terça-feira, 20 de agosto de 2019

ATUALIDADE GOSPEL - Imprensa atribui ataques a terreiros no RJ a “traficantes evangélicos”; Feliciano rebate


Atos de vandalismo registrados em terreiros de umbanda e candomblé na Baixada Fluminense vêm sendo atribuídos pelos adeptos dessas religiões a “traficantes evangélicos”. A Polícia Civil investiga o caso, mas de antemão a grande mídia do país já se apressa em associar os criminosos às igrejas evangélicas.

Com termos como “narcopentecostalismo” e “bonde de Jesus”, veículos de imprensa repercutiram a prisão de oito traficantes que estariam cumprindo ordens de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão e integrante do Terceiro Comando Puro (TCP), para destruir os locais de culto das religiões de matriz africana.

Segundo informações do Estadão, Peixão é um dos criadores do chamado Bonde de Jesus, um grupo de criminosos que teria se convertido a uma igreja neopentecostal e que estaria dedicado a perseguir terreiros no Rio de Janeiro.

A matéria diz que aproximadamente 200 terreiros estariam “sob ameaça” de intolerância religiosa por parte dos “traficantes evangélicos”. Os casos vêm sendo investigados pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), criada em 2018.

“Investigações apontam que a peculiar relação entre religiosos e criminosos aconteceu depois que a cúpula do TCP foi convertida por uma igreja neopentecostal. Há informações, ainda não confirmadas, de que Peixão teria sido ordenado pastor. Trata-se de uma característica específica dessa facção, não sendo reproduzida nem pelos demais grupos de traficantes nem por milicianos”, diz o texto do Estadão, permeado de ilações.

O delegado responsável pela DECRADI, Gilbert Stivanello, comentou a situação dos terreiros: “A situação de intolerância sempre existiu, mas tivemos uma piora quando indivíduos ligados à cúpula de uma facção resolveram se converter. Eles distorcem a doutrina religiosa e agridem outras religiões, sobretudo as de matriz africana”.

“Alguns deles se converteram dentro do presídio. Eles viveram uma experiência distorcida da conversão, se tornando ‘bandido de Jesus’, como se isso fosse um ato de fé. Se pararmos para pensar, não é muito diferente do terrorismo islâmico. É difícil mesmo entender a lógica”, acrescentou o delegado.

‘Renunciar ao crime’

O pastor Marco Feliciano (PODE-SP) usou o Twitter para tecer críticas à reportagem, enfatizando que a mensagem pregada em todas as tradições cristãs é de repúdio à criminalidade, e que associar a imagem de criminosos ao segmento religioso que mais cresce no país é um “absurdo”.

“Matéria absurda do Estadão dá conta que traficantes ‘evangélicos’ atacam macumbeiros. Não existem traficantes evangélicos. Ou é evangélico e não é traficante, ou é traficante e não é evangélico. Aceitar Jesus significa renunciar ao crime!”, escreveu o pastor.

Em seguida, Feliciano cobrou postura jornalística dos responsáveis pela matéria: “Se bandidos se dizem evangélicos não é motivo para a imprensa séria acreditar. Estadão, basta ler a Bíblia, os Evangelhos, livro sagrado dos cristãos, para se deparar com uma filosofia pacifista, que prega a santidade, a compaixão e o amor. Deus é amor (I João, 4:8)”.

“Prego a palavra há quase 30 anos, sou pastor há mais de 20, tenho muitas histórias de perseguições a igrejas evangélicas em comunidades, feitas por bandidos macumbeiros. Muitos irmãos morreram assim, na defesa do Evangelho. Nunca vi o Estadão fazer reportagem sobre isso!”, concluiu Feliciano.

Fonte: Gospel Mais

terça-feira, 13 de agosto de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Deus e o “espírito mentiroso” para enganar Acabe



As implicações morais são óbvias e o fato desconcertante tem feito exatamente isto ao longo das eras: desconcertado muitos intérpretes. 
 
Um texto que sempre me chamou a atenção é o de 2 Reis, cap. 22. Neste texto, que mostra a aliança entre os reis de Judá (Josáfá) e Israel (Acabe) contra os sírios, afim de tomarem a cidade de Ramote-Gileade de volta dos domínios da Síria. Sabemos, pelo relato bíblico, que Acabe, rei de Israel (neste caso, as 10 tribos que compunham o “Reino do Norte”, no período dos reinos divididos, que foi de aprox. de 930 a.C. a 539 a.C. Judá e Benjamim compunham o “Reino do Sul” neste período), mau, idólatra e sanguinário, convocou 400 profetas para que profetizassem se ele e o rei de Judá sairiam vitoriosos.

