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quarta-feira, 9 de julho de 2025

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 2 / ANO 2- N° 6

    

Coisas de Cima e de Baixo
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Tiago 3.2,3,8,9
2- Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
3- Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
8-(..) Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
9- Com ela bendizemos a Deus e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus,

Tiago 4.1-3,13,15
1- Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a sabor dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2- Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis.
3- Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
13- Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos.
15- Em lugar do que deveis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.

TEXTO ÁUREO 
Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
Tiago 3.18

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Provérbios 6.16-19
Sete coisas que o Senhor detesta
3ª feira - Romanos 12.6-8
Use seus dons com dedicação e amor
4ª feira - Tiago 3.13-18
Sabedoria pura promove paz e boas obras
5ª feira -Tiago 4.6-9
Humilhe-se diante de Deus; resista ao diabo
6ª feira - Romanos 7.23,24
Luta interna entre a carne e a mente 
Sábado - Tiago 4.7-10
Submeta-se a Deus e Ele o exaltará

OBJETIVOS
        Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
  • reconhecer que sábio é aquele que usa a língua para abençoar, não para amaldiçoar;
  • identificar as características próprias da sabedoria que vem do alto;
  • compreender a importância de resistir às paixões e submeter-se a Deus.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
   Prezado professor, nesta lição, adote uma postura que estimule a reflexão pessoal e o diálogo coletivo. Ao abordar a sabedoria divina e o domínio da língua, incentive seus alunos a conectarem os ensinamentos de Tiago com situações práticas do cotidiano. Utilize exemplos contemporâneos para mostrar como palavras e atitudes podem tanto edificar quanto causar danos nos relacionamentos.
    Mantenha um tom respeitoso e firme ao tratar das paixões carnais, destacando a importância de submeter-se a Deus e resistir às tentações do mundo. Valorize a participação dos alunos, criando um ambiente acolhedor para o aprendizado mútuo e desafiando-os a aplicar a sabedoria do alto em suas vidas diárias.
    Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Tiago é bastante direto em sua abordagem. Na lição anterior foram tratados temas variados, como a imparcialidade e a relação entre fé e obras; nesta, serão apresentados quatro aspectos centrais: o uso responsável da fala; os dois tipos de sabedoria; a resistência às paixões carnais; e o caminho para restaurar a comunhão com Deus.
 
 1. O USO RESPONSÁVEL DA FALA
    Em sua epístola, Tiago ensina que quem deseja viver de forma piedosa deve ser tardio no falar (Tg 1.19) e capaz de controlar a língua (Tg 1.26).
    A gravidade desse tema é também destacada em Provérbios 6.16-19. Nesse texto, três pecados abomináveis ao Senhor estão associados à língua: mentira, falso testemunho e a disseminação de contendas entre irmãos. Diante disso, o escritor sagrado inicia esta seção (Tg 3.1-12) alertando sobre os perigos do mau uso da fala.

1.1. A responsabilidade no ensino
    Antes de abordar os malefícios causados pela língua, Tiago destaca a responsabilidade daqueles que ensinam: Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres (Tg 3.1a). No contexto das sinagogas e das reuniões da Igreja no primeiro século, era comum que qualquer pessoa pudesse falar, contribuindo para o ensino (At 13.15; 1 Co 14.26-33). Contudo, o irmão do Senhor adverte que nem todos estão preparados para exercer tal função (cf. Rm 12.7), pois aqueles que ensinam enfrentarão um julgamento mais rigoroso (Tg 3.1b). Assim, ele parte de algo solene e sublime (o ensino) para desenvolver o seu discurso sobre a importância da fala.

1.2. O poder da língua
    A língua possui um poder imenso, capaz de gerar tanto a vida quanto a morte (Pv 18.21). No discurso de Tiago (Tg 3.1-12), observa-se que as palavras podem dirigir, como um leme conduz um navio; destruir, como o fogo consome (Pv 26.20,21); e oferecer prazer, como um manancial de palavras edificantes (Pv 10.11; 13.14).

