André, um Modelo de Evangelismo e Serviço para o Reino de Deus
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
João 1.35-42
35- No dia seguinte João estava outra vez ali, na companhia de dois dos seus discípulos.
36- E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.
37- E os dois discípulos ouviram-no dizer isso e seguiram a Jesus.
30- É Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que bus. cais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras?
39- Ele lhes disse: Vinde e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima.
40- Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João e o haviam seguido.
41- Este achou primeiro a seu irmão Simão e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo).
42 - E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu ês Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
TEXTO ÁUREO
E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.
Mateus 4.18
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - João 1.32-44
André leva Pedro a Cristo
3ª feira - Mateus 4.13-25
Jesus convoca André
4ª feira - João 6.5-14
André, os pães e os peixes
5ª feira - João 12.20-25
O Filho do Homem é glorificado
6ª feira - João 15.1-9
Os verdadeiros discípulos de Cristo
Sábado - Salmo 12.1-8
Palavras puras como prata
OBJETIVOS
- conhecer os eventos significativos que envolveram o apóstolo André, destacando seu papel e contribuições no contexto do ministério de Jesus;
- entender que a experiência pessoal com Jesus deve ser acompanhada do compromisso de torná-lo conhecido;
- compreender como as ações de André ilustram a eficácia do evangelismo individual na disseminação da fé crista.
Ao término do estudo bíblico, O aluno deverá:
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, as Escrituras fornecem informações limitadas sobre a vida pessoal de André. O Evangelho de Marcos menciona que ele estava entre os quatro discípulos pescadores presentes quando Jesus proferiu o sermão profético no monte das Oliveiras (Mc 13.3). No milagre da multiplicação dos pães, André informa a Jesus sobre os suprimentos disponíveis trazidos por um jovem (Jo 6.8,9). Além disso, ele é um dos que comunicam ao Mestre o desejo de alguns gregos de falar com Ele (Jo 12.20-22).
Embora os detalhes sejam escassos, essas referências bíblicas permitem a elaboração de um estudo conciso sobre o apóstolo que reconheceu ter sido chamado para um ministério distinto do de seu irmão, Pedro.
Boa aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
O texto sagrado não fornece detalhes sobre o comportamento, caráter ou personalidade de André, tornando desafiadora a tarefa de extrair princípios teológicos significativos a partir de sua vida. No entanto, sua trajetória ensina que, mesmo sem grande destaque, aqueles que mantêm o foco em Cristo podem ser extremamente úteis para o Reino de Deus.
Natural de Betsaida, na Galileia (Jo 1.44), André foi o primeiro a seguir o Messias e apresentou seu irmão, Pedro, a Jesus (Jo 1.40-44). Ele é mencionado nas listas dos doze apóstolos nos Evangelhos de Mateus (10.2-4), Marcos (3.16-19), Lucas (6.13-16) e no Livro de Atos (1.13).
1. O HOMEM E SEU CONTEXTO
O nome André é de origem grega e significa “corajoso” ou “viril”. Este aparece por 12 vezes no Novo Testamento, sendo 11 nos evangelhos e uma no Livro de Atos, frequentemente associado a seu irmão, Pedro (Mt 4.18; 10.2; Mc 1.16,29; 3.18; 13.3; Lc 6.14; Jo 1.40,44; 6.8; 12.22; At 1.13).
Apesar de ser mencionado entre os primeiros discípulos, André não fazia parte do círculo íntimo que acompanhava Jesus em momentos cruciais, composto por Pedro, Tiago e João (Mt 17.1; Mc 5.37; 9.2; 14.33; Lc 8.51; 9.28).
1.1. Profissão e ambiente econômico
André, juntamente com seu irmão Pedro, era pescador em Betsaida, uma cidade cujo nome significa “casa da pesca” (Jo 1.44; Mt 4.18-22).
A pesca no mar da Galileia era uma atividade econômica vital, abastecendo não apenas as cidades circunvizinhas, mas também regiões distantes, incluindo Jerusalém. A indústria pesqueira era tão significativa, que ao sul do lago havia uma importante manufatura de produtos da pesca.
Se não tivesse sido chamado por Jesus, é provável que André continuasse exercendo seu ofício habitual, sem maiores distinções ou conflitos. A escolha de Jesus em chamar homens comuns, sem destaque social ou habilidades especiais, ressalta que o chamado divino não se baseia em critérios humanos de sucesso ou relevância social.