Com a anuência daqueles profetas estranhos, estranhou também Josafá, o piedoso rei de Judá, que, talvez por causa do fortalecimento de uma aliança com o Norte, aceitara ir à peleja com o ímpio Acabe. Até aí, só as intrigas políticas.
 
Contudo, a partir do versículo 7, do capítulo 22, ficamos sabendo que Josafá requer alguém, algum “profeta do Senhor Deus” que profetizasse se era ou não para que ambos os reis fossem à peleja. Acabe se lembra de um profeta de Deus “que sobrara”, Micaías, que estava preso porque “sempre profetiza o que é mal” a Acabe, segundo suas próprias palavras. Micaías é chamado e orientado a profetizar a vitória na guerra, mas, uma vez pressionado por Acabe, que estranhou o profeta profetizar “algo bom”, relata um das visões mais extraordinárias relatadas na Bíblia, que é a seguinte:

“Então, disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o SENHOR: Estes não têm dono; torne cada um em paz para a sua casa. Então, o rei de Israel disse a Josafá: Não te disse eu que ele não profetiza a meu respeito o que é bom, mas somente o que é mau? Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do SENHOR: Vi o SENHOR assentado no seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua direita e à sua esquerda. Perguntou o SENHOR: Quem enganará a Acabe, para que suba e caia em Ramote-Gileade? Um dizia desta maneira, e outro, de outra. Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o SENHOR: Com quê? Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o SENHOR: Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim. Eis que o SENHOR pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o SENHOR falou o que é mau contra ti”, 1 Rs. 22:17-23.

É claro que o texto se revela surpreendente de imediato por seu conteúdo. Primeiramente, sabe-se de uma “reunião secreta” nos céus, na qual é decidido “quem enganará Acabe, para que caia em Ramote-Gileade”. Até aí tudo bem, se não fosse a forma como se daria a queda de Acabe: ao que parece, Deus não somente permite “um espírito da mentira”, como o encaminha, “Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim”.

As implicações morais são óbvias e o fato desconcertante tem feito exatamente isto ao longo das eras: desconcertado muitos intérpretes; tendo alguns até apelado às minúcias da Crítica Textual, na tentativa de suavizar moralmente o que parece ser uma contradição enorme com outros textos, que afirmam que “Deus não tenta” ninguém. De fato, não tenta. E por que Deus permitiu que tal espírito enganasse Acabe, e mais ainda, por que o enviou, pessoalmente, afim de que Acabe fosse enganado e caísse? Wittgenstein, filósofo analítico britânico, tem uma frase que é uma máxima para quaisquer áreas: “Do que não se pode falar, deve-se calar”.

E vários intérpretes bíblicos têm feito exatamente isto, calado, ou no máximo apelado a um aparato técnico-linguístico e histórico indisponível à maioria da população, fazendo-a pensar que praticamente tudo na Bíblia, e especialmente os textos que relatam revelações, profecias, alegorias, símbolos e coisas do gênero, são praticamente impossíveis de serem interpretados. Discordo disto.

A Bíblia é um livro escrito para o Homem, não para o “teólogo”. Apesar de aparatos histórico-linguísticos serem sempre bem-vindos quando a questão é a interpretação de textos mais complicados, não se pode deduzir que só através dos tais se pode ter uma interpretação correta, posto que, asseguro-lhe, prezado internauta, nenhuma acrobacia hermenêutica ou exegética técnico-linguística poderá resolver a questão envolvida em um texto como esse, de 1 Reis 22, nos moldes humanos, posto que o texto diz o que diz e, como muitos sabem, a regra áurea da Hermenêutica é “descobrir o que o autor quis dizer com o que disse” (Lund).

A hermenêutica requer algo mais do que o importantíssimo aparato histórico-léxico-cultual de que devemos dispor para a correta interpretação de textos. É necessário que aprendamos a olhar o todo do texto, suas nuances, aquilo que é crucial e pareça sumido, embora esteja aparente; sim, porque é nos detalhes que está toda a diferença! E é esta a minha proposta nesta série de artigos intitulados “Interpretando Textos Bíblicos Difíceis”.

A pretensão aqui não é revela “a” interpretação, mas, mais que isso, demonstrar o quão importante é tentarmos ver o todo do texto, aliando ferramentas exegéticas mais sofisticadas, quando as mesmas se fizerem necessárias, à capacidade de apreendermos o texto como um todo, não apenas o significado semântico de palavras e as suas ligações gramaticais, as quais não nos serviriam de absolutamente nada sem aquela capacidade de apreensão.