1.2.1. As seis imagens ilustrativas
    Para reforçar sua advertência, Tiago utiliza seis figuras simbólicas: o freio, o leme, o fogo, o animal, a fonte e a figueira (Tg 3.1-12). Cada metáfora ilustra uma lição clara: assim como uma fonte de água salobra só pode produzir água amarga, a língua reflete o que está no interior da pessoa (Pv 18.4). De maneira semelhante, uma árvore só pode dar frutos de acordo com sua espécie (Mt 7.16,17).
    A mensagem de Tiago é clara: a língua deve ser controlada como um freio, direcionada como um leme, contida como um fogo, domada como um animal, usada para jorrar boas palavras como uma fonte de água (cf. Lc 6.45), e produzir frutos consistentes com a essência de nossa vida.
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    Jesus afirmou que a sabedoria é justificada por seus filhos (Mt 11.19), destacando que a verdadeira sabedoria é reconhecida por seus frutos. Tiago, assim, aponta para as características e os resultados de cada tipo de sabedoria, evidenciando a superioridade daquela que procede de Deus.
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 2. OS DOIS TIPOS DE SABEDORIA
    Nesta seção (Tg 3.13-18), o autor contrasta a sabedoria verdadeira, que é celestial, com a sabedoria falsa, que é terrena e carnal. A sabedoria que vem do alto reflete o caráter divino, enquanto a terrena está enraizada no egoísmo e nas paixões humanas.

2.1. A sabedoria carnal
    O irmão de nosso Senhor aponta que sentimentos como a amarga inveja e o espírito faccioso são características destrutivas da sabedoria terrena (Tg 3.14). A inveja não é apenas o desejo de possuir o que é do outro, mas uma distorção interior que corrói e rompe os laços com o próximo (Pv 14.30). Já o espírito faccioso promove divisões e rivalidades, prejudicando relacionamentos e a unidade do povo de Deus (Pv 18.1).
   Essa sabedoria, por não vir do alto (v. 17), é classificada como animal e diabólica (Tg 3.15), estando em total oposição à natureza de Deus.

2.1.1. O resultado da falsa sabedoria
    A sabedoria terrena gera perturbação e obra perversa (Tg 3.16). Pessoas facciosas, embora habilidosas em persuadir os outros, acabam prejudicando a obra de Deus. Esse tipo de conduta, aparentemente sensata à primeira vista, é perigosa e nociva, como Paulo adverte ao condenar a confusão nas comunidades cristãs (1 Co 14.33).

2.2. A sabedoria que vem do alto
    Tiago destaca que a verdadeira sabedoria se manifesta em ações concretas (Tg 3.13), assim como relaciona a fé genuína à prática de obras (Tg 2.18), enfatizando que ambas devem ser evidenciadas no comportamento diário. O orgulho, marca distintiva da humanidade decaída, contrasta com a mansidão e a autenticidade provenientes de Deus. Assim, quem é realmente sábio revela um espírito pacífico e comportamentos que refletem harmonia com a vontade eterna.

2.2.1. Os atributos da verdadeira sabedoria
    A sabedoria celestial, por sua origem divina, possui características que a distinguem completamente da terrena. Tiago descreve suas qualidades (Tg 3.17). Ela é:
  • pura — está livre de corrupção ou amalgamento, reflete a santidade de Deus;
  • pacífica — promove a paz e a reconciliação, em contraste com o espírito de perturbação (Tg 3.16; cf. Mt 5.9);
  • moderada — é gentil, equilibrada e indulgente (Gl 5.22);
  • tratável — demonstra disposição para ouvir e ceder quando necessário, sem arrogância;
  • cheia de misericórdia — mostra compaixão e sensibilidade às necessidades dos outros, rejeitando o egoísmo;
  • cheia de bons frutos — produz obras justas e evidências práticas de fé;
  • sem parcialidade — atua de forma íntegra, sem julgamento dividido ou mente dúplice (Tg 1.8);
  • sem hipocrisia — é sincera e verdadeira, sem máscaras ou fingimento.
    Tiago ressalta que a verdadeira sabedoria transforma o caráter e as atitudes, refletindo a natureza de Deus e edificando a comunidade de fé.

 3. A RESISTÊNCIA ÀS PAIXÕES CARNAIS
     Tiago denuncia os conflitos internos na comunidade cristã, identificando a carnalidade como a principal origem dessas disputas (Tg 4.1). Ele estabelece um contraste marcante entre os promotores da paz, que produzem frutos de justiça, e aqueles dominados por desejos egoístas, cujos corações estão cheios de contenda (Tg 3.18; 4.1).

