sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 4 / Revista nº 72

                                              

O Servo de Jeová

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Isaías 53.1-8
1. Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?
2. Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca, não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 
3. Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4- Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
5. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas ini- quidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
6- Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
7. Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado a matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
8- Da opressão e o juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.

TEXTO ÁUREO
  Eis que o meu servo operará com prudência; será engrandecido, e elevado, e mui sublime. Isaías 52.13

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira -  Isaias 42.1
O Servo de Jeová possui o Espírito
3ª feira -  Isaias 53.3
O Servo de Jeová é desprezado
4ª feira -  Isaías 53.7
O Servo de Jeová é oprimido e humilhado
5ª feira -   Isaías 53.10
O Servo de Jeová é a expiação do pecado
6ª feira -  Isaías 53.11
O Servo de Jeová é o Justo
Sábado - Marcos 10.45
O Servo de Jeová é o Filho do Homem

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: 
Distinguir o significado da expressão profética "o Servo de Jeová": 
Compreender a precisão profética relacionada ao sacrifício de Cristo por toda a humanidade; 
Conscientizar-se sobre o alto preço pago por nossa salvação.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Caro companheiro de ministério, estudaremos nesta lição uma das mais célebres passagens proféticas sobre o Messias. 
  Nesta aula, ressalte o perfil do Servo de Jeová, a importância de Sua morte e o valor de Sua ressurreição para o plano salvífico, narrado no escrito profético de Isaías. Precisamos deixar claro para os nossos alunos que Deus não deixou dúvidas em relação ao fato de Jesus ser o Servo Sofredor que morreu pelos pecados da humanidade. Há uma relação intima entre o capítulo 53 de Isaías e os relatos dos quatro evangelhos: este texto expõe, com incrível exatidão, os fatos relacionados ao julgamento, morte e ressurreição de nosso amado Salvador. 
  Tenham uma aula abençoada.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  No capítulo 53 de Isaías, Israel foi avisado por Deus de que o seu tão esperado Messias não seria um general libertador nem um poderoso soberano - naquele tempo, o povo aguardava Aquele que se levantaria para libertá-lo da opressão política imposta por nações vizinhas.
  Em sua primeira vinda, o Messias viria como servo: Ele operaria milagres, ensinaria, pregaria, expulsaria demônios, curaria toda sorte de enfermidades e exerceria autoridade sobre a natureza para proteger os seus discípulos. Mas, o ponto mais elevado do Seu ministério terreno dar-se-ia no cume do Calvário, quando Ele entregaria Sua vida em resgate de toda a humanidade (Mc 10.45).

1.  O PERFIL DO SERVO DE JEOVÁ
  Talvez seja possível afirmar que a passagem mais conhecida do livro de Isaías seja o capítulo 53. O reformador alemão Martinho Lutero dizia que todos os cristãos deveriam recitar de cor esta profecia messiânica. Essa porção das Escrituras apresenta o caráter, o ministério e a obra libertadora do Servo de Jeová, fazendo parte de um grupo de quatro cânticos, conhecidos como Cânticos do Servo de Jeová (Is 42.1-4; 49.1-6, 50.4-9; 52.13-53.12).

1.1. Entendendo o título
  O título Servo de Jeová tem origem no hebraico (Ebed Yahweh). Trata-se de um termo aplicado a homens que receberam de Deus uma missão especial, tais como: o legislador Moisés (Dt 34.5); Josué, o líder que introduziu a nação de Israel na Terra Prometida (Js 24. 29); e os profetas enviados com uma mensagem divina (2 Rs 24.2). Em Sua Soberania, o Senhor chamou até mesmo reis ímpios de servos, como ocorreu com Nabucodonosor (Jr 27.6, 43.10).
  No livro profético de Isaías, o termo pode ser aplicado de maneira coletiva à nação de Israel (Is 41.8; 44.1,2; 21; 45.4; 49.3,5) e, individualmente, de maneira única e especial, ao Servo, o Messias (Is 42.1; 52.13; 53.11).