Aqueles que não param de pensar nas implicações do texto em questão, de 1 Reis 22, devem estar pensando como é possível sairmos dessa “sinuca de bico” teológica. Pode um Deus santo, justo e perfeito permitir e enviar um “espírito de mentira” para enganar um homem, um simples mortal? Bem, primeiramente, a “reunião celestial” entre Deus e os espíritos não foi tão secreta assim, pois eu e você, prezado leitor, estamos falando sobre ela agora mesmo. O que nos passa despercebido é o fato de o profeta Micaías tê-la presenciado espiritualmente.

Ele o afirma e, ao que tudo indica – isto não posso afirmar com certeza -, parece-me que apenas Deus sabia que Micaías estava vendo tudo, porque Deus bem sabia que o profeta seria chamado por Acabe, o qual não estaria só, mas acompanhado de outro rei, Josafá, e entre todos os mais importantes (provavelmente) de ambos os reinos, Israel e Judá, o que serviria de um testemunho tremendo para ambas as nações.

Deus só permitiu aquele “espírito da mentira” para, na hora exata, diante de todos, o seu próprio servo afirmar que os que profetizavam a vitória do rei Acabe falavam sob a influência de um espírito mentiroso e, daquele momento em diante, Acabe teria uma escolha: mediante do testemunho de Micaías, decidiria se à guerra ou, pela última vez, obedecia a Deus. Surpreendentemente, Acabe rejeita a profecia de Micaías e, mais surpreendentemente ainda, Josafá, o bom e temente rei de Judá, também! Terrível escolha!

O desenrolar da história é previsível: Acabe é mortalmente ferido; Judá e Israel fogem de diante dos sírios; Josafá volta a Judá para, depois, ter de ajustar com Deus as consequências de ter ido à guerra com aquele rei ímpio e idólatra, a despeito do conselho do profeta do Senhor, e aquela empreitada de guerra se mostra uma catástrofe para os reinos do Norte e do Sul. Logo após ter profetizado para Acabe e ter revelado o destino de Israel naquela peleja, Micaías diz o seguinte, em alto e bom som: “Ouvi isto, vós, todos os povos!” (vs. 28).

Obviamente, ele se referia imediatamente a Israel e Judá, nações ali representadas por Acabe e os seus, e Josafá e o os seus. Seu grito, que ficaria eternizado nas páginas das Sagradas Escrituras, ecoou e ecoa a outros povos, outras línguas, outras nações, afim de que todos leiam e “ouçam” o testemunho firme e vívido do profeta, que “grita” naquelas palavras o quanto Deus é perfeito e justo, nunca permitindo que ninguém – rico ou pobre, rei ou vassalo, homem ou mulher, livre ou escravo – viva ou morra em vão.

Deus seja louvado!
 
Artur Eduardo
 
Fonte: Gospel Prime

sábado, 10 de agosto de 2019

HOMENAGEM - O maior Pai que Existe


O maior pai que existe inventou esse modelo de paternidade, onde colocamos um filho no mundo e cuidamos dele até que um dia ele cuide de nós, num perfeito exemplo de reciprocidade. 

O maior pai que já existiu nos força à responsabilidade logo no primeiro momento que ouvimos a esposa dizer, "estou grávida". A partir dali nada mais será como antes, aquele pequeno ser toma tudo que é nosso, tempo, sonhos, atenção, etc, e sabe de uma coisa? Entregamos tudo com prazer.

O maior pai do mundo, inventou a família e colocou essa relação maravilhosa entre o pai e os filhos.
Nós os pais imperfeitos faremos de tudo para não decepcionar nosso pequeno ser, que por mais que cresça será sempre cuidado por nós e tratado como uma criança. Nós, pais imperfeitos, nos esforçamos para ser o herói deles, até o dia da nossa partida, nesse dia quer estar com a cabeça bem erguida, pela certeza de ter feito o melhor que pude, o melhor que deu!

O  melhor Pai que existe nos deu o melhor Filho, o nosso maior exemplo!  

A Ele meu feliz dia dos pais.

Pr Marcos André 

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Estilos de liderança




Os estilos moldam a maneira de liderar.

Estilos de liderança são perfis profissionais de liderança que um indivíduo carrega em seus “genes administrativos” ou adquire ao longo de sua carreira profissional.
Existem dois tipos de líderes: os que são chamados e capacitados por Deus para liderarem e os que lideram apenas porque se deparam ou são impelidos a situações que exigem liderança (líder situacionista). Porém, tanto para estes como para aqueles é preciso que tenham estilos de liderança com os quais desenvolvam atividades com mais significância e obtenham sucesso.

