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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

ESCOLA DOMINICAL EDITORA BETEL - Lição 6 / 1º Trim 2025

O Wesleyanismo: A Chama que deu Forma ao Metodismo e à Santidade 
9 de Fevereiro de 2025



TEXTO ÁUREO
"Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina", 2 Timóteo 4.2

VERDADE APLICADA
Perseverar em oração e vigilância, à luz da Palavra e com a ajuda do Espírito Santo, é essencial para não sermos envolvidos pela frieza e indiferença espiritual.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Conhecer a vida e ministério de John Wesley; 
Identificar a situação da Igreja no século XVIII;
Ressaltar que a Igreja deve, pregar a Palavra de Deus.  

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Romanos 10
13. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 
14. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 
15. E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! 
16. Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois (saías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?
17. De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.
 
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Mt 3.11 Jesus batiza com o Espírito Santo e com fogo.
TERÇA | Mc 16.15 Todos são chamados a pregar o Evangelho. 
QUARTA | At 8.4 O dever de pregar a Palavra em qualquer lugar.  
QUINTA | At 13.2 O Espírito de Deus capacita para a missão.
SEXTA | Rm 10.17 A fé é pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus. 
SÁBADO | 2Tm 2.15 Procura apresentar-te a Deus aprovado.  

HINOS SUGERIDOS: 196, 198, 200

MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que Deus continue levantando trabalhadores para Sua obra.

INTRODUÇÃO
A vida, as experiências e as ênfases teológicas de John Wesley impactaram a sociedade da época, contribuindo para o reavivamento da Igreja e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo, como veremos nesta lição.

PONTO DE PARTIDA: Todos são chamados a pregar o Evangelho.

1. O início do ministério de John Wesley
John Wesley (1703-1791), líder, teólogo e pregador inglês de origem anglicana, foi o fundador do metodismo, movimento que em sua origem buscava reavivar a teologia e a vida da Igreja na Inglaterra. Rejeitado pela hierarquia da Igreja inglesa, Wesley passou a percorrer toda a Inglaterra a cavalo e a anunciar a Palavra de Deus ao ar livre. Seu trabalho causou profunda revolução religiosa na Inglaterra e, de maneira mais ampla, na América do Norte. 

1.1. Um clérigo anglicano.
John Wesley nasceu em Epworth, na Inglaterra, no dia 17 de junho de 1703. Filho de um sacerdote anglicano, foi o décimo quinto filho de uma família de dezenove irmãos, dos quais sobreviveram nove. Wesley, além de clérigo anglicano, tornou-se o líder desbravador do movimento metodista ocorrido na Inglaterra no século XVIII. Roberto Ferreira (Teologia Pentecostal da Harpa Cristã, 2022, p. 22) diz que o pensamento teológico de John Wesley lançou as bases para a teologia do Movimento de Santidade na América do Norte que, posteriormente, eclodiu no Movimento Pentecostal.

José Gonçalves Salvador (1960, p. 81-102): "O metodismo foi um movimento de avivamento espiritual cristão ocorrido na Inglaterra do século XVIII. Este movimento enfatizava a relação íntima do indivíduo com Deus, iniciando-se com uma conversão pessoal e seguindo uma vida em santidade na ética e moral cristã. O metodismo foi liderado por John Wesley (pároco anglicano) e seu irmão Carlos Wesley (um dos maiores expoentes da música sacra protestante)".

1.2. A influência do pietismo.
O movimento pietista cooperou visivelmente para produzir o desenho do metodismo contemporâneo. Na busca integral pela "santidade real'; Wesley adicionou aos seus estudos o perfeccionismo dos pietistas. Dentro desse panorama, Wesley ajustou seus pensamentos, absorvendo a influência pietista para uma vida de santidade, para testemunho, missão e serviço de uma vida cristã santa. Inspirado por esse movimento, Wesley institui as Sociedades Metodistas, baseadas nos pequenos grupos de oração e leitura bíblica. Assim, para compreender o movimento wesleyano, é indispensável um conhecimento básico da história do movimento pietista de Halle e de Herrnhut, que influenciaram os assuntos sobre santidade nos estudos de John Wesley.

Kenneth J. Collins (2018, p. 278): "A importância da renovação pessoal genuína por causa da santidade era tema metodista compartilhado com os pietistas de Halle e de Herrnhut. De acordo com Howard Snyder, alguns dos elementos comuns desses três movimentos eram, entre outras coisas, a ênfase na regeneração, a experiência religiosa pessoal, a piedade, a santidade e a disciplina. (...) é provável que o que mais atraísse Wesley no pietismo alemão, especialmente no de Halle e nos movimentos predecessores, fosse a forte associação do novo nascimento com a força da Igreja; em outras palavras, que a renovação deve começar com a ação de inculcar a santidade". 

