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quinta-feira, 10 de abril de 2025

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 2 / ANO 2- N° 5

  

Mateus, de Publicano a Apóstolo

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Mateus 9.9-13 

9- E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu. 
10 - E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. 
11- Eos fariseus, vendo isso, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? 
12 - Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes. 
13- Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.

TEXTO ÁUREO
E, depois disso, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me. 
Lucas 5.27

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Mateus 12.46-50 
Os verdadeiros discípulos
3ª feira - Mateus 10.1-7 
A autoridade dos discípulos
4ª feira - João 15.1-8 
A importância de ser discípulo 
5ª feira - Mateus 13.9-14 
O privilégio dos discípulos
6ª feira Mateus 13.32-37 
A responsabilidade dos discípulos
Sábado - Mateus 26.40-45
O desafio dos discípulos

OBJETIVOS
    Ao término do estudo bíblico, O aluno deverá:
  • compreender o contexto e as circunstâncias do chamado de Mateus, filho de Alfeu;
  • reconhecer o papel de Mateus como instrumento de Deus na autoria de um dos evangelhos;
  • conhecer a biografia do evangelista que apresentou a ge| nealogia de Cristo desde Abraão.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
    Caro professor, nesta lição exploraremos a vida e a contribui ção do evangelista Mateus. Embora o texto sagrado não detalhe seus feitos, como faz com outros personagens, como Timóteo e Paulo, Mateus nos ensina que as origens e os atos praticados pelo indivíduo não limitam os propósitos divinos. 
    Além das Escrituras, analisaremos também a visão dos pais da Igreja e da Tradição sobre esse apóstolo, cujas contribuições foram valiosas para a cristandade. 
    Este estudo enriquecerá sua compreensão da Palavra de Deus e aprimorará sua habilidade de ensiná-la de forma eficaz. 
    Boa aula! 

COMENTÁRIO 

Palavra introdutória 
  Mateus, também chamado de Levi (Mt 9.9,10; 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1,13; Mc 2.14,15; Lc 5.27,28), era um cobrador de impostos (gr. τελώνες = telónés = “publicano”) quando foi chamado por Jesus. O chamado do Mestre, dirigido ao apóstolo (Mt 9.9c), transportou-o da condição de funcionário do Império Romano a apóstolo e servo de Cristo.

 1. O DISCÍPULO TRANSFORMADO 
    Nos tempos bíblicos, era comum que os judeus tivessem dois nomes — um hebraico e outro grego, ou romano — essa prática refletia a interação cultural entre judeus e romanos no contexto do primeiro século. Curiosamente, tanto Mateus quanto Levi são de origem semítica. Dentre as possibilidades para esse fato, estão: 
  • identidade redefinida — é possível que Jesus tenha chamado Levi de Mateus, assim como fez com Simão, atribuindo-lhe o nome de Pedro (Jo 1.42). Mateus é uma forma abreviada de Matatias, que em hebraico significa “dom de Deus”.
  • ascendência familiar — seu pai poderia ter por sobrenome Levi. Neste caso, ele seria chamado de Mateus ben (filho de) Levi. 
    Apesar das diferentes designações, as Escrituras deixam claro que Mateus e Levi são a mesma pessoa 
(Mt 9.9,10; Mc 2.14,15; Lc 5.27-29).
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Inicialmente, ao descreverem o chamado do publicano, Marcos e Lucas referem-se a ele como Levi, seu provável nome israelita (Mc 2.14,15; Lc 5.217,28). Posteriormente, Marcos e Lucas utilizam o nome Mateus ao listar os doze apóstolos (Mc 3.18; Lc 6.15), o que reforça a identificação de Levi como Mateus. No Livro de Atos, Lucas menciona Mateus novamente entre os discípulos reunidos no cenáculo (At 1.13).
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1.1. Testemunhos nas Escrituras 
    O Novo Testamento oferece poucas informações sobre a identidade de Mateus, mencionando-o apenas em algumas passagens. Observe: 
  • Nos evangelhos — Jesus o chama enquanto ele está na coletoria de impostos (Mt 9.9,10; Mc 2.14,15; Lc 5.27-29). Após aceitar o convite, ele oferece uma refeição em sua casa, onde Jesus se reúne com publicanos e pecadores. Mateus também é listado como um dos doze apóstolos en. viados para pregar e realizar milagres (Mt 10.3; Mc 3.13. 18; Lc 6.12-16).
  • No Livro de Atos — Lucas menciona Mateus na lista dos apóstolos reunidos em oração no cenáculo, aguardando o Espírito Santo (At 1.13,14; 2.1). Essa inclusão reforça seu papel na liderança da Igreja primitiva e sua proximidade com Jesus durante Seu ministério terreno. 
1.2. Origens e laços familiares
    Marcos menciona apenas que Mateus era filho de Alfeu (Mc 2.14). Embora o mesmo evangelista (Marcos) também refira Tiago como filho de Alfeu (Mc 3.18), não há indicação de que Mateus e Tiago fossem irmãos, sugerindo que podem ser filhos de Alfeus diferentes: Alfeu, pai de Tiago (Lc 6.15), e Alfeu, pai de Mateus (Mc 2.14). 
    É provável que Mateus tenha nascido em Cafarnaum, na costa do mar da Galileia, onde trabalhava como cobrador de impostos (Mc 2.1,14). 

