As Adversidades Ministeriais de Jeremias
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Jeremias 26.8,11-16
8- E sucedeu que, acabando Jeremias de dizer tudo quanto o Senhor lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, pegaram nele os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, dizendo: Certamente, morrerás.
11- Então, falaram os sacerdotes e os profetas aos príncipes e a todo o povo, dizendo: Este homem é réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com os vossos ouvidos.
12- E falou Jeremias a todos os príncipes e a todo o povo, dizendo: O Senhor me enviou a profetizar contra esta casa e contra esta cidade todas as palavras que ouvistes.
13- Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas ações e ouvi a voz do Senhor, vosso Deus, e arrepender-se-á o Senhor do mal que falou contra vás.
14- Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim conforme o que for bom e reto aos vossos olhos.
15- Sabei, porém, com certeza, que, se me matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, e sobre esta cidade, e sobre os seus habitantes, porque, na verdade, o Senhor me enviou a vós para dizer aos vossos ouvidos todas estas palavras.
16- Então, disseram os príncipes e todo o povo aos sacerdotes e aos profetas: Este homem não é réu de morte, porque em nome do Senhor, nosso Deus, nos falou.
TEXTO ÁUREO
E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar. Jeremias 1.19
SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Jeremias 37.6-16
O profeta Jeremias na prisão
3ª feira - Jeremias 18.18
Projetos malignos contra o servo de Deus
4ª feira - Jeremias 11.18-23
Deus cuida dos Seus servos
5ª feira - Jeremias 1.8
Não temas, Deus está com o Seu servo
6ª feira - Jeremias 36.26
O Senhor esconde os seus servos na perseguição
Sábado - Jeremias 20.11-13
O Senhor é poderoso para livrar Seu servo fiel
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
Entender como é difícil cumprir o ministério que nos foi confiado pelo nosso Senhor;
Saber que as perseguições ocorrem aquele que, com fidelidade, cumpre as determinações do único Soberano;
Conscientizar-se de que, em meio a todas as adversidades, Deus garante a Sua presença para consolar-nos e conceder-nos a vitória.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, para uma maior compreensão do assunto desta aula, é necessário recapitular as informações sobre a vida e ministério do profeta Jeremias, mencionadas na primeira lição.
O foco desta aula é apresentar as adversidades enfrentadas por Jeremias, um homem chamado por Deus para anunciar verdades eternas a uma liderança ímpia e a um povo rebelde as Suas leis.
Alerte seus alunos sobre as dificuldades para cumprir com fidelidade o ministério recebido do Senhor, Mas, ensine-os a descansar no consolo de Deus, que não desampara os seus servos fiéis.
Excelente aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
O profeta Jeremias exerceu o seu ministério profético em um período de trevas. O reinado de Josias, o último rei justo no trono de Judá, havia passado assim como as suas reformas sociais e espirituais que promoveram o último avivamento antes do cativeiro babilônico.
Os reis que o sucederam no trono foram homens ímpios, que levaram o povo a distanciar-se da adoração ao único Deus. Como consequência, o Reino do Sul experimentou crises sociais, morais, políticas, econômicas e, principalmente, espirituais.
Jeremias, com muito ardor e coragem, anunciou a Palavra de Deus a corações obstinados e endurecidos e, por sua obediência, enfrentou duras e implacáveis perseguições.
1. PERSEGUIÇÕES, O PREÇO DE UM CHAMADO
O chamado de Deus a Jeremias continha uma grandiosa promessa - (...) eis que te ponho hoje por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze (...) (Jr 1.18a) - que o colocava em rota de colisão contra grupos poderosos, nos âmbitos político, religioso e social: (...) contra toda a terra, e contra os reis de Judá, e contra os seus príncipes, e contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra (Jr 1.18b; grifo do comentarista).
Na história de Israel, Jeremias foi o mais odiado, provado e perseguido dos profetas. Ele atingiu níveis altíssimos de impopularidade, em razão da mensagem que vaticinava: a amada cidade de Jerusalém e o primeiro templo erguido pelo rei Salomão seriam destruídos.
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Paulo escreveu a Timóteo: (...) todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições (2 Tm 3.12). Esse versículo aplica-se à vida e ao ministério do profeta Jeremias. Ele não fora perseguido por levar problemas à nação sulista, mas por ter sido fiel a Deus.
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1.1. Perseguição política
Durante seu ministério profético, subiram ao trono de Judá cinco reis, os quais são destacados nos subtópicos seguintes:
Josias - Foi um monarca fiel, temente e justo, que promoveu uma grande reforma e o último avivamento no Reino de Judá. Morreu no vale de Megido, em uma guerra contra o Faraó Neco (2 Cr 35.20-26). Sobre ele, assim expressou-se o escritor do livro de Reis: E fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda (2 Rs 22.2).
