domingo, 24 de junho de 2018

ARTIGO - Quem é a mulher de Apocalipse 12?



Em Apocalipse capítulo 12, João vê uma visão de uma mulher “vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas” (Apocalipse 12:1). Observe a semelhança entre essa descrição e a descrição que José deu de seu pai Jacó (Israel) e sua mãe e seus filhos (Gênesis 37:9-11). As doze estrelas referem-se às doze tribos de Israel. Assim, a mulher em Apocalipse 12 é Israel.

Evidência adicional para essa interpretação é que Apocalipse 12:2-5 fala da mulher estando grávida e dando à luz. Embora seja verdade que Maria deu à luz Jesus, também é verdade que Jesus, o filho de Davi da tribo de Judá, veio de Israel. Em certo sentido, Israel deu à luz (gerou) Cristo Jesus. O versículo 5 diz que o filho da mulher era “um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. Isso está claramente descrevendo Jesus. Jesus ascendeu ao céu (Atos 1:9-11), um dia vai estabelecer o Seu reino sobre a terra (Apocalipse 20:4-6) e reinará com juízo perfeito (a “vara de ferro”, ver Salmo 2: 7-9).

A fuga da mulher para o deserto por 1.260 dias refere-se ao tempo futuro chamado de Grande Tribulação. Mil duzentos e sessenta dias são 42 meses (de 30 dias cada), o que é o mesmo que três anos e meio. Na metade do período da Tribulação, a Besta (o Anticristo) colocará uma imagem de si mesmo no templo que será construído em Jerusalém. Esta é a abominação de que Jesus falou em Mateus 24:15 e Marcos 13:14. Quando a Besta fizer isso, ela quebra o pacto de paz que havia feito com Israel e a nação tem de fugir por segurança – possivelmente à Petra (ver também Mateus 24; Daniel 9:27). Esta fuga dos judeus é retratada como a mulher fugindo ao deserto.

Apocalipse 12:12-17 fala de como o diabo vai fazer guerra contra Israel, tentando destruí-la (Satanás sabe que o seu tempo é curto, relativamente falando – ver Apocalipse 20:1-3, 10). Essa passagem também revela que Deus vai proteger Israel no deserto. Apocalipse 12:14 diz que Israel vai ser protegida contra o diabo por “um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (“um tempo” = 1 ano; “tempos” = 2 anos; “metade de um tempo”= meio ano; em outras palavras, três anos e meio).

Fonte: CACP

sexta-feira, 22 de junho de 2018

ARTIGO - Hebreu, judeu, israelita e israelense – qual a diferença?


Tanto na Bíblia, quanto nos escritos modernos, usamos algumas palavras distintas para nos referir ao povo de Israel. Na maioria das vezes tomamos inconscientemente estas palavras como sinônimas, sem atentar para o significado histórico que cada uma delas possui. Vejamos:

HEBREUS – Não se sabe ao certo a origem desta palavra e o porquê de seu uso. Presume-se, mas sem uma prova conclusiva, que o termo “hebreus” seria uma forma de designar um povo semita, descendente de Éber, neto de Sem e antepassado de Abraão (Gn 10.24; 11.16).

Fato é que “hebreus” não deriva etimologicamente de Abraão exatamente (embora a sonoridade das palavras pudesse sugerir isso), pois até mesmo Abraão é chamado de “hebreu” (Gn 14.13). Todavia, desconhecemos qualquer uso desta palavra que não seja a partir de Abraão, e sempre é usada na literatura judaico/cristã para se referir ao povo da promessa, que descendia de Isaque, filho de Abraão com Sara.

JUDEU – O termo judeu só começou a ser usado a partir do cativeiro babilônico, para se referir aos do reino do Sul de Israel (que incluía as tribos de Judá e de Benjamim, após a divisão de Israel em dois reinos) e que tinham sido levados para o exílio nos dias de Nabucodonosor. Nessa época, “judeu” era sinônimo de “hebreu”, como se pode ver em Jeremias 34.9.

