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terça-feira, 2 de setembro de 2025

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 10 / ANO 2- N° 6

A Identidade dos Filhos de DEUS
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO 

1 João 3.1-3, 8, 10, 14-18
1- Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele.
2- Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.
3- E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.
8- Quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.
10- Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica ajustiça e não ama a seu irmão não é de Deus.
14- Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte.
15- Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna.
16- Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
17- Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?
18- Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.

TEXTO ÁUREO 
"Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros."  
1 João 3.11 

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO 
2ª feira: 1 João 3.4; Êxodo 34.7 
Deus é justo e misericordioso.
3ª feira: 1 João 3.9; 5.18  
Quem é nascido de Deus não vive em pecado. 
4ª feira: 1 João 3.9; Gênesis 3.5; Gálatas 4.4  
Cristo veio vencer o pecado e cumprir o Tempo. 
5ª feira: Colossenses 2.15  
Cristo triunfou sobre os poderes na cruz. 
6ª feira: 1 Timóteo 5.3,9,10  
Cuide das viúvas; valorize sua fé e boas obras.
Sábado: 1 João 3.19-21  
Com coração limpo, temos confiança diante de Deus. 

OBJETIVOS 
    Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
  • Reconhecer que os filhos de Deus se destacam pela prática da justiça e do amor;
  • Compreender que aqueles que não pertencem a Deus são identificados pela ausência de justiça e caridade;
  • Perceber que o verdadeiro amor se manifesta por meio de ações concretas. 
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS 
    Prezado professor, esta lição ressalta a diferença entre os filhos de Deus e os filhos do diabo, destacando a justiça e o amor como marcas da identidade cristã.  Incentive a reflexão pessoal à luz das Escrituras. Para engajar a turma, divida-a em grupos e proponha a análise de dilemas morais com base em 1 João 3. Reforce a importância da coerência entre fé e prática.  
    Boa aula! 

COMENTÁRIO
Palavra introdutória 
    Esta lição apresenta um contraste fundamental entre os filhos de Deus e os filhos do diabo, demonstrando que a identidade espiritual de cada indivíduo se revela por suas atitudes. João não deixa margem para neutralidade: aqueles que praticam a justiça e o amor evidenciam sua filiação divina, enquanto os que persistem no pecado manifestam a influência do maligno. 

1- OS FILHOS DE DEUS: DESTINO E DEVER 
    João trata da filiação divina em seus escritos.  Em seu Evangelho, desde o início, ele corrige a ideia equivocada de que todos são filhos de Deus, destacando que somente aqueles que creem no nome de Jesus recebem o poder de se tornarem Seus filhos (Jo 1.12). No Apocalipse, ele enfatiza a identidade dos redimidos, apresentando-os como vencedores, coerdeiros com Cristo e participantes da glória futura (Ap 21.7; cf. Rm 8.17). 
    Em suas epístolas, o escritor sagrado reforça a distinção entre os filhos de Deus e os filhos do diabo, trabalhando conceitos como luz e trevas (1 Jo 1.5,6; 2.9) e verdade e mentira (1 Jo 1.8; 2.4,21), evidenciando os sinais dessa ascendência espiritual. Além disso, ele destaca dois elementos essenciais associados ao novo nascimento: justiça e amor. Aquele que nasce de Deus deve necessariamente demonstrar essas qualidades como reflexo da paternidade divina (1 Jo 2.29-3.10). 

1.1. O destino superior reservado aos filhos de Deus 
    João emprega repetidamente o verbo conhecer neste capítulo (1 Jo 3.1,6,16,19,20,24), possivelmente em resposta aos gnósticos, que enfatizavam o conhecimento como elemento central da fé. O apóstolo, que em seu Evangelho destaca a fundação da vida cristã e, no Apocalipse, aponta para sua consumação, apresenta a salvação como uma jornada iniciada no novo nascimento e concretizada no céu, a meta final dos redimidos.  Ele distingue entre o que já foi revelado e aquilo que ainda permanece oculto. A glorificação dos filhos de Deus é um mistério tão grandioso que ultrapassa a compreensão humana. No entanto, uma certeza permanece: seremos semelhantes a Ele, pois o veremos assim como Ele é (1 Jo 3.2). 
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    Deus se revela a Moisés como aquele que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente (Êx 34.7). Iniquidade é "maldade"; transgressão é "quebra de regra"; e pecado é "errar o alvo". Embora cada termo tenha sua especificidade, todos convergem para o mesmo significado: afronta a Deus.
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1.2. O dever dos filhos de Deus
    Conscientes de nossa filiação divina e do extraordinário futuro que nos aguarda, cabe-nos cultivar uma vida santa (1 Jo 3.3). Nesse contexto, João confronta os antinomistas ao afirmar que quem pratica o pecado também pratica iniquidade, porque o pecado é iniquidade (1 Jo 3.4), destacando que a retidão é uma característica essencial dos filhos de DEUS, e não o contrário. João reforça ainda que Jesus se  manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado (1 Jo 3.5), apresentando Cristo como o modelo de santidade que devemos seguir. 