1.2. Busca espiritual e encontro com o Messias
Demonstrando uma busca ativa pelo Messias, André foi inicialmente discípulo de João Batista (Jo 1.35,40). Ao ouvir João declarar que Jesus é o Cordeiro de Deus, André imediatamente o seguiu e, reconhecendo-o como o Cristo, levou seu irmão Pedro para conhecê-lo (Jo 1.41,42). Essa prontidão em buscar e identificar a verdade espiritual destaca a natureza diligente e receptiva de André.
1.3. Chamado ao discipulado e obediência imediata
Após esse primeiro encontro, Jesus chamou formalmente André e Pedro para serem Seus discípulos, convidando-os a se tornarem pescadores de homens (Mc 1.16-18; Mt 4.18-20). A resposta imediata de ambos sugere que, possivelmente, eles já haviam tido interações anteriores com Jesus, possivelmente facilitadas por João Batista, que preparou o caminho para o reconhecimento do Messias.
1.4. Perseverança e ministério pós-ressurreição
Após a ressurreição de Jesus, André permaneceu firme em sua fé. Seu nome é citado pela última vez no Livro de Atos, participando das orações e aguardando a descida do Espírito Santo (At 1.13,14; 2.1,2).
Tradições históricas sugerem que André ministrou em Jerusalém por alguns anos, sendo um dos líderes da Igreja primitiva. Posteriormente, acredita-se que ele tenha levado o evangelho a regiões como o sul da Rússia e a Grécia, onde muitas pessoas se converteram a Cristo. É amplamente aceito que André foi martirizado por crucificação, demonstrando sua dedicação inabalável à missão que lhe fora confiada.
2. O EVANGELIZADOR
Durante o ministério terreno de Jesus, André não se destacou como líder proeminente entre os discípulos. No entanto, sua iniciativa em apresentar seu irmão, Pedro, ao Messias (Jo 1.41) demonstra sua compreensão da importância de compartilhar a mensagem de salvação. Essa ação O posiciona como o primeiro dos Doze a atuar como evangelizador, reconhecendo que todos deveriam conhecer a mensagem redentora (Mc 16.15).
2.1. André apresenta Pedro a Cristo
Ao encontrar Jesus, André imediatamente procurou seu irmão, Simão Pedro, e anunciou: Achamos o Messias (Jo 1.41). ' Essa iniciativa resultou na conversão do homem que, posteriormente, desempenhou um papel central na expansão do cristianismo (como se observará na próxima Lição).
Eventos marcantes no ministério de Pedro incluem:
- conversão de quase três mil pessoas no dia de Pentecostes (At 2.38-41);
- cura de Eneias, um paralítico em Lida (At 9.32-35);
- ressurreição de Dorcas em Jope (At 9.36-42);
- recebimento de uma visão divina que o levou a pregar aos gentios em Cesareia (At 10.9-48);
- autoria das epístolas de 1 e 2 Pedro, um grande legado de Deus à humanidade. A ação de André ao apresentar Pedro a Jesus teve um impacto duradouro na história da Igreja.
2.2. André apresenta um jovem a Cristo
No episódio da multiplicação dos pães e peixes, Jesus questionou os discípulos sobre a disponibilidade de alimentos para a multidão (Mc 6.38). André identificou um jovem com cinco pães e dois peixes e o levou até o Mestre, demonstrando fé na capacidade de Ele prover o necessário para todos (Jo 6.9). Essa atitude não apenas facilitou um dos milagres mais conhecidos de Jesus, mas também destacou a importância de levar pessoas a Ele, independentemente dos recursos disponíveis.
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O único milagre narrado em todos os quatro evangelhos é o da multiplicação dos pães e peixes (Mt 14.14-20; Mc 6.34-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-13). No entanto, apenas João relata que foi André a pessoa que informou ao Mestre a quantidade de pães e peixes que o jovem levara (Jo 6.8).
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2.3. André apresenta gregos a Cristo
Após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, alguns gregos expressaram o desejo de vê-lo. Eles se aproximaram de Filipe, que, por sua vez, consultou André. Juntos, os apóstolos levaram os gregos até o Mestre (Jo 12.20-23). Esse evento ilustra a abertura do evangelho a todas as nações e a disposição de André em facilitar o acesso a Cristo, independentemente da origem cultural ou étnica dos interessados.
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“Muitos gentios no primeiro século haviam-se cansado de seus inúmeros deuses e da falta de padrões morais de suas nações. Eles buscavam a verdade no judaísmo. Se eles seguissem o judaísmo, obedeceriam a todos os “estatutos da Lei de Moisés. Esse tipo de estrangeiro convertido ao judaísmo era denominado prosélito.” (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010b, p. 314).
