A Responsabilidade é Pessoal
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Ezequiel 18.20-27
20- A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
21- Mas, se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá.
22- De todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou, viverá.
23- Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor Jeová; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva?
24- Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá.
25- Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?
26- Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá.
27- Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e pratican- do o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.
TEXTO ÁUREO
Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. Ezequiel 18.4
SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Genesis 2.15-17
Deus criou o homem e o dotou de responsabilidade
3ª feira - Ezequiel 33.2-6
A responsabilidade pessoal do atalaia
4ª feira - Deuteronômio 24.16
A responsabilidade pessoal de pais e filhos
5ª feira - Jeremias 31.29,30
A responsabilidade pessoal pela prática do pecado
6ª feira - Gálatas 6.7
A responsabilidade pessoal pela semeadura
Sábado - Romanos 14.10-12
A responsabilidade pessoal diante de Deus
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de
Compreender os efeitos de suas decisões diante de Deus:
Entender que fomos criados pelo Senhor como seres dotados de responsabilidade individual:
Avaliar, à luz das Escrituras, se suas atitudes estão corretas
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado companheiro ministerial, estudaremos neste domingo um tema desafiador, a saber: a responsabilidade pessoal.
O capítulo 18 do livro de Ezequiel trata de refutar a equivocada ideia judaica, de que os filhos padeciam dores como consequência dos pecados de seus pais. O profeta faz-nos saber que tal conceito se tratava, em última análise, de uma desculpa ilógica, que tinha por finalidade escapar da responsabilidade pessoal, colocando em dúvida a justiça divina.
Apresente nas Escrituras o princípio da responsabilidade pessoal criado por Deus, com a finalidade de relacionar-se com o homem.
Promova um período de reflexão com a classe e, depois, ensine que Deus é amoroso e gracioso com todos aqueles que se arrependem.
Tenha uma aula abençoada.
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Ao criar o primeiro exemplar da raça humana, Deus dotou-o de livre agência e responsabilidade por suas escolhas e decisões. Adão e Eva receberam do Todo-Poderoso a orientação de lavrar e guardar o jardim do Eden (Gn 2.15); ademais, eles deveriam ouvir e obedecer às Suas ordens (Gn 2.16,17). Lamentavelmente, o primeiro casal não permaneceu em estado de perfeita inocência; ao contrário, desobedeceu e caiu em transgressão. A partir de então, homem e mulher teriam de responder por seus atos (Gn 3).
1. O QUE É RESPONSABILIDADE PESSOAL?
(...) Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? (Ez 18.2b): este provérbio era usa- do pelos israelitas que estavam na cidade de Jerusalém (Jr 31.29,30) e pelos que estavam no exilio babilônico (Ez 18). A sentença correspondia a uma ideia judaica equivocada, de que os sofrimentos da presente geração seriam consequência dos pecados praticados por gerações anteriores.
Por meio desse adágio popular, os israelitas desvalorizavam a Palavra de Deus enviada pelos profetas Jeremias e Ezequiel e simplesmente anulavam - como se possível fosse - a necessidade de arrependimento pessoal. Da mesma forma, isentavam individualmente aqueles que praticavam o pecado, uma vez que os responsáveis seriam seus ancestrais.
Mas, Deus, por intermédio de Seus mensageiros, desfez a falácia desse dito, revelando seus equívocos. Cada um é responsável por seu comportamento, escolhas e decisões. A geração que estava na Babilônia, sob intenso sofrimento e privações, tinha responsabilidade pela condição em que se encontrava.
1.1. Conceituando responsabilidade e decisão
A responsabilidade (It. responsabilitas = estar em condições de responder pelos atos praticados, de justificar as razões das próprias ações) está relacionada ao conhecimento das implicações e consequências de cada escolha, visando à determinação das melhores decisões a serem tomadas diante de uma situação específica.
A decisão (It. decisio; do verbo de coedere = cortar uma parte de uma coisa, resolver e decidir) precisa estar fundamentada na consciência da responsabilidade individual e na certeza de que será preciso prestar contas de cada escolha feita a uma autoridade.
1.2. A transferência de responsabilidade nas Escrituras
Ao pecar no Eden, Adão e Eva iniciaram um processo de esquiva-transferência de responsabilidades. Ambos estavam conscientes dos perigos da desobediência; esta, certamente, levá-los-ia à morte (Gn 2.17). Em vez de assumirem a responsabilidade de seus atos, eles passaram a transferi-la para outrem: Adão culpou Deus e a mulher; e esta, a serpente (Gn 3.11-13). Daquele fatídico dia em diante, todo ser humano viria ao mundo comprometido com a semente do mal, estando propenso à transferência de responsabilidades.