Os estilos moldam a maneira de liderar. Os líderes situacionistas podem adaptar-se a um ou mais estilo de liderança. Diferente dos líderes nato, que já nascem com um estilo próprio, que por sua vez pode ser aperfeiçoado e até mesmo adquirir novos estilos.

Assim, tanto o líder capacitado por Deus para liderança como o líder situacionista pode desenvolver mais de um estilo de liderança. Caroline Marcon, gerente do Hay Group, instituição americana especializada em consultoria empresarial, afirma que “o líder pode até ter tendência a um perfil específico, mas tem de ter flexibilidade suficiente para aprender e incorporar outros estilos em caso de necessidade”.

Bárbara Ladeia, articulista da revista Exame, comenta sobre os seis estilos de liderança da era moderna definidos por Caroline. Compararei esses estilos de liderança com personagens bíblicos descritos por Billie Davis em seu livro: “Pessoas, Tarefas e Alvos” (ICI, 1983).

São seis personagens bíblicos que se destacaram com seus respectivos estilos de liderança e se tornaram um modelo para pastores e líderes da atualidade, tanto aqueles que administram igrejas como aqueles que dirigem departamentos ministeriais, cristãos que exerce função de liderança intermediária em uma igreja local e pastores auxiliares.
Neemias: o líder coercivo e de liderança produtiva
Billie Davis apresenta-o como um líder decidido nas suas ações. Solucionava problemas emergenciais sem a participação coletiva de seus conselheiros e demais pessoal. O estilo coercitivo tende a funcionar bem em situações de emergência, em que “mandar fazer é mais fácil que discutir soluções com toda a base de empregados”, afirma Caroline Marcon. Ela ainda diz que líderes coercivos são “vigilantes e críticos, são ácidos e duros em suas críticas”.

No caso de Neemias, as palavras “ácidos” e “duros” podem ser trocadas por “firmes” e “decididos”. Ele era um líder coercitivo sobre os assuntos de negligências espirituais (Ne 13.23-26). As suas ferramentas de correção e tomadas de decisões eram sempre a Palavra de Deus e a disciplina corretiva inspirada pela ordem divina.

O líder com esse estilo de liderança não deve exercê-la de forma aleatória, pautada por suas convicções ou mesmo baseada pela prepotência do cargo que exerce – zelo sem amor causa tirania espiritual. Mas deve agir sob o manto da inspiração bíblica, com amor e serenidade, bem como regida pelo Espírito Santo. A tomada de decisão é o fator mais importante e característico desse estilo de liderança. O “mandar fazer”, o qual especifica Caroline, é uma ação particular do líder coercivo na resolução de problemas que, muitas vezes, é necessária para resolver agravantes urgentes. Billie Davis afirma: “Há ocasião em que um líder precisa resolver pessoalmente qual medida deve ser tomada” sem ser insuflado por terceiros.
 
Josué: o líder dirigente e de liderança comunicativa
Outro estilo de liderança moderno mapeado por Caroline é o líder dirigente. Ele dá direções claras para a sua equipe, dizendo exatamente o que espera de cada um. “É um estilo que exige experiência e preparação do chefe em questão. É uma gestão baseada em diálogo e comunicação”, afirma a especialista.
Billie identifica Josué como esse tipo de líder. Ele o define como um líder com uma mensagem clara e, no quesito das experiências, ele foi mentorado por ninguém menos que Moisés (Ex 17; 33 e Nm 15.5-10).

Quanto à comunicação, Josué compreendia e utilizava com sucesso sem igual seus princípios fundamentais (Js 2.1; 3.2-4,9; 8.3-8).
Todo líder cristão deve levar em consideração esse estilo de liderança. O pastor que sabe se comunicar com sua igreja será bem sucedido. De acordo com Caroline, esse líder garante a motivação dos funcionários através da transparência. “Ele quer engajar as pessoas para que elas sintam vontade de seguir suas orientações”, reitera a especialista.
 
Davi: o líder afetivo e de liderança espiritual
Houve um tempo em que o rei antecessor de Davi, Saul, foi atormentado por um espírito maligno. Isso lhe causava tormento, depressão e assombro. Logo seus criados deram a sugestão de chamar alguém para que tocasse de forma afetiva e espiritual para seu rei e o livrasse daquele tormento (1Sm 16.18).