1.3. A profissão de coletor de impostos
    Mateus era um coletor de impostos a serviço do govemo romano (Mt 9.9). Para desempenhar essa função, historiadores sugerem que ele provavelmente dominava O aramaico, o grego e o hebraico, algo evidenciado por suas referências ao aramaico em seu evangelho.
    Na época, o sistema de tributação era suscetível a fraudes, o que tornava os publicanos malquistos, especialmente entre os judeus, que os consideravam corruptos e desonestos e os acusavam de explorar O sistema econômico em benefício próprio. A História sugere que somente os gananciosos se alinhavam à Casa de Herodes ou exerciam esta função para os representantes da Roma imperial. 
    Jesus provavelmente escolheu Mateus, um publicano, para evidenciar a graça divina. Enquanto os fariseus os consideravam homens indignos de perdão, o Mestre mostrou que todos têm a chance de se arrepender e encontrar a redenção.
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    Exemplos de referências ao aramaico no Evangelho de Mateus: raca (“tolo”; Mt 3.22), mamom (“riqueza”); Mt 6.24); e Eli, Eli, lamá sabactâni? (“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”; Mt 27.46). Esses termos refletem a influência linguística presente na Galileia, indicando não o domínio linguístico de Mateus, mas sim o contexto cultural em que ele estava inserido.
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 2. O SERVO DEDICADO 
    Como mencionado anteriormente, Mateus foi um dos doze discípulos escolhidos por Jesus para o apostolado (Mt 10.3), e seu chamado é relatado de forma simples e profunda (Mt 9.9). O fato de o Mestre convocar um cobrador de impostos para segui-lo e torná-lo um de Seus apóstolos transmite outras lições significativas. Observe a seguir:
  • Cristo via nele algo que as pessoas comuns ignoravam;
  • Jesus seria capaz de conduzi-lo a uma posição de grande honra; 
  • Jesus sabia que poderia usar seus talentos naturais para compor o texto canônico; 
  • Jesus queria mostrar que a vocação para servir em Seu Reino independe de fatores socioeconômicos ou culturais. 
    Ao sentar-se com pecadores e publicanos, Jesus enfatizava que o evangelho ultrapassa limites sociais e preconceitos, uma postura que incomodava fariseus e escribas, apegados ao exclusivismo judaico e à hipocrisia. 

2.1. Impacto missionário: desbravando terras 
    Pode-se afirmar, com certa propriedade, que Mateus participou da propagação do evangelho em várias regiões, contribuindo para a expansão missionária além de Cafarnaum (Mt 28.19,20; Mc 16.15). Nos últimos anos de seu ministério, a convivência entre judeus e cristãos tornou-se difícil, pois os que seguiam a Cristo eram excluídos das sinagogas (Jo 9.22; 16.2). Mesmo assim, ele perseverou na pregação aos judeus, dedicando-se ao evangelismo (Mt 10.5,6). Durante esse período de desafios e conflitos, Mateus escreveu, inspirado, o evangelho que leva seu nome. 

