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segunda-feira, 25 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CPAD JOVENS - Lição 13 / 1º Trim 2024

                                               

A igreja não sobrevive sem doutrina
31 de março de 2024

TEXTO PRINCIPAL
Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade.” (Tt 2.6,7)

RESUMO DA LIÇÃO
A Igreja depende dos fundamentos inabaláveis do Senhor, pois por eles a mentira é vencida e o crente vive de modo a agradar a Deus

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Sl 334 A Palavra do Senhor é reta
TERÇA – Pv 19.21 O conselho do Senhor permanecerá
QUARTA – Sl 119,24 Prazer nos testemunhos do Senhor
QUINTA – Sl 119.9 Caminhos puros
SEXTA – Pv 19.21 O conselho do Senhor é permanente
SÁBADO – Sl 106.12-14,26 Consequências de não crer nas Palavras do Senhor

OBJETIVOS
COMPREENDER que o firme fundamento de Deus permanece;
SABER como o crente pode desmascarar os mentirosos;
CONSCIENTIZAR da importância de se viver uma vida moderada.

INTERAÇÃO
Professor (a), nesta lição estudaremos a respeito da essencialidade da doutrina para uma vida cristã vitoriosa. O objetivo é reafirmar a importância da doutrina. No decorrer da lição, enfatize que que os fundamentos doutrinários de Deus são firmes, eternos e estão revelados nas Escrituras Sagradas. Eles contribuem para firmar a nossa fé em Deus. As obras de Deus refletem o seu caráter, isto é, o que Ele faz não está separado de quem Ele é. Então, podemos afirmar que os preceitos do Senhor permanecem inabaláveis e imutáveis, afinal, Deus é imutável permanece para sempre (Tg 1.17).

TEXTO BÍBLICO
2 Timóteo 2.14-21
14 Traze estas coisas à memória, ordenando- lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes.
15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
16 Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade.
17 E a palavra desses roerá como gangrena: entre os quais são Himeneu e Fileto.
18 Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.
19 Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparta-se da iniquidade.
20 Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro: uns para honra, outros, porém, para desonra.
21 De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra.

INTRODUÇÃO
Nesta Lição, que encerra o trimestre, estudaremos a respeito do caráter essencial da doutrina para a manutenção da vida e da saúde da igreja. O objetivo é reafirmara importância da doutrina para a igreja. Veremos que os fundamentos doutrinários de Deus são firmes e eternos.

I – O FIRME FUNDAMENTO DE DEUS PERMANECE

1- A natureza do fundamento de Deus. 
Os fundamentos divinos revelados nas Escrituras Sagradas contribuem para firmar a nossa fé em Deus. Paulo afirma que se “o fundamento” é “de Deus” ele “fica firme” haja o que houver (2 Tm 2.19), pois pertencem a Deus. O salmista reconheceu o caráter de Deus em suas obras (Sl 19.1), assim como Paulo ensina que Deus é conhecido também por meio da criação (Rm 1.18-20). As obras de Deus refletem o seu caráter, isto é, o que Ele faz não está separado de quem Ele é, afinal de contas, “Ele não pode negar-se a si mesmo” (2 Tm 2.13). Então, podemos afirmar que os preceitos do Senhor permanecem inabaláveis e imutáveis, pois, Deus é imutável e permanece para sempre (Tg 1,17).

2- Fundamento eterno. 
O teólogo Norman Geisler define eternidade como “não temporalidade ou atemporalidade“. Ele ainda afirma que “do princípio ao fim, a Bíblia declara que Deus não é dominado pelo tempo”. Deus é eterno, pois Ele é antes do princípio de todas as coisas (Gn 1.1; Sl 90.2). Um dos nomes de Jesus é “pai da eternidade” (Is 9.6). A doutrina de Deus é um fundamento eterno. Sendo assim, podemos afirmar que a doutrina divina, contida e exposta nas Escrituras, é eterna.

3- Fundamento firme. 
Além de eterno, o fundamento de Deus é firme (2 Tm 2.19). A expressão “firme” indica algo consistente, sólido, fixo, resistente, seguro, ou ainda, para algo que não cede à pressão de nenhuma natureza. O fundamento de Deus é firme, inabalável, não sofre alteração e nem cede a nenhum tipo de pressão, pois o contexto no qual Paulo fala da firmeza do fundamento de Deus era de infidelidade e desvio de alguns; no entanto, isso não abala e nem altera a qualidade segura e inviolável da verdade de Deus. No mesmo texto no qual Paulo indica a firmeza do fundamento de Deus, ele fala de uma verdade relacionada ao Senhor e da atitude do crente que vive de acordo com este fundamento doutrinário, No que se refere à verdade sobre Deus, ele afirma que “o Senhor conhece os que são seus”, e os crentes que se fundamentam na verdade da Palavra devem apartar-se “da iniquidade” (v. 19). Diante disso, destacam-se duas verdades: o fundamento de Deus é inabalável, pois reflete o caráter firme do Senhor e o fundamento de Deus dá firmeza ao crente para viver em pureza e agradar a Ele.

SUBSÍDIO 1
Professor (a), neste primeiro tópico da lição, veremos que os fundamentos divinos revelados nas Escrituras Sagradas contribuem para firmar a nossa fé em Deus. Na atualidade temos visto um tempo de apostasia e infidelidade quanto a obedecer às doutrinas bíblicas. O termo apostasia vem do grego apostásis e significa o abandono premeditado e consciente da fé cristã. Ao estudar a Palavra de Deus, vemos que no Antigo Testamento, Israel por várias, vezes apostatou da fé. Contudo, em tempos de apostasia, os profetas eram levantados para denunciar o pecado e conduzi-los novamente ao Senhor. O profeta tinha o dever de confrontar o povo, alertando contra o pecado. Mesmo sendo perseguidos, muitos deles foram fieis ao Senhor e ao seu ministério, não permitindo a apostasia do povo. Não podemos nos calar diante da apostasia do nosso tempo. É preciso confrontar as pessoas mediante o ensino das Escrituras Sagradas. Paulo foi incisivo ao orientar Timóteo para que ele doutrinasse a igreja a fim de que os membros não fossem seduzidos pelos falsos ensinos, apostatando da fé. Atualmente, por falta de ensino, muitos estão abandonando a fé genuína em Jesus Cristo, caindo nas garras do Inimigo. Para combater a apostasia, precisamos investir no ensino bíblico. Jesus certa vez, declarou: “Errais não conhecendo as Escrituras” (Mt 22.29).

II – DESMASCARANDO OS MENTIROSOS

1- A realidade dos mentirosos.
A Bíblia aponta para a triste e trágica realidade da mentira (Jo 8.44). Desde o pecado cometido por Adão e Eva (Gn 3.1-13), a mentira é uma triste realidade no mundo dos homens, cujo veneno e consequências afetam a todas as famílias indistintamente (At 5.1-11). Biblicamente, à medida que o tempo passar e se aproximar a vinda de Cristo, o mundo se renderá ainda mais à mentira (2 Ts 2.11,12; Ap 13.1-18). O mentiroso não tolera e rejeita a verdade a respeito de Deus (1 Jo 2.4,22). O engano é a principal arma do mentiroso, especialmente aqueles que mentem em relação às questões doutrinárias, cujo propósito é desviar as pessoas da verdade. Nos tempos mais antigos já havia os enganadores, pois o Antigo Testamento fala dos falsos profetas que trabalhavam para perverter a verdade de Deus (Is 9.15,16; Jr 23.14,25,26,32). A mentira é abominável a Deus e Ele julgará os mentirosos (Ap 22.15).

2- Desmascarando os mentirosos. 
Ao tratar sobre a mentira doutrinária, Paulo adverte Timóteo de que os enganadores diziam que “a ressurreição era já feita” (2 Tm 2.18). Diante dessa colocação do apóstolo é possível afirmar que os mentirosos não negaram a doutrina e a realidade da ressurreição, mas a modificaram. Eles desviaram, propositalmente, a verdade a fim de macular e desvirtuar a fé dos cristãos. Ao tratar sobre os que mentem doutrinariamente, Paulo menciona os nomes de Himeneu e Fileto como desviados da verdade e responsáveis pela disseminação das mentiras doutrinárias que corroem a igreja (2 Tm 2.17). Provavelmente, esses dois homens foram mestres entre os irmãos, e que nas palavras do apóstolo, serviram como “vasos para desonra”, o que permite concluir que os que trabalham para enganar a igreja do ponto de vista doutrinário, geralmente, vêm do meio da igreja e, em certa medida, exercem influência sobre o povo (2 Co 11.13-15). Portanto, temos de ter cuidado e nos mantermos vigilantes doutrinariamente, pois muitos buscam enganar e corroer as bases doutrinárias da igreja. Os enganadores sempre apresentam meias verdades a fim de disseminarem o veneno doutrinário no Corpo de Cristo.

3- Há escape para os mentirosos.
Inevitavelmente, surge a seguinte questão: “Há esperança para os que mentem doutrinariamente?” Sim, se houver arrependimento e o abandono da prática do erro. A Palavra de Deus afirma que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). Em 2 Timóteo 2.21, Paulo afirma que “se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra”, indicando que existe sim a possibilidade de mudança e transformação de vida para aqueles que se enveredaram pelo caminho do engano doutrinário. Paulo ensina também que o arrependimento é o caminho para que essa mudança passe a ser uma realidade. O caminho para que mentirosos no âmbito doutrinário encontrem a porta de saída e de transformação é o arrependimento, que só pode ocorrer por meio de uma instrução feita “com mansidão” por obreiros preparados (2 Tm 2.24-26).

