Como Viveremos na Babilônia
14 de julho de 2024
TEXTO PRINCIPAL
”Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao SENHOR, porque,
na sua paz, vós tereis paz.” (Jr 29.7)
RESUMO DA LIÇÃO
O crente fiel pode habitar na Babilônia, mas a cultura da Babilônia não pode ter domínio sobre ele.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Rm 12.2 Não vos conformeis com este mundo
TERÇA – Gn 11,1-9 A origem da Babilônia
OUARTA – 2Tm 1.12 Sabemos em quem temos crido
QUINTA – Jo 14.6 Jesus, a verdade absoluta
SEXTA – Jr 29.5-7 Conselhos para a vida no exílio
SABADO – Ez 33.10 Como viveremos?
OBJETIVOS
APRESENTAR a chegada dos jovens hebreus na Babilônia;
CONHECER as características da imponente cidade:
IDENTIFICAR a cultura e o espírito da Babilônia
COMPREENDER como viver e testemunhar na Babilônia.
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na primeira lição tivemos um panorama geral do livro de Daniel e a sua relevância para os dias em que vivemos. Nesta segunda lição, temos a oportunidade de nos aprofundar na imponente cidade da Babilônia, explorando suas características culturais e simbologia bíblica. Juntos, analisaremos como a experiência dos jovens hebreus, liderados por Daniel, oferece uma luz orientadora para os desafios que enfrentamos em nossa sociedade em constante transformação, dentro da qual devemos habitar e testemunhar
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), nesta lição será fundamental fazer uma pesquisa prévia para conhecer o contexto histórico e cultural da Babilônia. Isso será importante para os alunos serem ‘transportados’ para o contexto em que Daniel e seus amigos viveram. Colha informações sobre a cultura, a educação e a religião babilônica. Em sala de aula, mostre representações da antiga cidade, em forma de figuras e imagens aos seus alunos.
Características da Cidade:
Localização Geográfica: Babilônia estava localizada na Mesopotâmia, às margens dos rios Eufrates e Tigre. Sua localização estratégica a tornava um importante centro de comércio e transporte.
Impressionante Arquitetura: A cidade era conhecida por sua arquitetura impressionante, incluindo o famoso “Portão de lshtar” e os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
Muralhas Massivas: Babilônia era cercada por muralhas maciças e fortificações que a protegiam de invasões e ataques.
Comércio: A Localização estratégica da cidade a tornava um importante centro de comércio na região, facilitando o intercâmbio de mercadorias entre o Oriente e o Ocidente.
Politeísmo: A religião na Babilônia era politeísta, com vários deuses e deusas adorados. O deus Marduque (ou BEL) era considerado o deus principal da cidade e do império.
Templos: A cidade possuía impressionantes templos dedicados aos deuses, como o Templo de Marduque (o Esagila), que era um dos maiores templos da antiguidade.
TEXTO BÍBLICO
Daniel 1.1-3
1 No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de babilônia, a Jerusalém, e a sitiou,
2 E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.
3 E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres.
INTRODUÇÃO
Ao chegarem a Babilônia, os jovens hebreus se depararam com um mundo novo e uma cultura completamente distinta de sua terra natal, A civilização babilônica, desenvolvida na região da Mesopotâmia, destacava-se em diversas áreas, ficando famosa por ter estabelecido a primeira legislação escrita, conhecida como “Código de Hamurabi”. No entanto, era dominada pelo paganismo e pela imoralidade, por isso é um símbolo bíblico de um sistema reprovável diante de Deus. Dentro desse ambiente, repleto de desafios culturais e morais, como Daniel e seus amigos deveriam viver? A presente lição nos permitirá compreender que a maneira como eles encaravam a cidade, mantendo-se fiéis aos princípios que aprenderam em Judá, desempenhou um papel fundamental na construção de um testemunho sólido ao longo de sua jornada no exílio.
I – A CHEGADA DE DANIEL E SEUS AMIGOS NA BABILÔNIA
1- Deportados para uma terra estranha.