A primeira ocorrência da palavra “judeus” na Bíblia está em 2Re 16.6. “Judeu”, portanto, seria uma forma de se referir àquele que é de Judá, ou que está de alguma forma ligado a esta tribo (por exemplo, sacerdotes da tribo de Levi ou, em menor número, membros de outras tribos que residiam no reino de Judá). No Novo Testamento, a palavra é usada para designar os moradores da área que, antes, incluía o reino de Judá, ou seja, a região da Judéia; território este ocupado essencialmente pelo remanescente do cativeiro babilônico.

ISRAELITA – é o termo para se referir aos “filhos de Israel”, ou seja, os que trazem o sangue de Jacó em suas veias. Jacó recebeu de Deus um novo nome (Gn 32.28), quando ao final da luta no vau de Jaboque passou a também chamar-se Israel (embora não tenha havido abandono do uso do nome Jacó).

“Israelita” ou “filho de Israel” são termos comumente usados a partir da residência de Jacó e sua família fixada nas terras do Egito, quando José era governador (Ex 1.7).

ISRAELENSE – não é um termo bíblico, mas um adjetivo pátrio que se refere ao cidadão do moderno Estado de Israel, independentemente da sua origem étnica ou credo religioso, e que desfruta de todos os direitos que as leis deste país concedem aos seus cidadãos, bem como estando sob o dever de cumprir todas as obrigações que lhe são inerentes. Desde 1948, quando foi fundado o Estado de Israel, este título passou a ser aplicado a todos que possuem cidadania israelense, mesmo que não sejam descendentes de Israel (Jacó), o grande patriarca do povo (etnia) israelita. Ou seja, é perfeitamente possível ser israelense e não ser hebreu ou judeu.

CURIOSIDADE – ORIGEM DO VERBO “JUDIAR”

Segundo o professor de Língua Portuguesa e mestre pela PUC-Rio, Sérgio Nogueira, judiar significa “escarnecer, fazer sofrer, atormentar, maltratar”. O verbo judiar é formado de “judeu” mais o sufixo “iar”. É, portanto, um verbo de carga depreciativa, pois seria “tratar como os judeus foram tratados”, ou seja, “maltratados como os judeus”(numa possível referência histórica aos maus-tratos feitos aos judeus ao longo dos séculos, mas especialmente durante o governo tirânico de Adolf Hitler, que matou cerca de 6 milhões de judeus no holocausto nazista). Linguistas dizem que embora muitos estudiosos da linguagem não associem judiar ao sofrimento dos judeus, o uso do verbo deve ser evitado, sendo uma palavra que carrega em si uma carga preconceituosa. Seria o que muitos chamam de palavra “politicamente incorreta”.

Fonte: Gospel Prime

segunda-feira, 18 de junho de 2018

ARTIGO - O que significa denário, talento, dracma e mina na Bíblia


Nos tempos antigos, antes do desenvolvimento do dinheiro em moedas e papel, os homens realizavam trocas ou pagamentos em mercadorias e serviços. O gado, por exemplo, era tão usado nessas transações comerciais, que literalmente significada dinheiro!

Curiosamente veja: a palavra latina pecunia(dinheiro, donde vem “pecuniária”) vem de pecus (gado, donde vem “pecuária”). Até mesmo no hebraico, segundo o Dicionário Wyclife, a palavra comum para gado é miqneh,que pode significar “preço de compra” ou “posse (adquirida por meio de compra)”.

Posteriormente, metais de valor como bronze, prata e ouro passaram também a ser utilizados como meio de transações comerciais. Mas somente por volta de 700 a.C., na região de Lídia (Ásia Menor), é que moedas cunhadas começam a ser utilizadas, simplificando e facilitando trocas e pagamentos. Daí surgem algumas moedas citadas especialmente no Novo Testamento, como denário, dracma, darico, asse e estáter. É impossível precisar o valor de cada uma destas moedas; podemos apenas inferir um valor aproximado.

DENÁRIO (Mt 20.2; 22.19)

O denário era a principal moeda romana de prata. Era, geralmente, o salário que um homem recebia pelo trabalho de um dia. Seu nome latino era denarius, e o grego, denarion.

DRACMA (Lc 15.8,9)

Moeda grega de prata e que tinha quase o mesmo valor de um denário romano.