SUBSÍDIO 2
Professor (a), converse com os alunos mostrando, biblicamente, que nos últimos tempos, haverá muitos que amam a mentira e não medirão esforços para disseminá-la. Explique que “muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2 Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias. Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas igrejas. A popularidade dos ensinos antibíblicos vem, sobretudo pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa posição cerrada à obra de Deus. A segunda vinda de Cristo será precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismos, ocultismos, possessão e engano demoníacos, no mundo e na igreja. A proteção do crente contra esses enganos e ilusões consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a conscientização de que os homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se, e enganar os outros com suas misturas de verdade e falsidade. Essa conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente em praticar a vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor dELe.”

III – VIVENDO UMA VIDA MODERADA

1- Uma vida moderada. 
O crente é chamado a viver moderadamente, e as condições necessárias para isso estão à sua disposição nas Escrituras Sagradas. Mas, o que efetivamente vem a ser esta vida moderada? O Dicionário Vine diz que o termo moderação está associado ao termo mansidão, associação com o bom. O crente não deve se envolver em contendas de palavras (2 Tm 2.14). Aqueles que querem agradar a Deus e herdar a vida eterna devem procurar viver uma vida santa, justa, fiel em amor. A vida moderada diz respeito ao equilíbrio como fruto da comunhão com Deus.

2- A moderação como obra do Espírito Santo. 
O crente moderado é comedido em suas ações, palavras e suas emoções, como no exercício da paciência. As manifestações do “fruto do Espírito” refletem com elevada precisão as características de um crente moderado, em contraste com uma vida não moderada que é levada sob o domínio da carne (Gl 5.19-22). Dentre as virtudes do Fruto do Espírito Santo, a “temperança” é a que mais se aproxima do sentido de “moderação”, já que o seu significado prático é a capacidade que o crente recebe de agir com autocontrole nas mais diversas e difíceis circunstâncias da vida. Essa capacidade é parte da obra que somente o Espírito Santo pode realizar no homem, pois, conforme Lawrence O. Richards – Ele “fornece energia para a nova natureza que impulsiona o convertido para a direção oposta à natureza pecaminosa.” A moderação é uma obra exclusivamente do Espírito Santo, motivo pelo qual o crente que deseja viver moderadamente deve “andar e ser guiado pelo Espírito” (Gl 5.18, 25). Andar e ser guiado pelo Espírito Santo é o mesmo que ser dominado por Ele e fazer aquilo que é ordenado na Palavra de Deus (Ef 5.18), Somente pelo Espírito Santo é que o crente pode viver uma vida verdadeiramente moderada.

3- Alcançando uma vida moderada. 
Paulo ensinou e estimulou Tito a ensinar aos jovens a serem moderados (Tt 2.6), reafirmando assim que este é o caminho que o verdadeiro cristão deve seguir. Se o crente é chamado a ter uma vida moderada, qual é o caminho a ser tomado para que este objetivo seja alcançado? É preciso confiar em Deus, orar e dedicar-se à leitura bíblica (Sl 1.1,2). A moderação não é uma virtude a ser sentida, mas a ser vivida em nosso dia a dia. O crente deve viver com a consciência da presença permanente de Deus, desenvolvendo práticas de piedade e quebrantamento. Portanto, tenha uma vida moderada e honre a Deus com isso.

SUBSÍDIO 3
Professor (a), explique aos alunos que Paulo lembra Timóteo de que ele pode esperar falsos ensinos infectando as igrejas, mas o seu dever é ‘propor’ a verdade aos irmãos (4.1-10). Esse é também o nosso dever. 

CONCLUSÃO
Estudamos a respeito dos fundamentos de Deus que permanecem inabaláveis e intocáveis. Esses fundamentos nos ajudam a resistir ao engano doutrinário, disseminar a verdade de Deus e a viver uma vida moderada. Vimos que moderação é equilíbrio e controle diante de diferentes circunstâncias. Se quisermos uma vida moderada precisamos buscar a ser cheios do Espírito Santo.

HORA DA REVISÃO
1- Segundo a lição, qual o propósito dos fundamentos divinos? 
Os fundamentos divinos revelados nas Escrituras Sagradas, contribuem para firmar a nossa fé em Deus.
2- Como o teólogo Norman Geisler define “eternidade? 
O teólogo Norman Geisler define eternidade como “não temporalidade ou atemporalidade”.
3- Há esperança para os que mentem doutrinariamente? 
Sim, se houver arrependimento e o abandono da prática do erro.
4- Segundo a lição, quais são as características do crente moderado? 
O crente moderado é comedido em suas ações e palavras, em suas emoções, como no exercício da paciência.
5- Dentre as virtudes do Fruto do Espírito, qual a que mais se aproxima do sentido de moderação?
Dentre as virtudes do Fruto do Espírito Santo, a “temperança” é a que mais se aproxima do sentido de “moderação”, já que o seu significado prático é a capacidade que o crente recebe de agir com autocontrole nas mais diversas e difíceis circunstâncias da vida.

domingo, 17 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CPAD JOVENS - Lição 12 / 1º Trim 2024

                                              

Perseverando na doutrina de Cristo
24 de março de 2024


TEXTO PRINCIPAL
Não defraudando; antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo, sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador.” (Tt 2.10)

RESUMO DA LIÇÃO
Para herdar a salvação, o crente precisa perseverar na doutrina de Cristo até o fim.

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Sl 119.16 A Palavra de Deus traz alegria à vida
TERÇA – Pv 4.7 A Palavra de Deus nos dá sabedoria
QUARTA – Sl 119.125 Deus concede aos seus servos inteligência para entender seus testemunhos
QUINTA – Sl 119.68 Deus é bom e nos ensina seus estatutos
SEXTA – Sl 119.15 Meditando nos preceitos do Senhor
SÁBADO – Lc 21.34-36 Advertência quanto à vigilância

OBJETIVOS:
MOSTRAR a importância da doutrina diante de um mundo imoral; 
COMPREENDER que o crente deve andar segundo os mandamentos de Jesus; 
CONSCIENTIZAR a importância de olharmos para nós mesmos.

INTERAÇÃO
Professor (a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da doutrina de Jesus Cristo, a base que sustenta a Igreja e o ensino cristão. Veremos alguns dos principais ensinos de Jesus e a necessidade do crente olhar para si mesmo, vivendo assim em constante vigilância e oração. Mostre aos alunos que a ética e a moralidade cristã são determinadas pela moral do próprio Deus, que é imutável. A moralidade cristã diz respeito ao nosso comportamento de acordo com as Escrituras. Um mundo pautado na moralidade cristã seria um mundo marcado pelas características divinas, conforme ensinadas na Bíblia Sagrada.

TEXTO BÍBLICO
2 João 1-9
1 O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos que têm conhecido a verdade.
2 Por amor da verdade que está em nós e para sempre estará conosco.
3 A graça, a misericórdia, a paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.
4 Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade, assim como temos o mandamento do Pai.
5 E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.
6 E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes: que andeis nele.
7 Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.
8 Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado: antes, recebemos o inteiro galardão.
9 Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, este tem tanto o Pai como o Filho.

INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito da doutrina de Jesus Cristo. Ela é a base que sustenta a Igreja e toda a doutrina cristã. Veremos alguns dos principais ensinos de Jesus e a necessidade do crente olhar para si mesmo, vivendo assim em constante vigilância e oração.

I – DIANTE DE UM MUNDO IMORAL

1- A moralidade cristã. 
Precisamos compreender o significado de “ética” e “moral”. O termo “moral” vem do vocábulo latino mos, do adjetivo moralis, e significa “costume” ou “uso”. A palavra “ética” vem do grego ethica, de etheos, cujo sentido é “aquilo que se relaciona com o caráter”. A ética trata mais do aspecto teórico e estuda a respeito do que é certo, enquanto a moral lida com a prática do que é certo e bom. A ética e a moralidade cristãs são determinadas pela moral do próprio Deus que, à semelhança dEle, são imutáveis. A moralidade cristã diz respeito ao comportamento de acordo com as Escrituras. Ela pode ser considerada também como “absoluto moral” e se relaciona diretamente com o caráter moral de Deus, exigindo santidade, justiça, amor, honestidade e misericórdia. Um exemplo disso é o princípio de que matar é errado, pois o homem foi criado à imagem de Deus (Gn 1.27; Êx 20.13). Sendo assim, um mundo pautado na moralidade cristã seria um mundo marcado pelas características divinas, conforme ensinadas na Bíblia Sagrada.

2- Um mundo imoral. 
Jesus afirmou que “os homens amaram mais as trevas do que a Luz” (Jo 3.19). João afirma o seguinte: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19). O apóstolo parece generalizar, mas isso se dá porque ele quer indicar a gravidade e a seriedade do tema. A esse respeito o Comentário Bíblico Matthew Henry afirma que “a humanidade está dividida em dois grandes partidos ou domínios, um que pertence a Deus e um que pertence à maldade ou ao maligno” e sobre os que estão sob o domínio do Maligno, ele afirma que “eles estão unidos pela natureza, diretriz e princípio maligno e estão unidos em uma cabeça.” Há uma cabeça da malignidade e do mundo maligno: e ele tem um controle tão grande aqui que é chamado de “[…] o deus deste século” (2 Co 4-4)- Esse sistema maligno é contrário a Deus, à sua Palavra e ao seu povo. Ele não segue os princípios morais divinos, portanto, é um mundo imoral.

3- O cristão diante de um mundo imoral.
João afirma que “muitos enganadores entraram no mundo”, com a principal característica de que “não confessam que Jesus Cristo veio em carne” (2 Jo 7). É neste mesmo mundo que “os nascidos de Deus” estão e são desafiados a vencerem (1 Jo 5.18-20). Diante de tão grande desafio, qual deve ser a postura do cristão em um mundo imoral? O próprio João, em sua Segunda Carta, oferece a resposta à essa questão. Ele afirma que o crente não pode retroceder para que não perca o galardão (v. 8); e não prevaricar, que é o mesmo que não ultrapassar os limites estabelecidos pela doutrina (v. 9). O crente, portanto, ao invés de voltar atrás ou ir além do que as Escrituras estabeleceram, deve perseverar na verdadeira doutrina, com vistas à manutenção da comunhão com Deus, e assim poder enfrentar e vencer o mundo imoral, resistindo pela Palavra.