Os judeus foram deportados para o exílio babilônio em três levas (605, 597 e 586 a.C). No primeiro grupo estavam alguns israelitas de origem nobre. Usando uma estratégia comum na antiguidade, o objetivo de Nabucodonosor era treiná-los para ocuparem posições importantes e servirem ao reino dos conquistadores. Dentre os requisitos, esses rapazes deveriam ser “sem nenhum defeito, de boa aparência, sábios, instruídos, versados no conhecimento e que fossem competentes para servirem no palácio real” (Dn 1.4). Em outras palavras, eles haviam de ser fisicamente saudáveis, esteticamente bonitos e intelectualmente inteligentes, e também dotados de cultura geral e de sabedoria prática para a vida no palácio. Que lista de qualidades!
2- Jovem Daniel e seus companheiros.
Daniel fazia parte desse grupo, juntamente com Hananias, Misael e Azarias. Daniel descendia de uma família da aristocracia, talvez até mesmo pertencesse à linhagem real de Judá. Nessa época, tinha provavelmente entre quatorze e dezoito anos de idade. Você pode imaginar o que se passava na cabeça desses jovens? Eles estavam cheios de virtudes e sonhos, com grandes expectativas sobre o futuro em Jerusalém, e agora foram arrancados abruptamente da comodidade do lar. De uma hora para outra suas vidas mudaram de percurso. Ainda que fossem piedosos e tementes a Deus, tiveram de enfrentar o sofrimento e a vergonha de serem levados como escravos de um rei ambicioso e cruel. A terra natal havia sido devastada, os muros derrubados, o Templo destruído, amigos e familiares assassinados por ocasião da invasão (2 Cr 36.6-20; Lm 5). Todavia, não deixaram se abater pelas circunstâncias da sua vida, pois sabiam que tudo decorria da benevolência de Deus.
3- O sofrimento do justo.
A história de Daniel e seus amigos nos faz recordar que os justos podem passar por provações. O sofrimento é uma parte comum da experiência humana e não poupa aqueles que temem ao Senhor (Ec 9.2), No Novo Testamento, Paulo e Tiago expressam essa verdade (Rm 5.3,4: Tg 12,3). Foi com fundamento nesse tipo de entendimento que Daniel e seus amigos não ousaram reclamar de Deus. Não buscaram vingança ou retaliação, mas procuraram ser canal de bênção onde se encontravam. Embora novos, tinham a mente madura o suficiente para não adotarem uma postura de amargura e vitimísmo.
SUBSÍDIO 1
“A cultura da Babilônia, como a nossa, era opressivamente orientada a imagens. A estética dominante da cultura babilônica foi vista na construção de uma espetacular estátua de ouro que Nabucodonosor fez de si mesmo. imagens esculpidas em ouro, prata, bronze, ferro, madeira, pedra e pinturas brilhantemente coloridas poderiam ser achadas em todo canto e recanto, orientando e governando a vida do grande império. Também como a nossa, a cultura deles encontrava consolo no misticismo, com videntes, mágicos, astrólogos, conjuradores e toda sorte de adivinhadores. Contudo, tal “sabedoria” não pôde evitar que Nabucodonosor ficasse louco e pastasse como um boi (Daniel 4,28-33). A cultura da Babilônia acentuava a beleza, a excedência, a inovação, a vaidade e a intemperança. Facilmente poderia ter seduzido um jovem religioso que caísse em seu regaço de luxúria. Contudo, Daniel criou uma contracultura consistente, que transcendeu a opulência babilônica.” (PALMER, Michael (ed.) Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro CPAD, 2001, p.404)
II- A IMPONENTE BABILÔNIA
1- A capital imponente.
Babilônia, localizada às margens do rio Eufrates, era uma cidade-estado rica e servia como um importante centro comercial entre o Oriente e o Ocidente. Os jovens possivelmente ficaram admirados com a sua grandiosidade, a maior da época, distante cerca de 1500 quilômetros de Jerusalém. Era uma metrópole impressionante, conhecida por sua suntuosa arquitetura. A cidade era cercada por uma forte e extensa muralha com milhares de torres. A sua cultura, como a atual, era orientada a imagens e a estética. A cidade se fazia conhecer por seus luxuosos palácios reais e obras de arte, pátios e jardins, dentre os quais os jardins suspensos, assim reconhecidos como uma das sete maravilhas do Mundo Antigo. Era fácil alguém ser seduzido por seu luxo e opulência, como ocorre com a mídia hodierna.