1.3. A influência do pietismo morávio.
A extensão do pietismo obteve sua maior aquisição através de John Wesley, fundador do Metodismo. Pode-se assim falar que o pietismo alemão apresentou uma grande influência na vida de John Wesley, pois muitas das ideias de Wesley foram guiadas, dirigidas e inspiradas pelos pietistas da Morávia. No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo foram separados e enviados como missionários para a colônia da Geórgia, na América. Nessa viagem, eles foram apresentados ao movimento pietista, pois a bordo do navio estavam 26 morávios de Herrnhut. Em seu diário, Wesley escreveu que sentiu que os morávios evidenciavam uma vida repleta de fé e do Espírito Santo. 

Jesse Hurlbut (2014, p. 221): "No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo, Charles, foram enviados como missionários à nova colônia da Geórgia. Seu trabalho não teve muito êxito, por isso regressaram à Inglaterra após dois anos na América. Esse período foi decisivo na vida de ambos, pois foi nessa época que eles conheceram um grupo de morávios, seguidores do conde Zinzendorf; por intermédio dos novos amigos, alcançaram conhecimento experimental de uma vida espiritual. Até então, o ministério de Wesley havia sido um fracasso; mas, a partir dessa data, nenhum ministro da Inglaterra despertava tão grande interesse como ele, exceto George Whitefield".

EU ENSINEI QUE:
John Wesley foi o precursor do Movimento Metodista ocorrido na Inglaterra no século XVIII. 

2. A pneumatologia wesleyana
Para John Wesley, o Espírito Santo torna a graça presente no Cristo, na Igreja e no mundo; além disso, a experiência com o Espírito dinamiza a vida cristã, tirando-a de uma mera devoção. Assuntos como: novo nascimento, regeneração e evidência da graça e da fé em nosso espírito seriam, portanto, ações atribuídas à atuação direta do Espírito Santo.
  
2.1. Um coração estranhamente aquecido.
John Wesley registrou a experiência que teve com o Espírito Santo; a qual, muitas vezes, ele mencionou em suas pregações como: "experiência de Aldersgate" Wesley recordou em seu diário o que aconteceu em 24 de maio de 1738: "À noite, eu fui muito relutantemente para uma sociedade na Rua Aldersgate, onde alguém estava lendo o prefácio de Lutero para a Epístola de Romanos. Cerca de um quarto antes das nove, enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus trabalha no coração através da fé em Cristo, senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, só Cristo, para a salvação; e uma garantia me foi dada de que Ele tinha tirado meus pecados, sim, os meus, e me salvou da lei do pecado e da morte". 

Justo L. González (2015, p. 306), escreve a atitude de Wesley após a experiência de Aldersgate: "Como os moravianos o haviam impressionado em inúmeras ocasiões, Wesley então decidiu viajar para a Alemanha, onde ele se encontrou com Zinzendorf e visitou Herrnhut. Como antes, ele se comoveu com a profundidade da convicção dos moravianos, e por sua vida moral e religiosa.'

2.2. O Espírito Santo atua para a salvação.
Wesley teve a salvação como um dos temas centrais em seus ensinamentos, em suas pregações e em toda a sua vivência religiosa. Para ele, a nossa redenção é cultivada pela obra do Espírito, cuja ação é fundamental no processo de salvação. Isso porque a presença do Espírito Santo no nascido de novo testifica a salvação, proporcionando à pessoa essa segurança. Portanto, para crer na salvação, é necessário receber o Espírito Santo. Wesley dizia que: "A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão."

Kenneth J. Collins (2018, p. 171): "Conforme Starkey observa, o Espírito Santo, ao tornar efetiva a obra completa de Cristo, é `o agente, ou administrador, da redenção: E esse papel de superintendência é tão importante que Wesley comentou, em sua obra A Farther Appeal (Mais um Apelo), que `toda obra da salvação, cada pensamento, cada boa palavra e cada boa obra, é reunida pela operação do Espírito de Deus." 

2.3. A experiência na teologia wesleyana.
Os sermões de John Wesley eram bem diferentes dos sermões acadêmicos dos ministros da Igreja Anglicana. Wesley enfatizava a obra do Espírito Santo na santificação, como uma "segunda obra da graça"; inclusive, às vezes, identificada como "batismo no Espírito". Os que nasceram de novo eram incentivados a ser cheios do Espírito Santo. Para Wesley, a experiência, também denominada "religião do coração"; estava presente no modo de se lidar com as Escrituras. 

Donald Dayton (2021, p. 85-86): "Há um ponto em que Wesley permite o surgimento de temas pneumatológicos mais próximos das tradições cristãs radicais. (...) Wesley com certa consistência ensinava que "o testemunho do Espírito é uma impressão interior na alma das pessoas crentes, mediante a qual o Espírito de Deus testifica com o seu espírito de que são filhas de Deus. (...) Wesley recusava-se a separar este "testemunho do Espírito" do "fruto do Espírito", exortando `que ninguém presuma descansar num suposto testemunho do Espírito que esteja separado do fruto do Espírito."

EU ENSINEI QUE:
Para Wesley, assuntos como o novo nascimento, a regeneração, a evidência da graça e da fé em nosso espírito são ações diretas do Espírito Santo.