SUBSÍDIO 1
Professor (a), explique que “a palavra ‘ética’ possui origem no vocábulo grego ethos, que literalmente significa ‘costumes’ ou ‘hábitos’. No latim, é usado o termo correspondente mos (moral) com o sentido de ‘normas’ ou ‘regras’. Assim, ‘ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros’. Como esses termos ‘ética’ e ‘moral’, são muito próximos, eles são muitas vezes confundidos e usados como sinônimos. No entanto, para fins didáticos e acadêmicos é possível defini-los separadamente. A ética enquanto ciência pode ser entendida como a parte da filosofia que investiga os fundamentos da moral adotados por uma cultura. Foram os filósofos gregos que começaram a estudar esses fundamentos para então ‘identificar’ uma pessoa sendo boa ou má e um ato como sendo bom ou mau. A partir desses fundamentos, alguém pode ser classificado como ‘ético’ ou ‘antiético’.

II – ANDANDO SEGUNDO OS MANDAMENTOS DE JESUS

1- Os mandamentos de Jesus. 
O Sermão do Monte (Mt 5-7) é a mais importante mensagem pregada e ensinada por Jesus. Extenso, profundo e cativante, esse sermão tem sido considerado uma expressão ampliada e aplicada da lei de Deus entregue a Moisés. A conclusão desse sermão (Mt 7) oferece um resumo e uma recapitulação dos princípios do Reino de Deus expostos por Jesus, podendo assim representar a expressão fiel dos mandamentos de Jesus. Eles estão assim dispostos: relacionamentos interpessoais saudáveis: relacionamento saudável com Deus; o caminho da salvação e o da perdição; alerta sobre os falsos profetas e a seriedade do Reino demonstrada na forma com que se dará o dia de acerto de contas. Portanto, aí estão os pontos pelos quais os mandamentos de Jesus são identificados e podem ser bem compreendidos,

2- Mandamentos santificadores. 
Jesus foi Mestre por excelência, ao ponto de até os servidores dos fariseus reconhecerem a sua sabedoria (Jo 7.46), Jesus ensinou por palavras (Mt 7.29), por meio dos sinais que operou na presença dos discípulos, ensinando princípios eternos, e até ao orar, o Mestre compartilhou ensinamentos, como se vê na chamada “Oração Sacerdotal” (Jo 17). Jesus pediu ao Pai para que os discípulos fossem santificados “na palavra”, pois ela “é verdade”. A referência à Palavra de Deus tem relação direta com a verdade eterna da doutrina que Jesus ensinou, e em toda esta oração é possível identificar os aspectos fundamentais destes seus mandamentos: o verdadeiro conhecimento de Deus e a glorificação do Filho; a preservação do crente pela palavra da verdade e o compromisso dele diante de uma sociedade imoral Portanto, os mandamentos de Jesus preservam o crente em um mundo male capacita-o a viver os propósitos divinos.

3- Os benefícios dos mandamentos de Jesus. 
Jesus afirmou que aqueles que fazem o que Ele ordena são seus amigos (Jo 15.14). Diante do desafio colocado ao colegiado apostólico, Pedro perguntou a Jesus qual seria o ganho deles por deixarem tudo para segui-lo, ao que Jesus respondeu “cem vezes tanto, já neste tempo” e, ainda acrescentou que “no século vindouro a vida eterna” (Mc 10.30). Sendo assim, o crente que ouve e cumpre os mandamentos de Jesus tem a garantia de bênçãos nesta vida e na eternidade (Jo 5.24). O crente que cumpre os mandamentos de Deus recebe bênçãos incontáveis, como por exemplo: não é enganado pelas falsas doutrinas e nem pelo espírito do Anticristo; está pronto a perseverar até o fim, não perde o galardão que recebeu do Senhor e mantém a comunhão com o Pai e com o Filho.

SUBSÍDIO 2
Jesus é o cumprimento da lei (5.17- 48). Os oponentes de Jesus o criticavam por não guardar as minúcias das observâncias tradicionais da lei judaica. Aqui Jesus deixa claro que Ele não está ausente para destruir a lei, mas para cumpri-la e até intensificá-la. Ele fixa padrões mais altos. Seu principal interesse é a razão de a lei existir; Ele insiste que guardar a Lei começa com a atitude do coração. Por este princípio Jesus afirma simultaneamente o valor das pessoas e da lei. Neste aspecto Ele cumpre a lei antecipada por Jeremias: ‘Porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo’ (Jr 31.33b). Como sucessor de Moisés, Jesus dá a palavra final na lei. Mas o que Ele quer dizer quando fala que cumpre a lei? Não significa que Ele simplesmente a observa. Nem quer dizer que Ele anulou o Antigo Testamento e as leis (como sugerido por Márcion e os hereges gnósticos). A obra de Jesus e sua Igreja está firmemente arraigada na história de salvação. Em certo sentido, Jesus deu à lei uma expressão mais plena, e em outro, transcendeu a lei, visto que Ele se tornou a corporificação do seu cumprimento. Mateus vê o cumprimento da lei em Jesus semelhantemente ao cumprimento da profecia do Antigo Testamento: O novo é como o velho, mas o novo é maior que o velho. Não só o novo cumpre o velho, mas o transcende. Jesus e a lei do novo Reino são o intento, destino e meta final da lei.

III – OLHANDO POR NÓS MESMOS

1- Olhai por vós mesmos. 
A expressão usada por João, “olhai por vós mesmos” em 2 João 8, é praticamente uma repetição das palavras de Jesus aos seus discípulos em Marcos 13, no qual há advertências em pontos específicos, como o cuidado com o engano doutrinário e a atenção e vigilância. Em Mateus 26.41 estão registradas as palavras de Jesus para que Pedro, Tiago e João vigiassem e orassem, como uma clara advertência sobre as terríveis consequências que o pecado poderia lhes causar. Vigilância e oração são duas práticas vitais ao crente que deseja vencer a si mesmo, o pecado, o mundo e o Diabo, e isso implica olhar para si mesmo, na intenção de identificar possíveis inclinações do coração para o mal, e assim poder buscar auxílio em Deus. A falta de vigilância levou Pedro a negar Jesus por três vezes (Mt 26.31- 35,69-75). O crente deve vigiar e orar como práticas de cuidar de si mesmo.

2- Cuidados pessoais. 
Paulo advertiu ao jovem pastor Timóteo para que ele redobrasse a atenção no cuidado próprio, evitando assim a própria perdição enquanto trabalhava em salvar os outros (1 Tm 4.16). Paulo aconselhou Timóteo ao exercício pessoal na piedade, ou seja, boas práticas espirituais e ao cuidado da doutrina (1 Tm 4.7). Em um mundo imoral e perigoso, o crente deve ter os cuidados acima expostos, além de outros, especialmente no que se refere à escolha das companhias e da natureza das conversas pessoais, pois como afirma o apóstolo Paulo: “Não vos enganeis; as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33). Portanto, intencionalmente, dedique-se a boas práticas e a boas companhias, e sob o poder do Espírito Santo, vença o mundo.

3- Vencendo o mundo. 
Depois de discorrer sobre a urgente e permanente necessidade de vigilância e oração, além dos cuidados pessoais que o crente deve ter, aqui se apresenta a forma pela qual ele pode enfrentar e vencer o mundo, efetivamente. Destaca-se a necessidade de conhecer os desafios impostos por este tempo, além de uma vida dedicada ao preparo espiritual, bíblico e intelectual, com vistas a responder adequadamente às indagações mais comuns na atualidade (1 Pe 3.15). Considere as palavras de Charles Colson e Nancy Pearcey, na obra “O Cristão na Cultura de Hoje”‘, eles afirmam que, depois de considerar a realidade do mundo em nossos dias, o cristão deve abraçar “a verdade de Deus, entendendo a ordem física e moral que Ele criou, defendendo amorosamente essa verdade diante de seus vizinhos, e tendo a coragem de demonstrá-la em os caminhos da vida.” Portanto, vigiem, orem e cuidem de sua vida espiritual, pois assim poderás enfrentar e vencer este mundo imoral, mantendo-se firme na verdadeira e pura doutrina da Palavra de Deus.

CONCLUSÃO
Aprendemos que o mundo se encontra perdido na imoralidade, contrariando os padrões divinos, expostos e ensinados nas Escrituras. É neste mundo, nessas condições, que o crente é desafiado a se manter fiel a Deus, enfrentando e vencendo as propostas e os enganos deste sistema contrário aos princípios divinos. Esta lição reafirma a necessidade de o crente “olhar para si mesmo”, isto é, estar vigilante e em oração, conforme advertido pelo próprio Jesus, pois somente assim é que o mundo poderá ser vencido.

HORA DA REVISÃO
1- Qual o significado do termo “ética”? 
A palavra ética vem do grego ethica, de etheos, cujo sentido é “aquilo que se relaciona com o caráter”.
2- Segundo a lição, qual deve ser a postura do crente diante do mundo? 
Ele não pode retroceder para que não se perca o galardão (v. 8); não prevaricar, que é o mesmo que não ultrapassar os limites estabelecidos pela doutrina (v. g).
3- Qual a mais importante mensagem ensinada e pregada por Jesus? 
O Sermão do Monte (Mt 5-7) é a mais importante mensagem pregada e ensinada por Jesus.
4- Cite uma das bênçãos advindas do crente cumprir os mandamentos de Jesus. 
Ser amigo de Jesus.
5- Quais são, segundo a lição, as práticas vitais para o crente que deseja vencer o mundo? 
Destaca-se a necessidade de conhecer os desafios impostos por este tempo, além de uma vida dedicada ao preparo espiritual, bíblico e intelectual, com vistas a responder adequadamente às indagações mais comuns na atualidade (1 Pe 3.15).

