INICIE CLICANDO NO NOSSO MENU PRINCIPAL

terça-feira, 22 de outubro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 4 / ANO 1- N° 3

 

O Mistério da Encarnação de Cristo

 TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Mateus 1.18-23
18- Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. 
19- Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
20- E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.
21- E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22- Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz:
23- Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco).

TEXTO ÁUREO
  Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus. 1 João 4.2

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira Filipenses 2.5-8 Cristo Jesus aniquilou-se a si mesmo

3ª feira Mateus 1.18-25 O nascimento de Cristo

4ª feira Hebreus 9.11-14 Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros

5ª feira - Gênesis 3.14-19 Ele lhe ferirá a cabeça

6ª feira - João 14.6-9 Quem me vê a mim, vê o Pai

Sábado Romanos 15.7-9 Jesus Cristo foi ministro da circuncisão

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• entender de forma clara o significado da expressão "e o verbo se fez carne";
 desenvolver argumentação consistente no combate às linhas de pensamento contrárias à encarnação do Verbo de Deus; 
• identificar os motivos para o auto esvaziamento e consequente humanização do Filho de Deus.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, o ponto central da história bíblica é a revelação de Deus na pessoa de Jesus de Nazaré. O Verbo de Deus, Cristo, encarnou, ou seja, fez-se carne e sangue (encarnação), e, assim, revelou-se de modo mais pleno à humanidade. Além do texto de João (1.14), muitas outras passagens bíblicas atestam que Deus enviou Seu Filho para concretizar, como homem, a singular obra redentora (Jo 1.14; CI 1.22; Rm 1.3; 1 Tm 3.16).
  Portanto, ao ensinar sobre a encarnação de Cristo, enfatize a importância desse acontecimento como o ponto culminante da revelação divina e da obra redentora. Ajude os alunos a compreenderem que, através de Jesus, Deus se aproximou da humanidade de maneira única e pessoal, oferecendo-lhe salvação e reconciliação.
  Que esta lição inspire um maior entendimento do singular amor de Deus manifestado em Cristo Jesus e motive o cultivo de uma vida de fé e devoção. 
  Excelente aula!

COMENTÁRIO
  Palavra introdutória A encarnação de Cristo é o acontecimento central na narrativa bíblica a respeito da redenção do ser humano em seu essencial estado de queda e prática do pecado. O Filho de Deus esvaziou-se (ekenösen) de Sua glória e tomou a forma de homem em uma inigualável operação de resgate (Mt 18.11; Lc 19.10). Expressando-se sobre a encarnação de Cristo, o apóstolo João declarou: O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14).
  Apesar de estar tão solidamente fundamentada nas Escrituras, não faltaram concepções equivocadas a respeito da encarnação de Jesus ao longo da História. O docetismo, por exemplo, negava justamente a Sua natureza humana. Mas, a verdade é que a encarnação foi real e absolutamente necessária. O que o Eterno realizou em favor da humanidade, por intermédio de Seu Filho unigênito, jamais poderá ser comparado a qualquer feito humano.

1. A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO
  O mistério da encarnação repousa sobre dois mistérios: Seu auto esvaziamento e autolimitação e Seu nascimento virginal. Esses dois acontecimentos, por sua vez, resultaram em mais um enigma: o da união plena de duas naturezas - a divina e a humana - em uma só pessoa. As duas naturezas de Cristo são, na verdade, os temas desta e da próxima lição.

1.1. Definição e significado 
  A palavra encarnação não é encontrada na Bíblia, por se tratar de um termo teológico criado com o passar dos anos, da mesma forma que trindade e arrebatamento - outras duas doutrinas basilares do cristianismo não - são conhecidas por esses nomes no texto bíblico. 
  A encarnação é o ato mediante o qual o Filho eterno de Deus, o Senhor Jesus Cristo, sem deixar de ser divino, aceitou tomar a forma humana para cumprir o propósito redentor do Pai. Ao fazer isso, Ele assumiu todas as fraquezas e limitações da carne para assegurar a salvação de todos aqueles que nele creem.
______________________________
  A doutrina da encarnação ocupa um lugar central nas Escrituras, pois afirma a realidade de Deus ter enviado Seu único Filho ao mundo para nascer, viver e morrer como homem e pelo homem. Jesus não apenas veio em carne, mas também morreu em carne (Rm 8.3; CI 1.22).
______________________________
1.2. Ekenösen
  O verbo grego ekenösen, que tem o sentido de "esvaziar-se", é encontrado em uma carta paulina, na qual o apóstolo declara que Cristo aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte (Fp 2.7,8).
  Isso significa que Jesus despiu-se voluntariamente da glória que desfrutava junto ao Pai, desde a eternidade, para tornar-se um ser humano como os demais e, por Sua obra expiatória na cruz, redimir a humanidade caída.