As Escrituras Sagradas apresentam outros casos de transferência de responsabilidade: Sarai culpou o marido, Abrão, pela gravidez e as humilhações que sofria de Agar (Gn 16.1-6). Arão, ao ser confrontado por Moisés, culpou o povo pela fabricação do bezerro de ouro (Ex 32). O primeiro rei de Israel, Saul, transferiu para os israelitas a sua desobediência ao mandato de Deus acerca dos amalequitas (1 Sm 15.24). O juiz romano, Poncio Pilatos, consciente da inocência do justo Jesus, lavou suas mãos diante da multidão (Mt 27.15-26; At 4.27). Os israelitas da época do cativeiro, junto ao rio Que- bar, transferiram sua culpa para as gerações dos seus pais por meio do provérbio (Ez 18.3).
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(...) Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? (Ez 18.3): Deus proibiu o uso deste provérbio entre os israelitas e afirmou que a responsabilidade é pessoal e intransferível (Ez 18.4).
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1.3. A responsabilidade pessoal nos grupos familiares
O conceito de responsabilidade pessoal deve operar tanto no espaço privado quanto no espaço público - ressalte-se que a vida nos espaços públicos é norteada por determinados princípios de conduta.
No espaço familiar - privado, - cada indivíduo tem suas responsabilidades. De acordo com as Escrituras, o pai deve conhecer a Palavra de Deus (Dt 6.4-6) e ensiná-la no lar de maneira perseverante. Agindo assim, ele cumprirá sua função diante do Senhor e demonstrará cuidado e amor por sua família (Dt 6.7-9; 11.18-21). Os filhos, em contrapartida, são responsáveis por dar-lhes honra (Ex 20.12). Na Lei, os filhos estavam proibidos de agredi-los, feri-los ou amaldiçoá-los (Éx 21.15.17); entretanto, estariam desobrigados de seguir o exemplo negativo de seus antepassados (Ez 18.14).
1.4. A responsabilidade do ímpio e do justo
A perversidade e a culpa recairão sobre aqueles que vivem em impiedade (hb. risah = culpa, perversidade, maldade e injustiça) e na prática contumaz do pecado (Ez 18.20). Entretanto, até a pessoa que vive nessas condições pode converter-se dos seus maus caminhos e guardar - em obediência os estatutos divinos. Assim, ela não morrerá; suas transgressões serão apagadas; e a dádiva da vida lhe estará garantida (Ez 18.21,27,28).
Em contraposição ao ensino que diz: "uma vez salvo, salvo para sempre", o justo é alertado sobre o perigo da queda, que pode ocorrer em três estágios: (a) pelo desvio da justiça: (b) pelo cometimento de iniquidades; e (c) pela replicação das abominações dos ímpios. O texto de Ezequiel diz a respeito daquele que se desvia dos caminhos do Senhor: De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória, na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá (Ez 18,24,26).
2. O CONVITE PARA A CONVERSÃO
Por intermédio de Ezequiel, o Senhor revela traços do Seu caráter e propósito, ao oferecer amor, compaixão. perdão e transformação a todos (Ez. 18.30-32).
2.1. Deus, o remetente
As Escrituras manifestam o grande amor de Deus para com a humanidade (Jo 3.16). Aos escravizados pelo pecado, o Deus de toda graça (1 Pe 5.10) oferece oportunidade de conversão (Ez 18.23): em lugar da morte, oferece vida; em lugar da escravidão, libertação. É a esperança vencendo a desesperança.
É do agrado do Eterno que o transgressor abandone sua vida de pecado, liberte-se da condenação da morte e descanse em seus braços de amor (Ez 18.32; 33.11). Deus continua exercendo sua longanimidade para com todos os homens, no sentido de que todos venham ao arrependimento (1 Tm 2.3-5; 1 Pe 3.9).
2.2. Homem, o destinatário
O convite de Deus ao homem segue alguns passos (Ez 18.30,31):
Primeiro passo: prontidão em aceitar o convite ("vinde") do Senhor mensagem que Isaías proclamou ao sedento (Is 55.1; Jo 7.37) e Jesus, o Salvador, oferece a todos os cansados e sobrecarregados (Mt 11.28);
Segundo passo: conversão (Ez 18.30b) - a palavra hebraica para conversão é shub, que significa "dar meia volta, tomar ou virar para uma direção diametralmente oposta, dando as costas para as práticas pecaminosas e abandonando o pecado e os seus vícios para seguir e viver as verdades de Cristo";
Terceiro passo: desejar a nova vida que somente o Criador pode proporcionar - sobre isso, assim expressou-se o profeta Ezequiel: e criai em vós um coração novo, e um espírito novo (Ez 18.31b).