Fonte: Revista CPAD Jovens

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

domingo, 10 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CPAD JOVENS - Lição 11 / 1º Trim 2024

                                               

A doutrina deve fazer parte do culto
17 de março de 2024

TEXTO PRINCIPAL
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. (Cl 3.16)

RESUMO DA LIÇÃO
A liturgia do culto a Deus deve respeitar e estar de acordo com as Escrituras Sagradas.

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Sl 100.1-5 Os louvores e a celebração a Deus
TERÇA – Sl 149.1-9 Os fiéis louvam a Deus
QUARTA – Mt 18.20 Quando nos reunimos em nome de Jesus
QUINTA – Jo 4.23,24 Adorar a Deus em espírito e em verdade
SEXTA – Rm 12.1 O culto racional
SÁBADO – Ef 5.18-20 Um culto repleto do Espírito Santo

OBJETIVOS
MOSTRAR a ordem do culto;
COMPREENDER a diversidade do culto;
CONSCIENTIZAR da importância da exposição das Escrituras no culto.

INTERAÇÃO
Professor (a), sabemos que o culto é essencial na vida de um crente. Por intermédio dele a nossa comunhão com Deus e com os irmãos é fortalecida e somos edificados. Na lição deste domingo, veremos que a liturgia deve estar pautada nas Escrituras Sagradas, conduzindo-nos à adoração. Aproveite a temática da lição para conscientizar seus alunos de que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo, por meio da oração, dos cânticos, ofertas e a pregação e ensino. No decorrer da lição, explique que o culto é composto de elementos humanos e espirituais, daí a necessidade de uma ordem pré-estabelecida, com vistas à “decência e ordem” (1 Co 14.40).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), converse com os alunos explicando que “havia diversos elementos na adoração nos tempos do Antigo Testamento, como oração, sacrifício, oferta, louvor e cântico. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro século d. c. a oração antífona do Shema. ‘ouve’, a confissão de fé dos judeus, a leitura bíblica e a exortação. Nossa liturgia é simples e pentecostal, conforme o modelo do Novo Testamento (1 Co 14.26). Ela consiste em oração, Louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas ou testemunho e contribuição financeira, ou seja, ofertas e dízimos. Entendemos que a adoração está incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto se as circunstâncias forem desfavoráveis ou contrárias” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 145).

TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 14.26-33
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça se tudo para edificação.
27 E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.
28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus.
29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
30 Mas. se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados.
32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.

INTRODUÇÃO
O culto é essencial na vida de um cristão. É nele que a comunhão é fortalecida, a edificação é possível, as responsabilidades cristãs são cumpridas em parte, o louvor congregacional acontece e a Palavra de Deus é pregada e ensinada. O culto cristão tem as suas normas, pois, pela sua Palavra, Deus orienta o seu povo a adorá-lo e de que forma deve fazê-lo. Mesmo nas diversidades, pessoais e culturais, a ordem do culto deve ser respeitada, principalmente no que se refere à centralidade das Escrituras no culto a Deus.

I – A ORDEM NO CULTO

1- Liturgia cristã. 
O vocábulo “liturgia” advém dos termos gregos “leit” (“laós”, povo) e “urgia” (trabalho, ofício) que, conjuntamente, significam “serviço ou trabalho público”. É um termo amplo, mas que no mundo grego passou a ter uma conotação sagrada, indicando um “ofício religioso”. Foi usado, originalmente pelos sacerdotes levíticos no Templo de Jerusalém, e só mais tarde foi aplicado ao contexto do culto cristão. A liturgia cristã deve estar pautada nas Escrituras Sagradas, conduzindo os crentes à adoração. O Dicionário Teológico da CPAD afirma que “a liturgia, em si, não se constitui em culto; é necessário que venha acompanhada de verdadeira disposição espiritual para a adoração ao Senhor. A liturgia é a roupagem e o amor a Deus, a verdadeira substância do culto.” Rito e culto também são termos correlatos, contribuindo para que o culto tenha o padrão bíblico (Rm 12.1,2).

2- Ordem no culto. 
A respeito do culto, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus diz o seguinte: “Entendemos que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo: nós conversamos com Ele por meio de nossas orações, cânticos e ofertas, e Deus fala conosco por meio de sua Palavra (pregação e ensino) e das manifestações dos dons espirituais.” Esse tema é importante e complexo, pois o culto é composto de elementos humanos e espirituais, daí a necessidade de uma ordem pré-estabelecida, com vistas à “decência e ordem” (1 Co 14.40). Isso não é negligenciar e nem desprezar a espiritualidade do culto, pois como afirma o Comentário Bíblico Beacon: “Onde a decência e a ordem não são observadas em cada parte da adoração a Deus, não se pode adorar de uma forma espiritual.” Um culto considerado bem ordenado e que agrada a Deus é aquele que cumpre o seu propósito de adoração, edificação, comunhão, exortação e pregação do Evangelho. A ordem no culto não serve para enrijecê-lo, mas para colocá-lo em direção ao propósito para o qual foi estabelecido.

3- Elementos do culto. 
Ao invés de ser influenciada pelas religiões pagãs de seu tempo, a Igreja Primitiva influenciou e deu novo sentido a algumas práticas cultuais, como afirma o Dicionário Wycliffe: “em alguns exemplos particulares, o que parece mais provável é uma similaridade de terminologias, onde o cristianismo lhes dá um novo teor e significado.” Um culto bíblico tem oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas, testemunho, ofertas e dízimos.

SUBSÍDIO 1
Professor (a) , pergunte aos alunos o que vêm à mente deles quando ouvem a palavra “culto”. Muitas vezes essa palavra evoca a imagens de um templo, igreja. Entretanto, ‘Jesus mostra que não é o lugar ou formas externas do culto que realmente importam, mas a atitude do coração do adorador diante de Deus. O aprofundamento de nosso culto não se realiza com uma liturgia mais formal; aliás, isso pode ser de fato contra produtivo. O aprofundamento do verdadeiro culto ocorre quando o coração do adorador se tornar mais sincero e quando a verdade consome a sua mente.

Todo o culto que não é oferecido em espírito e em verdade é totalmente inaceitável para Deus — por mais belas que sejam suas formas externas” “ADORAR, sanha é ‘prostrar-se, curvar-se’. Esta palavra é encontrada no hebraico moderno no sentido de ‘curvar-se’ ou ‘inclinarse’, mas não no sentido geral de ‘adorar’. O fato de que ocorre mais de 170 vezes na Bíblia hebraica mostra algo do seu significado cultural. Aparece pela primeira vez em Gênesis 18.2. O ato de se curvar em homenagem é feito diante de um superior ou soberano. Davi ‘se curvou’ perante Saul (1 Sm 24.8). Às vezes, é um superior social ou econômico diante de quem a pessoa se curva, como quando Rute ‘se inclinou’ à terra diante de Boaz (Rt 2.10).

II – A DIVERSIDADE DO CULTO

1- O culto. 
O termo culto tem sido definido a partir da palavra grega latreia e leitorgia, indicando o vocábulo adoratio, ou adoração, prática vital no culto cristão. Adorar é reverenciar, prostrar-se, curvar-se, reconhecer, celebrar e exaltar a majestade divina. Portanto, o culto leva o crente a reconhecer a grandeza e a santidade de Deus, assim como a sua própria pequenez e necessidade de perdão e santificação. Cultuar tem relação com adorar a Deus. Essas duas ações correspondem ao serviço em favor do Senhor e de sua Igreja. Isso levou Paulo a convocar os irmãos de Roma a que entregasse o corpo em “sacrifício” e renovassem mente (que equivale à totalidade do homem) como um “culto racional” a Deus (Rm 12.1). Culto é entrega. É uma forma de consagrar tudo a Deus como reconhecimento de sua grandeza e graça.

2- Diversidade no culto. 
O culto dá à crente a oportunidade de servir ao Senhor, como forma de adoração. Mas, como isso pode ser feito? Em Eclesiastes 9.10 está escrito: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças […] Aquele que deseja agradara Deus e servi-lo, deve fazê-lo por meio do que tem de melhor, e é aqui que a diversidade cumpre o seu papel de adoração, pois, cada um pode servir ao Senhor com o que é capaz de fazer. Paulo fala sobre a “diversidade de dons, de mistérios e de operações”, ao normatizar o uso dos dons espirituais, enfatizando que só há um Deus que opera soberanamente em favor do mesmo propósito (1 Co 12.1-11). Em outra ocasião, ele ensina sobre diferentes ministérios, dados pelo mesmo Senhor e com o mesmo objetivo de preparar os crentes para edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.11,12). Portanto, a diversidade deve ser vista como um recurso precioso, que deve ser bem administrado no culto, para que cada um. na sua individualidade, adore ao Senhor e sirva à igreja, inclusive com os dons espirituais, com o propósito de honrar a Deus e edificar o Corpo de Cristo.

3- Unidade na diversidade. 
O texto de Apocalipse 7.9-11 é uma referência a um culto universal que em breve ocorrerá, no qual todos os redimidos se prostrarão diante de Cristo para adorá-lo e reverenciá-lo. Deus constituiu a humanidade com características diversas, e em uma análise mais restrita, em certa medida, isso se reflete no culto, quer seja nos diferentes dons que o Senhor dá aos crentes, ou mesmo na forma com que cada um adora a Deus. No entanto, os diferentes dons e as diferentes personalidades não justificam a falta de reverência e a desordem que podem comprometer a adoração ao Senhor e a edificação do Corpo de Cristo.