1.3. O nascimento virginal de Cristo
  O profeta Isaías declarou: Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel (Is 7.14). A palavra hebraica 'almah, aqui traduzida por virgem, indica também que devia ser uma jovem solteira.
  As palavras de Maria ante o anúncio de que daria à luz o Salvador não deixam dúvidas quanto ao seu estado virginal: (...) Como se fará isso, visto que não conheço varão? (Lc 1.34). Ela estava comprometida com José à época, porém o casamento ainda não havia sido consumado. Tanto Mateus (1.23) como Lucas (1.27) empregam a palavra grega parthenos para descrever Maria como uma jovem solteira e sexualmente pura.

1.4. A natureza humana de Jesus
  Apesar dos mistérios em torno da encarnação, a natureza humana de Cristo é apresentada com muitas evidências nas páginas do Novo Testamento (Mt 1.18-25; Lc 2 40.52: Jo 4.6; 11.35; Mt 4.2, 27.50; Lc 24.39).
  Essa parte das Escrituras evidencia que o Emanuel realmente habitou entre nós e vivenciou todas as experiências e limitações do ser humano, excetuando-se apenas o fato de que Ele em tudo foi tentado, mas não pecou (Hb 4.15).

2. CRISTO VIVEU ENTRE OS HOMENS
  O apóstolo João declarou que o Verbo habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14).

2.1. O Verbo se fez carne
  O Filho de Deus assumiu a forma humana, autolimitando-se em Sua glória e atributos divinos (Rm 8.3). Ele também habitou entre os homens em clara demonstração do grande amor do Pai, que deu o Seu Filho unigênito para revelar-se e salvar o pecador.

2.2. O conceito de "a morada de Deus entre os homens"
  A ideia da habitação de Deus entre os homens geralmente nos remete ao Tabernáculo no deserto, o lugar onde a presença de Deus se manifestava (Éx 25.8,9; 40.34). O verbo habitou (gr. eskēnōsen), utilizado por João (1.14), significa "tabernaculou".

2.2.1. A terminologia do Tabernáculo
  O escritor aos hebreus apresenta uma explicação detalhada do Tabernáculo, referindo-se ao lugar terreno da habitação de Deus como um exemplar e sombra das coisas celestiais (Hb 8.5a). Em seguida, ele diz que as mobílias e os rituais do Tabernáculo refletiam o fato de o caminho do Santuário - ou seja, o caminho da presença de Deus - não ter se manifestado ainda (Hb 9.8).
  No entanto, Cristo, o sumo sacerdote eterno, pelo sacrifício de si mesmo, entrou de uma vez por todas no Santuário, obtendo a eterna redenção para a humanidade. Seu sacrifício purifica a consciência das obras mortas, capacitando-nos a servir ao Deus vivo (Hb 9.11-14).

2.3. Cristo, revelação da glória divina
  Pelo fato de Cristo ter feito morada entre os homens, o povo da Sua época - e de todas as épocas - pôde testemunhar a Sua glória. O Altíssimo, ao revelar-se ao pecador, desprovido de méritos, demonstra a extensão do Seu amor e a força do Seu poder.
  A glória do Unigênito é a mesma glória do Pai, pois ambos são iguais, compartilhando a mesma natureza, poder e majestade (Jo 10.30). Quando o homem se encontra face a face com Cristo, ele também se encontra com a glória de Deus.