Joacaz - Ascendeu ao trono de Judá, mas foi um rei ímpio, que permaneceu no comando da nação por apenas três meses, sendo deposto pelo Faraó Neco (2 Rs 23.31-34).
Eliaquim, ou Jeoaquim - Foi colocado no trono pelos egípcios e lá mantido como um rei vassalo pelos babilônios (2) Rs 23.35-37; 24.1-7). Em seu reinado, tornou-se um cruel perseguidor de Jeremias. Eleaquim proibiu o profeta de falar e/ou frequentar o templo em Jerusalém (Jr 36.5); rasgou e queimou os escritos proféticos dados por Deus ao profeta (Jr 36.2-23); e, com ira, determinou a prisão de Jeremias e do seu escrivão, Baruque. Mas, o Senhor os escondeu Ur 36,26).
Joaquim Sucedeu seu pai não somente no trono, mas, também, em suas práticas malignas e abomináveis contra o Senhor; então, foi deportado para a Babilônia (2 Cr 36.9,10).
Zedequias - Ascendeu ao trono e, no começo do seu reinado, ouviu os conselhos de Jeremias. No entanto, deixou-se influenciar pelos conselheiros e príncipes ímpios, revelando seu caráter claudicante e fraco. Assim, começou uma dura perseguição contra o profeta, encarcerando-o (Jг 32.1-3).
1.2. Perseguição religiosa
Os príncipes da nação desejavam a sua morte (Jr 38.1-4); por isso, uniram-se aos sacerdotes para imprimir sofrimento e dores ao profeta (Jr 26.7-16).
Os sacerdotes de Anatote, cidade sacerdotal de Benjamim, situada a poucos quilómetros de Jerusalém, conspiraram para matar Jeremias (Jr 11.18-23).
O sacerdote Pasur feriu o profeta e colocou-o no sebo (Jr 20.1,2).
Jeremias, com a permissão do rei Zedequias, foi preso pelos príncipes, espancado e colocado em um calabouço, ocasião em que quase morreu (Jr 37.15-20). Posteriormente, for retirado da casa de Jonatas e preso no átrio da guarda, onde passou necessidades (Jr 37.21). Foi entregue nas mãos de seus oficiais, que planejavam matá-lo, e lançado no calabouço de Malquias (Jr 38.5-13). Mas, o profeta alcançou misericórdia pelas mãos dos babilonios, sendo solto e posto em liberdade para escolher para onde ir (Jr 40).
Jeremias enfrentou, ainda, falsos profetas, que produziam esperanças enganosas no coração dos israelitas, como Hananias (Jr 28) e Semaias (Jr 29.24-32).
1.3. Perseguição social
Os inimigos de Jeremias difamaram-no, imputando a ele desonra, na tentativa de destruir sua imagem e reputação. Eles também escarneceram e zombaram dele (Jr 20.7). De forma caluniosa, murmuraram e feriram-no com a língua (Jr 20.10; Jr 18.18), acusando-o de traição (Jr 37,38).
Os próprios parentes de Jeremias desprezavam-no. O povo comum o tinha como traidor, por profetizar a destruição da cidade de Jerusalém e do Templo.
Jeremias foi vitima de ódio, desprezo e violência, somente em razão da sua obediência ao chamado divino (Jr 7.27,28). E o profeta estava consciente disso (Jr 15.15).
Isso acontece ainda hoje, quando os adversários tentam abater o servo de Deus por inverdades e calúnias, tentando gerar dúvidas e descrédito à pregação do evangelho. Mas, Deus confirmará os seus servos e trará a verdade aos corações.
2. A CORAGEM DE UM PROFETA
A palavra coragem tem origem no latim coratium, que corresponde a uma atitude firme e enérgica diante de ameaças e perigo. A coragem é necessária para enfrentar as limitações, circunstâncias adversas e opositores cruéis.
O arauto do Senhor, Jeremias, enfrentou com coragem as suas limitações. Quando chamado por Deus, sentiu-se como uma criança (Jr 1.6), mas o Senhor lhe disse: Não digas sou uma criança; porque a todos que eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás (Jr 1.7).
A intrepidez e coragem são absolutamente necessárias ao cumprimento da missão profética, visando aos seguintes objetivos:
2.1. Ao exercício do ministério profético
Quem serve a Deus deve entender que oposições e dificuldades se levantarão em seu caminho. Porém, o Soberano espera que confiemos nele e em Suas promessas.