2- OS FILHOS DO DIABO: A INFLUÊNCIA SATÂNICA E A VITÓRIA DE CRISTO  
    A partir deste ponto (1 Jo 3.6), João passa a explorar a simultaneidade entre os filhos de Deus e os filhos do diabo, destacando a relação intrínseca entre a prática do mal e a influência satânica. 

2.1. A paternidade satânica e sua mentoria sobre os ímpios  
    O diabo é o autor do pecado, como afirma João: (...) O diabo vive pecando desde o princípio (1 Jo 3.8a). Para manter as pessoas no erro, ele age incessantemente, incutindo nas mentes a atração pelo mal.  Sua influência não se limita à tentação, mas inclui uma mentoria contínua, na qual estimula o pecado, ameniza a culpa e justifica cada atitude ímpia (Tg 1.14,15). Paulo, ao empregar o termo grego noȇmata, afirmou: (...) não ignoramos os seus ardis (2 Co 2.11; grifo do autor), referindo-se a estratégias meticulosamente planejadas para conduzir a humanidade ao pecado. 
    Diante dessa realidade, João emprega uma linguagem enfática ao declarar que qualquer que vive pecando não viu nem conheceu o Senhor (1 Jo 3.6). A forma verbal usada, hamartanõn, no presente ativo, sugere uma ação contínua, implicando que quem permanece em Cristo não vive no erro, como também se observa em 1 João 3.9 e 5.18. 

2.2. A distinção entre as duas sementes  
    João afirma que aquele que nasce de Deus não persiste no pecado, pois a essência divina permanece nele, impedindo-o de viver em transgressão contínua (1 Jo 3.9). Essa passagem traz, de maneira implícita, a concepção das duas linhagens espirituais - a descendência da mulher e a do adversário -, um conceito que remonta à promessa registrada em Gênesis, quando Deus declarou inimizade entre ambas (Gn 3.15; cf. Gl.  4.4). 

2.3. A derrota definitiva das obras do diabo  
    A mensagem de esperança diante do pecado revela-se de forma evidente: o Filho de Deus veio ao mundo com o propósito de anular as investidas do maligno (1 Jo 3.8b). Por meio de Sua entrega na cruz, Ele não apenas quitou a dívida da humanidade, mas também declarou a ruína de Satanás, despojando as forças espirituais da maldade, expondo-as abertamente e triunfando sobre elas em Seu próprio sacrifício (Cl 2.15). 

2.4. A justiça como expressão do amor divino  
    Aquele que é nascido de Deus age com justiça motivado pelo amor, e não por mera obediência a preceitos legais ou pelo temor das consequências de sua transgressão. Ele não deixa de prejudicar o próximo apenas por reconhecer a proibição da Lei, mas porque, movido pelo amor, escolhe não o fazer.  Nesse sentido, o amor, como expressão máxima da justiça, antecede as próprias normas jurídicas. 
    Para ilustrar esse princípio, João recorre ao relato de Caim e Abel.  Embora irmãos, um era justo e o outro, perverso.  Caim, dominado pela injustiça e pela ausência de amor, assassinou Abel (1 Jo 3.12). A partir desse fato, João estabelece um silogismo: Caim matou Abel porque não o amava; portanto, quem não ama seu irmão é homicida. Assim, conclui: Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si (1 Jo 3.15 ARA). 
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    No Antigo Testamento, especialmente no Decálogo do Sinai, as leis possuem caráter preventivo, sendo introduzidas pela negação: Não terás outros deuses (...); Não farás para ti imagem (...); Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão (...); Não matarás (...) (Êx 20.1-17). Para João, no entanto, a justiça dos filhos de Deus não se define pela negação do mal, mas pela afirmação do amor: Amarás (1 Jo 4.7,8)! 
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3- AS MARCAS DISTINTIVAS DOS FILHOS DE DEUS 
    João adverte os crentes a não se surpreenderem com a hostilidade do mundo, pois essa oposição já era prevista (1 Jo 3.13). Afinal, Jesus os prevenira sobre as aflições da vida, encorajando-os com Sua vitória sobre o mundo (Jo 16.33) e destacando que essa rejeição ocorre porque os filhos de Deus não pertencem ao sistema mundano (Jo 15.18,19). 
    Consciente dessa realidade, o apóstolo enfatiza a inevitabilidade do conflito, visto que todo o mundo está no maligno (1 Jo 5.19), tornando os crentes estrangeiros em um ambiente dominado pelas forças do mal. 

