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terça-feira, 30 de setembro de 2025

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 1 / ANO 2- N° 7


O Homem, Coroa da Criação
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO 

Gênesis 1.26-28
26 - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
27 - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
28 - E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

Gênesis 2.7
7 - E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

Salmo 8.3-6
3 - Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;
4 - que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?
5 - Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.
6 - Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.

TEXTO ÁUREO 

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
Gênesis 1.27

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO 
2ª feira - Jó 33.4-6
Feito do barro, vivo pelo Espírito
3ª feira - Isaías 64.7-8
Somos barro moldado pelas mãos do Oleiro 
4ª feira - Eclesiastes 3.11
A Eternidade foi posta no coração humano 
5ª feira - Jó 10.8-9
Formados por Deus com cuidado e propósito 
6ª feira - João 4.19-24
Deus é espírito; devemos adorá-lo em verdade 
Sábado - Colossenses 3.8-10
Renovados à imagem do Criador  

OBJETIVOS 
    Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
  • compreender que a humanidade é uma criação especial do Altíssimo, feita com propósito e dignidade;
  • rejeitar ideias distorcidas sobre a origem do Homem e sua natureza à luz das Escrituras;
  • reconhecer os reflexos da imagem de Deus no ser humano e o seu chamado à comunhão com Ele. 
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS 
   Caro professor, este estudo inaugural estabelece os fundamentos sobre os quais se apoiarão todas as demais lições da revista. Compreender quem é o ser humano à luz da Escritura é o primeiro passo para entender sua queda, redenção e vocação eterna. Em tempos de relativismo crescente, reafirmar que fomos criados à imagem de Deus, com valor e propósito, é essencial.
    Conduza a aula com sensibilidade, destacando não só o que o Homem é, mas também o que ele não é, conforme a perspectiva bíblica. Estimule os alunos a refletirem sobre sua origem, missão e destino. Aproveite a riqueza do tema para promover um debate saudável e equilibrado, com maturidade e empatia.
    Excelente aula! 

COMENTÁRIO
Palavra introdutória 
  Em um mundo cada vez mais marcado por incertezas sobre identidade e propósito, a compreensão do que significa ser feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), à luz das Escrituras, é essencial para a formação de uma cosmovisão cristã sadia.
  A primeira lição desta revista nos convida a retornar ao princípio, onde o ser humano é revelado não como um acaso da evolução, mas como alguém formado com intenção, com um chamado distinto e com marcas que apontam para o seu Criador.
  O relato da Criação vai além de uma simples narrativa de origem: ele é, acima de tudo, uma declaração do valor e da missão do Homem diante do Altíssimo.
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    O valor do ser humano não está em sua força, em sua forma ou em qualquer aspecto observável, mas no fato de ter sido moldado pelas mãos de Deus, a sublime Mente eterna. Fomos criados com propósito, chamados à comunhão e enviados ao mundo para refletir Sua glória, com vida, fé, ousadia e destemor.
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1. QUEM É O HOMEM
    Responder à pergunta "quem é o Homem" é um desafio que ultrapassa as fronteiras da ciência, da filosofia e das artes. A biologia o descreve como um organismo dotado de sistemas funcionais. A sociologia o interpreta como um ser que se constitui a partir de suas relações sociais. A psicologia o define a partir de seus comportamentos, traumas e padrões emocionais. A filosofia, por sua vez, busca compreendê-lo como um ente racional, agente da História, em constante reflexão sobre si mesmo e o mundo. Cada uma dessas visões contribui com aspectos parciais da identidade humana, mas nenhuma delas consegue, por si só, apresentar uma definição plena e definitiva. A Palavra de Deus, por outro lado, oferece uma visão integral daquele que é chamado de coroa da Criação (cf. Sl 8.5).
    Antes de compreender quem é esse ser modelado de pó e fôlego (cf. Gn 2.7; Jó 33.4), à luz da teologia bíblica, é fundamental esclarecer o que ele não é, rejeitando ideias equivocadas que, ao longo dos séculos, têm contribuído para o desvirtuamento de sua real vocação.

