sábado, 18 de novembro de 2023

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 9 / Revista nº 71

                                       

Diga Não à Violência Familiar

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Salmo 72.12-14a
12- Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito
e ao que não tem quem o ajude. 
13- Compadecer-se-á do pobre e do aflito e salvará a alma dos necessitados.
14 - Libertará a sua alma do engano e da violência.
Efésios 5.25,28,29
25- Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
28- Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.
29 - Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja.

TEXTO ÁUREO
O Senhor prova o justo, mas a sua alma aborrece o ímpio e o que ama a violência. Salmo 11.5

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira 1 Pedro 3.7
Dando honra à mulher
3ª feira Romanos 13.1-4
Submissão à autoridade
4ª feira Tiago 3.5,6
A língua também é um fogo
5ª feira 1 Pedro 3.1
Mulheres, sede sujeitas ao vosso marido
6ª feira Romanos 12.19,21
Não vos vingueis a vós mesmos
Sábado Provérbios 15.1
A resposta branda desvia o furor

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
Entender a influência da cultura na violência contra a mulher;
Compreender como evitar conflitos conjugais: 
Saber como agir quando a violência doméstica já aconteceu.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Caro professor, a violência familiar, ou violência doméstica, é um problema universal que afeta o ser humano na sua forma integral: espírito, alma e corpo. Caracteriza-se por agressões físicas, verbais e psicológicas; ameaças e intimidações. Atinge mulheres, crianças, idosos e até homens.
  É uma questão que tem alcançado dimensões assustadoras e que não está vinculada à classe socioeconômica, etnia, religião ou faixa etária. Envolve pessoas que convivem no mesmo ambiente familiar, possuem laços de sangue, como pais e filhos, grau de parentesco, ou que viveram juntas. No Brasil, predomina, de forma lastimável, a violência contra a mulher.
  O estudo desta lição faz-se necessário, pois a igreja do Senhor tanto não pode fechar os olhos a esta realidade, como precisa preparar-se para lidar com os desafios advindos desse mal
Eligate Malafaia

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  A família foi criada por Deus a fim de proporcionar ao ser humano um ambiente saudável e feliz, onde homem, mulher e filhos possam sentir-se amados e seguros. A violência, em todos os seus aspectos - físico, verbal e psicológico -, não está de acordo com o propósito inicial do Criador. Mas, afinal, o que leva o ser humano a agredir alguém que ama?
  Destacam-se, nesta análise, alguns motivos:
 O temperamentoconjunto de traços psicofisiológicos de uma pessoa, que influencia suas reações emocionais, seu estado de humor e caráter.
  Ciúmes, mágoas profundas, questões mal resolvidas, abusos na infância, carências não supridas- ou em ambientes violentos nos quais a pessoa vivenciou maus-tratos, ou presenciou-os contra sua mãe. Geralmente, um agressor foi vitima de agressividade em sua história de vida; como esses traumas podem não ter sido superados, a pessoa acaba repetindo o mesmo comportamento.
  A questão espiritual- há um ódio específico contra a mulher, porque ela foi criada por Deus para ser geradora de vida. Por mais que a ciência esteja avançada, ainda é preciso o útero materno para que uma criança venha ao mundo. E a função do Inimigo é roubar, matar e destruir o ser humano (Jo 10.10a).
  A questão cultural exerce grande influência na violência contra a mulher. Em muitos países, a mulher é vista como um ser inferior ao homem. Um engano, pois ambos foram criados à imagem e semelhança de Deus, e ambos têm o mesmo valor diante Dele (Gn 3.15). Cristo morreu pelo homem e pela mulher (Is 64.8 NTLH).
  Esses são alguns fatores que podem levar ao cometimento de agressões. Nos sub- tópicos seguintes, será analisada mais densamente a questão cultural; como evitar conflitos conjugais; e como agir quando a violência doméstica já aconteceu.

1. A QUESTÃO CULTURAL
  Ao redor do mundo mulheres de todas as faixas etárias sofrem nas mãos daqueles que deveriam amá-las e protege-las, configurando-se a misoginia, ódio, desprezo ou repulsa ao sexo feminino.