3.1. A guerra interior: o conflito entre carne e espírito
    Tiago descreve diferentes tipos de conflitos que prejudicam a unidade do Corpo de Cristo. Observe:
  • guerra interior — ocorre no íntimo de cada indivíduo, reflete a constante luta entre os desejos da carne e a vontade do espírito (Tg 4.1; cf. Gl 5.17; Rm 7.23);
  • guerras interpessoais — quando não controlada, a guerra interior transborda para o convívio social, gerando guerras interpessoais motivadas por julgamentos precipitados e divisões, como as que Tiago aponta entre ricos e pobres (Tg 1.9-11; 2.1-9);
  • guerra com Deus — aquele que se alia ao mundo se coloca contra Deus, tornando-se Seu inimigo (Tg 4.4). Diante dessa realidade, Tiago alerta que os conflitos internos não resolvidos alimentam discórdias entre irmãos e levam, por fim, à oposição ao próprio Deus. Por isso, a submissão ao Senhor e a busca por uma vida em sintonia com os princípios do Reino são essenciais para vencer essa batalha.
3.2. Pedidos egoístas e motivações distorcidas
    Tiago alerta contra pedidos egoístas que revelam motivações distorcidas. Ele afirma em sua epístola: Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites (Tg 4.3). O autor destaca que Deus não concede bênçãos que afastam Seus filhos de Sua presença.
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    A teologia do Novo Testamento ensina o desapego aos bens materiais, ressaltando que o problema não está na posse de riquezas, mas na finalidade de seu uso. Muitos, apesar de demonstrarem fidelidade inicial, acabam se distanciando da Igreja ao alcançar maior prosperidade, evidenciando prioridades mal direcionadas.
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3.3. O cristão entre dois mundos
    Ainda no quarto capítulo de sua epístola, versículos 4 a 7, Tiago usa palavras duras para repreender aqueles que dividem seus corações entre Deus e o mundo. Ele declara que não é possível amar simultaneamente dois domínios opostos (Tg 4.4).
    Tiago demonstra, nesses versos, a impossibilidade de agradar ao Senhor enquanto se mantém amizade com o sistema mundano, que está sob a influência do deus deste século (cf. 2 Co 4.4). Enquanto a mentalidade terrena incentiva a soberba, o Reino celestial valoriza a humildade (Tg 4.6).

 4. O CAMINHO PARA RESTAURAR A COMUNHÃO COM DEUS
    De forma abrupta, Tiago altera o tom de sua mensagem, passando da exortação para um apelo, de maneira semelhante ao profeta Isaías (Is 1.16-18). Nos versículos seguintes, ele utiliza uma série de verbos carregados de significado espiritual: sujeitai-vos, resisti, chegai-vos, limpai, purificai, senti, lamentai, chorai, convertei-vos e humilhai-vos (Tg 4.7-10). Esses imperativos chamam à ação prática, indicando um caminho de arrependimento, transformação e submissão à vontade de Deus.

4.1. Sujeição
    A sujeição é um princípio essencial na vida cristã, com implicações tanto no âmbito humano quanto no espiritual (Tg 4.7). No plano terreno, ela pressupõe uma relação entre autoridade e submissão, como exemplificado em diversas esferas: o homem deve sujeitar a terra (Gn 1.28); a esposa deve sujeitar-se ao marido (Ef 5.21); à Igreja, a Cristo (Ef 5.24); o rebanho, ao pastor (Hb 13.7); os cidadãos, às autoridades (1 Pe 2.13); e os servos, aos seus senhores (1 Pe 2.18). Esse conceito, quando compreendido e aplicado corretamente, reflete um alinhamento com a ordem divina.

4.2. Aproximação
    Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração (Tg 4.8). O verbo purificar, nesse verso, significa “tornar casto”. Esta ideia serve para se contrapor ao adultério espiritual mencionado em Tiago 4.4.
    A busca por Deus goza do princípio da reciprocidade: quando nos voltamos para Ele, Ele se volta para nós, o que implica também o oposto: quando nos afastamos de Sua presença, Ele também se distancia. Esse vínculo requer qualificações pessoais à altura da natureza divina. Ele é santo e requer santidade de quem dele se aproxima.

4.3. Arrependimento e quebrantamento
    O apelo de Tiago envolve um profundo ato de humilhação (Tg 4.10), que inclui o reconhecimento de pecados e verdadeira contrição. Ele convoca os cristãos a lamentarem suas falhas, trocando a alegria superficial por lágrimas de arrependimento (Tg 4.9). Esse quebrantamento é um passo indispensável para o avivamento, pois nem sempre é tempo de celebração diante de Deus. Embora a alegria do Senhor seja a força do cristão (Ne 8.10), há momentos em que o lamento e a humildade são necessários para restauração e comunhão plena com Ele.

CONCLUSÃO
    Tiago é frequentemente considerado o livro da sabedoria do Novo Testamento, estabelecendo um paralelo com Provérbios e Eclesiastes no Antigo Testamento. Ele orienta os crentes a buscarem a sabedoria que vem do alto (Tg 3.17), capaz de moldar o caráter, tornando-os amáveis, equilibrados e aptos a enfrentar os desafios e conflitos da vida com graça e humildade.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quais são as seis figuras usadas por Tiago para ilustrar o poder da língua?
R.: Freio, leme, fogo, animal, fonte e figueira.

Fonte: Revista Central Gospel



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