DARICO (1Cr 29.7)

A palavra darico é de origem incerta, podendo remeter ao rei persa Dario I ou estar relacionada à moeda grega, a dracma. Era uma moeda de ouro da Pérsia, com formato oval e que valia aproximadamente quatro a cinco dólares.

ASSE (Mt 10.29; Lc 12.6)

O asse ou ceitil era uma moeda de cobre que valia algo em torno de um sexto de um denário. Ou seja, um valor irrisório.

ESTÁTER (Mt 17.27)

Moeda de ouro grega que valia quatro dracmas (ou seja, quatro dias de trabalho). Foi a moeda encontrada por Pedro na boca de um peixe e equivalente ao imposto do Templo em Jerusalém para duas pessoas.

MINA (Lc 19.13-25)

Unidade monetária igual a 100 dracmas, ou seja, o equivalente a quase cem dias de trabalho.

TALENTO (Mt 25.14-30)

Esta palavra é muito usada hoje como sinônima de habilidade ou dom, mas originalmente não significa nenhuma das duas coisas (embora haja uma razão par este uso). Originalmente era uma medida de peso, a maior usada pelos hebreus: para quantificar ouro, prata, chumbo, ferro e cobre. Como peso, equivalia a aproximadamente 34 quilos (mas podendo varia entre 40 e até 60 quilos, dependendo da região e da época). Nos tempos do Novo Testamento, o talento era uma grande medida de dinheiro, e que deveria valer hoje em torno de 1600 dólares. Portanto, é uma medida de grande valor!
Questões práticas

Agora, mais do que informações sobre moedas dos tempos bíblicos, as informações acima de algum modo contribuem para a nossa compreensão da Palavra de Deus, e não só da cultura dos tempos bíblicos.

Por exemplo, a parábola da dracma perdida (Lc 15.8,9), que a dona de casa procurou insistentemente até achar e depois que a encontrou chamou as amigas para celebrar, é uma forma de Jesus nos ensinar sobre o amor de Deus, que não cansa de nos buscar ainda que nos julguemos de tão pouco valor como aquela dracma. Para Deus temos um grande valor! E toda vez que um perdido é achado por Deus, o céu entra em festa!

A parábola do homem que devia “dez mil talentos” (Mt 18.24) é outro exemplo de como estudar esse assunto ilumina nosso estudo da Palavra de Deus. Aquele homem possuía uma dívida extrema que jamais conseguiria pagar, ainda que ele tenha prometido fazê-lo. Os dez mil talentos de dívida é uma forma de Jesus nos dizer que nossa dívida altíssima foi perdoada por Deus em Cristo Jesus. A dívida do pecado que nenhum de nós poderia pagar!

E a famosa parábola dos talentos (Mt 25.14-30) que o senhor entregou aos seus servos, fala-nos dos dons e das ferramentas de alto valor moral e espiritual com as quais Deus nos dotou para podermos multiplicar o bem onde estivermos e realizarmos a vontade de Deus. Ou seja, a riqueza que temos hoje em Cristo pode crescer ainda mais a depender do nosso bom uso das dádivas que já recebemos de Deus. Por isso Jesus diz: “juntai tesouros nos céus…” (Mt 6.20)

“tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito…” (Rm 15.4)

Fonte: Gospel Prime

sábado, 16 de junho de 2018

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domingo, 10 de junho de 2018

ARTIGO - A Bíblia contém alegoria?


Uma alegoria é uma história em que os personagens e/ou eventos são símbolos que representam outros eventos, ideias ou pessoas. A alegoria tem sido um artifício literário comum em toda a história da literatura. Alegorias foram usadas para expressar indiretamente ideias impopulares ou controversas, para criticar a política e para repreender aqueles no poder (por exemplo, A revolução dos Bichos de George Orwell e As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift). Outras vezes, a alegoria é usada para expressar ideias abstratas ou verdades espirituais através de uma metáfora ampliada, tornando a verdade mais fácil de ser entendida (por exemplo, O Peregrino de John Bunyan e Pés como os da corça nos lugares altos de Hannah Hurnard).