Os adjetivos atribuídos a Davi: “animoso” e de “gentil presença” caracteriza-o como um dos líderes mais humano e fraternal das páginas sagradas. Essa virtude lideracional o identifica com o estilo de liderança moderno que Caroline o chama de Afetivo. “Quem dá mais atenção às pessoas que às tarefas é o chamado líder afetivo. Ele trata bem seus colaboradores e, não raro, são recompensados com lealdade e alto desempenho”.

Billie atribui esse mesmo pensamento a Davi dizendo que “ele mostrava-se leal e cheio de consideração ao tratar tanto com os seus superiores quanto com os seus subordinados”. Caroline diz que o líder afetivo tem um interesse genuíno nas pessoas e isso faz com que crie harmonia e proximidade na equipe. Foi exatamente o que Davi fez com os seus valentes (1Sm 22). A afetividade de um líder está interligada a sua espiritualidade. Um líder afetivo é um líder que lidera com mecanismos espirituais, Davi dá prova disso em seus salmos. Portanto sejamos pastores afetivos – espirituais!
 
Moisés: o líder democrático e de liderança relacional
Moisés aprendeu cedo a arte de delegar tarefas através de seu sogro Jetro (Ex 18). Embora a liderança espiritual exercida por um servo de Deus numa instituição religiosa, como a Igreja de Cristo, não seja uma democracia, essa liderança deve ser compartilhada entre seus auxiliares para que chegue ao sucesso institucional. O que definirá esse compartilhamento será a delegação de poder.

Dado as circunstâncias, Jetro instruiu Moisés para um dos estilos de liderança moderno mais participativo já visto: a liderança relacional. Moisés aprendeu e se tornou um líder democrático, que, nas palavras de Caroline, “é o melhor líder para criação de ambientes de alta performance. Isso porque o compartilhamento das responsabilidades faz com os liderados se sintam corresponsáveis e parte de uma construção coletiva”.

Na ótica da liderança democrática, Billie afirma “que o líder que prefere o estilo democrático trabalha mais dentro do grupo. Conduz o grupo para estabelecer regras. Permite que seu grupo participe de modo significativo na tomada de decisões”.
 
José (filho de Jacó): o líder modelador e de liderança intermediária
Como líder modelador, José foi um exímio gestor, detalhista e de recomendações assertivas em todas as situações que exerceu liderança. “As instruções detalhadas e a alta exigência são marcas registradas do líder modelador”, acrescenta Caroline ao se referir a esse estilo de liderança.

Podemos inserir e analisar José nesse contexto de liderança, pois ele detalhava suas instruções a fim de solucionar alguns problemas de gestão, como foi no caso da interpretação do sonho de Faraó (Gn 41.33-36). Além disso, ele exerceu liderança em um ambiente que era apenas intermediário. José “era apenas um escravo, e precisava receber ordens da parte de seu senhor”.

Nesse sentido, Billie afirma que a maioria dos líderes nas igrejas exerce liderança intermediária. Como por exemplo, o líder de departamento de jovens, de senhoras, supervisores de congregações, etc. Nessas circunstâncias, é imprescindível que o pastor, presidente da igreja local, saiba interagir equilibradamente com esse tipo de liderança, pelo fato dele próprio não fazer parte diretamente da gestão de tais setores.

Portanto, cabe a ele (líder intermediário) confiar integralmente nos demais líderes e, ao mesmo tempo, manter-se próximo para evitar extremos e revelias administrativas, mas com a independência que lhes é permitida.
 
Paulo: o líder treinador e de liderança progressiva
“Como um técnico de time de futebol, o treinador investe tempo e esforços na compreensão dos pontos fortes e fracos de cada membro da sua equipe. O objetivo é trabalhar com eles para que o desenvolvimento pessoal gere bons resultados”, afirma Caroline ao falar sobre o líder treinador.

O apóstolo Paulo é esse líder treinador, porque sempre treinava um sucessor na igreja que fundava. Quando chegava a sua hora de partir, capacitava um líder e, sem hesitar, passava o bastão da liderança (Tt 1.4,5).

Billie Davis apresenta as características mentoras de Paulo para com Timóteo, que se entrelaçam com as do líder treinador abordado por Caroline: “Um líder está constantemente aprendendo e crescendo, e também ajudando outras pessoas a aprenderem e crescerem. (…) Preocupado em conhecer sua equipe, o treinador conversa muito, se interessa em conhecer cada um, com foco sempre no longo prazo. (…) É perfil ideal para a formação de novos líderes”, conclui.
 
