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quinta-feira, 24 de abril de 2025

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 4 / ANO 2- N° 5

  

João, o Discípulo do Amor e a Revelação do Filho de Deus

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO

1 João 2.7-14 

7- Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes. 
8- Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz alumia. 
9- Aquele que diz que está na luz e aborrece a seu irmão até agora está em trevas. 
10- Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. 
11- Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos. 
12- Filhinhos, escrevo-vos porque, pelo seu nome, vos são perdoados os pecados. 
13- Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai. 
14- Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.

TEXTO ÁUREO
E eu, João, via Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. 
Apocalipse 21.2

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Marcos 3.13-19 
O chamado de João
3ª feira - Marcos 5.21-23,35-37 
O privilégio de João
4ª feira - Lucas 9.28-36 
João no monte da Transfiguração 
5ª feira - João 21 
Jesus fala a Pedro sobre João
6ª feira - Atos 3.1-10 
João, o companheiro de oração
Sábado - Apocalipse 1.5-11 
João e a visão do Apocalipse

OBJETIVOS
    Ao término do estudo bíblico, O aluno deverá:
  • identificar as características biográficas de João, o apóstolo que se autodenominou “o discípulo amado”; 
  • reconhecer a importância dos escritos de João para a formação e edificação da Igreja; 
  • entender como joão enfatiza a divindade de Cristo e a universalidade da salvação em seus escritos. 
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
    João é uma figura especial no Novo Testamento, conhecido por sua proximidade com Jesus e por seu evangelho distintivo em relação aos sinóticos. A tradição da Igreja o reconhece como autor das três epístolas e do Apocalipse. Diferentemente de Mateus, Marcos e Lucas, João omite eventos como a genealogia de Jesus, Seu batismo, tentação, parábolas, e a Ceia do Senhor, mas foca a revelação de Jesus como o Filho de Deus, por intermédio de quem se alcança a vida eterna (Jo 20.30,31). 
    Esta lição explora seu relacionamento com Cristo, sua missão, seu papel na Igreja e seus escritos únicos. Recomenda-se que o tempo de cada tópico seja previamente definido, a fim de não comprometer a exposição de nenhum dos temas.
    Boa aula! 

COMENTÁRIO 

Palavra introdutória 
  João, um dos personagens mais queridos do Novo Testamento, é o autor do desafiador Livro de Apocalipse. Como testemunha ocular de muitos milagres de Jesus e presente em momentos cruciais de Seu ministério, inclusive na crucificação, João se destaca por sua fidelidade. Sua vida e testemunho fortalecem nossa fé no Todo-poderoso, aquele que é, e que era e que há de vir (Ap 1.8).

 1. DISCÍPULO DA INTIMIDADE DE CRISTO 
    João ocupa um lugar especial nos evangelhos, sendo alguém que experimentou uma proximidade singular com o Filho de Deus. Este filho de Zebedeu se destaca não apenas por sua presença constante nos momentos mais íntimos e reveladores da vida de Cristo, mas também por sua diligência, ao qual Jesus deu um propósito transformador. Além disso, João herdou o caráter devoto e firme de sua família, que também respondeu ao chamado de seguir o Messias. 

1.1. Identidade e legado de proximidade.
João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago (Mt 4.21; Mc 1.19; 3.17: Lc 5.10), é reconhecido nos evangelhos como o discípulo a quem Jesus amava (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7). Ele faz referência a si mesmo de forma indireta, mas sua proximidade com Cristo torna-se evidente em momentos-chave, como a Última Ceia (Lc 22.15-20) e os eventos após a Ressurreição (Jo 1.7).
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    A expressão “o discípulo a quem Jesus amava” é exclusiva do Evangelho de João. Essa autodefinição reflete a compreensão ímpar que o apóstolo tinha do amor de Cristo (1 Jo 4.19; Jo 3.16).
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1.2. Origens e caráter marcantes 
    O nome João, de origem semita, significa “Deus é gracioso”. Jesus deu a ele e a seu irmão Tiago o apelido de Boanerges, ou filhos do trovão (Mc 3.17), uma referência ao seu caráter zeloso e veemente (Mc 9.38; Lc 9.54). Como Pedro, João demonstrava impulsividade, mas essa energia era canalizada para o serviço no ministério. 

1.3. Herança familiar e valores de fé 
    A família de João vivia próxima ao mar da Galileia, e seu pai, Zebedeu, era pescador (Mt 4.20-22). A Tradição costuma apontar Salomé como a possível mãe do apóstolo — aquela que, juntamente com outras mulheres, visitou o sepulcro de Jesus para ungir Seu corpo (Mc 16.1, conf. Mt 27.96), revelando uma família que compartilhava do zelo pelo ministério do Messias (Mc 15.40; Mt 20.20).

1.4. Chamado e vocação transformadora 
    Antes de seguir Jesus, João era pescador, uma profissão comum e próspera na região da Galileia (Mc 1.19,20). O Messias escolheu trabalhadores simples para serem pescadores de homens (Lc 5.1-10), demonstrando simbolicamente que, assim como lançavam redes ao mar, eles trariam pessoas à vida eterna.