O Reino de Judá nada aprendera com a deportação das 10 tribos do Norte para o cativeiro da Assíria, por conta de sua infidelidade, desobediência e dureza de coração. A nação para a qual Jeremias fora chamado para exercer o seu ministério estava dominada pelo pecado, rebeldia, animosidade e violência. Deste modo, o profeta foi forjado pelo Senhor para enfrentar, com coragem, cada oposição que se levantasse e, de forma destemida, cumprir sua missão (Jr 43.1).
2.2. À entrega da Palavra de Deus
Jeremias fora alertado pelo Senhor Eterno para falar todas suas palavras e não se esquecer de nenhuma delas na proferi-las com verdade (Jr 23.28), Afinal, elas se torna riam nos seus lábios como fogo; e aos ouvintes, como lenha (Jr 5.14). E, mesmo diante da dureza de corações (Ez 36.26), a palavra se revelaria poderosa para esmiuçar como martelo a penha (Jr 23.29).
As palavras do Senhor, confiadas ao profeta para serem entregues ao povo, continham uma mensagem de juízo e condenação, mas, também, de esperança (Jr 1.10). Jeremias, com vigor e intrepidez, levou a mensagem de destruição ao povo do Reino do Sul e aos habitantes da cidade de Jerusalém (Jr 25.1-13; 26.4-7). Por outro lado, consolou-os e encheu-os de esperança, ao profetizar que, após 70 anos, retornariam do cativeiro na Babilônia para a sua amada pátria (Jr 29.10,11).
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Jeremias profetizou com detalhes Jeoaquim a morte do rei (Jr 22.1,2,18,19; 36.30); e, por duas vezes, diante do rei Zedequias, predisse a sua fuga, prisão e exílio para a Babilônia (Jr 32.1-5; 34.1-6). Ele também anunciou juízos sobre os falsos profetas, debaixo da autoridade divina (Jr 28.15-17; 29.30-32), e vaticinou contra o sacerdote Pasur, presidente da casa do Senhor (Jr 20.1-6).
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3. O CONSOLO DE UM PROFETA
3.1. Deus é o Consolador
Deus foi suficiente para a vida do Seu servo que, por Sua infinita graça, foi chamado e capacitado para o ministério.
Dele (de Jeová) viria o consolo e as provisões para a vitória, em meio às inúmeras adversidades e tribulações. O Senhor prometera a Jeremias Sua constante presença para promover livramentos (Jr 1.8), animá-lo e, como um poderoso Guerreiro, não permitir tropeços diante das perseguições Ur 20.11). Ele tem poder para arrebatar-nos das mãos do maligno e livrar-nos das mãos dos fortes (Jr 15.21).
Diante dessa demonstração de amor e zelo por nossa vida, devemos apenas louvar: Cantai ao Senhor, Louvai ao Senhor; pois livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores (Jr 20.13).
3.2. A Palavra de Deus é fonte de consolo
Diante das duras e constantes perseguições e afrontas, Jeremias quase interrompeu a sua missão (Jr 15.10-15, 17-19). Mas, a Palavra vinda da boca de Deus alimentou-o e encheu-o de gozo e alegria (Jr 15.16).
Nos momentos mais difíceis, o servo de Deus pode encontrar, nas Escrituras Sagradas, o alimento para ser fortalecido e consolado e, assim, continuar o seu trabalho sem olhar para trás nem para as circunstâncias, como declarou o salmista: Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou (SI 119.50, 52).
3.3. Descansando no consolo de Deus
As situações adversas e as tribulações viriam sobre a vida do porta-voz de Deus, Jeremias. Ele deveria apenas manter vivas, em seu coração, as promessas do Altíssimo, que não falham, nem envelhecem: (...) eis que te ponho hoje por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra, e contra os reis de Judá, e contra os seus príncipes, e contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra. E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar (Jr 1.18,19).
De posse da promessa do Senhor, Jeremias precisava tão somente avançar, e não parar. As lutas viriam, mas Jeová estaria à sua volta para ampará-lo, fortalecê-lo e dar-lhe a vitória final.
CONCLUSÃO
As pressões ministeriais podem desanimar-nos e as calúnias e perseguições podem roubar nossas noites de sono. No entanto, como Jeremias, é preciso confiar firmemente nas provisões do Senhor, que nunca falha.
Para obter vitória sobre seus adversários e sobre as adversidades, Deus exigiu de Jeremias quatro atitudes: (a) fazer os ajustes necessários e preparar-se para o bom desempenho da missão; (b) levantar-se; afinal, Deus não pode usar os que se sentem abatidos e prostrados emocionalmente; (c) abrir sua boca e entregar a mensagem com verdade e fidelidade; e (d) ter determinação e não ficar desanimado diante deles (Jr 1.17).
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite os grupos que perseguiram o profeta Jeremias:
R.: Os reis de Judá; os príncipes e sacerdotes; o povo da terra e os falsos profetas.
Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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