A Bíblia contém muitos exemplos de alegoria usados para explicar verdades espirituais ou para prenunciar eventos posteriores. Os exemplos mais claros de alegoria na Escritura são as parábolas de Jesus. Nestas histórias, os personagens e os eventos representam uma verdade sobre o Reino de Deus ou da vida cristã. Por exemplo, na parábola do semeador em Mateus 13:3-9, a semente e diferentes tipos de solo ilustram a Palavra de Deus e várias respostas a ela (como Jesus explica nos versículos 18-23).

A história do filho pródigo também faz uso de alegoria. Nesta história (Lucas 15:11-32), o filho titular representa a pessoa comum: pecaminosa e propensa ao egoísmo. O pai rico representa Deus, e a vida dura do filho, caracterizada por hedonismo e, posteriormente, pela pobreza, representa o vazio do estilo de vida ímpio. Quando o filho volta para casa em genuína tristeza, temos uma ilustração de arrependimento. No pai, cheio de misericórdia e vontade de receber o seu filho de volta, vemos a alegria de Deus quando nos voltamos contra o pecado e buscamos o Seu perdão.

Nas parábolas, Jesus ensina abstratos conceitos espirituais (como as pessoas reagem ao evangelho, à misericórdia de Deus, etc.) sob a forma de metáforas relacionáveis. Ganhamos uma compreensão mais profunda da verdade de Deus através destas histórias. Outros exemplos de alegoria bíblica como uma forma literária incluem a visão do dragão e da mulher em Apocalipse 12:1-6; a história das águias e da videira em Ezequiel 17; e muitos dos provérbios, especialmente aqueles escritos em paralelismo emblemático.

Algumas das tradições e cerimônias instituídas por Deus na Bíblia poderiam ser consideradas “alegorias não-literárias” porque simbolizam verdades espirituais. O ato de sacrifício de animais, por exemplo, representava que nossos pecados mereciam a morte, e cada substituto no altar prefigurava o eventual sacrifício de Cristo, que iria morrer por Seu povo. A instituição do casamento, enquanto servia grandes efeitos práticos, é também um símbolo da relação entre Cristo e a Igreja (Efésios 5:31-32). Muitas das leis cerimoniais de Moisés (em relação ao vestuário, alimentos e objetos puros e impuros) representavam certas realidades espirituais, tais como a necessidade dos crentes serem diferentes dos descrentes em espírito e ação. Embora estes exemplos não sejam considerados alegorias individualmente (uma vez que uma alegoria requer vários símbolos trabalhando em conjunto), o sistema religioso do Antigo Testamento (e partes do Novo) pode ser visto como uma ampla alegoria para o relacionamento do homem com Deus.

Curiosamente, eventos históricos, por vezes significativos, que parecem à primeira vista não conter nenhum significado mais profundo, são mais tarde interpretados alegoricamente para ensinar uma importante lição. Um exemplo disto é Gálatas 4, onde Paulo interpreta a história de Abraão, Agar e Sara como uma alegoria para a Antiga e Nova Aliança. Ele escreve: “Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava e outro da livre. Mas o da escrava nasceu segundo a carne; o da livre, mediante a promessa. Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar. Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos. Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe” (Gálatas 4:22-26). Aqui, Paulo toma pessoas históricas e reais (Abraão, Agar e Sara) e as usa como símbolos para a Lei de Moisés (Antiga Aliança) e para a liberdade de Cristo (Nova Aliança). Através da lente alegórica de Paulo, vemos que nosso relacionamento com Deus é de liberdade (somos filhos da promessa divina, como Isaque foi para Sara), não da escravidão (não somos filhos da escravidão do homem, como Ismael foi para Agar). Paulo, por meio da inspiração do Espírito Santo, podia ver o significado simbólico deste evento histórico e o usou para ilustrar a nossa posição em Cristo.

A alegoria é uma maneira maravilhosamente artística de explicar assuntos espirituais em termos de fácil compreensão. Através das alegorias bíblicas, Deus nos ajuda a compreender conceitos difíceis através de um contexto mais relacionável. Ele também revela-se como o Grande Contador de Histórias, trabalhando através da história para prefigurar e realizar o Seu plano. Podemos nos alegrar no fato de que temos um Deus que se dirige a nós de uma maneira que podemos entender e que nos deu símbolos e alegorias para nos lembrar de Si mesmo.