SUBSÍDIO 2
O propósito do culto deve ser sempre glorificar a Deus. Isso acontece quando o culto promove a verdadeira adoração. Se Deus não é adorado e glorificado no culto ou na nossa forma e modo de cultuar, então, não existe culto de verdade. O culto, portanto, pode se desvirtuar, perder o seu propósito e deixar de ser um culto. Pode ser chamado de qualquer outra coisa, menos de culto. Quando isso acontece, nem Deus é glorificado nem a igreja é edificada. Dessa forma, precisamos destacar que o culto visto como uma expressão de adoração a Deus acontece em dois âmbitos: na esfera vocacional e na esfera celebrativa o culto como expressão da nossa própria vocação e o culto como celebração que se expressa em atos rituais.
No primeiro âmbito, da vocação, o cristão adora a Deus quando O serve de modo digno perante um mundo perdido. Aqui não há ritos, mas o testemunho de vida. As atitudes demonstram que o cristão é um adorador. Ele cultua a Deus com sua vida em toda a sua extensão. Nesse caso, o culto não é visto apenas como um ato litúrgico realizado, por exemplo, em um templo ou em qualquer espaço físico, mas como a expressão de um modo de vida que reflete o caráter de Cristo em todos os aspectos.
O apóstolo Paulo chamou atenção para essa expressão do culto na esfera vocacional na sua carta ao Romanos 12.1.2. O termo “culto” usado aqui por Paulo é a tradução do termo grego latreía. William Barclay observa que era a mesma palavra usada para um trabalhador que dava seu tempo e esforço a um empreiteiro em troca de um salário. Não se refere, portanto, a um trabalho escravo, mas um trabalho voluntário. Tem o sentido de “servir”, mas, sobretudo, “aquilo que uma pessoa dedica toda a sua vida”. O verdadeiro culto, portanto, é dedicar a vida a Deus diariamente. Não apenas na esfera de um templo, mas em todas as dimensões da vida privada e pública.
Paulo lembra que tanto o corpo como a mente são expressões de uma autêntica adoração a Deus. Ele roga aos cristãos que se “apresentem diante de Deus” como sacrifícios. Não há dúvida de que Paulo tinha em mente o sistema de sacrifício quando disse que o cristão precisa apresentar-se diante de Deus como um sacrifício vivo. Ele tinha em mente o livro de Levítico quando escreveu essas recomendações de Romanos 12.1.2. Assim como um animal inocente era ofertado em sacrifício na antiga aliança, da mesma forma o cristão devia apresentar o seu corpo a Deus.
A diferença era que lá a oferta era apresentada morta, e aqui a oferta é apresentada viva. Ao contrário do pensamento grego, que via o corpo como a prisão da alma, Paulo dá grande importância à nossa dimensão corpórea. Devemos, sim, cuidar e zelar do nosso corpo, pois ele é santuário do Espírito Santo (1 Co 6.19). Isso, evidentemente,’ envolve disciplina alimentar e exercícios físicos. Nesse sentido, não há nada de errado em cuidar do corpo. Contudo, devemos evitar a todo custo o “culto ao corpo.

III – A EXPOSIÇÃO DAS ESCRITURAS NO CULTO

1- Expondo as Escrituras. 
A exposição fiel das Escrituras atinge o coração dos crentes (Lc 24.32) e converte o perdido, pois, a pregação do Evangelho é o instrumento pelo qual Deus decidiu salvar os que creem (1 Co 1.21). Portanto, a exposição da Palavra de Deus deve ser central no culto cristão. Na obra o Pastor Pentecostal (CPAD), o autor mostra que a igreja deve buscar se parecer com a Igreja Primitiva, principalmente na valorização da pregação da Palavra de Deus, como se lê: “A Igreja Primitiva pregou a Palavra e foi através desse ato que Deus fez com que a Igreja crescesse. Nós também devemos fazer o mesmo.” A exposição fiel das Escrituras deve ser central no culto genuinamente cristão.

2- Louvores que pregam as Escrituras. 
Desde os primeiros dias da igreja até hoje, a pregação é o método mais comum e usado para a proclamação das Escrituras. Entretanto, há outras formas pelas quais essa verdade pode ser compartilhada, como pelo recurso dos hinos a serem cantados durante os cultos, já que por eles a doutrina bíblica pode ser bem fixada na mente e no coração dos presentes. Reafirmamos a importância da Harpa Cristã que, conforme consta no Dicionário do Movimento Pentecostal ela é o “hinário oficial de nossas igrejas”, que surgiu “em virtude das peculiaridades históricas e doutrinárias”, e “os pioneiros sentiram a necessidade de um hinário que também enfocasse as verdades pentecostais.” Há outros hinos que também cumprem este propósito, mas para nós, a Harpa Cristã cumpre esse papel com segurança, justamente porque nela constam as bases doutrinárias de nossa confissão.

3- Pregando as Escrituras. 
Até aqui a ênfase tem sido sobre o dever de anunciaras Escrituras. Contudo, é preciso destacar o conteúdo a ser anunciado no culto prestado a Deus. Não basta saber o que fazer, é preciso saber como fazer. Jesus ordenou que os seus discípulos pregassem o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Observe que o Mestre não só ordenou que pregassem, mas também orientou qual a mensagem que deveriam pregar. Quando a igreja deixa de ser fiel na entrega da mensagem genuinamente bíblica, ela, inevitavelmente, pregará mensagens contrárias à verdade de Deus, e isso é prejudicial à sua saúde espiritual. Portanto, a Igreja de Cristo deve expor as Escrituras em seus cultos, permanecendo fiel, certa de que será recompensada.

CONCLUSÃO
Esta lição discorreu sobre o culto cristão genuinamente pentecostal, ressaltando o seu padrão bíblico. A ordem do culto não visa “engessá-lo”, mas norteá-lo. para que os seus objetivos de adoração e edificação sejam alcançados. Por isso, aprendemos a respeito da importância da ordem no culto, a diversidade e a exposição das Escrituras.

HORA DA REVISÃO
1- Qual o significado do termo “liturgia”? 
O vocábulo “liturgia” advém dos termos gregos “leit” (laós, povo) e “urgia’ (trabalho, oficio) que, conjuntamente, significa “serviço ou trabalho público”.
2- O que o Dicionário Teológico afirma a respeito da liturgia? 
Afirma que “a liturgia, em si, não se constitui em culto: é necessário que venha acompanhada de verdadeira disposição espiritual para a adoração ao Senhor. A liturgia é a roupagem e o amor a Deus, a verdadeira substância do culto.
3- O que é adoração pública? 
Entendemos que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo.
4- O que é adorar? 
Adorar é reverenciar, prostrar-se, curvar-se, reconhecer, celebrar e exaltar a majestade divina.
5- Qual o lugar da exposição das Escrituras Sagradas no culto? 
A exposição fiel das Escrituras deve ser central no culto genuinamente cristão.

Fonte: Revista CPAD Jovens

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

segunda-feira, 4 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CPAD JOVENS - Lição 10 / 1º Trim 2024

                                                

O Cuidado com o Vento de Doutrina
10 de março de 2024

TEXTO PRINCIPAL

Jesus respondeu e disse-lhes: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se falo de mim mesmo. (Jo 7.16,17)

RESUMO DA LIÇÃO
As Escrituras Sagradas nos ajudam a identificar os falsos ensinos, nos preparando para resisti-los.

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – 2 Tm 3.1,2 Tempos trabalhosos
TERÇA – 1 Pe 5.6-8 Humildade e vigilância
QUARTA – Jo 16.33 Bom ânimo para vencer o mundo
QUINTA – Ef 6.10-13 A armadura de Deus
SEXTA – Mt 22.34-40 O amor a Deus e à sua Palavra é proteção contra o engano doutrinário
SÁBADO – Sl 119.97-99 O amor à Palavra de Deus torna o homem mais sábio

OBJETIVOS
MOSTRAR as tendências atuais das falsas doutrinas;
CONSCIENTIZAR da resistência do crente contra as falsas doutrinas;
SABER que o crente deve amar a Deus e a sua Palavra.

INTERAÇÃO
Na lição deste domingo estudaremos a respeito da preciosidade da doutrina bíblica e os perigos das falsas. Veremos o que a Bíblia diz a respeito de “vento de doutrina”, a fim de que seja identificado, resistido e vencido. O objetivo também é conscientizar os alunos de como podemos identificar as atuais falsas doutrinas e como resistir aos seus ataques, mantendo assim o amor a Deus e à sua Palavra acima de todas as coisas. Não podemos nos render aos apelos mundanos do nosso tempo. Precisamos identificar os males que assolam essa geração a fim de enfrentá-los e vencê-los. Na pós-modernidade, temos visto a rejeição dos valores morais.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado (a) professor(a), depois de fazer a leitura do texto bíblico em classe, explique que em “Efésios 4. Paulo ensina que a ‘unidade do Espírito’ (v. 3) e a ‘unidade da fé’ (v 13) são mantidas e aperfeiçoadas por:
(1) aceitar somente a fé e a mensagem dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres do Novo Testamento;
(2) crescer na graça, em maturidade espiritual e em Cristo sob todos os aspectos (v. 15), e ser cheio da plenitude de Cristo e de Deus;
(3) não permanecer como criança, aceitando ‘todo o vento de doutrina’, mas, pelo contrário, conhecer a verdade, e assim saber rejeitar falsos mestres (vv. 14, 15)” (Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 1811).


TEXTO BÍBLICO
Efésios 4.11-16
11 E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.

12 Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.

13 Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.

14 Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

15 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.

16 Do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo ajusta operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.


INTRODUÇÃO
Estamos estudando a respeito da preciosidade da doutrina bíblica e advertindo sobre os perigos das falsas doutrinas que conduzem as pessoas ao erro e às práticas pecaminosas. Na lição deste domingo, veremos uma análise a respeito do que a Bíblia chama de “vento de doutrina”, a fim de que este seja identificado, resistido e vencido. Vamos também ver como podemos identificar as atuais falsas doutrinas e como o crente pode e deve resistir aos seus ataques, mantendo assim o amor a Deus e à sua Palavra acima de todas as coisas.

I – TENDÊNCIAS ATUAIS DAS FALSAS DOUTRINAS

1- Tempos pós-modernos.

