Ordenança para amar o Próximo
23 de Junho de 2024
TEXTO ÁUREO
"O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” João 15.12
VERDADE APLICADA
O amor de Deus derramado em nós pelo Seu Espírito deve ser expressado em nosso relacionamento com Deus e com o próximo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que amar o próximo é um mandamento.
Ressaltar que quem não ama não conhece a Deus.
Conscientizar de que o amor não pode ser de fingimento.
TEXTO DE REFERÊNCIA
MARCOS 12
31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
ROMANOS 13
8 A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
1 JOÃO 3
11 Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
1 JOÃO 4
11 Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | 1 Co 13.7 O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera.
TERÇA | Rm 12.9 O amor seja não fingido.
QUARTA | Rm 12.10 Amai-vos cordialmente uns aos outros.
QUINTA | Rm 13.10 O amor não faz mal ao próximo.
SEXTA | 1 Jo 4.3 Aquele que não ama não conhece a Deus.
SÁBADO | 1 Jo 4.20 Quem não ama a seu irmão, não ama a Deus.
HINOS SUGERIDOS: 35, 175, 396
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que possamos amar o próximo e fazer o bem, sem olhar a quem.
INTRODUÇÃO
Amar a Deus e ao próximo, antes de se tratar de sentimento, é uma questão de obediência por parte do discípulo de Cristo. Assim, veremos que o amor que devemos expressar tem como fonte o próprio Deus. Nas Escrituras encontramos as propriedades e características deste amor, para não confundir com mero sentimentalismo ou os muitos conceitos expostos por uma sociedade que não leva em conta os princípios bíblicos.
PONTO DE PARTIDA – Devemos amar uns aos outros.
1- AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO
Não é novidade para qualquer pessoa que a convivência entre os seres humanos nem sempre é pacífica e harmônica. Logo no início da civilização já a primeira família teve que lidar com desentendimentos sérios entre seus membros [Gn 4.8]. Contudo, também é realidade que amar o próximo é mandamento divino [Mc 12.31]. Portanto, trata-se de um desafio constante e uma atitude imprescindível para todo autêntico discípulo de Cristo. O amor ao próximo é reflexo do amor de Deus derramado em nossas vidas.
1.1. O amor é uma evidência do novo nascimento.
A conversão ao Evangelho de Jesus traz um novo nascimento [2Co 5.17; Ef 4.21-24]. Quando o novo nascimento acontece, o amor passa a permear o seu coração e o seu viver, o salvo passa a olhar as pessoas com misericórdia, compaixão e se comove com os quadros de sofrimento das pessoas, normalmente estende a mão aos carentes, aos órfãos e viúvas, e socorre os aflitos, entende as fraquezas e debilidades dos outros. Amar é tolerar os mais fracos, perdoar as suas ofensas e aceitá-lo como ele é, com a sua personalidade, pois todos somos diferentes uns dos outros [Rm 15.1].
Professor(a): Eurico Bergstén (Lições Bíblicas, 3° trimestre de 1984) comenta que é possível ter o amor de Deus em nossa vida através da salvação [2Co 5,14-17]: “O homem experimenta o amor de Deus através da salvação. A nova natureza que o homem então recebe [2Pe 1.4] é “Cristo em vós” [Cl 1.27]. Como Cristo é a expressão do amor de Deus, a nova natureza caracteriza-se pelo amor. Por isso, o amor de Deus em nós é a evidência da salvação. “Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” [1 Jo 3.14]. Esse amor aumenta com a vida de comunhão com Deus [1 Ts 4.9-10]. Pelo fruto do Espírito em nós, este amor fica mais dominante na vida do crente [Gl 5.22]. Pela operação do Espírito Santo este amor toma-se cada vez mais operante [Rm 5.5] ”
1.2. O amor é o expoente das virtudes do fruto do Espírito.
A primeira virtude do fruto do Espírito é justamente o amor, que abarca todas as outras, pois sem amor as outras diminuem o seu valor [Gl 5.22-23]. O amor é a raiz de todas as virtudes, o amor pode fazer coisas inesperadas e de difícil compreensão de acordo com a magnitude do seu alcance. As atitudes e ações revelam que não é só sentimento de querer bem uma pessoa, mas mostrar uma capacidade de se colocar à disposição. Na parábola do bom samaritano [Lc 10.25-37], Jesus dá uma aula ao doutor da lei, esclarecendo que aquele que usou de misericórdia para com o homem que foi espancado pelos assaltantes foi o seu próximo.