3. O avivamento metodista
Segundo Roger Olson (2001, p. 523), as campanhas evangelísticas promovidas por John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield marcaram o grande despertamento que se estendeu pela Inglaterra e alcançou a América do Norte. Outros historiadores registram que, durante as pregações, eram frequentes as manifestações de fenômenos físicos, com pessoas chorando, desmaiando e tendo convulsões. Há os que afirmam que "os reavivamentos wesleyanos na Inglaterra ajudaram a evitar uma revolução sangrenta, como a que explodiu na França no fim do século XVIII." 

3.1. Os metodistas.
Os metodistas são cristãos que nasceram de um movimento na Inglaterra no começo do século XVIII, no período da Revolução Industrial. A origem do metodismo está ligada a três nomes: John Wesley, seu autor e organizador; Charles Wesley, seu irmão, escritor de hinos; e George Whitefield, um fecundo orador e reavivalista. John Wesley e o irmão, impulsionados pelo desejo de uma vida mais consagrada, organizaram um pequeno grupo, ao qual Whitefield aderiu mais adiante. Muitos zombavam deles, passando a chamar o grupo de "Clube Santo": O grupo ficaria conhecido por: dias fixos para exercitar o jejum, hora certa para a leitura da Bíblia, encorajamento mútuo, oração, dia de visitar os presos, entre outras coisas. Por causa dessa organização, o grupo foi chamado de maneira pejorativa de "metodistas", isto é, aqueles que têm métodos. 

R.N. Champlin (2015, p. 253): "Esse clube reunia-se aos domingos à tarde. As pessoas envolvidas eram quase todas anglicanas. O entusiasmo despertado levou-as a se reunirem todas as tardes. Observavam a Ceia do Senhor todos os domingos e jejuavam às quartas-feiras. George Whitefield uniu-se ao grupo e tornou-se um dos importantes líderes do movimento. Na época, o grupo compunha-se de cerca de vinte e cinco estudantes. Eles mostravam-se sérios no discipulado cristão, e a revisão constante das vidas dos membros do grupo era um dos fatores da seriedade deles. Esse aspecto da formação histórica do metodismo foi chamado, por João Wesley, de primeiro levantamento da organização".

 3.1. O Wesleyanismo e o movimento pentecostal.
Muitos teólogos defendem que o wesleyanismo é o pai do pentecostalismo moderno. Isso porque durante o ministério de John Wesley a Inglaterra experimentou um avivamento nunca visto. Pelos relatos da época, é possível ver os ensinamentos e crenças wesleyanas nas raízes da Rua Azusa e do movimento Holiness, nos EUA, entre outros. Para Robert P. Menzies, um dos nomes mais conceituados da teologia pentecostal, o movimento pentecostal surge como uma síntese de várias tradições de "santidade" que apareceram no final do século XIX, em movimentos de reavivamento que possuíam uma herança wesleyana. 

Donald Dayton (2021, p. 82): "Esta mudança soteriológica sob o impacto da experiência de Wesley na Aldersgate Street e em suas relacionadas influências levanta uma importante questão acerca de quanto Wesley poderia ser considerado como um "teólogo do Espírito": Diversos intérpretes têm proposto que Wesley poderia ser assim chamado e então seria óbvio o sentido da questão levantada para determinar a relação do pai do metodismo com o pentecostalismo."

3.3. O interesse na restauração da Igreja.
Mesmo que o interesse de Wesley em um retorno da igreja cristã aos padrões de vida do Novo Testamento não possa ser identificado com a mesma ênfase e os mesmos aspectos do Movimento Pentecostal, é possível perceber a conexão entre ambos, tanto que esta e outras ênfases de Wesley, como a "perfeição cristã", prepararam o caminho para o Movimento de Santidade (tema da próxima lição) e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo. Menzies (2016, p.16), define o Pentecostal como: "o cristão que crê que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja contemporânea e, nesta base, incentiva todos os crentes a experimentar o batismo no Espírito (At 2.4)"; bem como que os sinais, maravilhas e os dons, mencionados em 1 Coríntios, devem caracterizar a vida da igreja hoje. 

Donaldo Dayton (2018, p. 79-82): "O Motivo Primitivista em Wesley. A nota primitivista em Wesley convida de imediato a uma comparação com a preocupação pentecostal com a restauração da `fé apostólica: Wesley compreendeu-se a si mesmo como um advogado da `religião antiga' ou do `verdadeiro cristianismo primitivo". Este mesmo autor pontua que a mudança da ênfase de Wesley do aspecto eclesiástico para soteriológico, após a experiência mencionada no tópico 2 desta Lição, o "aproxima ainda mais do Pentecostalismo." 

EU ENSINEI QUE:
A influência da Teologia de John Wesley teve grande influência no movimento pentecostal.
 
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que o pensamento teológico de John Wesley pode ser percebido nas bases do Movimento Pentecostal. O estudo do Movimento Wesleyano, portanto, é um estímulo ao autoexame contínuo e necessário ao cristão (2Co 13.5). Isso torna possível evitarmos a indiferença e a frieza espiritual, prosseguindo triunfantes até que todos cheguemos "à medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4.13).
  
Subsídio Lição 6

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)


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