Fonte: CACP

quarta-feira, 6 de junho de 2018

ARTIGO - 10 descobertas relacionadas à Bíblia


1. A Pedra de Rosetta

Em 1798, Napoleão invadiu o Egito. Ele trouxe consigo uma equipe científica de estudiosos e desenhistas para inspecionar os monumentos da terra. O achado mais importante da expedição foi a Pedra de Roseta. Ela provou ser valiosa como uma chave para decifrar os antigos hieróglifos egípcios.

A pedra datava do período de Ptolomeu V (204–180 aC) e foi inscrita em três idiomas: demótico, grego e hieroglífico. O grego, bem conhecido pelos estudiosos da época, provou ser uma tradução da antiga língua egípcia na pedra. A tradução dos hieróglifos marcou o início do estudo de textos e gramática do antigo Egito e forneceu a base para os estudos modernos de egiptologia.

2. Os Manuscritos do Mar Morto

Em 1947, pastores tropeçaram em uma caverna em uma área árida e acidentada no lado oeste do Mar Morto. O que descobriram logo foi proclamado como o maior achado arqueológico do século XX. Nos anos seguintes, outras cavernas remotas similares foram encontradas. O que essas cavernas continham? Mais de 800 documentos fragmentados, consistindo principalmente de escritos hebraicos sobre couro (com alguns em pergaminho), incluindo fragmentos de 190 pergaminhos bíblicos. A maioria deles é pequena, contendo não mais do que um décimo de um livro; no entanto, um pergaminho completo de Isaías foi encontrado. Quase todos os livros do AT estão presentes, e há também outros escritos valorizados pela comunidade que habitava nessas cavernas. Parece que os manuscritos mais antigos datam de meados do século III aC, e a maioria do primeiro ou segundo séculos aC.

Talvez a maior contribuição dessa descoberta seja a nossa compreensão da transmissão do texto bíblico. É encorajador notar que as diferenças são mínimas entre os textos do AT dos Manuscritos do Mar Morto e várias edições dos textos hebraicos produzidos milhares de anos depois e usados hoje, envolvendo os menores detalhes textuais. O significado do texto em si não é afetado por essas diferenças.

3. Inscrição do Tel Dan

Em 1993, escavadeiras em Tel Dan descobriram uma inscrição com a palavra BYTDWD. Eles argumentaram convincentemente que a palavra significa “casa de Davi” e data do nono século aC. A inscrição foi selada por uma camada posterior de destruição Assíria, datada em 733/722 aC. Uma camada de cinzas é o sonho de um arqueólogo. Qualquer coisa selada abaixo dela deve ser datada antes, porque não há possibilidade de invasão por artefatos posteriores. A cerâmica diretamente abaixo do nível de destruição data do nono e oitavo séculos aC, e desse período a chamada inscrição da Casa de Davi deve ter chegado.

Embora alguns estudiosos tenham tentado explicar a inscrição afirmando que BYTDWD é um nome de lugar ou uma designação para um templo de uma divindade, provavelmente se refere à casa da linhagem de Davi, o segundo rei da monarquia unida e sem dúvida o governante mais significativo na história de Israel. Evidência adicional é a provável aparição do termo BYTDWD na Pedra Mesha Estela / Moabita, também datando do nono século aC.

4. Pergaminhos de Ketef Hinnom

Em 1979, o arqueólogo israelense Gabriel Barkay estava escavando uma caverna em Ketef Hinnom, a sudoeste de Jerusalém. A tumba era uma estrutura funerária típica da Idade do Ferro no final do século VII aC. O enterro típico da Judéia nessa época ocorria em uma caverna de rocha. Quando uma pessoa morria, ela era colocada em uma bancada de enterro na tumba, juntamente com itens pessoais, como vasos, jóias ou bugigangas. Uma vez que o corpo entrava em decomposição, os ossos da pessoa eram colocados em uma caixa sob a bancada do enterro. Quando a equipe começou a escavar a caixa, eles encontraram dois pequenos rolos de prata. Como os pergaminhos eram de metal, os arqueólogos tiveram dificuldade em desenrolar e decifrar o texto. Eles começaram com o maior dos dois pergaminhos, que levaram três anos para serem desenrolados. Quando desenrolado, mediu apenas três polegadas (7,6 centímetros) de comprimento. Quando terminaram, notaram que o pergaminho estava coberto por caracteres gravados muito delicadamente. A primeira palavra que eles conseguiram decifrar foi o nome “Yahweh”. Depois de muito trabalho, eles puderam ler o rolo inteiro. Continha a bênção sacerdotal de Números 6. O rolo menor também continha a bênção de Números 6. Demorou tanto tempo para desenrolar e decifrar os pergaminhos que o material não foi publicado até 1989.