1.1. O que a Bíblia tem a dizer sobre violência familiar?
  A família foi criada por Deus no sentido de proporcionar ao ser humano um ambiente saudável e feliz, onde todos possam sentir-se amados, seguros, pertencentes e valorizados. Como dito no início desta lição, a violência, em todos os seus aspectos, não está de acordo com o propósito divino.
  Todo ensino da Palavra prepara o casal para a vida a dois e para a criação dos filhos. Os deveres do marido e da esposa dão a base, os fundamentos, para uma família estruturada, onde o amor, a gentileza, a comunicação, o perdão e o respeito predominam. São justamente essas características que tornam o casal forte para enfrentar e vencer as adversidades e os conflitos. Deste modo, pode-se afirmar que todo e qualquer tipo de violência jamais fez parte do propósito de Deus em quaisquer tipos de relacionamento.
  Deus nos criou para vivermos em um ambiente de paz, harmonia e comunhão. Podemos divergir de ideias, mas o amor deve prevalecer. É fundamental saber lidar com situações de crise que podem ocorrer na família sem chegar ao nível da agressão.
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A banalização da violência contra a mulher pode ser observada em alguns ditados populares, que tiveram origem em um passado machista e conservador, como: "Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher". Até as letras de algumas músicas, de cunho abusivo, enaltecem a violência contra a mulher, como as do refrão: "Só um tapinha não dói”.
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1.2. Buscando ajuda
  O Salmo 72.12-14a atesta o cuidado de Deus para com os oprimidos: Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude. Compadecer-se-á do pobre e do aflito e salvará a alma dos necessitados. Libertará a sua alma do engano e da violência.
  Em Romanos 13.1-4, o apóstolo Paulo diz que Deus providenciou uma maneira pela qual estende o Seu amparo a to- dos ao instituir autoridades superiores. Portanto, todo aquele que sofre algum tipo de violência precisa buscar a ajuda das autoridades civis, a fim de receber orientação e proteção.
  A busca pela ajuda pastoral, de um conselheiro, psicólogo, psicanalista e outros è de grande importância para o casal que já viveu uma experiência de agressão ou que vislumbra a possibilidade de violência pelo excesso de brigas e discussões que se passam dentro do relacionamento.

1.2.1. O papel de pastores e líderes na condução de episódios de violência doméstica:
  Professor, leia Romanos 13.1-4 e comente com seus alunos. 
  Pastores e lideres em geral devem estar preparados para receber quem necessita de ajuda e encaminhar às autoridades competentes (Delegacias especializadas e Conselho Tutelar). 
  Em caso de ser vítima de violência ou presenciar ato delinquente, ligue para o Disque 180, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. A denúncia é anônima. 
  No Brasil, existem leis que protegem a mulher contra a violência:
  A lei número 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, estabelece as formas de violência doméstica e familiar: psicológica, física, sexual, patrimonial e moral. A Lei Maria da Penha é reconhecida pelas Nações Unidas como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra a mulher. Ela não define penas, mas conscientiza a mulher sobre o que ela deve fazer para não sofrer novas agressões e cria medidas protetivas para manter o agressor a distância.
  Já a Lei do Feminicídio, promulgada em 2015, pune quem mata a mulher em razão do sexo, e coloca esse tipo de homicídio na lista de crimes qualificados com penas de 12 a 30 anos de prisão, enquanto o homicídio simples prevê condenação de 6 a 20 anos.

2. COMO EVITAR CONFLITOS CONJUGAIS
De fato, as Escrituras trazem um alerta sobre o uso da palavra e da língua. Em Tiago 3.5,6, é feita uma interessante comparação: assim como um pequeno fogo incendeia um grande bosque, a língua, que também é "fogo", pode conta minar todo o corpo. Assim sendo, o casal que conseguir, pelo poder do Espírito Santo que habita nele, dominar a sua língua, buscando uma comunicação baseada em respeito, amor e gentileza, evitará muitos males em seu casamento.

2.1. Orientações aos maridos
  Em seu livro "Soluções para conflitos", o Procurador da República, Mestre em Direito Constitucional e Especialista em Segurança Pública Guilherme Schelb dá conselhos relevantes aos maridos que desejam evitar desentendimentos com suas esposas. Ele instrui o cônjuge a "ter muito cuidado como que diz para a sua mulher, especialmente em momentos de conflito.".
  Guilherme Schelb acrescenta que "uma palavra agressiva liberada fere mais do que uma agressão física e levará anos para apagar-se da memória.". Por esse motivo, os maridos devem dobrar sua atenção em relação à forma como se comunicam quando estão pedindo algo para suas esposas ou quando precisam dizer a elas o que os incomoda.