A conversão ao Senhor cria uma via de mão dupla no relacionamento com o Criador e coloca o ser humano em harmonia com a vida de exaltação, honra, serviço, devoção e amor ao Altíssimo.
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O Senhor tem prazer na conversão daqueles que se encontram distantes do Seu amor e generosidade. A conversão garante ao convertido vitória sobre a morte e uma vida com propósitos elevados: de exaltação ao nome do Altíssimo e serviço amoroso e devotado ao Seu Reino (Ez 18.32).
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3. A RESPONSABILIDADE DOS MINISTROS DO SENHOR
É importante ressaltar que o Senhor da Seara chama homens e mulheres responsáveis para anunciar a Sua Palavra e cuidar das Suas amadas ovelhas.
3.1. A responsabilidade de anunciar a palavra de Deus
Em épocas antigas, os atalaias tinham como obrigação manterem-se alertas e vigilantes em uma torre alta nas cidades, para preverem possíveis ataques inimigos e anunciá-los ao seu povo (Ez 33.1-6). Por meio dessa metáfora profética, Deus ensina ao seu povo sobre a real função do Seu atalaia: estar em uma torre de vigia; prever a presença do adversário e anunciar a Sua mensagem ao mundo (jo 3.16). Ezequiel foi constituído por Deus para esta honrosa função e deveria ouvir com cuidado as palavras que o Senhor desejava falar e, com ousadia de dotas palavras clamar as verdades divinas, som acovardar-se diante de circunstâncias das ameaças dos homens (Ez 33.7). Ele deveria - proclamar de maneira convincente - o poder transformador da palavra de Deus (Ez 33,8,9,14-16). Ao justo, ele deveria anunciar a necessidade da perseverança na fé, revelando ao seu povo a vontade do Eterno e a possibilidade de mudanças profundas na vida do pecador (Ez 33.13; Hb 2.1; Ez 33.12,20).
Como proclamador da palavra de Deus, o salvo em Cristo não pode calar-se ou omitir-se. Ele deve apresentar a salvação do Senhor a todos os homens (Lc 24.44-48).
3.2. A responsabilidade de pastorear as ovelhas do Senhor
No Antigo Testamento, o termo pastor correspondia aos reis de Israel (2 Sm 5.2; SI 78.70-72) e a vários líderes (2 Sm 7.7; Is 44.28; Jr 23.1-4). No Novo Testamento, corresponde a um ministério espiritual que tem por modelo o Bom Pastor, Jesus Cristo (Jo 10.11,14; Ef 4.11; At 20.28,29; 1 Pe 5.1-4).
Em Ezequiel, Deus, o dono do rebanho, apresenta as ações equivocadas de um pastor, tais como: (a) apascentar a si mesmo (Ez 34.2); (b) tirar proveito das ovelhas (Ez 34.3); (c) faltar com zelo (Ez 34.4); (d) agir de modo opressor (Ez 34.4); (e) faltar com os cuidados, promovendo a dispersão das ovelhas (Ez 34.5,6); e (f) promover sofrimento ao rebanho (Ez 34.8).
Mas, também por meio do profeta Ezequiel, Deus ensinou aos pastores a cuidarem das ovelhas que lhes foram confia- das. Eles (a) deveriam buscá-las (Ez 34.11,12); (b) congregá-las (Ez 34.13); (c) alimentá-las e apascentá-las (Ez 34.13,14); (d) proporcionar repouso (Ez 34.14,15), cura, fortalecimento (Ez 34.16) e livramento dos perigos (Ez 34.22); (f) usar de e justiça (Ez 34.16,17, 20).
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que a vida do homem não segue pelas vias do determinismo ou do fatalismo. Quando criou o ser humano, Deus o fez livre para tomar decisões conforme o seu livre-arbítrio; ao mesmo tempo, Ele o fez responsável por suas escolhas e decisões (GI 6.7).
Somos responsáveis, diante de Deus e da sociedade, por nossas atitudes diante da vida - é a lei da semeadura (Gl 6.8,9).
Gerações podem escrever uma nova história e não ficar presas a um passado de pecado. Mas, para que isso ocorra, é necessário arrependimento, obediência e fé.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. De acordo com esta lição, a que está relacionada a responsabilidade pessoal?
R.: A responsabilidade pessoal está relacionada ao conhecimento das implicações consequências de cada escolha.
Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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