1.1. Ele não é preexistente
    Diferente do Deus eterno e autoexistente, sem princípio ou fim de dias (Sl 90.2), o ser humano possui um ponto de origem determinado pelo Ato Criador. Isso significa que ele não existia antes de ser formado. Ele foi criado no tempo e inserido na História; por isso, não pode ser confundido com qualquer divindade nem possuir atributos divinos em sua origem.
    A crença na preexistência da alma - segundo a qual ela (a alma) já existia antes do nascimento físico da criatura humana - está presente em algumas correntes filosóficas, como o platonismo, e em religiões orientais, como o hinduísmo. Essas ideias sustentam que o ser humano reencarna sucessivamente, acumulando experiências rumo à elevação espiritual. No entanto, essa visão contraria o ensino claro das Escrituras: Adão passou a existir quando Deus o formou do pó da terra e lhe soprou o fôlego da vida (Gn 2.7).
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 MUITO ALÉM DA BIOLOGIA
- Mais do que corpo e razão, o Homem é portador da imagem de Deus. Sua existência carrega propósito e revela que sua origem está no alto, não nos processos da natureza. A Bíblia não o apresenta como um espírito em trânsito, mas como uma criação intencional e única, surgida no tempo e com destino eterno. Ele pensa, sente, escolhe e adora.
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1.2. Ele não é uma derivação da essência de Deus
    A afirmação de que o Homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27) não implica que ele participe da essência divina. Trata-se de uma semelhança funcional e relacional, refletida em atributos comunicáveis, como racionalidade, moralidade e espiritualidade (cf. Tópico 3). Contudo, o ser humano permanece distinto em natureza, não compartilhando Seus atributos incomunicáveis, como onisciência, onipresença e onipotência. Identificá-lo como uma extensão da Divindade é adotar uma concepção panteísta - perspectiva filosófico-religiosa segundo a qual Deus e o Universo são idênticos ("Deus é tudo e tudo é Deus"), diluindo a distinção entre Criador e criatura. Tal concepção é incompatível com a teologia bíblica, que afirma a transcendência do Eterno (Is 55.8-9; 1 Rs 8.27) e a contingência da Criação (Gn 1.1; Hb 11.3).

1.3. Ele não é a expressão física do Eterno
    Alguns escritores sagrados utilizaram termos como mãos (Ex 15.12), olhos (2 Cr 16.9), braços (Dt 33.27) e olhos e ouvidos (Sl 34.15) para fazer referência às manifestações do Altíssimo na história bíblica. Tais descrições devem ser interpretadas como antropomorfismos teológicos - recursos linguísticos por meio dos quais os atributos e ações divinas são comunicados em termos humanos, a fim de tornar a revelação compreensível à nossa mente limitada.
 Contudo, é necessário afirmar com clareza que Deus é espírito (Jo 4.24) e, portanto, não possui corporeidade física. Atribuir ao Criador uma forma humana literal é reduzir Sua natureza ao plano material, algo incompatível com a revelação Escritura, que o descreve como invisível, eterno e exaltado acima de toda a Criação (1 Tm 1.17).

1.4. Ele não é resultado de um processo evolutivo
    A teoria da evolução das espécies, popularizada por Charles Darwin em sua obra A origem das espécies (1859), propõe que a diversidade da vida surgiu por meio de um processo gradual de seleção natural. Darwin observou a fauna e a flora em diferentes regiões, especialmente nas Ilhas Galápagos - situadas no Oceano Pacífico, próximas à costa da América do Sul -, e formulou suas ideias com base nas variações entre os organismos observados.
   Embora amplamente difundida no meio acadêmico, a teoria evolutiva permanece sendo objeto de pesados debates e densos questionamentos - especialmente no que se refere à origem, consciência moral e espiritualidade do ser humano. 
   Essa articulação conceitual não explica aspectos profundos de nossa natureza, como a sede por transcendência, a racionalidade complexa, a noção de eternidade (Ec 3.11) e o senso moral inscrito em nossa consciência.
    De acordo com a Palavra sagrada, o Homem não é resultado de um processo aleatório e impessoal, mas fruto de um Ato Criador intencional (Gn 1.27, 2.7). A fé cristã não nega a observação do cosmos, mas afirma que a origem e o destino da humanidade ultrapassam as explicações naturalistas. A verdade revelada em Gênesis continua sendo o fundamento seguro da nossa esperança. No princípio, criou Deus os céus e a terra. (Gn 1.1 - grifo nosso.)

2. COMO O HOMEM FOI CRIADO
    A afirmação de que o Homem foi criado por Deus, à Sua imagem e semelhança, é um dos pilares fundamentais do testemunho das Escrituras. Em contraste com as múltiplas tentativas reducionistas de explicar sua origem com base apenas em processos naturais ou construções filosóficas, a cosmovisão bíblica sustenta que o surgimento do homem na Terra está diretamente ligado à vontade soberana, ao propósito eterno e ao poder do Altíssimo.

2.1. Criado de forma direta e intencional
    Entre os teólogos cristãos, destacam-se duas principais interpretações quanto à criação do ser humano. A perspectiva mediata propõe que ele foi formado pelo Eterno por meio de um processo progressivo, ao longo do tempo. Já a visão imediata sustenta que sua constituição se deu de forma direta, completa e definitiva, tal como o conhecemos hoje.
    Ainda que ambas as visões busquem honrar a ação divina, a narrativa bíblica enfatiza que o Homem não surgiu de forças naturais nem de processos evolutivos. Não há evidências que tenha vindo das valências da matéria. Pelo contrário, tudo aponta para sua origem sobrenatural.

2.1.1. A linguagem bíblica da criação intencional
    A criatura humana foi formada de maneira intencional e direta. Em Gênesis 1.27, o verbo hebraico bārā' ("criar") indica um ato exclusivo do Criador ao chamar à existência algo absolutamente novo.
   Em Gênesis 2.7, o escritor sagrado emprega o verbo yāṣar ("modelar", "moldar"), revelando o cuidado e a proximidade do Senhor na formação do homem a partir do pó da terra. A maneira como o texto apresenta essa criação é distinta da dos demais elementos da natureza: aqui, Deus se envolve diretamente, formando-o com as próprias mãos e soprando nele o fôlego da vida (Gn 2.7).