Esses dois pergaminhos são relativamente desconhecidos, mas podem ser vistos hoje no Museu de Israel em Jerusalém. Eles são as primeiras citações conhecidas de textos bíblicos em hebraico. Eles são anteriores aos primeiros Manuscritos do Mar Morto em mais de quatrocentos anos e são, portanto, úteis em matéria de crítica textual. Muitos autores argumentam que a bênção sacerdotal foi escrita após o exílio, com sua data mais antiga no século IV aC. Agora temos exemplos físicos da bênção do final do século VII aC. Além disso, a descoberta de duas placas com a mesma bênção em um local enterrado ressalta a centralidade da bênção sacerdotal para a religião dos israelitas.

5. Moabite Stone

Em 1868, um missionário em Jerusalém encontrou uma tabuleta de pedra à venda que parecia ser de tempos antigos. Os vendedores quebraram o tablet em um número de peças para vendê-los um de cada vez para ganhar mais dinheiro. Felizmente, uma cópia do tablet foi feita antes de ser quebrada (esta cópia está no Louvre hoje). Na tabuinha há um texto escrito em Moabita, datado do século IX aC. Foi talvez uma pedra da vitória erguida pelo rei Mesha para comemorar suas conquistas militares. O texto começa: “Eu sou Mesha, filho de Quemos, rei de Moabe”.

É proeminente no texto a versão do rei de uma guerra travada contra Israel em 850 aC, na qual Moabe se revoltou contra o rei Jeorão do reino do norte de Israel logo após a morte de Acabe. De particular interesse é que a Bíblia registra o mesmo incidente em 2 Reis 3. Os dois relatos diferem em perspectiva. Mesha enfatiza suas vitórias sobre Israel na captura de cidades sob controle israelita. O escritor bíblico, ao contrário, destaca os contra-ataques bem-sucedidos de Israel contra os moabitas.

6. Cartas de Lachish

Nos anos 1930, J. L. Starkey escavou o local de Lachish. Ele descobriu uma camada de detritos fortemente destruída e queimada com fogo nas mãos dos babilônios sob Nabucodonosor em 589/588 aC. Starkey desenterrou dezoito ostracas nos destroços queimados de uma sala de guarda entre os portões interno e externo da cidade. Uma ostraca é uma inscrição escrita à tinta em fragmentos de cerâmica. A maioria das ostracas eram correspondências, embora algumas fossem listas de nomes. O conteúdo da ostraca era fragmentário, e apenas um terço delas é suficientemente preservada como inteligível. A data das ostracas é geralmente imediatamente anterior à destruição de Laquis pelos babilônios.

Várias cartas são escritas por um homem chamado Hoshaiah a um comandante militar chamado Yaosh. A interpretação comum é que Hoshaiah era o comandante de uma fortaleza do lado de fora de Lachish, escrevendo para Yaosh, o comandante de Laquis. Outros comentaristas acreditam que Hoshaiah era o chefe militar de Lachish e Yaosh, um alto funcionário em Jerusalém. Uma das cartas termina com a afirmação: “Saiba [meu senhor] que estamos atentos aos sinais de Laquis, segundo todas as indicações que meu senhor me deu, pois não podemos ver Azekah”. Hoshaiah estava se referindo aos sinais de incêndios de uma cidade da Judéia para outra, e o contexto parece ser o ataque babilônico que estava por vir.