2- A ostentação da cidade.
Toda a exuberância das obras arquitetônicas era uma forma de representar o poder do império, Nabucodonosor queria ostentar sua força e riqueza por meio de coisas materiais e de suas realizações, relembrando a fundação original da cidade (Gn 11.1-9). Os descendentes de Noé pretendiam construir uma cidade com uma torre tão alta que alcançaria o céu, usando tijolos e betume, uma espécie de piche. Além de não terem consultado ao Senhor, o propósito era a fama e a falsa sensação de segurança sem Deus. Os homens usaram toda inteligência que possuíam e a engenharia da época para construir um edifício simplesmente para a sua própria glória. Deus, porém, não se agradou do empreendimento e, por isso, confundiu as línguas e os espalhou pela terra, dando à cidade o nome de Babel.
3- Uma cultura pagã.
Os babilônios atribuíam grande importância a sua religião. Acreditavam que os deuses governavam todos os aspectos da vida, desde os assuntos cotidianos até os eventos cósmicos. Marduque, o seu principal deus, era considerado o patrono da Babilônia. Uma das principais portas da cidade era dedicada a lshtar, a deusa da fertilidade, do amor e da guerra, Havia um templo dedicado ao seu culto. A Bíblia apresenta Babilônia por meio de suas características de idolatria e prostituição espiritual. (Na 3.4 Is 23.15, Jr 2.20). A atmosfera da cidade era impregnada pelo paganismo e politeísmo.
SUBSÍDIO 2
A cultura da Babilônia, como a nossa, era opressivamente orientada a imagens. A estética dominante da cultura babilônica foi vista na construção de uma espetacular estátua de ouro que Nabucodonosor fez de si mesmo, imagens esculpidas em ouro, prata, bronze, ferro, madeira, pedra e pinturas brilhantemente coloridas poderiam ser achadas em todo canto e recanto, orientando e governando a vida do grande império. Também como a nossa, a cultura deles encontrava consolo no misticismo, com videntes, mágicos, astrólogos, conjuradores e toda sorte de adivinhadores. PALMER, Michael (ed,). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2oo7, p. 4o4,)
III- A CULTURA E O ESPÍRITO DA BABILÔNIA
1- Símbolo de oposição aos valores divinos.
Biblicamente, Babilônia é tanto um lugar geográfico, quanto a representação de um sistema reprovável diante de Deus e seus valores espirituais e morais (Ap 14.8, 17.1,2, 18.2,3). Ainda hoje, o espírito e a cultura da Babilônia permeiam a sociedade, simbolizando rebelião e ideologias mundanas que confrontam a verdade divina. Ela é uma metáfora para a idolatria, paganismo e toda falsidade religiosa, bem como símbolo da degeneração moral, inversão de valores, depravação e materialismo presentes nos sistemas político, cultural, midiático e econômico.
2- A relativização da verdade.
A principal característica da cultura da Babilônia, com todos os seus reflexos, e a destruição da noção de uma verdade absoluta. Essa foi uma das táticas de Nabucodonosor, conforme sua religiosidade e visão de mundo. John Lennox, na obra Contra a Correnteza (CPAD), cita o fato de o monarca ter levado os utensílios do Templo em Jerusalém para a casa do tesouro das suas divindades na Babilônia (Dn 1.2). Para os hebreus os objetos de ouro possuíam enorme valor espiritual feitos por adesão que amavam a Deus, representavam uma relação do povo com o Senhor, e apontavam para a sua santidade e glória. Contudo, ao serem transportados para a Babilônia, tais utensílios passaram a representar somente uma conquista de guerra, da mesma forma que qualquer outro artefato, Os símbolos projetados para indicar o único e verdadeiro Deus, o Criador do céu e da terra, foram postos no mesmo nÍvel.de símbolos de culto de outros deuses. Assim como Nabucodonosor estava rebaixando os valores e referenciais divinos absolutos, a sociedade pós-moderna tem transformado os tesouros espirituais em coisas sem valor divino, dentro do mercado religioso.
3- A religião que conduz à imortalidade.