Cícero Araújo

Fonte: Gospel Prime

domingo, 4 de agosto de 2019

ESTUDO BÍBLICO - Brevíssima história do reavivamento da Rua Azuza


“Se você controla a história, você controla o passado. Aquele que controla o passado controla o futuro.” George Orwell
 
Nesse artigo, dividido em duas partes, há um esforço em descrever com certa atualidade, e de forma brevíssima – devido a limitação imposta pelo veículo – o evento que teve início em Los Angeles, EUA, que veio a repercutir no Brasil e no mundo, influenciando gerações ao longo dos últimos cem anos.

A primeira parte, cobre de forma introdutória o período do surgimento do movimento pentecostal, com menção de três de seus principais nomes que deixaram um legado teológico, enquanto o segundo trata da biografia de William J. Seymour o pastor e líder da igreja que surgiu desse movimento.
 
Para esse estudo foram utilizadas duas obras que tratam do tema: “2000 Years of Charismatic Christianity” de Eddie L. Hyatt e “Thinking in the Spirit: theologies of the early Pentecostal movement” de Douglas G. Jacobsen, além de consultas ao site www.christianhistoryinstitute.org.

A fim de dirimir qualquer confusão em torno de nomenclaturas é preciso estabelecer que a teologia pentecostal norte-americana nomeia por reavivamento, esses movimentos oriundos pela manifestação mais efusiva e marcante do Espírito Santo nas igrejas evangélicas. Sua interpretação é que há um só avivamento, a saber, aquele ocorrido em Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento. Enquanto os eventos posteriores, seriam um re-avivamento daquela primeira visitação provocada pelo Espírito Santo, conforme previsto por Jesus Cristo antes de ascender aos céus. Enquanto, no Brasil, comumente não se diferencia assim, e nomeia-se como avivamento toda a manifestação do Espírito Santo com maior abrangência e duração. A interpretação adotada aqui é a norte-americana.

Na noite de 6 de abril de 1906, na casa de Richard e Ruth Asberry na Rua Bonnie Brae, 244 em Los Angeles – Califórnia – EUA, deu-se um evento que segundo Sidney Ahlstrom, historiador da Universidade de Yale, revelou o líder negro que exerceu influência direta sobre a História religiosa norte-americana, colocando-o a frente de figuras como W. E. B. Dubois e Martin Luther King, Jr. Após um mês de intensa oração e jejum, enquanto jantavam, houve a manifestação espontânea e marcante do Espírito Santo na qual todos os presentes foram impactados. Esse evento rapidamente desencadeou um movimento – conhecido por pentecostalismo – que veio a tomar proporções mundiais e que no Brasil, a igreja Assembleia de Deus é, talvez, seu mais destacado fruto e consequência direta do impacto daquela visitação.

A origem e a história do reavivamento que aconteceu na Rua Azuza é assunto pouco frequentado nas Assembleias de Deus, no Brasil. É de se lamentar, porque ao ignorar fatos importantes dessa natureza, a Igreja, muitas vezes se torna como uma criança que não atinge a maturidade por não superar problemas que surgiram do confronto de ideias e valores suscitados por gerações anteriores e que fazem parte mesmo da sua essência.

Muitos desses problemas perduram de igual modo, outros já foram superados por gerações anteriores, outros eles deixaram apontada uma direção segura a ser tomada (Jr. 6:16). Se a Igreja contemporânea insistir em omitir tema essencial como esse dos seus debates, a consequência é que o senso histórico esvai-se, gerando um vácuo entre passado e futuro, restando a cada geração permanecer patinando sobre os mesmos problemas, consciente apenas do próprio umbigo, alheia ao propósito para o qual surgiu. O diálogo com o passado e as origens é necessário à medida que dá sentido ao presente e aponta para o futuro.

O reavivamento da Rua Azuza não foi um evento planejado, mas um caso complexo (Jacobsen, p.57), e ainda carece de muito estudo no Brasil. Foi uma surpreendente manifestação do Espírito Santo que provocou todo aquele fervor espiritual que incendiou Los Angeles e posteriormente o mundo. Líderes cristãos de igrejas já estabelecidas por lá, não tardaram em expressar sua desaprovação pela turba de “fanáticos” que acorriam de todos os lugares em busca de seu pentecoste.

Jornalistas e curiosos vinham de todos os lugares para observar ou zombar do que acontecia ali. Aproveitadores e oportunistas também foram atraídos para experimentar do que havia ali. Os cultos estrepitosos e a diversidade dos participantes também provocou toda sorte de interpretações por parte das outras igrejas.