3.1. O amor como evidência da nova vida  
    A transição da morte para a vida, mencionada por João, refere-se à conversão, marcando a passagem da condição de perdido para salvo. Essa transformação manifesta-se no amor ao próximo, pois aquele que não ama permanece em estado de condenação espiritual (1 Jo 3.14). 
   O amor verdadeiro se expressa na capacidade de entrega, alcançando sua plenitude no sacrifício. Cristo demonstrou essa essência ao dar Sua vida pela humanidade, estabelecendo um modelo inigualável de altruísmo (Jo 15.13). Da mesma forma, os crentes são chamados a agir com disposição semelhante, colocando o bem do outro acima de interesses pessoais (1 Jo 3.16). 

3.2. A solidariedade como reflexo da justiça divina 
    A verdadeira fé se expressa na prática do amor ao próximo. João adverte que aquele que possui recursos e ignora a necessidade alheia não pode afirmar que o amor de Deus habita nele (1 Jo 3.17). Esse compromisso com o bem do outro não se limita a palavras, mas se concretiza em ações (1 Jo 3.18), 
    A Igreja de Cristo, movida pela maior de todas as virtudes, pratica a solidariedade sem ostentação ou interesses ocultos. Desde seus primórdios, o Corpo de Cristo demonstrou cuidado com os verdadeiramente carentes, fazendo da assistência aos necessitados uma marca distintiva do povo de Deus (cf. 1 Tm 5.3). 

3.3. A consciência como testemunho da transformação pelo Espírito 
    A certeza de pertencer à verdade manifesta-se na paz interior diante de Deus. João ensina que, mesmo quando a consciência acusa, é necessário lembrar-se que Deus, em Sua soberania, conhece todas as coisas. Quando o coração não condena, surge a plena confiança no relacionamento com o Altíssimo (1 Jo 3.19-21). 
    Na antiga aliança, a vida do povo era guiada pela Lei, mas, com a vinda do Espírito Santo, conforme prometido por Cristo (Jo 16.7), o crente passa a ser conduzido internamente por Ele. A paz de Jesus torna-se o árbitro de sua consciência, permitindo-lhe viver em unidade e gratidão (cf. Cl 3.15). 

3.4. A oração eficaz como resultado da comunhão com Cristo 
    A oração eficaz está diretamente ligada à obediência. João afirma que Deus atende àqueles que guardam Seus mandamentos e vivem de modo agradável à sua vista (1 Jo 3.22). Essa relação de causa e efeito também é destacada por Jesus, ao ensinar que aqueles que permanecem nele e têm Sua palavra como guia e princípio de vida receberão aquilo que pedirem, pois suas petições estarão alinhadas à vontade do Pai (Jo 15.7). 

3.5. A fé como fundamento da vida espiritual 
    A fé em Cristo é o alicerce da vida espiritual. João declara que o mandamento divino consiste em crer no nome do Filho de Deus e viver a reciprocidade do amor (1 Jo 3.23). 
    Crer no nome de Jesus significa reconhecer nele a garantia absoluta da salvação, confessá-lo como Senhor para a vida eterna (Jo 20.31; At 4.12) e receber, por meio dele, a adoção como filhos de Deus (Jo 1.12). 
    Viver a reciprocidade do amor, por sua vez, significa expressar, em ações, o caráter do Altíssimo, que se revela na comunhão, no cuidado e no perdão (1 Jo 4.7,8). 

3.6. A obediência como selo da verdadeira filiação 
    João ressalta a relevância do mandamento divino ao afirmar que aquele que obedece à vontade de Deus permanece em comunhão com Ele, e Deus, por Sua vez, habita nesse indivíduo. Essa certeza se confirma pela presença do Espírito Santo, que foi concedido como evidência da verdadeira filiação celestial (1 Jo 3.24). 
    O uso recorrente do termo "mandamento" não decorre apenas de sua familiaridade com a tradição judaica, mas reforça que a prática do amor não é facultativa, e sim uma exigência divina. A obediência a esse mandamento evidencia a presença de Deus na vida do salvo, pois é pelo Espírito Santo que essa comunhão se confirma. Assim, não se obedece para que Deus habite no crente, mas porque Ele já habita nele, capacitando-o a viver em conformidade com Sua vontade. 

CONCLUSÃO 
    Este capítulo (1 Jo 3) revela, de forma clara e inegociável, a distinção entre os filhos de Deus e os filhos do diabo, evidenciada não apenas por palavras, mas pelas atitudes de cada um. João não suaviza sua mensagem: quem não ama carrega em si o espírito de morte; quem se entrega ao pecado pertence ao maligno; mas aquele que ama manifesta a nova vida em Deus. 
    Diante dessa verdade, cada coração é chamado a refletir: De quem sou filho? 

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO 
1. Como João define aquele que odeia seu irmão? 
R.: Como homicida.

Fonte: Revista Central Gospel



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