2.2. Criado com identidade, dignidade e missão
    A doutrina bíblica da Criação não tem por objetivo fixar datas, mas revelar a intencionalidade divina. Genealogias, como as de Gênesis, visam a apontar a linhagem messiânica (cf. Gn 5; 10), não a estabelecer cronologias absolutas. Mais importante que saber quando a humanidade foi criada é compreender por que e para quem foi criada.
    Diferente das teorias naturalistas, que reduzem o homem a um animal racional aperfeiçoado, o texto sagrado o apresenta como único ser feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), com capacidade de se relacionar com Ele, refletir Seus atributos e exercer domínio responsável sobre a ordem criada (Gn 1.28-30). Essa distinção lhe confere honra, consciência moral e vocação espiritual.
    Chamado à existência para viver em comunhão com o Altíssimo e manifestar Sua glória no mundo, o ser humano só encontra sentido quando reconhece a origem desse chamado e a ele responde com inteireza.  Nesse sentido à doutrina da Criação não constitui um elemento periférico da fé cristã, mas o alicerce a partir do qual se entende a Queda, a redenção e o destino eterno da humanidade.

3. CARACTERÍSTICAS DO SER CRIADO À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS
    Criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), homens e mulheres carregam em si Seus atributos comunicáveis. Isso não significa que os distinguem de todos os demais seres criados. Essas características apontam para seu chamado original: refletir Sua glória, relacionar-se com Ele e com o próximo, exercer administração sobre a Criação e viver em santidade.
    A seguir, são apresentadas seis dessas características:

3.1. Personalidade e racionalidade
    Deus é um ser pessoal e relacional (1 Jo 4.8). Criado à Sua imagem e semelhança, o ser humano possui também uma personalidade, isto é, consciência de si, vontade, emoções e a capacidade de comunicar-se e construir vínculos significativos.
    Essa dimensão fundamenta sua responsabilidade moral. Entre os elementos que a compõem, destaca-se a racionalidade (Cl 3.10; Pv 1.7) - expressão da interioridade que possibilita compreender, interpretar e transformar a realidade. Tal faculdade reflete a mente do Criador e impulsiona o desenvolvimento das artes, das ciências e da cultura.

3.2. Moralidade e espiritualidade
    Por serem dotados de consciência moral, homens e mulheres possuem um senso inato do certo e do errado, do justo e do injusto, sendo responsáveis por suas escolhas e julgados por elas (Rm 2.14-16). Essa sensibilidade ética os distingue dos demais seres vivos e os torna passíveis de arrependimento, perdão e reconciliação.
    Essa dimensão, orientada para o bem e a verdade, conecta-se à espiritualidade - a capacidade de se relacionar com Deus e perceber realidades que transcendem o visível. Criado para a comunhão com o Divino, o ser humano adora, busca sentido e se eleva além da matéria. Essa espiritualidade não se reduz a ritos; é um vínculo vivo com o Criador (Jo 4.24).

3.3. Sociabilidade e infinitude
    Não é bom que o homem esteja só (Gn 2.18) - essa afirmação revela que a convivência está no cerne da intenção divina para a humanidade. Fomos criados para viver em comunhão: com a família, a comunidade de fé e a sociedade. O isolamento prolongado compromete nossa realização plena e fere a vocação relacional inscrita por Deus em nossa constituição.
    A sociabilidade não é apenas uma necessidade circunstancial, é um anseio por permanência: quem ama deseja continuar amando, e todo vínculo verdadeiro aspira perdurar. Esse impulso revela o eco da Eternidade que Deus plantou no coração humano (Ec 3.11). Fomos criados não somente para vínculos passageiros, mas para a comunhão eterna - com o Criador e com o próximo.
    Embora tenhamos um, e nosso destino eterno depende da resposta dada à revelação divina. Essas marcas evidenciam não exclusivamente honra, mas o chamado supremo da humanidade: refletir a imagem do Criador e viver para a Sua glória.

CONCLUSÃO 
    O Homem não veio do caos nem do acaso. Veio do amor, do barro e do sopro. Veio do alto. Relembrar essa realidade nos devolve o chão - e o céu. Somos a imagem de Deus em carne, alma e espírito. Somos criação com propósito, gente com destino.
   Que esta lição desperte em nós não só o entendimento, mas a reverência.
  Que ao olhar para si, cada um perceba o toque do Criador, e ao olhar para o outro, reconheça a dignidade de quem também carrega, ainda que ofuscada, a imagem do Eterno.
 
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO 
1. Segundo a Escritura, em que aspectos o Homem se distingue das demais criaturas?
R.: Na personalidade, racionalidade, moralidade, espiritualidade, sociabilidade e infinitude.

Fonte: Revista Central Gospel

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