O crente não conseguirá manter uma fé genuína em Deus se ele não conhecer as tendências e os desafios de seu próprio tempo. Nesse caso, que tempos são os atuais? Quais as principais marcas da atualidade? A Bíblia faz sérios alertas sobre o perigo que cerca o crente no que se refere ao “presente século” (2 Co 4.4; 2 Tm 4,10; Tt 2.12). Para que não se renda aos apelos mundanos e carnais de seu tempo, o crente precisa ser capaz de identificar os seus males, a fim de enfrenta-los e vencê-los. O tempo atual tem sido chamado de “pós-moderno”, cujo sentido pode ser resumido como o movimento da cultura que rejeita os valores da modernidade e vê com desconfiança os princípios racionais e universais. Na prática, o mundo pós-moderno desvaloriza a lógica e o sentido das coisas, dando ênfase ao que foge à regra.

2- Tempos de desconstruções.

A pós-modernidade foi disseminada, principalmente, pelo pensamento de alguns teóricos que representam a ideia deste tempo, que busca afrontar a fé cristã. A ideia destes teóricos é a de que o conhecimento herdado, seja religioso ou familiar não pode ser considerado uma verdade absoluta, pois é fruto da mente humana, apenas. Para alguns teóricos da pós- modernidade as palavras, conhecimento e poder estão relacionadas de forma que o discurso não tem a intenção somente de comunicar, mas de estabelecer domínio e poder. Eles também propagam a desconstrução das bases pré-estabelecidas pois para tais pensadores, são apenas criações humanas. A desconstrução do conhecimento herdado, da palavra falada e da palavra escrita representa a destruição da tradição, do ensinamento e da Palavra de Deus, pilares do Cristianismo. Sendo assim, o vento atual é o da desconstrução em torno da fé na Palavra de Deus.

3- Espiritualidade sem vida.

A mentalidade pós-moderna traz consigo aquilo que tem de mais nocivo à fé cristã na atualidade, pois ela defende o fim do padrão, principalmente o bíblico. Logo, a verdade é particularizada, a autoridade é desrespeitada, a moralidade é circunstancial e os relacionamentos são “descartáveis”. A espiritualidade sem compromisso com a igreja local é um fenômeno pós- -moderno que está no âmago da maioria dos desvios doutrinários da atualidade. Os seus adeptos não minimizam a importância da espiritualidade; entretanto, desvinculam-na de qualquer compromisso com uma denominação, e até mesmo com uma liderança espiritual, afinal de contas, o que importa é o sentir-se bem e viver conforme os próprios padrões. Na espiritualidade pós-moderna é possível ter “experiências sobrenaturais” sem compromisso com a verdade da Palavra de Deus, mesmo porque, ela é a espiritualidade do sentir e não do viver.


SUBSÍDIO 1
Professor (a) , explique que a Palavra de Deus vem sendo lida, ensinada e pregada em praticamente todo o mundo. Ela tem o poder de mudar a vida das pessoas, e nos revela o que Deus deseja que saibamos para sermos salvos e igualmente nos tornarmos cidadãos dos céus. Entretanto, essa mesma Palavra de Deus pode ser mal interpretada e mal aplicada, e Satanás nos mostra isso quando tenta pela segunda vez ao Senhor Jesus. Em nossos dias, tem proliferado, principalmente com o advento das tecnologias que conectam pessoas, diversos palestrantes e pregadores que, por falta de sabedoria ou por má intenção, diluem as verdades das Sagradas Escrituras, tornando-as adaptáveis às escolhas dos ouvintes e criando um grupo de pessoas que busca adaptara Palavra de Deus às suas necessidades e desejos. Jesus foi tentado a utilizar a Palavra de Deus de forma equivocada, para atender a um desafio que colocava em xeque a sua comunhão com Deus. Entretanto, o Senhor Jesus venceu a tentação de aplicar mala Palavra de Deus para a vida e agir de forma direcionada nessa aplicação, pois Ele conhecia a Palavra, e não agiu de forma independente, sem consultar a Deus, nem fazendo seus próprios planos e saindo do projeto para o qual Deus o havia chamado.

II – A RESISTÊNCIA DO CRENTE

1- O mundo a ser resistido.

O crente é desafiado a vencer a tentação (1 Co 10.13), o Diabo (Tg 4.7) e o mundo (1 Jo 5.4). Antes de identificar as características do mundo e qual o meio eficaz de vencê-lo, é preciso compreender o que o apóstolo João quer dizer com o termo “mundo”. A palavra “mundo” na Bíblia tem algumas variações, mas aqui ela vem do grego hosmos, que literalmente quer dizer “algo ordenado”, e que aqui assume também uma relação com “sistema ordenado”, ou ainda, “sistema mundano”. Esse sistema representa muito bem o “espírito do anticristo”, cuja principal marca é a de ser “contra tudo o que se chama de Deus” (2 Ts 2.4), ou seja, este mundo é inimigo de Deus, de seu povo e de sua Palavra. Portanto, este é o mundo a ser resistido pelo crente fiel.

2- Um mundo sem fundamentos.

Qual a característica do mundo atual? De que forma a fé cristã é testada e desafiada atualmente? A respeito deste tempo, o sociólogo e filósofo Zygmunt Bauman caracterizou a Pós-Modernidade como “sociedade líquida”, cuja marca principal é a fluidez, isto é, a não solidez das relações em seus mais variados aspectos, resultando assim na falta de comprometimento e relacionamentos sem profundidade e descartáveis. Nesse contexto de instabilidade e ausência de fundamentos sólidos, a doutrina cristã é colocada à prova o tempo todo, aliás, isso foi previsto pelo apóstolo Paulo ao falar de um período por ele chamado de “tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1). O justo diante do deslocar dos fundamentos estruturais da vida, remonta os tempos bíblicos (Sl 11.3; Hc 1.4). Portanto, assim como os salmistas e o profeta Habacuque foram desafiados, os crentes da atualidade o são e devem manter firme a sua fé, mesmo em um mundo sem fundamentos sólidos.

3- A vitória que vence o mundo.

O apóstolo João afirma que “a vitória que vence o mundo” é “a nossa fé” (1 Jo 5.4). Mas, afinal, que é esta fé capaz de vencer o mundo? Qual o seu significado e como o crente deve utilizar-se dela na tarefa de resistir ao mundo atual, junto de seus ventos de doutrinas? Em primeiro lugar, não se trata de qualquer fé. Não é uma fé subjetiva, pois o apóstolo é objetivo em dizer “a nossa fé”, que remonta ao texto de Judas que, incentivando os seus leitores, disse que eles deveriam “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (v. 3). O Senhor Jesus é o autor desta fé (Hb 12.2) e ela é dada por Deus aos crentes (Ef 2.8), Em segundo lugar, esta fé oferece condições ao crente para que resista aos constantes ataques de seu adversário. Paulo compara a fé a um escudo, com evidência clara de que ela cumpre um papel de defesa aos ataques do Diabo (Ef 6.16). O escritor aos Hebreus afirma que a fé oferece firmeza e garantia ao crente em todo o tempo e em todas as circunstâncias. Após o salmista perguntar sobre a condição dos justos enquanto vê os fundamentos da Terra serem abalados, ele declara a soberania de Deus e o seu controle sobre tudo o que ocorre na terra (Sl 11.4). Sendo assim, a fé é a arma adequada para o crente resistir aos ventos atuais da doutrina, mantendo-se firme sobre a Rocha que é Jesus Cristo.

SUBSÍDIO 2
Satanás também sabe citar a Palavra de Deus quando lhe convém, mas ele sempre o fará com propósitos malignos. Suas hostes criam doutrinas de demônios, induzindo incautos a lerem as Escrituras pela metade, ou a citarem partes da Palavra de Deus desprezando o contexto em que elas estão inseridas, desrespeitando regras de interpretação já definidas e soprando ventos de doutrinas para o povo de Deus. Satanás tem se aproveitado desses fatores e atraído muitas pessoas para igrejas que se propõem a fazer do culto um show, com atrações que façam lotar o santuário, onde o homem, e não Deus, é o centro das atenções.
Liturgias são preparadas para que o homem seja destacado, tornando-o uma celebridade digna de ser seguida. Há bastante tempo, certo pregador argentino comentou que compareceu a um evento no qual um grande pregador compareceria para ministrar. Antes da ministração, as luzes se apagaram, e o apresentador ao microfone disse: “E agora, com vocês, o grande servo de Deus, pastor esse pregador argentino, de forma radical, terminou seu relato dizendo que não existe grande servo de Deus, pois se ele é servo, não é grande, e se é grande, não é servo”. Não há nada errado em se honrar uma pessoa que se destacou, mas é errado fazer dessa pessoa o centro das atenções onde Deus está.
Ou Deus tem a primazia em nossas vidas ou não tem, E podemos ser pessoas que dão primazia a Deus quando não somente damos crédito à sua Palavra, mas também quando nos guardamos de tentá-lo. Interpretar de forma errada as Escrituras pode ter implicações sérias para a vida dos cristãos. Satanás tentou Jesus a agir por conta própria, interpretando a Palavra sem respeitar o seu devido contexto, conduzindo, possivelmente, a uma ação não orientada por Deus. Sem a orientação de Deus, Jesus poderia ter colocado a sua vida em risco, e atrair pessoas a um espetáculo, e não para a mensagem do evangelho. Que isso nos sirva de lição: respeitemos as regras de interpretação das Escrituras, e não ajamos de forma imprudente, imaginando que Deus irá chancelar todas as nossas ações.

III – AME O SENHOR, AME A SUA PALAVRA

1- Criados para amar.

Dentre as virtudes apresentadas na Palavra de Deus, o amor é a mais nobre e sublime. Entretanto, a Bíblia ensina que o amor deve ser empregado na direção correta, caso contrário, os seus efeitos serão desastrosos, como o “amor ao dinheiro” que traz consigo males e dores (1 Tm 6.10) ou quando o homem é “amante de si mesmo” (2 Tm 3.2). A expressão “afeição” é usada para demonstrar a pureza e a força do amor, pois indica a forte inclinação para algo, capaz de levar uma pessoa a abrir mão de sua própria vida em favor do outro (1 Ts 2.8). O amor é condutor das boas ações humanas, ele determina a direção a ser trilhada. O homem foi criado para amar a Deus, entretanto, o pecado desvirtuou esse propósito, levando-o a desviar-se do seu amor. Em Cristo, o homem tem todas as condições para amar e redirecionar o seu amor a Deus (Rm 14 8).