1.5. Últimos dias e testemunho permanente 
    Segundo a Tradição, João foi enviado para o exílio na ilha de Patmos por ordem de Domiciano, após sobreviver a uma tentativa de execução. Com a morte do imperador, ele regressou a Éfeso, onde permaneceu até o fim de sua vida, dedicando-se ao ministério durante o governo de Trajano (Ap 1.9). 
    Alguns historiadores asseguram que João fundou várias igrejas na Ásia e morreu 68 anos após a assunção de Jesus, com mais de 90 anos de idade. De acordo com a maioria dos estudiosos, ele foi o mais longevo dos apóstolos e, provavelmente, teria sido o único dos Doze a não sofrer martírio.
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    “O discípulo amado foi, talvez, o único apóstolo que não padeceu a morte nas mãos de um carrasco. No entanto, ele foi preso em Éfeso e conduzido a Roma por ordem de Domiciano, sendo lançado em uma caldeira de azeite fervente. Tendo sobrevivido, foi desterrado para a ilha de Patmos, como ele mesmo conta no princípio do Livro de Apocalipse (Ap 1.9).” (FILLION, Central Gospel, 2004, p. 837).
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 2. O APOSTOLO DO AMOR TRANSFORMADOR 
    João é um exemplo vívido de como o amor de Jesus pode transformar vidas. O discípulo que Jesus amava experimentou uma profunda mudança, deixando de ser um filho do trovão (Mc 3.17) para se tornar o apóstolo do amor em seus escritos, especialmente nas epístolas (1 Jo 4.7-12; 2 Jo 5,6; 3Jo 5,6). 

2.1. O discípulo que compreendeu o amor
    Durante a Última Ceia, Jesus surpreendeu os discípulos ao assumir o papel de servo, lavando os pés de cada um, inclusive os de João (Jo 13.1-20). Esse gesto de humildade e abnegação revelou um amor sacrificial, em que o próprio Senhor se colocou a serviço dos Seus. Profundamente tocado por esse ato, o apóstolo compreendeu a importância de colocar o próximo em primeiro lugar. 
   Mais tarde, em um momento de intensa proximidade, João reclinou-se sobre o peito de Jesus, buscando saber quem o trairia (Jo 13.23-25). Sem raiva ou amargura, o Mestre respondeu com serenidade, revelando que, mesmo diante da traição, o amor de Deus permanece incondicional. 
    Essas experiências fortaleceram sua compreensão de um amor que se sacrifica, prioriza O próximo e ensina a servir com humildade, refletindo a própria essência de Deus (Jo 15.12;1 Jo 4.19).

2.2. Chamado e entrega irrestrita 
    Desde seu chamado, João demonstrou entrega irrestrita (Mc 1.17,18). Ele integrou o círculo íntimo de Jesus, ao lado de Pedro e Tiago, presenciando momentos cruciais, como a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5.37), a Transfiguração (Mt 17.1,2) e a angústia no Getsêmani (Mc 14.32-34). Seu exemplo de lealdade, coragem e amor ficou marcado ao acompanhar o Salvador no Calvário e cuidar de Maria (Jo 19.26,27).

2.3. Parceria apostólica e liderança na Igreja primitiva 
    Após o Pentecostes, João tornou-se parceiro de Pedro em várias ações evangelísticas. Juntos, curaram o coxo na Porta Formosa (At 3.1-7); foram presos (At 4.1-13) e evangelizaram em Samaria (At 8.14-25). 
    Paulo refere-se a João como uma coluna da igreja de Jerusalém (Gl 2.9), destacando seu papel de liderança antes de transferir-se para Éfeso. Sua atuação fortaleceu, decisivamente, a fé de muitas comunidades cristãs (1 Jo 1.1-4; 2 Jo 1-6). 

2.4. Testemunho da Ressurreição e serviço duradouro em Éfeso 
    João correu ao túmulo vazio no dia da Ressurreição (Jo 20.2-4) e reconheceu Jesus após a pesca miraculosa, declarando: É o Senhor (Jo 21.7). 
    Segundo a Tradição, ele ministrou em Éfeso até o final da vida e escreveu suas epístolas aos cristãos da Ásia Menor, fortalecendo a fé das igrejas entre 80-100 d.C.

 3. O ESCRITOR INSPIRADO 
    Para compreender a vida e o ministério de João, é essencial analisar seus escritos, que dão testemunho de seu relacionamento com Cristo (1 Jo 4.19). Apesar das discussões acadêmicas acerca da autoria dos cinco livros atribuídos ao discípulo amado (o evangelho, três epístolas e o Apocalipse), fontes históricas e a tradição dos pais da Igreja confirmam seu papel autoral na literatura joanina.

