Lendo as páginas dos evangelhos, você já deve ter notado que muitas vezes Jesus foi aclamado publicamente como o “filho de Davi”. Foi assim que a mulher cananéia o chamou (Mt 15.22), enquanto suplicava por um milagre para sua filha; foi assim que o cego Bartimou o chamou (Mc 10.47), quando suplicava cura para seus olhos cegos; foi assim que a multidão o aclamou em Jerusalém, quando por ocasião de sua entrada montado sobre um jumentinho (Mt 21.9). Mas o que significa esta expressão e por que ela era tão comum na boca daqueles que queriam exaltar Jesus? Vamos meditar um pouco.
O rei prometido
Os judeus tinham conhecimento tanto da benção de Jacó sobre seus filhos, como das promessas do próprio Deus de levantar um reino eterno da descendência de Davi. Antes de morrer, Jacó tinha abençoado seu filho Judá, da seguinte forma: “O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertencem, e a ele as nações obedecerão” (Gn 49.10).
Esta é certamente uma das mais belas predições na Bíblia sagrada sobre o governo do Messias, que viria da tribo de Judá. E a Davi, que era da tribo de Judá, Deus mesmo havia prometido: “a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre” (2Sm 7.16).
O profeta Miquéias, ungido pelo Espírito de Deus, prenuncia o lugar de nascimento deste rei, descendente de Davi e da tribo de Judá: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2). Belém era a cidade de Davi (Lc 2.4,11), e foi justamente lá onde Jesus nasceu!
A expectativa da chegada do rei
Nos dias de Jesus era muito grande a expectativa do povo judeu pelo surgimento do Messias prometido (Lc 2.25,35).
Tanto os magos do oriente quanto os próprios líderes religiosos de Israel sabiam que esta profecia de Miqueias apontava para o Messias (em hebraico) ou Cristo (em grego), e até mesmo o rei Herodes ficou sabendo disto (Mt 2.1-6). Herodes, idumeu descendente dos edomitas, não era rei legítimo, mas Jesus o seria!
Jesus de fato tinha o sangue de Abraão, Isaque, Jacó, Judá e Davi correndo em suas veias! Na genealogia de Jesus está comprovada sua legítima posição como filho de Davi (Mt 1.1), embora isso não signifique, claro, que Davi fosse o pai imediato de Jesus (até porque Davi viveu uns mil anos antes de Jesus), mas que fosse seu predecessor.
Jesus, o legítimo Filho de Davi
“Filho de Davi”, portanto, era uma exclamação de alguém que reconhecia a ascendência de Jesus e a esperança de que ele fosse o Messias, como de fato ele era!(Jo 4.26). Era tratar Jesus como descendente de Davi e legítimo herdeiro do trono de Israel. Era reconhece-lo como o Senhor, assim como o próprio Davi o reconhecia: “O SENHOR [Yavé, o Pai] disse ao meu Senhor [Adonai, o Cristo]: ‘Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés’” (Sl 110.1) – um salmo profético que apontava para Jesus, como o Messias exaltado por Deus acima de todos os seus inimigos (Fp 2.9-11).
Sim, Jesus é ao mesmo tempo “leão da tribo de Judá” (Ap 5.5), como também “filho de Davi” (Rm 1.3; 2Tm 2.8). Portanto, ele é o grande Rei, aquele que, como dizia Jacó, recebeu o cetro e o bastão de comando sobre todas as nações! O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.15,16).
Tiago Rosas
Publicado em Gospel Prime
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