1.2. Quem é o Servo de Jeová?
   Em Isaías 42.1-3, no primeiro dos quatro cânticos, temos as qualidades marcantes do Servo de Jeová: No versículo 1, percebe-se que o Servo de Jeová:
  Foi apresentado pelo próprio Deus como Seu servo: Eis aqui o meu servo (Mt 20.28);
  Foi sustentado por Deus: a quem sustento
  Foi eleito por Deus: o meu eleito; (Jo 11.41-44);
  Agradou a Deus: em quem compraz a minha alma (Mt 3.17; 17.5);
teve Sua vida marcada pela presença do Espírito Santo: pus o meu Espírito sobre ele (Lc 1.35); e 
  Fez chegar justiça às nações: juízo produzirá entre os gentios (Is 42.1).
  No versículo 2, percebe-se que, em sua missão, o Servo de Jeová:
  Não imporia a Sua vontade com autoritarismo e tirania; mas, com doçura, voz calma e tranquila, exerceria autoridade, levando paz aos Seus ouvintes (Mt 7.28,29; Jo 7.46).
  No versículo 3, percebe-se que, em Seu ministério terreno, o Servo de Jeová:
  Encontraria pessoas como cana ferida, mas não as quebraria - era comum ver homens tirando canas das águas; entretanto, caso ficassem feridas, eram lançadas nas estradas, pisadas e quebradas. Jesus encontrou pessoas feridas pelo caminho, como a mulher adúltera (Jo 8.1-11) e a pecadora (Lc 7.36-50), mas não as pisou; antes, curou-as;
  Encontraria pessoas como pavio que fumega por falta de azeite, mas não as apagaria Jesus encontrou pessoas assim, como o endemoninhado de Gerasa (Mc 5.1-20) e a mulher com fluxo de sangue havia doze anos (Mc 5.25-34), mas não as apagou: antes, curou-as.
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  O evangelista Mateus, logo após narrar a cura de um homem com a mão mirrada e de uma grande multidão de enfermos, afirma que Jesus é o Servo de Jeová, como o profeta Isaías vaticinara (Mt 12.15-21).
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1.3. A humanidade do Servo de Jeová
  Para falar sobre a humanidade do Servo de Jeová, o profeta Isaías usou o termo renovo (hb. yoneq; Is 53.2), que significa criança de peito, ou, no sentido da botânica, um rebento ou broto. Esse renovo viria do tronco de Jessé (Is 11.1.10) e seria um rei justo, com duas naturezas: a humana e a divina (Jr 23.5,6). Em meio à secura espiritual de Israel, o renovo viria para trazer vida e esperança ao povo.
  O desenvolvimento humano de Jesus deu-se de modo natural, como o de qualquer outra pessoa (Lc 2.40,52). Como homem, Ele experimentou o desprezo (Is 53.3; Jo 1.10,11) e a rejeição de muitos - principalmente das autoridades (At 4.25-27). As dores da alma e do coração fizeram dele um homem das dores; afinal, Ele sofria ao contemplar as pessoas como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.35,36; Mc 6.34).
  O Homem das dores foi o mais humano dos homens. Ele tomou a forma humana para identificar-se com toda a humanidade e, assim, tornar-se o Redentor de todos.
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  No Antigo Testamento, encontramos a figura do Go'el, isto é, a pessoa mais próxima de um parente endividado, com condições de resgatá-lo da escravidão (Lv 25.47-49). Jesus, ao humanizar-se, cumpriu esse princípio: Ele tornou-se o nosso parente mais próximo (Hb 2.14-17), que pagou na cruz a nossa divida, resgatando-nos, assim, da escravidão do pecado (Cl 2.14).
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2. A MORTE DO SERVO DE JEOVÁ
  A interpretação judaica sobre o capitulo 53 de Isaías é a de que os capítulo sofrimentos e a glória futura estariam relacionados à nação de Israel. Entretanto, a leitura detalhada do texto bíblico não deixa dúvidas de que se trata dos momentos de dores que o nosso Salvador suportaria para resgatar-nos dos nossos pecados.
  Filipe, com graça e conhecimento bíblico, evangelizou um alto funcionário de Candace, rainha dos etíopes, ensinando que todos os sofrimentos narrados pelo profeta Isaías correspondiam ao Senhor Jesus Cristo (At 8,32-37).

2.1. A necessidade da morte do Servo de Jeová
  O profeta Isaías apresenta um quadro nítido sobre a importância da morte do Servo. Ele morreu de forma voluntária e substitutiva (Is 53.4). Por meio de Seu sacrifício, Ele levou sobre si as transgressões da humanidade inteira (Is 53.5,6) e recebeu, em lugar de todos, a penalidade de morte (Is 53.8). Tudo isso Ele fez como prova do amor de Deus à humanidade (Rm 5.7,8; 10.3,4).
  Por intermédio de Sua morte, todos podem alcançar a justificação (Is 53.11) e ser libertados da culpa do pecado (Rm 3.19). Para alcançar esse tesouro de inestimável valor basta crer (Rm 3.24,28).