As falsas religiões, ao perverterem a verdade, são capazes de destruir valores, conduzindo seus adeptos ou seguidores a um estilo de vida depravado. Essa verdade levou o apóstolo Pedro a advertir os cristãos sobre os perigos dos falsos ensinamentos baseados em heresias de perdição, pois levam a imoralidade e a outros desvios de conduta (2 Pe 2.13,14). Atualmente, é possível perceber a volta do paganismo em novas roupagens, mais modernas e “descoladas “, ganhando espaço em filmes, séries, desenhos e jogos. É preciso cuidado com o conteúdo que você consome, pois as nuances desses falsos deuses antigos continuam presentes no mundo de hoje!
SUBSÍDIOS 3
A cultura de hoje não é só pós cristã, mas está também se tornando rapidamente pós-moderna, o que significa que é resistente não somente às reivindicações das verdades cristãs, mas a qualquer reivindicação da verdade. O pós-modernismo rejeita qualquer noção de verdade universal, abrange e reduz todas as ideias a construções sociais formadas por classe, Gênero e etnia […] (COLSON, Charles & PEARCEY, Nancy, E agora, como viveremos? Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p 41,42,)
IV – VIVENDO E TESTEMUNHANDO NA BABILÔNIA
1- Uma cidade para se testemunhar.
Por qual razão Daniel e seus amigos adotaram uma postura de serviço e responsabilidade dentro de uma cidade estrangeira? Porque eles viveram dentro da Babilônia, mas não deixaram a Babilônia viver dentro deles! Aqueles moços conheciam as admoestações do Senhor por meio de Jeremias, sobre como os judeus deveriam viver na terra para onde seriam transportados (Jr 29.5-7). Eles deveriam constituir família, multiplicarem-se e buscar a paz e a prosperidade da cidade. Deus estava dizendo que enquanto estivessem exilados teriam uma vida normal e produtiva. Foram instruídos a dar bom testemunho e a contribuírem para o bem de toda a sociedade, não somente do seu próprio povo.
2- Testemunhando no mundo.
Enquanto lugar geográfico, Babilônia é uma cidade que representa a vida do cristão na sociedade. Vivemos em um mundo caído, dominado pelo pecado. Ainda assim, somos chamados a ter uma presença santa, fiel e abençoadora, A igreja eleita do Senhor também está na Babilônia (1Pe 5.13), sem se deixar ser dominada por ela. Afinal, embora o discípulo de Cristo tenha a cidadania celestial (Fp 3.2), vivemos como forasteiros nesta terra (1 Pe 2.11). Faz parte da responsabilidade do cristão zelar pelo desenvolvimento social, como sal da terra e Luz do mundo (Mt 5.13), e mordomos de Deus (Gn 1.26), pois Cristo é soberano sobre toda a criação (Cl.1.15-19: 1Co 1.26).
CONCLUSÃO
Os jovens hebreus tinham conhecimento da maneira como deveriam se portar no exílio. Em vez de buscar rebelião e vingança contra os captores, eles deveriam viver normalmente na cidade, buscando a sua paz e prosperidade. Como aqueles jovens, vivemos exilados em um mundo, que embora tenha sido criado por Deus, está sujeito aos efeitos do pecado. Assim como Daniel e seus amigos, somos chamados a viver neste mundo, dando testemunho do nosso compromisso com princípios sólidos, mesmo quando confrontados com dilemas morais e pressões externas.
HORA DA REVISÃO
1- Como era a cidade da Babilônia nos tempos de Daniel?
A cidade era cercada por uma forte e extensa muralha em milhares de torres. Também se fazia conhecer por seus luxuosos palácios reais e obras de arte, pátios e jardins, dentre os quais os jardins suspensos, assim reconhecidos como umas das sete maravilhas do mundo antigo.
2- Qual a origem bíblica da Babilônia?
A Torre de Babel. (Gn 11.1-9)
3- Biblicamente, quais as duas formas de definir a Babilônia?
Babilônia é tanto um lugar geográfico quanto a representação de um sistema reprovável diante de Deus e seus valores espirituais e morais
4- Qual o nome da divindade que era considerada patrono da cidade da Babilônia.
Marduque
5- Quais admoestações Deus deu a Jeremias sobre como os judeus deveriam viver na terra para onde seriam transportados?
Eles deveriam constituir família, multiplicarem-se e buscar a paz e prosperidade da cidade (Jr 29.5-7).
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