Uma característica interessante do reavivamento da Rua Azuza, foi que por ser algo espontâneo – não havia sido planejado – não dispunha de uma teologia necessária para dar sustentação racional e senso de direção a tudo aquilo, nem havia sido organizada ainda, pois a experiência vivida por todos e suas implicações eram fortes o suficiente para aquele momento. Esse movimento só foi ter formulada sua teologia de forma tardia – “a posteriori” – após o arrefecimento daquele fervor espiritual dos primeiros anos. Ainda não há consenso de como se conseguiu reunir sob o mesmo teto, cristãos com orientações teológicas tão divergentes que afluíam em torno daquele sentimento de piedade espiritual e poder. Caso é que o que aconteceu ali, surpreendeu a todos, pela novidade que se apresentava, devido a divergência com qualquer definição teológica vigente à época.

Charles Parhan que havia sido professor de William J. Seymour na Escola Bíblica no Texas, foi visitar o aluno a fim de avaliar seu desempenho e de outros a frente da enorme tarefa que se lhes apresentava, logo no início do movimento. Ocorre que o professor quis impor sua teologia – alienada a tudo o que ocorria ali – mas foi rapidamente rechassado por Seymour, que num entendimento espiritual, nutria um temor impetuoso quanto à interferência humana em tudo o que estava acontecendo diante de seus olhos.

Missão da Fé Apostólica, como ficou conhecida a igreja por eles aberta para abrigar a imensa aglomeração de pessoas atraídas pelo fervor espiritual desde a primeira reunião em casa dos Asberry na Rua Bonnie Brae, tinha Seymour como líder e pastor. Porém, vale lembrar que ele não desenvolveu tudo sozinho, antes, foi auxiliado por outros líderes de não menos importância. Merece menção especial Clara Lum, que manteve circulando mensalmente o informativo interno da Missão e que teve papel fundamental na orientação e divulgação do trabalho ali desenvolvido.

Seymour entendeu desde o início, como parte do seu chamado pastoral, prover meios e oportunidade ali na Missão da Fé Apostólica, de modo que cada um que para ali acorresse, pudesse ter sua experiência pentecostal pessoal, dando sentido e embasado em orientações teológicas para tal. Com o posterior arrefecimento do fervor espiritual da Azuza e com a Missão já inserida no contexto pentecostal da cidade, Seymour dedicou-se a escrever o livro “As doutrinas e a disciplina da Missão da Fé Apostólica de Los Angeles”, no qual foram compiladas sua teologia e práticas pastorais. Fica evidente, até pelo título do livro, que a teologia que surge dali, de início, era muito mais prescritiva e prática do que propriamente especulativa. Seu lema era: “não saia daqui falando sobre as línguas, fale de Jesus”. Outra façanha sua foi manter negros e brancos trabalhando juntos, harmoniosamente, numa época de intensa segregação racial.

Outro nome de destaque no auge do reavivamento da Azuza, foi o de George F. Taylor, da Carolina do Norte, influenciado por G. B. Cashwell, que chegou a atuar em cultos na Missão. Embora Taylor nunca tenha frequentado a Missão em Los Angeles, tornou-se um fervoroso pentecostal e “atento observador do movimento”, como afirmou Cashwell. Seu livro “O Espírito e a Noiva”, publicado em 1907, demonstra Taylor como um vigoroso e sistemático pensador cristão. Esse livro representou um salto na articulação e um avanço intelectual a respeito da teologia gerada pelo movimento pentecostal da Azuza. Taylor arguia que seu livro nada mais fazia que expor cuidadosamente a Bíblia; cujo reavivamento pentecostal o ajudou criativamente na sua tentativa de trazer velhas verdades bíblicas em novas revelações. E aqui vale o parêntese para que não se confunda A Revelação, enquanto Palavra de Deus, com essas “ideias”, por assim dizer, que suscitaram em Taylor a partir de seu contato com o movimento pentecostal.

David Wesley Myland, foi um pregador pentecostal itinerante, com participação no lançamento de outras denominações pentecostais e autor do livro “O pacto da Chuva Serôdia”, publicado em 1910, com sua interpretação tipológica e profética do Movimento de Reavivamento da Azuza à luz do Velho Testamento. Ao contrário do rigor sistemático de Taylor, Myland se utilizava muito mais de metáforas e símbolos para expor sua teologia. Entendia a caminhada de fé muito mais como um progresso constante que iria cessar apenas no encontro do fiel com Deus. Myland se preocupava muito mais em não separar a vida prática da caminhada de fé e tentar articular entre essas dimensões do que entendê-las como coisas distintas.