3.1. O evangelho: testemunho da divindade de Cristo 
    O Evangelho de João se destaca por sua singularidade, tendo como propósito revelar a divindade de Jesus. O livro: 
  • apresenta-o como o Verbo eterno, que se fez carne (Jo 1.1,14), conceito central para fundamentar a Encarnação;
  • inclui explicações detalhadas dos milagres realizados pelo Nazareno — descritos como sinais que atestam Seu poder sobre a Criação (Jo 2.1-11; 11.38-44);
  • registra as declarações “Eu sou” (Jo 6.35; 8.12; 10.9,11; 11.25; 14.6; 15.1), reafirmando a identidade divina de Cristo e estabelecendo uma conexão direta com o nome revelado a Moisés (Jo 8.58; conf. Ex 3.14);
  • oferece testemunhos, como os de João Batista (Jo 1.32-34) e Tomé (Jo 20.28), que confirmam sua crença na divindade de Jesus e Seu papel messiânico.
3.2. As epístolas: reflexões sobre luz, amor e verdade 
    As epístolas de João exploram temas teológicos essenciais e incentivam uma prática cristã autêntica, promovendo uma união harmoniosa entre fé e ação. 
  • a primeira epístola, mais extensa e de tom exortativo, exalta a luz e o amor como expressões da presença de Deus (1 Jo 1.5; 4.7,8); 
  • a segunda epístola, endereçada a uma senhora eleita e seus filhos — podendo indicar uma igreja e seus membros —, alerta sobre o perigo das falsas doutrinas e enfatiza a importância do amor e da fidelidade aos ensinos de Cristo (2 Jo 6-10);
  • a terceira epístola, dirigida a Gaio, ressalta a importância da verdade e menciona questões de liderança e convivência cristã, citando Diótrefes, que se opunha ao apóstolo, e Demétrio, exemplo de bom testemunho (3 Jo 8-12). 
3.3. O Apocalipse: esperança e vitória do Cordeiro 
    O Apocalipse, cujo título significa “revelação”, apresenta uma visão profética de promessa e triunfo. Embora de estilo distinto dos demais livros do Novo Testamento, a teologia do Apocalipse confirma a soberania de Deus sobre a História e a certeza da destruição do mal.
    A mensagem central é a vitória final de Cristo, o Cordeiro que reinará eternamente, reforçando a segurança da Igreja em Seu retorno glorioso (Ap 19.7; 21.9; 11.15). João, ao descrever essas visões, incentiva a fé dos santos na promessa de redenção e no juízo final que libertará o povo de Deus.

 4. LIÇÕES DA VIDA DE JOÃO PARA A JORNADA DE FÉ 

4.1. Seguindo o caminho do amor: a chave para a verdadeira comunhão 
    João, conhecido como o apóstolo do amor, nos ensina que o relacionamento com Deus e com os irmãos deve ser construído em afeição genuína, expressando o cuidado que Cristo demonstrou pela humanidade. Em suas epístolas, ele reforça que Deus é a própria essência do amor (1 Jo 4.8), e que nossa comunhão com Ele se completa quando o cuidado com o próximo se torna uma prática constante e comprometida. Esse vínculo não é abstrato, mas uma força transformadora que nos desafia a buscar reconciliação, a perdoar e a cuidar uns dos outros. A jornada de fé, segundo João, implica viver essa verdade em cada aspecto da vida, como parte de um chamado contínuo a refletir o caráter divino.

4.2. Perseverança na verdade: o compromisso com a fé autêntica 
    Outra lição crucial dos escritos de João para a vida cristã é a importância da integridade e da perseverança. Em tempos de incerteza e falsos ensinamentos, o apóstolo exorta os crentes a permanecerem firmes na doutrina recebida, enfatizando que o ensinamento de Cristo é imutável e indispensável na jornada rumo ao lar celestial (2 Jo 9). João mostra que seguir Jesus exige um compromisso inabalável com esses princípios, rejeitando-se qualquer desvio que possa afastar o crente de uma fé autêntica. A caminhada espiritual, portanto, é marcada pela constância e pela lealdade ao evangelho, o que requer discernimento, força e dedicação. 

CONCLUSÃO
    O chamado de João para se tornar um pescador de homens e sua longa trajetória até a velhice em Éfeso ilustram o impacto profundo e duradouro de seu discipulado em Cristo. De jovem impetuoso e enérgico, ele transformou-se em um dos mais firmes defensores da fé, deixando um legado que ecoa até hoje como simbolo de intimidade, serviço e devoção inabaláveis.
    Como João, somos desafiados por Cristo a deixar nossas redes e andar no caminho do discipulado efetivo e frutífero. Além disso, precisamos aprender com o Mestre os Seus ensinamentos. No entanto, mais que aprendê-los, precisamos praticá-los e reparti-los, para a glória de Deus e edificação de Seu povo.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quantos livros foram escritos pelo apóstolo João? 
R.: Cinco: o quarto evangelho, três epístolas e Apocalipse.

Fonte: Revista Central Gospel

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