7. Épico de Gilgamesh

Em 1872, George Smith anunciou que havia descoberto um relato assírio de uma inundação entre as placas armazenadas no Museu Britânico das escavações Ninivitas de meados do século VII aC. Chamada de Epopéia de Gilgamesh, a história é composta de doze tabletes, com uma tabuinha contendo um conto de um grande dilúvio. O herói do dilúvio, um homem chamado Utnapishtim, relata um episódio para Gilgamesh. Ele explica como o deus Ea o avisou sobre um julgamento que se aproximava e disse a ele para construir um barco para salvar sua vida do massacre da inundação. À medida que o conto se desdobra, o épico em alguns aspectos é quase idêntico à narrativa bíblica de Noé em Gênesis 6–9. Essa descoberta criou uma grande agitação entre os eruditos bíblicos do século XIX e, até hoje, os estudiosos continuam a pensar e debater os paralelos óbvios entre os dois.

8. Túnel de Ezequias

A fonte de água mais confiável para a cidade de Jerusalém durante o assentamento israelita era a Primavera de Giom. No entanto, sua localização fora dos muros da cidade era problemática. Durante um ataque ou cerco, os habitantes eram cortados de sua fonte de água vital. Em 1867, o explorador Charles Warren descobriu um poço vertical atravessando o leito rochoso, permitindo que o povo de Jerusalém alcançasse as águas da fonte de Giom por trás das muralhas da cidade. Esta haste foi provavelmente construída originalmente pelos Jebuseus e pode ser como os soldados de Davi capturaram a cidade deles (2 Sm. 5: 6-8). Um novo sistema de água que emprega parte do anterior foi construído por Ezequias, perto do final do século VIII aC, devido a uma ameaça militar Assíria. O túnel de Ezequias inclinou-se suavemente para longe da fonte de Giom para permitir que a água fluísse para a piscina de Siloé dentro das muralhas da cidade.

O túnel de Ezequias foi cortado por duas equipes se aproximando umas das outras de lados opostos. Não foi esculpido em linha reta, mas sinuoso devido a mudanças freqüentes no terreno. As duas equipes fizeram ajustes enquanto se aproximavam e ouviram as picaretas da outra equipe. Uma inscrição a vinte pés (seis metros) do tanque de Siloé foi descoberta e descreve a reunião das duas equipes de corte.

9. O Crucificado em Givat Hamivtar

Estamos bem cientes dos métodos romanos de crucificação do primeiro século dC – não apenas pelos registros escritos, mas também dos restos mortais de um homem crucificado descoberto em Givat Hamivtar, um local nos arredores de Jerusalém. A cruz consistia em duas partes: a barra vertical, chamada de stipes crucis, e a barra horizontal, chamada patíbulo. O homem crucificado foi colocado de costas para o stipes crucis e suas mãos foram pregadas ao patíbulo. Segundo os arqueólogos, os pregos devem ter sido empurrados através do pulso porque as palmas das mãos não poderiam suportar o peso do homem.

Ele foi afixado na cruz também por seus pés, de uma maneira diferente do que é comumente pensado. O carrasco romano fez uma estrutura de madeira rústica e retangular na qual os calcanhares da vítima foram pregados. Em seguida, uma haste de ferro foi conduzida através da parte direita da estrutura, passando pelo calcanhar do homem – os maiores ossos do tarso no pé – e depois pela parte esquerda da estrutura. A extremidade livre do prego foi então dobrada por golpes de martelo. Este achado dá aos arqueólogos mais insights sobre as crucificações romanas.

10. Textos Ugaríticos

A grande maioria dos textos canaanitas vem do sítio de Ugarit (atual Ras Shamra), na costa norte da Síria ao longo do Mar Mediterrâneo. Ugarit era uma proeminente cidade cananéia do segundo milênio aC. Grandes escavações ocorreram no local desde 1929. Um dos achados mais importantes em Ugarit são centenas de textos descobertos nas áreas do palácio e do templo. Mais de 1.500 desses tabletes foram publicados. Ugarit atingiu seu auge nos séculos XV a XIII aC, período em que a literatura escrita floresceu no local.