Esses três nomes aqui mencionados, não esgotam de maneira alguma a reflexão teológica produzida sobre o pentecostalismo na Azuza durante seu período de efervescência. Evidentemente que havia diferença nos pontos de vista e nas abordagens teológicas desenvolvidas por Seymour, Taylor e Myland, porém não eram visões antagônicas, mas tentativas individuais de preencher o vácuo criado por algo que surge com um impacto tremendo no ambiente cristão e que as teologias vigentes ainda não contemplavam, nem constava de seu cabedal de recursos interpretar ou dar sentido.

Moisés C. Oliveira
 
Bibliografia:
JACOBSEN, D. G. Thinking in the Spirit: theologies of the early Pentecostal movement. Bloomington, Indiana University Press, 2003.
www.christianhistoryinstitute.org
 
Fonte: Gospel Prime

terça-feira, 30 de julho de 2019

ESTUDO BÍBLICO - A mudança do nome de Saulo pra Paulo


Quem nunca ouviu alguns pregadores falarem em seus sermões que Jesus havia trocado o nome de Saulo para Paulo no momento de seu encontro com ele. Mas o que realmente aconteceu? Saulo teve seu nome mudado por Cristo?

Vamos começar falando sobre o encontro de Paulo com Jesus. O texto que narra o acontecimento é este: ” Em sua viagem, quando se aproximava de Damasco, de repente brilhou ao seu redor uma luz vinda do céu.

Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor? ” Ele respondeu: “Eu sou Jesus, a quem você persegue”.Atos 9.3-5

Mas e o que a Bíblia diz a respeito da mudança de nome é o seguinte:” Então Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, olhou firmemente para Elimas e disse:”
Atos 13.9. Ou seja, até este versículo, o apóstolo é chamado (no registro da Palavra de Deus) de Saulo; a partir de então passa a ser chamado de Paulo.

Na verdade não houve uma troca de nomes, o que de fato a Bíblia diz era que ele tinha dois nomes diferentes, fato comum para um judeu que também tinha cidadania romana, como era o caso de Paulo: Os soldados relataram isso aos magistrados, os quais, ouvindo que Paulo e Silas eram romanos, ficaram atemorizados.

Atos 16.38 e Enquanto o amarravam a fim de açoitá-lo, Paulo disse ao centurião que ali estava: Vocês têm o direito de açoitar um cidadão romano sem que ele tenha sido condenado? Ao ouvir isso, o centurião foi prevenir o comandante: Que vais fazer? Este homem é cidadão romano. Atos 2.25,26

O nome hebreu dado de seus pais a ele era Saulo, mas, como seu pai era um cidadão romano (e, no entanto, Saulo herdou a cidadania romana), Saulo também tinha o nome latino “Paulo”, o costume de dois nomes começou a se tornar comum nessa época.

Como ele nasceu em um ambiente fariseu rigoroso, o nome Saulo era o nome mais adequado para usar. Mas depois de sua conversão, Saulo decidiu usar seu nome latino para anunciar o Evangelho aos gentios e assim começou a ficar conhecido como Paulo.

Extraído do site acheinabiblia.com.br em 23/07/2019
 
Fonte: CACP

segunda-feira, 29 de julho de 2019

ATUALIDADE GOSPEL - Animador explica mensagem subliminar em “O Rei Leão”

Primeira versão do filme trazia uma referência a equipe de animação e efeitos especiais.


No ano de 1994, a Disney lançou o que seria um dos filmes de animação mais lucrativo de todos os tempos, “O Rei Leão”. Naquela época, um pregador chamado Josue Yrion denunciava o que seria um plano da multinacional do entretenimento de “corromper as crianças”.

Entre as famosas ministrações do pastor, a denúncia de que o filme recém-lançado trazia uma mensagem subliminar de conotação sexual espalhou-se, gerando críticas à empresa. O tema agora volta a tona com o lançamento de uma nova versão do longa.


A polêmica ocorre em uma cena do filme em que o personagem Simba aparece à noite, vendo estrelas com Pumba e Timão.

Quando folhas e poeira sobem no momento em que ele se deita no chão, formando uma palavra, que segundo Yrion era “sex” (sexo).



“Mensagem subliminar” em Rei Leão. (Foto: Reprodução)

No entanto, o animador gráfico Tim Sito veio a público explicar que havia sim algumas letras escondidas, que formava a sigla “SFX”, uma menção à própria equipe de animação e efeitos especiais.

Ao site Screen Rant, ele disse que era uma mensagem sutil.
Devido as críticas geradas pela interpretação errada da mensagem, a Disney acabou alterando a cena, perdendo as letras em 2002 e 2003, em duas edições feitas para Imax e DVD.

O mal-entendido teria se dado pela troca da letra “F” na sigla, pela letra “E”.

Michel Caceres

Fonte: Gospel Prime