2- Ame ao Senhor.

O texto de Deuteronômio 6.5 serve como referência quanto à forma adequada do ser humano se relacionar com o Criador. O próprio Senhor Jesus reverberou esta ordem (Lc 10.27). Em todo o Novo Testamento há incentivo ao amor a Deus e a Cristo, sob graciosas promessas (Rm 8.28; 1 Co 2.9; 8.3; Ef 6.24). O salmista afirmou que os que amam a Deus têm a garantia de sua eficaz proteção, fazendo-o triunfantes nas mais diversas batalhas. Portanto, o amor a Deus é também uma forma de resistência aos ataques das tendências atuais das falsas doutrinas, pois o crente que ama ao Senhor lutará – intencionalmente – por agradá-lo, inclusive, rejeitando todo o tipo de desvio da verdade de sua Palavra.

3- Ame a sua Palavra.

Além do amor a Deus, o amor à sua Palavra é também um recurso poderoso no processo de enfrentar, resistir e vencer as tendências atuais das falsas doutrinas. O salmista declarou o seu amor pela Palavra de Deus (Sl 119.97) e, conforme o seu próprio testemunho, os resultados desse seu compromisso com a verdade são: meditar na Palavra de Deus “em todo o dia” (v. 97), desviar os seus pés “de todo caminho mau” (v. 101) e aprender a aborrecer e a rejeitar “todo falso caminho” (v. 104). A partir das palavras do salmista é possível perceber que, além de outras garantias, o amor pela Palavra de Deus possibilita a identificação dos falsos caminhos, evitando o erro, a fim de agradar a Deus que deve ser amado acima de todas as coisas.

SUBSÍDIO 3
O caminho que conduz a Deus é estreito e árduo. Basta observar com atenção as prerrogativas do Sermão do Monte, e você verá o caminho a ser percorrido pelos súditos do Reino de Deus (Mt 5-7). Seguir a Cristo envolve renúncia, perdão e amor. Vivemos em uma sociedade em que falar a respeito de amor pode soar como algo piegas. Muitos incentivam e exaltam o ódio e a vingança. É preciso ser firme e consciente de que Deus reprova toda e qualquer atitude de ódio e que Ele julgará toda forma de iniquidade: “Ante a face do Senhor, porque vem. porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com a sua verdade” (Sl 96.13). Deus quer usar sua vida, perdoada e redimida, para proclamar o verdadeiro amor ao mundo (1 Pe 2.9-11).
Contudo, para que você seja usado dessa forma, será preciso lutar contra o pecado e contra a maneira de pensar deste mundo. A falta de santidade conduz a inutilidade. Jesus, porém, advertiu-nos: “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido; com que se há de salgar?” Para mais nada presta, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Jesus, nosso Salvador, deve ser nosso exemplo; Ele viveu neste mundo em submissão às ordens e à vontade do Pai. Ele buscava fazer aquilo que agradava ao Senhor Deus. Sabemos que Ele experimentou a vida como um trabalhador e cidadão e enfrentou as mesmas dificuldades da modernidade; mas em tudo agradou ao Pai. Jesus Cristo era e é autêntico e exigiu e exige tal atitude dos seus seguidores.

CONCLUSÃO
O Diabo não desistiu de disseminar desvios doutrinários no meio da igreja, com o intuito de promover o seu enfraquecimento espiritual. Percebe-se também que as suas formas são atualizadas conforme o tempo, o que impõe à igreja o desafio de identificaras tendências atuais das falsas doutrinas. Essa lição apontou que, atualmente, a pós- modernidade representa a essência desses desvios e que somente por meio da fé genuína é que o crente resistirá aos ataques deste tempo. A igreja deve fortalecer-se na fé, renovar o seu amor para com Deus e a sua Palavra.


HORA DA REVISÃO
1- Segundo a lição, o que é preciso para que o crente não se renda aos apelos mundanos e carnais?

Para que não se renda aos apelos mundanos e carnais de seu tempo, o crente precisa ser capaz de identificar os seus males, a fim de enfrentá-los e vencê-los.

2- Como o tempo atual tem sido chamado e qual o sentido do termo?

O tempo atual tem sido chamado de “pós-moderno”, cujo sentido pode ser resumido como o movimento da cultura que rejeita os valores da modernidade e vê com desconfiança os princípios racionais e universais.

3- Qual o fenômeno pós-moderno que está no âmago da maioria dos desvios doutrinários da atualidade?

A espiritualidade sem compromisso com a igreja.

4- O que a mentalidade pós-moderna traz consigo que é nocivo à fé?

A mentalidade pós-moderna traz consigo aquilo que tem de mais nocivo à fé cristã na atualidade, pois ela defende o fim do padrão, principalmente o bíblico.

5- Segundo o Evangelho de João, o que nos faz vencer o mundo?

A nossa fé.

Fonte: Revista CPAD Jovens

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

domingo, 25 de fevereiro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CPAD JOVENS - Lição 9 / 1º Trim 2024

                                               

A doutrina dos Apóstolos
3 de março de 2024

TEXTO PRINCIPAL

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina.” (Ef 2.20)

RESUMO DA LIÇÃO
A Igreja deve preservar o compromisso de manter e ensinar a doutrina dos apóstolos, que é a doutrina de Deus.

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Lv 22.31,32 A prática de guardar os mandamentos do Senhor
TERÇA – Is 1.10-17 Viver em santidade é colocar em prática a Palavra Deus
QUARTA – Gl 6.9 Ser incansável em fazer o bem
QUINTA – Rm 13.8 Quem ama o próximo, cumpre a lei
SEXTA – 1Pe 4.8 O amor que cobrirá multidão de pecados
SÁBADO – 1 Co 15.57,58 O serviço cristão será recompensado pelo Senhor

OBJETIVOS

COMPREENDER que o ensino dos apóstolos era prático;
CONSCIENTIZAR de que a doutrina suscita amor;
SABER que a doutrina gera serviço.

INTERAÇÃO
Professor (a), a Igreja está firmada sobre a doutrina dos apóstolos, que está firmada em Cristo, o fundamento da Igreja. Por esta razão, a lição se dedica a esta temática, com o objetivo de mostrar a importância do nosso compromisso com a doutrina dos apóstolos. Estudaremos a respeito da praticidade do ensino dos apóstolos, mostrando que tal ensino produz o verdadeiro amor e conduz o crente a uma vida de serviço a Deus e ao próximo. É importante que os alunos compreendam o significado do vocábulo apóstolo. Esse termo vem do latim apostolus e do grego apóstolos, cujo significado vai além de simplesmente “mensageiro”, e aponta para “o enviado”. É importante ressaltar que, embora tenham desempenhado importante papel na edificação da igreja, os apóstolos não tinham autoridade em si mesmos, pois o que fizeram e ensinaram foi na autoridade de Jesus Cristo, quem os escolheu e os enviou.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado (a) professor (a), inicie a lição explicando aos alunos que “a igreja somente poderá ser genuína se for alicerçada na revelação infalível, inspirada por Cristo aos primeiros apóstolos”. Os apóstolos do Novo Testamento foram os mensageiros originais, testemunhas e representantes autorizados do Senhor crucificado e ressurreto (Ef 2.20). “Foram as pedras fundamentais da Igreja, e sua mensagem encontra-se nos escritos do Novo Testamento, como o testemunho original e fundamental do Evangelho de Cristo, válido para todas as épocas” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 1811).


TEXTO BÍBLICO
Atos 2.42-47
42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45 Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração
47 Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

INTRODUÇÃO
A doutrina dos apóstolos deve ser estudada e praticada pelos crentes, pois consiste em Cristo, o fundamento da Igreja. Esta lição tem como objetivo mostrar que precisamos manter o compromisso de não negligenciar a doutrina dos apóstolos. Vamos discorrer a respeito do ensino prático dos apóstolos, mostrando que ele produz o verdadeiro amor e conduz o crente a uma vida de serviço a Deus e ao próximo.


I – O ENSINO DOS APÓSTOLOS ERA PRÁTICO


1- Os apóstolos.

O vocábulo apóstolo vem do latim apostolus e do grego apóstolos, cujo significado vai além de “mensageiro”. O termo significa também “o enviado”, e nas Escrituras Sagradas a ênfase é mais sobre aquele que envia do que quem é enviado. É importante destacar que, embora tenham desempenhado um importante papel na edificação da igreja, os apóstolos não tinham autoridade em si mesmos, pois o que fizeram e ensinaram foi na autoridade de Jesus Cristo, quem os escolheu e os enviou. As palavras de alguns dos apóstolos nas apresentações de suas cartas atestam isso, já que elas deveriam ser lidas e obedecidas, não porque eles as estavam escrevendo, mas porque foram chamados pelo Senhor Jesus (Rm 1.1; 1 Pe 1.1). Portanto, falar sobre a doutrina dos apóstolos refere-se aos ensinos dos que receberam o chamado e a autoridade necessária para isso, o que faz dessa doutrina “digna de toda aceitação” (1Tm 1.15).

2- A doutrina dos apóstolos.

Paulo afirma que os crentes em Cristo estão “edificados sobre o fundamento dos apóstolos” (Ef 2.20), que é o mesmo que “doutrina dos apóstolos” (At 2.42), pois a eles foi dada a missão de Lançar as bases doutrinárias da Igreja de Cristo. No entanto, essas duas expressões fazem referência ao ensino dos apóstolos e não aos apóstolos em si, ou seja, a Igreja não está fundamentada nestes homens, mas na doutrina que receberam de Cristo e repassaram à Igreja do Senhor. A validade do que eles ensinaram está no fato de que “Jesus Cristo é a principal pedra de esquina”, ou seja, o Senhor é a base e o sustento de toda doutrina ensinada pelos apóstolos. Sem Cristo, esses ensinos não existiriam ou não teriam valor nenhum, pois Cristo é o insubstituível.