3. OS MOTIVOS DA ENCARNAÇÃO
  O pecado de desobediência, praticado pelo primeiro casal no Éden, precipitou toda a Criação no mais absoluto caos. Tudo o que há de mal neste mundo, como doenças, misérias e males, têm suas raízes na rebelião do Éden e dela procedem (Gn 3.14-19. Rm 5.12,19).
  A encarnação de Cristo revela o amor e a preocupação de Deus pela humanidade, mostrando que Ele não a abandonou à sua condição decaída. 
  Após a Queda, em vez de adquirir o conhecimento do bem e do mal, como prometido pela serpente, o homem percebeu sua nudez e tentou cobrir-se com folhas, demonstrando sua própria inadequação (Gn 3.7). Em resposta, Deus proveu vestimentas de peles de animais para Adão e Eva, simbolizando tanto a cobertura física quanto o início de um plano redentor para a humanidade (Gn 3.21).
  Entre outras, veja a seguir algumas razões para a encarnação de Cristo:
______________________________
  Em Gênesis 3.21, encontra-se o primeiro sinal nas Escrituras sobre a exigência da morte de um animal inocente e puro para a oferta de cobertura, livramento e reconciliação.
______________________________
3.1. Demonstrar o grande amor de Deus
  Aqueles que estão mortos no pecado e, portanto, separa- dos de Deus, podem obter a vida eterna por meio do ministério de Cristo, iniciado em Sua encarnação (Jo 3.16). O incomparável amor de Deus estende-se da encarnação ao sacrifício de Cristo, indicando o único modo pelo qual o homem pode ser salvo.
  O fato de Jesus ter-se feito homem é uma das provas mais evidentes de que o Altíssimo nos ama. Sobre este tema, o apóstolo Paulo declarou que Cristo [nos) amou e se entregou a si mesmo por nós (Ef 5.2). A plena compreensão desse fato é inalcançável ao entendimento humano; no entanto, o cristão arraigado em Cristo, em cuja vida o Senhor habita, poderá experimentar, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade [do] amor de Cristo, que excede todo entendimento (Ef 3.18.19).

3.2. Revelar o Pai à humanidade
  O evangelista João destaca que Deus jamais foi visto diretamente por ser humano algum; Sua revelação mais plena se deu na encarnação de Seu Filho (Jo 1.18; 1 Jo 4.12). Esses versículos enfatizam a divindade de Cristo, evidenciando Sua igualdade e íntima comunhão com o Pai.
  A melhor maneira de conhecer o Pai é por intermédio do Filho, que O revela de forma completa. Jesus Cristo reflete-O perfeitamente, de modo que contemplar o Filho é também contemplar o Pai (Jo 14.9).

3.3. Cumprir as promessas de Sua vinda como homem
  Os profetas da antiga aliança vaticinaram abundantemente sobre o ato sobrenatural da encarnação, isto é, sobre o nascimento, vida e obra do Cristo (Is 7.14; 9.6; Mq 5.2). Paulo, em sua Carta aos Romanos (15.8,9) confirma a realização dessas profecias na vida de Jesus.

3.4. Salvar o pecador
  Na verdade, o objetivo da encarnação está intrinsecamente ligado à missão do Cristo, qual seja: tomar a forma de homem para morrer (Fp 2.8) e, por Seu sacrifício vicário, salvar o pecador.
  O próprio Cristo declarou: O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mc 10.45).
  Na casa de Zaqueu, o Messias da Galileia afirmou: O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10).

3.5. Vencer o diabo e destruir o pecado
  A resposta de Deus ao ocorrido no Éden deu-se por meio da encarnação, morte e ressurreição de Cristo. Pela encarnação, a obra do diabo foi desfeita, como declarou o apóstolo João: Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8b). Cristo triunfou sobre o diabo na cruz quando exclamou: Está consumado (Jo 19.30)!
  O apóstolo Paulo também autentica essa afirmação quando anuncia: E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo (CI 2.15).
  O escritor aos hebreus, por sua vez, afirma: Agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9.26b).

CONCLUSÃO
  Sem a encarnação, o plano divino de redenção seria in- compreensível e inatingível.
  A vinda de Cristo ao mundo, como homem, permitiu que Ele experimentasse plenamente nossa humanidade e, assim, compreendesse nossas lutas e tentações.
  Ao encarnar, o Filho revelou a glória do Pai, demonstrando Seu amor perene e providência para com todos. Sua morte e ressurreição, como homem, possibilitaram a reconciliação entre o Criador e a criatura, abrindo caminho para a salvação eterna.

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO

1. Qual é a melhor definição para o termo encarnação?

R.: A encarnação é o ato mediante o qual o Filho eterno de Deus, o Senhor Jesus Cristo, sem deixar de ser divino, aceitou tomar a forma humana para cumprir o propósito redentor do Pai.

2. Qual é o significado do verbo grego ekenösen (Fp 2.7,8)?

R: Ekenösen significa "esvaziar-se".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários estão liberados, dessa forma o seu comentário será publicado direto no CLUBE DA TEOLOGIA.
Porém se ele for abusivo ou usar palavras de baixo calão será removido.