2.2. Orientações às esposas
  As mulheres têm um importante papel no lar, no que diz respeito à influência que exercem sobre os demais membros da família. O texto de 1 Pedro 3.1 confirma que a mulher, mesmo sem proferir palavra, apenas pelas suas atitudes, tem o poder de convencer, de influenciar e de impactar positivamente a vida daqueles a quem ama.
  Verdadeiramente, as esposas têm a habilidade de influenciar seus maridos. Sobre isso, Guilherme Schelb aconselha a mulher a jamais estimular no marido atitudes agressivas. Ele explica que "a influência da mulher sobre o marido é muito grande. Contudo, muitas esposas não têm consciência disso.". Por esse motivo, ele as orienta a sempre acalmarem os ânimos dos seus maridos em situações de risco e de irritabilidade, pois, se agirem assim, elas evitarão conflitos e pode- rão até, em muitos casos, salvar vidas.

3. COMO AGIR QUANDO A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA JÁ ACONTECEU
  Não existe casamento em que não haja conflitos. Se a relação chegou a um ponto em que a violência verbal, física e psicológica passou a ser comum é um sinal de que a relação está correndo risco de chegar ao afastamento do casal. Um dos parceiros tem de estar atento a esses detalhes e tomar a decisão de buscar ajuda urgentemente para que ambos sejam tratados.

3.1. Violência doméstica e separação
  Nem sempre os casos de violência doméstica precisam chegar ao ponto da separação, pois o cristão, em qualquer situação, não deve esquecer-se de que há poder em Deus para transformar e trazer reconciliação ao casal. Sabe-se, contudo, que a dissolução do casamento, em alguns casos, pode ser inevitável, como quando não há verdadeiro arrependimento da parte do agressor, quando ele não busca ajuda para mudar, ou quando há novas ocorrências de agressão e risco de vida.
  Se a situação for essa, a vítima deve defender-se, afastar-se do cônjuge agressor, procurar as autoridades e aproximar-se de pessoas que a amem e a protejam - sua família, amigos, pastor e irmãos em Cristo.

3.2. Violência patrimonial e moral                                    
  A violência patrimonial configura uma das formas de violência doméstica e familiar contra a mulher. Entende-se por violência patrimonial "qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.". Já a violência moral, é "qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.".
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É sempre bom lembrar o que está registrado em Romanos 12.19,21, a fim de que ninguém dê lugar à vingança ou pratique a justiça com as próprias mãos. O Senhor providenciou outros meios para que Seus filhos busquem a justiça, e Ele mesmo disse que a vingança pertence apenas a Ele.
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CONCLUSÃO
  Quando um casal vive uma relação conturbada, marcada por conversas cheias de ira e repletas de palavras ásperas, quando um dos cônjuges é considerado pelo outro alguém difícil, de rude trato ou de temperamento descontrolado, e quando o respeito um pelo outro já não existe, o lar se torna um ambiente propício à violência. No entanto, é possível e altamente recomendável - construir um lar em - que reine a paz.
  A Palavra de Deus diz que a morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto (Pv 18.21 ARC). Nos momentos de nervosismo, os cônjuges devem lembrar que a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira (Pv 15.1 ARC). 
  Numa situação de discussão acalorada, calar, mudar de
assunto ou afastar-se do ambiente por alguns momentos é o ideal para evitar o conflito. É fundamental que, após esse momento, haja uma conversa tranquila para arrependimento e perdão, como recomenda o apóstolo Paulo em Efésios 4.26. 
  Em algumas situações deve-se procurar um mediador, de preferência o pastor que acompanha a família. O casal não deve ter vergonha da situação que está vivenciando. Deve, sim, pedir ajuda e empenhar-se na busca pela solução do problema, orando, jejuando e conversando com amigos de confiança que possam interceder pela família.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quais são as atitudes que o casal deve tomar para evitar a violência familiar?
R.: No relacionamento entre o casal deve haver amor, respeito, gentileza; uma boa comunicação e, se necessário, a busca por um conciliador para intermediar os possíveis conflitos.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 71 - Central Gospel

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