A cidade encontrou seu destino final nas mãos dos inimigos do Mediterrâneo, que destruíram o local por volta de 1200 aC. A importância dos textos ugaríticos é o material que eles fornecem sobre a religião Cananéia. Seus textos míticos nos ajudam a entender o contexto religioso do AT, incluindo muitos paralelos entre as práticas religiosas canaanitas e israelitas. Além disso, as línguas ugarítica e hebraica são bastante semelhantes e, assim, o ugarítico fornece uma visão do desenvolvimento e da gramática do hebraico.

Por John D. Currid

Tradução Walson Sales.

Fonte: CACP

segunda-feira, 4 de junho de 2018

ARTIGO - O que significa “filho de Davi”?


Muitos chamaram a Jesus de "filho de Davi". O que queriam dizer?

Lendo as páginas dos evangelhos, você já deve ter notado que muitas vezes Jesus foi aclamado publicamente como o “filho de Davi”. Foi assim que a mulher cananéia o chamou (Mt 15.22), enquanto suplicava por um milagre para sua filha; foi assim que o cego Bartimou o chamou (Mc 10.47), quando suplicava cura para seus olhos cegos; foi assim que a multidão o aclamou em Jerusalém, quando por ocasião de sua entrada montado sobre um jumentinho (Mt 21.9). Mas o que significa esta expressão e por que ela era tão comum na boca daqueles que queriam exaltar Jesus? Vamos meditar um pouco.
O rei prometido

Os judeus tinham conhecimento tanto da benção de Jacó sobre seus filhos, como das promessas do próprio Deus de levantar um reino eterno da descendência de Davi. Antes de morrer, Jacó tinha abençoado seu filho Judá, da seguinte forma: “O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertencem, e a ele as nações obedecerão” (Gn 49.10).

Esta é certamente uma das mais belas predições na Bíblia sagrada sobre o governo do Messias, que viria da tribo de Judá. E a Davi, que era da tribo de Judá, Deus mesmo havia prometido: “a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre” (2Sm 7.16).

O profeta Miquéias, ungido pelo Espírito de Deus, prenuncia o lugar de nascimento deste rei, descendente de Davi e da tribo de Judá: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2). Belém era a cidade de Davi (Lc 2.4,11), e foi justamente lá onde Jesus nasceu!
A expectativa da chegada do rei

Nos dias de Jesus era muito grande a expectativa do povo judeu pelo surgimento do Messias prometido (Lc 2.25,35).

Tanto os magos do oriente quanto os próprios líderes religiosos de Israel sabiam que esta profecia de Miqueias apontava para o Messias (em hebraico) ou Cristo (em grego), e até mesmo o rei Herodes ficou sabendo disto (Mt 2.1-6). Herodes, idumeu descendente dos edomitas, não era rei legítimo, mas Jesus o seria!

Jesus de fato tinha o sangue de Abraão, Isaque, Jacó, Judá e Davi correndo em suas veias! Na genealogia de Jesus está comprovada sua legítima posição como filho de Davi (Mt 1.1), embora isso não signifique, claro, que Davi fosse o pai imediato de Jesus (até porque Davi viveu uns mil anos antes de Jesus), mas que fosse seu predecessor.
Jesus, o legítimo Filho de Davi

“Filho de Davi”, portanto, era uma exclamação de alguém que reconhecia a ascendência de Jesus e a esperança de que ele fosse o Messias, como de fato ele era!(Jo 4.26). Era tratar Jesus como descendente de Davi e legítimo herdeiro do trono de Israel. Era reconhece-lo como o Senhor, assim como o próprio Davi o reconhecia: “O SENHOR [Yavé, o Pai] disse ao meu Senhor [Adonai, o Cristo]: ‘Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés’” (Sl 110.1) – um salmo profético que apontava para Jesus, como o Messias exaltado por Deus acima de todos os seus inimigos (Fp 2.9-11).

Sim, Jesus é ao mesmo tempo “leão da tribo de Judá” (Ap 5.5), como também “filho de Davi” (Rm 1.3; 2Tm 2.8). Portanto, ele é o grande Rei, aquele que, como dizia Jacó, recebeu o cetro e o bastão de comando sobre todas as nações! O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.15,16).

Tiago Rosas
Publicado em Gospel Prime