3- A praticidade da doutrina dos apóstolos.

 Um aspecto importante da doutrina dos apóstolos é o seu aspecto prático. Embora, do ponto de vista teórico, fossem bem fundamentados, esses ensinamentos evocam a necessidade de práticas que refletem a fé genuína (Tg 1.21,22). No Evangelho Segundo João, somos exortados à produção de frutos que evidenciem o verdadeiro arrependimento (Jo 15.16). O Livro de Atos registra a conversão de milhares de pessoas e o fato de que elas “perseveravam na doutrina dos apóstolos”, como demonstração de uma verdadeira conversão, compreensão e obediência aos princípios ensinados pelos apóstolos. Quem ama a Cristo e ao próximo, guarda e pratica toda a doutrina de Deus.

SUBSÍDIO 1
Professor (a), todos os crentes e igrejas locais dependem das palavras, da mensagem e da fé dos primeiros apóstolos, conforme estão registradas historicamente em Atos e nos seus escritos. A autoridade deles é conservada no Novo Testamento. As gerações posteriores da igreja têm o dever de obedecer à revelação apostólica e dar testemunho da sua verdade. O Evangelho concedido aos apóstolos do Novo Testamento, mediante o Espírito Santo, é a fonte permanente de vida, verdade e orientação à igreja.

II – A DOUTRINA SUSCITA AMOR

1- O amor na doutrina de Pedro.

O amor é a virtude que evidencia a prática da doutrina (Jo 15.10). A fé e os ensinos de Pedro foram moldados pelo seu relacionamento com Jesus, e o que ensinou sobre o amor foi influenciado pelas marcas de seu último diálogo com o Mestre (Jo 21.15-17). Em sua Primeira Carta, Pedro adverte os crentes a amarem uns aos outros ardentemente (1 Pe 4-8). Este versículo é a chave para a compreensão de seu ensino sobre 0 amor. Pedro aponta para a transformação e mudança que Cristo operou nos crentes pelo seu amor demonstrado na cruz. Ele diz que o amor é a maior das virtudes, e a que valida todas as demais.

2- O amor na doutrina de João.

O amor é um tema central nos ensinos de João. Por isso, ele tem sido chamado de “o apóstolo do amor”. Parte do conteúdo do capítulo 4 de sua Primeira Epístola identifica o quão essencial é o amor para João. Os versículos 10,11 e 19 do capítulo 4 podem ser considerados o eixo central do ensino sobre o amor. João afirma que Deus é que amou e ama o ser humano primeiro e nós respondemos adequadamente ou não a este amor. João defende que o amor evidencia a nova vida em Cristo e o fato de conhecer a Deus (1 Jo 4-7-9). Embora Ele não possa ser visto, todavia, por meio do seu amor a sua presença é revelada e percebida. O amor de Deus faz com que venhamos a desfrutar da comunhão com o Senhor e com o Espírito Santo. O amor testifica a obra realizada por Cristo na cruz do Calvário em nosso favor.

No capítulo dois da Carta aos Filipenses, o apóstolo Paulo fala de alguns pontos doutrinários a respeito do amor. Ele enfatiza que o amor é: uma virtude a ser compartilhada entre os irmãos; que a humildade é uma face genuína do amor, e leva o crente a celebrar as qualidades uns dos outros, e que Cristo é o modelo maior de amor, humildade e serviço (Fp 2.5-10). Paulo também ensina que o amor não é somente um sentimento, mas uma ação, atitude. No capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios ele mostra que o amor tudo sofre, é benigno, não invejoso, não leviano e que ele “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (1 Co 13.7). Sendo assim, não há doutrina aprovada por Deus que não produza o verdadeiro amor.

SUBSÍDIO 2
Professor (a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta; “O que é o amor?” Incentive a participação de todos. Em seguida explique que o amor é a virtude que evidencia a prática da doutrina. Peça que um aluno (a), leia João 15.10. Em seguida, explique que “o crente deve viver na atmosfera do amor de Cristo. Jesus declarou que isso se dá quando guardamos os seus mandamentos. Todos os crentes e igrejas serão verdadeiros somente à medida que fizerem o seguinte:
(a) Aceitar o ensino e revelação originais dos apóstolos a respeito do evangelho, conforme o Novo Testamento registra, e procurar manter-se fiéis a eles (At 2.42). Rejeitar os ensinos dos apóstolos é rejeitar o próprio Senhor (Jo 16.13-15; 1 Co 14.36-38).
(b) Continuar a missão e ministério apostólico, comunicando continuamente sua mensagem ao mundo e à igreja, através da proclamação e ensino fiéis, no poder do Espírito (At 1.8),
(c) Não somente crer na mensagem apostólica, mas também a defender e guardá-la contra todas as distorções ou aliterações. A revelação dos apóstolos, conforme temos no Novo Testamento, nunca poderá ser substituída ou anulada por revelação, testemunho ou profecia posterior (At 20.27-31).


III – A DOUTRINA GERA SERVIÇO


1- Jesus, o servo por excelência.

O Antigo Testamento anunciou a chegada de Jesus em suas mais diferentes condições, inclusive como Servo (Is 53.1-12). Os textos do Antigo Testamento apontavam para o caráter de servo que Jesus assumiria em seu ministério terreno, com o propósito de atender aos necessitados (Is 61.1-3). O apóstolo Paulo fundamentou o seu argumento sobre o dever cristão de auxiliar os enfermos em suas necessidades nas palavras de Jesus de que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35), Esse princípio está alinhado ao que o Senhor ensinou – em palavras e obras – aos seus discípulos sobre servirem aos outros e não a si mesmos (Mt 20.26,27), Jesus disse que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45), Ele entrega a própria vida em favor de outros, razão pela qual o Pai o exaltou e lhe deu um nome sobre todos os nomes (Fp 2.9). Jesus é o servo por excelência.

2- O serviço cristão na doutrina dos apóstolos.

Os apóstolos lançaram as bases da doutrina cristã, e Cristo é o fundamento central. Uma vez que o serviço foi uma das características fundamentais do ministério de Jesus, essa virtude não poderia estar fora dos ensinos apostólicos. Historicamente, o serviço a Deus e ao próximo é visto como fruto da doutrina dos apóstolos a partir do registro no livro dos Atos. Doutrinariamente, o apóstolo Pedro ensina que os dons espirituais devem ser usados em favor do Corpo de Cristo, tratando-os como um serviço. No mesmo contexto, ele indica que o cristão é chamado a sofrer à semelhança de Cristo, ou seja, trabalhar em favor da Igreja, do Reino de Deus. No ensino de João, o cristão deve estar pronto a servir o seu próximo com os seus bens e com a sua própria vida (1 Jo 3.16,17). Paulo ensinou também que o crente deve considerar o outro superior a si mesmo, e reafirma a sua alegria em se entregar no serviço em favor dos outros (Fp 2.3,17). A verdadeira doutrina faz com que os crentes desejem servir a Deus e ao próximo.

3- O serviço na vida cristã.

Jesus é o alicerce da doutrina cristã, o modelo de servo a ser seguido pelos seus discípulos e todos os crentes. Paulo rogou aos irmãos da igreja em Roma para que não se amoldassem aos padrões deste mundo, mas que mudassem a forma (Rm 12.2). Segundo a forma de pensar deste mundo, maior é o que é servido, aquele que está assentado à mesa. Entretanto, Jesus Cristo ensinou que no Reino de Deus maior é o que serve (Lc 22.26,27). Portanto, uma vida cristã bíblica e madura é marcada pelo serviço a Deus e ao próximo.


SUBSÍDIO 3
Servir os outros é um sinal característico dos cristãos no mundo, Jesus iniciou o seu sermão com palavras que parecem contradizer uma à outra. Mas o modo de vida prescrito e exigido por Deus normalmente contradiz o do mundo. Se você quer viver para Deus, deve estar pronto a dizer e fazer o que parece estranho para o mundo. Você deve estar disposto a dar, quando os outros tomam; a amar, quando os outros odeiam; a ajudar, quando os outros maltratam. Ao renunciar aos seus próprios direitos para servir os outros, um dia você receberá tudo o que Deus reservou para você.


CONCLUSÃO
A doutrina dos apóstolos está fundamentada em Jesus Cristo, e tal verdade implica aspectos teóricos e práticos. A doutrina dos apóstolos revela o que os crentes de todos os tempos, precisam crer e praticar. Aprendemos a respeito da praticidade dos ensinos apostólicos, indicando a expectativa de Deus e das pessoas em relação à Igreja. Isso se dá em dois aspectos na doutrina dos apóstolos: o primeiro é o amor, como fruto da verdadeira doutrina, o segundo é o serviço abnegado, do qual o Senhor Jesus é o exemplo maior.


HORA DA REVISÃO
1- Qual a origem do vocábulo “apóstolo” e qual o seu significado?

O vocábulo apóstolo vem do latim apostolus e do grego apóstolos, cujo significado aponta para “o enviado”, e a ênfase é mais sobre aquele que envia do que em quem é enviado.

2- De acordo com a lição, quem é a base e o sustento de toda doutrina ensinada pelos apóstolos?

Jesus Cristo.

3- Qual virtude é evidenciada pela prática da doutrina (Jo 15.10)?

O amor.

4- Qual é o tema central nos ensinos de João?

O amor é o tema central nos ensinos de João.

5- No Reino de Deus, o maior é o que serve à mesa ou o que é servido (Lc 22.26,27)?

Segundo Jesus Cristo, maior é o que serve (Lc 22.26,27).

Fonte: Revista CPAD Jovens

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