TEXTO ÁUREO
“Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias.” (At 15.28).
VERDADE PRÁTICA
Em sua essência, a Igreja é tanto um organismo quanto uma organização e, como tal, precisa seguir princípios e regras para funcionar plenamente.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — 1Co 12.12 A igreja local como um organismo vivo
Terça — Tt 1.5 A igreja como organização
Quarta — At 14.23 Estabelecendo líderes
Quinta — At 15.28 Dando voz à igreja
Sexta — At 15.30,31 A necessidade de possuir parâmetros
Sábado — 1Co 14.40 Tudo com decência e ordem
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 15.22-32.
22 — Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos.
23 — E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde.
24 — Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento),
25 — pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
26 — homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
27 — Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo.
28 — Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
29 — Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá.
30 — Tendo-se eles, então, despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta.
31 — E, quando a leram, alegraram-se pela exortação.
32 — Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.
HINOS SUGERIDOS 144, 162 e 167 da Harpa Cristã.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Professor(a),
como fechamento do trimestre, temos essa lição que busca sanar
controvérsias antigas sobre a Lei, e esse subsídio acrescentará
conteúdo à sua aula, como, por exemplo, o motivo pelo qual o Senhor
levou Pedro à casa de Cornélio, a fim de testemunhar a conversão
deles.
Com
esta lição, terminamos mais um trimestre de estudos sobre a igreja
de Jerusalém. Aqui veremos como a igreja agiu para resolver seus
conflitos de natureza doutrinária. Um grupo composto por fariseus
convertidos à fé insistia que os gentios convertidos deveriam
guardar a Lei, especialmente o rito da circuncisão. No entendimento
dos apóstolos, se isso fosse exigido, a salvação deixaria de ser
totalmente pela graça, o que era inaceitável. Devido à dimensão
da questão e à sua importância para o futuro da Igreja, os líderes
se reuniram em Jerusalém para buscar uma solução para o problema.
Lucas deixa claro que a decisão tomada pela Igreja naquele momento
foi guiada pelo Espírito Santo. É isso que veremos agora. É
interessante observar também que, se o Evangelho fosse acompanhado
dos rituais da Lei, provavelmente ele não teria saído das regiões
onde havia judeus, pois somente os judeus conseguiriam recebê-lo.
Isso afetava o futuro da Igreja, pois, até hoje, para se levar o
Evangelho às regiões onde existam fortes culturas locais, é
preciso apresentar somente a mensagem da graça, sem os ritos da Lei.
Aqui, vamos ver detalhadamente o primeiro concílio de Jerusalém.
I.
A QUESTÃO DOUTRINÁRIA
1.
O relatório missionário.
A
questão doutrinária que se tornou objeto de discussão no Concílio
de Jerusalém, abordada no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, teve
seu início na igreja de Antioquia. Ela começou quando Paulo e
Barnabé apresentaram à igreja de Antioquia um relatório sobre a
Primeira Viagem Missionária que haviam realizado. Nesse relatório,
os missionários narraram o que Deus havia feito entre os gentios e
como estes aceitaram a fé (At 14.27). Ou
seja, o problema começou lá em Antioquia com a apresentação desse
relatório, veja o início:
"E,
quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas
Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé.", Atos
14.27
O
relatório de Paulo e Barnabé trazia uma novidade para muitos, que
era operação de maravilhas no meio dos gentios, mesmo que Pedro
tenha testemunhado como os gentios receberam o Espírito Santo na
casa de Cornélio. É possível que a experiência de Pedro na casa
de Cornélio tenha sido pouco divulgada nas outras regiões, de
maneira que os judaizantes da Judeia, que estavam em Antioquia, se
escandalizaram com aquele relatório, como vamos ver no próximo
subtópico.
O
relatório deixa implícito que a salvação dos gentios ocorreu
inteiramente pela graça de Deus, sem que nenhuma exigência da Lei,
como a circuncisão, fosse imposta a eles. Tanto Paulo quanto Barnabé
viam a ação de Deus — manifestada por meio de milagres
extraordinários entre os gentios — como um sinal de sua aprovação,
demonstrando que nenhuma outra exigência, além da fé em Jesus, era
necessária para a salvação. Em outras palavras, a salvação é um
dom de Deus, concedido inteiramente por sua graça. A
partir desse problema é que Paulo desenvolve a doutrina da Graça,
amplamente ensinada em suas cartas. Paulo identificou que, se os
cristãos gentios receberam o Espírito Santo e Deus operou milagres
no meio deles, então não havia a necessidade de se agregar nenhum
outro ritual à fé deles. Veja uma base da doutrina da graça:
"8 Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus.
9
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;", Efésios
2.8,9
Assim,
o problema que começou em Antioquia precisou ser levado a Jerusalém.
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