2.2. Descrição profética da morte do Servo de Jeová
  Ao descrever a morte do Servo de Jeová, o profeta Isaias parece estar no Calvário naquele dia histórico. Os algozes de Cristo, o Justo, agiram com absoluta crueldade. Ele foi ferido - com o sentido de transpassado - , literalmente moído e triturado debaixo do enorme peso do madeiro que o deixava extenuado e esmagado (Is 53.5,11; Zc 12.10; Jo 19.34,37)
  Ele foi preso, torturado e maltratado; porém, como ovelha muda, não abriu a Sua boca (Is 53.7; Mt 26.62,63; 27.12,13: 1 Pe 2.23). Seu julgamento culminou no maior erro jurídico da História. Por três vezes, foi declarado inocente pelo juiz do processo, Pôncio Pilatos (Is 53.8; Lc 23.4,14,22). 
  Cristo foi crucificado no meio de dois transgressores, como fora profetizado: porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores (Is 53.12; Mc 15.28,29). 
  O Servo de Jeová foi separado da terra dos vivos; Sua morte foi violenta, não pelo fato de ser Ele um transgressor, mas em razão das transgressões da humanidade (Lc 23.26-48).

3. A VITÓRIA DO SERVO DE JEOVÁ
  O Servo de Jeová experimentou a solidão, humilhações e dores indescritíveis. Ele vivenciou o desprezo daqueles que o levaram à infame e dolorosa morte na cruz. No entanto, a morte não pôde contê-lo; ao terceiro dia, Ele ressuscitou para a glória de Deus (1 Co 15.54-57).

3.1. O pecado foi vencido
  Nos sete primeiros capítulos do livro de Levítico, encontram-se as leis referentes aos sacrifícios: 
  Holocaustos - tratavam da consagração e da adoração; 
  Ofertas de manjares e ações de graças convocavam o povo à gratidão a Deus;
  Ofertas pacíficas - eram oferecidas por quem celebrava uma bênção recebida ou buscava a bênção de Deus;
  Ofertas pelo pecado eram oferecidas por quem tivesse cometido algum pecado sem intenção; 
  Ofertas pela culpa um pouco diferente das outras ofertas pelo pecado, serviam para compensar a violação de um direito. 
  A morte do Servo de Jeová é apresentada pelo profeta Isaías como uma oferta pelo pecado (Is 53.10). Deus não deseja que o homem viva debaixo da condenação do pecado e das desastrosas consequências da culpa. Assim, enviou o Cristo, que ofertou a Sua vida para vencer e aniquilar o pecado (Hb 10.10-14).

3.2. A morte foi vencida
  O Servo de Jeová experimentou uma morte cruel, brutal e injusta. Conforme descrito pelo profeta: (...) puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte, por quanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca (Is 53.9; Mt 27.57-66).
  Ainda de acordo com Isaías, os dias do Servo seriam prolongados (Is 53.10). Isto ocorreu quando, com poder, Ele ressuscitou dentre os mortos, tornando-se as primícias dos que dormem (1 Co 15.20) e o Primogênito dentre os mortos (Ap 1.5). E, assim, foi declarado o Vencedor sobre a morte, como disse o apóstolo João: (...) estive morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1.18).

3.3. Os frutos dessa gloriosa vitória
  O profeta Isaías declarou: (...) quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão (Is 53.10). 
  O Cristo teve de morrer; no entanto, não ficou sem os frutos da Sua morte. Sua obra expiatória tem salvado vidas ao longo dos séculos.
  Ele tem contemplado a Sua posteridade, isto é, aqueles que se tornaram e ainda se tornarão Seus discípulos (Jo 21.14), os futuros proclamadores de Sua vitória sobre o pecado e a morte (Mc 16.15; Lc 24.44-47).

CONCLUSÃO
  Seguindo o bom princípio da hermenêutica bíblica, é preciso ressaltar que o Servo de Jeová - descrito por Isaías (cap. 53) - é o Homem das dores que conheceu as aflições morais, mentais, físicas e espirituais daqueles a quem Ele salvaria (Is 53.3).
  Ele é o Cordeiro usado por Deus, para garantir o perdão dos nossos pecados e levar-nos de volta ao caminho da salvação (Is 53.7; Jo 1.29; Ap 13.8).
  Ele é o que morreu, foi sepultado, mas está vivo para sem- pre (Is 53.9,10; Jo 10.17,18). 
  Ele é o trabalhador que ficará satisfeito com os Seus frutos (Is 53.10; Jo 17.23,24).
  Ele é o servo que, com empenho e dedicação, serviu com a vida e com Sua morte aos planos do Seu Senhor (Is 53.11; Fp 2.5-11).
  Ele é o Justo que viveu em retidão, foi julgado e injustamente condenado (Is 53.11; Lc 23.22,47).
  Ele é o intercessor, pois Sua vida foi marcada por Suas súplicas diante de Deus, pelo homem. Até em meio a terríveis dores e manifestações de ódio na cruz, pediu ao Pai que perdoasse aqueles que não sabiam o que faziam, e, ainda hoje, intercede por nós (Is 53.12; Lc 23.34; Hb 7.25).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quem é o Servo de Jeová?
R.:  Na visão dos rabinos judeus, é a nação de Israel; no en- tanto, as Escrituras não deixam dúvidas de que o Servo de Jeová é o Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador (Mc 10.45).

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

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