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2.4. A importância de fazer Cristo conhecido
Falar sobre a expansão do evangelho aos confins da terra (At 1.8) é o mesmo que tratar da inclusão dos gentios pela Grande Comissão. Para que as boas novas de salvação se expandissem até os gentios, os seguidores de Jesus teriam de superar séculos de segregação e preconceito de natureza cultural, religiosa e racial, derrubando, assim, os muros de separação estabelecidos por séculos entre judeus e não judeus.
Nesse contexto, o cumprimento do Ide (Mc 16.15) de Jesus reflete, acima de tudo: obediência, uma vez que o Mestre ordenou aos Seus seguidores que fossem por todas as nações para fazer discípulos (Mt 28.19); e altruísmo, pois o homem natural, separado de Deus pelo pecado, precisa reconciliar-se com Ele (Rm 3.23).
3. LIÇÕES DA VIDA DE ANDRÉ PARA A JORNADA DE FÉ
Historicamente, conforme descreveriam os dicionaristas, André foi um abridor de veredas, um descobridor de caminhos, um explorador. No contexto de sua atividade, ele foi aquele que primeiro recebeu a novidade da fé anunciada por Cristo. Sua perseverança na missão, mesmo diante de desafios e perseguições, nos inspira a permanecer firmes e comprometidos com a propagação da verdade eterna.
A seguir, destacam-se alguns ensinamentos práticos derivados de seu exemplo:
3.1. A importância de conectar pessoas a Cristo
André é frequentemente lembrado por sua disposição em levar outras pessoas ao encontro de Jesus. Após identificá-lo como o Messias, o apóstolo imediatamente levou seu irmão, Simão Pedro, para conhecê-lo (Jo 1.41,42). Esse ato demonstra a relevância de compartilhar nossa esperança e apresentar o Salvador àqueles que estão ao nosso redor. Assim como d e, somos chamados a ser pontes que conectam pessoas a Jesus, facilitando encontros transformadores.
3.2. Valorização das pequenas contribuições
No episódio da multiplicação dos pães e peixes, André identificou um menino com cinco pães e dois peixes e o apresentou a Jesus (Jo 6.8,9). Embora a oferta parecesse insignificante diante da multidão, nas mãos de Cristo, tornou-se suficiente para alimentar milhares de pessoas. Essa narrativa nos ensina que nenhuma contribuição é pequena demais quando entregue a Deus. Devemos valorizar e oferecer nossos dons e recursos, confiando que Ele pode multiplicá-los para abençoar a mu os.
3.3. Humildade no serviço
Apesar de ser um dos primeiros discípulos e irmão de Pedro, André não buscou destaque ou reconhecimento. Sua humildade evidencia-se ao longo dos evangelhos. O apóstolo atuou nos bastidores, facilitando encontros e servindo sem alarde. Essa postura nos lembra da importância de servir com modéstia, colocando o Reino de Deus acima de qualquer ambição.
3.4. Coragem para evangelizar em territórios desafiadores
Após a ascensão de Jesus, a tradição cristã relata que André enfrentou desafios e grandes perseguições, tendo anunciado o evangelho em diversas regiões, incluindo a Ásia Menor e áreas ao longo do mar Negro, chegando até o rio Volga.
Sua disposição em levar a mensagem de Cristo a lugares inóspitos nos inspira a compartilhar as boas novas de salvação, mesmo diante de obstáculos, confiando na provisão e proteção divina.
3.5. Perseverança até o fim
André manteve-se fiel à sua missão até o martírio. Segundo relatos históricos, ele foi crucificado em uma cruz — em forma de “X” — e, mesmo diante da morte, continuou proclamando o evangelho. Sua perseverança nos encoraja a manter firme a nossa fé, independentemente das circunstâncias, confiando na salvação eterna que temos no Filho de Deus.
CONCLUSÃO
Ao fim de mais um estudo, devemos uma vez mais lembrar-nos daqueles que se esforçam por ajudar a expandir o Reino de Deus aqui na Terra. E, mais que isso, precisamos seguir seus exemplos.
Séculos se passaram, mas a memória e o exemplo de André permanecem vivos. Tal como o apóstolo pescador, devemos encontrar o Messias e levar as pessoas até Ele. O objetivo da evangelização não é converter pessoas a uma religião específica, levá-las a frequentar templos ou buscar reconhecimento terreno por nossas obras. Evangelizar é, antes de tudo, anunciar ao mundo que Deus está em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Co 5.19,20).
Que possamos, inspirados pelo exemplo de André, ser agentes de transformação, levando a mensagem de salvação a todos os cantos do mundo.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. O discípulo André era natural de que cidade?
R. De Betsaida (Jo 1.44).
Fonte: Revista Central Gospel
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