2.2. Testemunho final: os últimos dias do apóstolo 
    Após Atos 1.13, Mateus desaparece da narrativa bíblica. Fontes extrabíblicas indicam que ele permaneceu em Jerusalém até a perseguição de Herodes Agripa I, em 42 d.C., quando partiu para Chipre e depois para o norte da África. 
    Embora as Escrituras não detalhem suas atividades após essa época, a tradição da Igreja primitiva fornece algumas informações adicionais. Irineu menciona que Mateus pregou aos hebreus, sem especificar o local, enquanto Clemente de Alexandria afirma que ele dedicou cerca de 15 anos evangelizando entre os etíopes, gregos macedônios, sírios e persas. 
    A respeito de sua morte, alguns historiadores sugerem que ele faleceu de causas naturais na Macedônia ou na Etiópia.
    Contudo, a tradição cristã, apoiada por Eusébio de Cesareia o considera um mártir, acreditando que ele foi executado em Naddabar, na Etiópia. Segundo o “Livro dos Mártires” de John Knox, Mateus teria sido martirizado em torno do ano 60 na região etíope de Pártia.

 3. O EVANGELHO DA PROMESSA 
    O Evangelho de Mateus foi escrito para os judeus e apresenta Jesus como o legítimo herdeiro do trono de Davi, destacando-o como o Rei de Israel. É o mais eclesiástico dos evangelhos, pois aborda questões da Igreja enquanto narra a vida e os ensinamentos de Cristo, o Rei divino. 
    Mateus organiza os ensinamentos de Jesus em blocos principais: o Sermão da Montanha (Mt 5-7); a comissão dos Doze (Mt 10); as parábolas do Reino (Mt 13); o discurso sobre a grandeza do perdão (Mt 18); e os discursos proféticos (Mt 24-25).
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“Mateus é o único dos evangelhos que fala especificamente da Igreja (Mt 16.18; 18.17), mostrando aos gentios como a Ekklesia (gr. εκκλησία) é formada e descrevendo vários episódios em que gentios demonstraram fé em Jesus: os magos, o centurião e a mulher cananeia.” (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010b, p. 10).
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3.1. Um evangelho para os filhos de Abraão: a missão de Mateus entre os judeus 
    Cada evangelho foi direcionado a um público específico: João escreveu a Igreja e aos gentios; Lucas, aos gregos; Marcos, aos romanos; e Mateus, aos judeus. 
    Analisar as expectativas do povo judeu na época de Jesus revela o propósito claro do publicano ao escrever seu evangelho. Ao longo do texto, ele faz mais de 53 citações diretas do Antigo Testamento e mais de 70 referências às Escrituras Hebraicas, enfatizando 33 vezes que as obras de Jesus cumpriram profecias antigas. Esse enfoque destaca o Nazareno como o Messias prometido e reafirma, para seus compatriotas, o cumprimento das promessas de restauração e redenção (Mt 1.22; 2.15). 
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“O Evangelho de Mateus tem muitas características judaicas. Por exemplo, O termo “Reino dos céus' aparece 32 vezes, e o termo “Reino de Deus”, cinco vezes. Nenhum outro evangelho dá tanta ênfase ao Reino. À esperança da restauração do trono de Davi era algo que ardia no coração dos judeus naqueles dias.” (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010b, p. 9).
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3.1.1. O evangelho do Cristo-Rei: a realeza messiânica e a redenção esperada pelos judeus 
    O povo judeu aguardava o Prometido das nações, com profecias que destacavam Sua glória e as bênçãos de Seu Reino (Is 9.6,7; Jr 23.5,6). Em meio à exploração política e econômica e à decadência espiritual (Mt 22.17-21), o Messias era percebido como um libertador da opressão. Mateus confronta esse entendimento ao destacar a realeza messiânica de Cristo, que transcende às expectativas de um governante terreno. 
    Embora muitos não reconhecessem o homem de dores profetizado por Isaías (53.3), Mateus desafiou seus compatriotas a verem em Jesus o Messias e Rei esperado, o Filho de Davi (Mt 1.1-16; Mt 22.41-44), cujas promessas não se limitam à libertação política, mas abrangem a redenção eterna.