Professor(a): Klyne Snodgrass (Compreendendo todas as parábolas de Jesus, 2018, CPAD, p. 506-509) comenta sobre a parábola do Bom Samaritano: “Esta parábola nos obriga a perceber a importância do nosso próximo. O cristianismo é uma religião relacional. (…) nosso relacionamento com Deus é expresso por intermédio do nosso relacionamento com as pessoas ao nosso redor e é Deus que torna possível este relacionamento com as outras pessoas. (…) O samaritano esteve realmente presente para ajudar a vítima, ao passo que os outros se ausentaram, e ele viu de verdade, enquanto que os outros viram superficialmente. O “estar realmente presente” e o “ver as pessoas de verdade” são coisas que se espera dos seguidores de Jesus. A misericórdia é uma exigência para os discípulos do Reino: ela precisa ser demonstrada.”
1.3. O amor não faz mal nem julga o próximo.
Afinal de contas, nunca ninguém odiou a sua própria carne, antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja [Ef 5.29]. Quem ama não mata, não furta, não dá falso testemunho, não cobiça, não toma a mulher do outro, não age com desonestidade [Rm 13.8-10]. Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós [Mt 7.1-5]. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir: Tu, porém, quem és, que julgas a outrem? [Tg 4.11-12].
Professor(a): O amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita facilmente, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade [1 Co 13.1-7]. Quando ao que é fraco na fé, o apóstolo Paulo diz que precisamos recebê-lo, mas não para condená-lo em questões discutíveis, é necessário, ao invés de julgá-lo, manter a tolerância em amor [Rm 14.1].
EU ENSINEI QUE:
O amor ao próximo é reflexo do amor de Deus derramado em nossas vidas.
2- AQUELE QUE NÃO AMA NÃO CONHECE A DEUS
Deus é amor e todos os Seus atos demonstram esse amor [1 Jo 4.8]. Se Deus nos amou, também devemos amar uns aos outros [Jo 15.12; 1 Jo 4.11]. A maior prova de que somos discípulos de Jesus é quando amamos uns aos outros [Jo 13.35]. Quem não ama o seu irmão permanece na morte [1 Jo 3.14], Quem não ama a seu irmão não é de Deus [1 Jo 3.10]. Quem ama a Deus não pode detestar o seu irmão [1 Jo 4.20].
2.1. O amor exige perdão.
O perdão está no coração de quem ama. A atitude de perdoar como forma de amor, exprime o verdadeiro sentido do cristianismo, normalmente nos escondemos para não exercer o perdão; quem não perdoa carrega um fardo pesado e nunca limpa o seu coração de rancor e ira. Como podemos orar como Jesus ensinou em Mateus 6.12? Não existe Evangelho sem amor, como não existe também Evangelho sem perdão, um está atrelado ao outro. Precisamos estar dispostos como cristãos a perdoar aqueles que nos fizeram mal, mas também estar dispostos a pedir perdão aos que nos ofendem. É uma estrada de mão dupla. Este ato deve ser recíproco.
Professor(a): Precisamos ser sensatos e coerentes em nossas ações para com o próximo; exercer amor sem perdão é uma grande insensatez e incoerência da nossa parte. Todo o nosso relacionamento com o próximo está intimamente ligado ao nosso relacionamento com Deus [Mt 6.14-15; Mc 12.30-31].
2.2. O amor exige disciplina.
Amar não è deixar de corrigir, repreender ou disciplinar [Hb 12.6], Amar não é deixar de falar a verdade, mas falar a verdade com educação e respeitar Amar não é deixar virar bagunça ou ficar desorganizado, mas colocar regras e normas, regimentos e estatutos, estipular limites e áreas de ação; cobrando o seu cumprimento. Amar é não se portar com leviandade ou indecência [1 Co 13.5]. Jesus amava as pessoas, mas colocava ordem [Jo 2.13-17]. Há pessoas que pensam que o amor cobre as maldades, as falsidades, as mentiras e a falta de respeito principalmente com as coisas e lugares sagrados, a rebeldia e insubmissão com os líderes e autoridades espirituais [Nm 16.1-2,30-33].
