejas que, a cada tempo, surge das
mais variadas denominações, curas e milagres, mas infelizmente não temos
profundidade escriturística. Somos acusados por alguns de termos a grandeza de
um oceano, mas a profundidade de uma piscina, posto que a Palavra tenha sido
muito prescindida
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários estão liberados, dessa forma o seu comentário será publicado direto no CLUBE DA TEOLOGIA.
Porém se ele for abusivo ou usar palavras de baixo calão será removido.