 4. LIÇÕES DA VIDA DE MATEUS PARA A JORNADA DE FÉ 
    Mateus nos ensina que ninguém escapa ao poder da graça salvadora. Ao ser chamado, ele abandona uma profissão impopular e estigmatizada para seguir a Cristo, revelando que Deus não vê o nosso passado, mas sim o potencial para transformação. 
    Em nossa vida, somos frequentemente desafiados a responder ao chamado do Senhor, que nos convida a deixar hábitos, situações ou relacionamentos que nos afastam dele. Assim como Mateus, que renunciou à sua antiga vida, somos convidados a responder ao chamado do Altíssimo com fé, sabendo que Ele nos guia para uma missão maior. 

4.1. Um encontro transformador: o chamado de Cristo a Mateus 
    O chamado de Jesus a Mateus supera a simplicidade de um convite, configurando-se como um ato de renovação profunda. Ao ouvir “segue-me”, Mateus respondeu prontamente, ciente das possíveis rejeições e do peso das consequências sociais. 
    Seu exemplo nos impele a uma reflexão mais profunda sobre o significado de acolher a convocação do Senhor: até onde estamos dispostos a ir ao ouvir Sua voz? Quais circunstâncias nos desafiam a romper com nossos confortos aparentes em prol de um seguimento fiel a Cristo? 
    Responder a esse chamado demanda coragem, pois implica não apenas renúncia, mas também uma disposição contiqua para reconfigurar a própria vida sob a luz do propósito divino. 

4.2. Prontidão na obediência: a coragem de seguir a Cristo sem hesitação 
   Mateus não apenas acolheu o chamado de Jesus, mas q fez com uma prontidão exemplar. Sem hesitar ou questionar, ele obedeceu de maneira imediata e resoluta. Seu exemplo nos exorta à necessidade de respondermos prontamente aos desígnios divinos, com plena confiança e destemor. 
   Em nossa jornada cotidiana, somos convidados a refletir essa mesma disposição em nossas ações, buscando agir sem demora em direção ao que sabemos ser justo e alinhado com a vontade de Deus, seja nas decisões familiares, nos compromissos profissionais ou nas esferas espirituais de nossa vida.

CONCLUSÃO
   Assim como Mateus, que passou de um publicano desprezado a um dos apóstolos e evangelistas mais influentes, Deus nos convida a vivermos sob Sua graça remidora. Apesar das duvidas e cnticas sobre a identidade e o passado deste filho de A feu, vemos na sua história o poder redentor de Cristo, que não apenas o chamou, mas o capacitou para impactar gerações com o evangelho. Que possamos enxergar nele a prova de que o Senhor utiliza pessoas comuns e imperfeitas para propósitos eternos. 
    A vida e obra de Mateus nos lembram que Deus olha além das limitações e falhas, guiando cada um de nós a uma missão que glorifica Seu nome e transforma vidas. Que essa lição nos inspire a confiar plenamente no Altíssimo, certos de que Ele pode nos usar de maneira singular em Seu Reino, apesar de nossas fraquezas. 

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. A quem, em primeiro lugar, destinavam-se os escritos de Mateus? Qual era seu objetivo? 
R.: Aos judeus. Ele pretendia desafiar o povo a perceber que Cristo era o Messias longamente esperado (Mt 1.116), que Ele era o filho de Davi (Mt 22.41-44). 
2. O que significa o nome Mateus? 
R.: Dom de Deus. 
3. Como podemos denominar o gesto de Mateus em oferecer um banquete para Jesus? 
R.: Um ato de gratidão e de hospitalidade. 
4. Qual era o nome do pai de Mateus? 
R.: Alfeu. 

Fonte: Revista Central Gospel

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