Professor(a): O amor ao próximo não é para validar tudo que ele faz ou todos os seus conceitos, principalmente os errôneos. Amar é querer para o próximo aquilo que nos fez bem, desejar a ele a sua felicidade e a sua conversão e salvação se ainda não for cristão. Amor não é deixar de disciplinar para restaurar, onde não há correção se pressupõe que não há amor.
2.3. O amor exige verdade.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade [1 Co 13.6]. O amor não suporta a injustiça nem a mentira, pois Deus é amor e a mentira é filha do diabo [Jo 8.44]. Aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. A verdade liberta, não oprime, não coloca medo, pois o amor lança fora o medo, porque ele produz tormento [1 Jo 4.16-18]. Para amar o nosso irmão, não precisa aceitar as coisas erradas e malfeitas dele, nem aceitar a quebra de regras e princípios, nem ser conivente com seus erros e pecados; amar o próximo não quer dizer que aprovaremos tudo que ele faz. O bem ao próximo não pode suplantar a justiça, a honestidade e a legalidade da ação. Podemos amar o próximo, mas não podemos amar as suas mentiras. Nem querer ser amado usando mentiras.
Professor(a): Leon Morris ( 1 Coríntios – Introdução e comentário, Vida Nova, 1981, p. 149) comenta sobre o amor “folga com a verdade” [IC o 13.6]: “O amor não deve ser julgado indiferente às considerações morais. Terá que ver a verdade vitoriosa, se houver de regozijar-se. Muitas vezes a verdade é considerada em estreita conexão com o âmago do cristianismo [Jo 14.6; Ef 4.21]. Em 2 Tessalonicenses 2.10-12, com o neste versículo, a verdade é colocada em contraste com a injustiça (a mesma palavra grega que aqui a AV traduz por “iniquidade”). Provavelmente devemos compreender o emprego mais amplo aqui. O amor regozija-se na verdade de Deus, na verdade do Evangelho [Jo 8.56].”
EU ENSINEI QUE:
A maior prova de que somos discípulos de Jesus é quando amamos uns aos outros
3- O AMOR SEJA NÃO FINGIDO
O amor não pode ser fingido [Rm 12.9]. Não pode ser da boca para fora, com máscaras, com fingimento, mas autêntico, cristalino e verdadeiro. O amor não aceita ser iludido, comprado, trocado por favores ou presentes, mas é algo do coração. O amor não pode ser mendigado, forçado, deve ser de livre e espontânea vontade, livre-arbítrio, decisão própria. O amor não pode estar fundamentado em variáveis, principalmente aquelas que não se cumprem.
3.1. Amai-vos cordialmente uns aos outros.
Um dos maiores desafios do ser humano é o relacionamento interpessoal, nós precisamos aprender a exercitar o amor nos nossos relacionamentos, não há como se relacionar com uma pessoa de acordo com o estabelecido nas Escrituras se não for com as virtudes do fruto do Espírito e a graça de Deus em nossas vidas. Devido à nossa natureza adâmica e pecaminosa, somos imperfeitos, egoístas, convenientes e, às vezes, não abrimos mão das nossas posições radicais. Amar uns aos outros deve ser de forma respeitosa, agradável, educada [Rm 12.10; lPe 1.22]. O amor entre os irmãos deve ser fraternal, cordial, afetuoso, que pertence ao coração. Amar o próximo é repartir o que temos e não dar tudo que temos. Não é perder a nossa personalidade e deixar o outro fazer o que quiser conosco, é viver de forma amigável.
Professor(a): F. F. Bruce (Romanos: introdução e comentário, Vida Nova, 1979, p. 185) comenta sobre Romanos 12.9-21: “As injunções nesta seção ao amor profundo, sincero e prático constituem reminiscências em especial do Sermão do Monte. O amor, a solidariedade e a honra uns para com os outros dentro da fraternidade dos crentes são virtudes que se devem esperar, mas alguma coisa mais é exigida aqui – amor e perdão aos de fora da comunidade, e não menos aos que os perseguem e lhes desejam o mal”.
3.2. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor.
A única dívida que devemos ter é a de amor [Rm 13.8]. Amar o próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios [Mc 12.33]. Nenhum trabalho ou realização no Reino de Deus, nenhum esforço seja de que natureza for, não substitui nem suplanta o amor devedor. O que mais se destaca neste texto é o dever do perdão, se você ofendeu alguém, se a sua consciência está lhe acusando, enquanto não pedir perdão é um eterno devedor. Se você está arranhado com um irmão, é necessário acertar as pendências e as diferenças. Não deva satisfação de uma coisa malfeita a ninguém, não deixe um trato ou uma promessa sem cumprimento. Mesmo o amor sendo uma dívida permanente, precisamos ser recíprocos, corresponder ao máximo o amor de nossos irmãos.
Professor(a): R. N. Champlin – O Novo Testamento interpretado versículo por versículo – Volume 3, Hagnos, 2014, p.1010) comenta sobre Romanos 13.8: “O amor é a única dívida permissível para o crente. É por igual modo, uma dívida necessária e perpétua. Paulo havia salientado no capítulo 12 desta epístola, como o amor deve controlar todas as ações dos crentes, dentro e fora da comunidade da igreja. O amor cristão, similarmente, deve controlar nossas ações no que concerne às questões monetárias. […] O amor, entretanto» é um princípio geral, sendo o cumprimento de todas as obrigações morais, e não somente das obrigações econômicas. Na realidade, o amor é o grande cumpridor da “lei”.
3.3. Suportando-vos uns aos outros em amor.
Só temos condições de suportar alguém se for em amor [Ef 4.2]. Conscientizar de que o cristão precisa suportar os outros com amor, pois o maior mandamento divino está na área do amor; a lei de Cristo é o amor [Rm 13.1-8]. Só o amor cristão poderá nos fazer suportar as cargas pesadas uns dos outros com mais facilidade. Somente com amor temos condições de sofrer, crer, esperar e suportar uns aos outros [1 Co 13.7]. Com amor suportam os as imperfeições, as limitações, as fraquezas. Com amor não reagimos de forma abrupta, não nos irritamos facilmente, não nos ofendemos por qualquer coisa nem damos o troco na mesma moeda, não nos vingamos a nós mesmos.
Professor(a): John Stott (A mensagem de Efésios, ABU, 2001, p. 104-106) comenta sobre Efésios 4.2, enfatizando que a vida digna do nosso chamamento é caracterizada pelas qualidades mencionadas neste versículo, dentre as quais encontramos a tolerância mútua e o amor: “A unidade cristã depende da caridade da nossa conduta. Paulo apela a nós no sentido de vivermos uma vida de amor. É aqui que ele começa, e também é aqui que nós devemos começar. Há pessoas em demasia que começam com as estruturas (e estruturas de algum tipo são indispensáveis), mas o apóstolo começa com qualidade morais. (…) suportar uns aos outros fala daquela mútua tolerância sem a qual nenhum grupo de seres humanos pode conviver em paz. O amor é a qualidade final, que abrange os quatro anteriores, e é a coroa e a soma de todas as virtudes. Visto que amar é procurar de modo construtivo o bem-estar do outros e o bem da comunidade, suas propriedades são celebrados em Colossenses 3.147
EU ENSINEI QUE:
O amor não pode ser fingido. Não pode ser da boca para fora, com máscaras, mas autêntico e verdadeiro.
CONCLUSÃO
Amar não é aceitar tudo, pois, onde tudo é aceito, presume-se que haja falta de amor, pois nem Deus com o Seu amor infinito aceita tudo. O amor não é desorganizado, relaxado, indisciplinado nem se porta com indecência, mas com coerência, sensatez e prudência.
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários estão liberados, dessa forma o seu comentário será publicado direto no CLUBE DA TEOLOGIA.
Porém se ele for abusivo ou usar palavras de baixo calão será removido.