quinta-feira, 18 de julho de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 3 / ANO 1- N° 2

                                    

Noé, o Pregoeiro da Justiça

TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Gênesis 6.13-18
13- Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.
14- Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.
15- E desta maneira farás: de trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.
16- Farás na arca uma janela e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares baixos, segundos e terceiros.
17- Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em que há espírito de vida debaixo dos céus: tudo o que há na terra expirará.
18- Mas contigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos contigo.

TEXTO AUREO
  E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra. Gênesis 9.1

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Mateus 24.37-39 Esperando ansiosamente a volta do Rei dos reis

3ª feira - Gênesis 8.15-22 Noé erigiu um altar ao Senhor

4ª feira Genesis 9.8-12 A aliança entre Deus e a descendência de Noé

5ª feira - Gênesis 9.13-17 Símbolo da aliança entre Deus e Noé

6ª feira - Gênesis 7.1-10 Noé, um homem justo

Sábado - Hebreus 11.6,7 Noé constrói uma arca

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
 comprometer-se em praticar uma vida de obediência, integridade e temor a Deus:
• conscientizar-se de que, um dia, o julgamento de Deus chegará para todos;
• assumir o compromisso com a pregação do evangelho a todos, indistintamente.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Caro professor. Noé e um personagem de grande destaque nas Escrituras. Ele foi um homem justo, temente a Deus e íntegro.
  Noé foi o escolhido pelo Altíssimo para colocar um ponto final no ciclo de pecados e de comprometimento com o mal daquela geração. Assim, Deus determinou que ele construísse uma arca para abrigar - e livrar do Diluvio - os que nela, voluntariamente, entrassem. Desse forma, ele tornou-se o pregoeiro da justiça e um elo para dar continuidade à História até os dias de hoje.
  Noé foi o primeiro filho de Laneque, filho de Metusalén. Quando tinha 500 anos, gerou seus três filhos: Sem, Cam e Jafé (Gn 5.32).
  A vida de Noé mostra que tudo está sob o controle do Senhor da História. Diferentemente daqueles dias, hoje a salvação pode ser alcançada pela fé em Cristo e pela justiça de Deus estabelecida por meio de Seu Filho. Por isso, nós devemos sempre pregar o evangelho a todos, Indistintamente, mesmo que muitos não creiam. 
  Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Noé foi um homem que venceu obstáculos, os quais, provavelmente, seriam considerados insuperáveis por muitas pessoas. Ele atravessou o crítico período do Dilúvio, obedeceu às ordens de Deus e obteve um lugar de honra na galeria dos heróis da fé (Hb 11.7).
  A sociedade em que Noé vivia encontrava-se tão afastada de Deus, que aquele tempo veio a ser conhecido como os dias de Noé, expressão cunhada pelo próprio Cristo (Mt 24.37; Lc 17.26) e, depois, repetida pelo apóstolo Pedro para aludir a um período de rebeldia (1 Pe 3.20).

1. O HOMEM NOÉ
  Noé, filho de Lameque, nasceu mais de mil anos depois de Adão. Seu pai lhe pôs esse nome, que significa "repouso", como uma alusão espiritual aos futuros dias de repouso da terra (Gn 5.29).
  A sociedade contemporânea de Noé vivia em estado de completa decadência, recusando-se a temer e a servir ao Deus vivo e verdadeiro (Gn 6.1-7). No sexto capítulo de Gênesis, existem quatro declarações que revelam a decadência social, moral e espiritual dos dias de Noé:
• a maldade do homem se multiplicara sobre a terra (Gn 6.5a);
• toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente (Gn 6.5b);
• a terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus (Gn 6.11a);
• encheu-se a terra de violência (Gn 6.11b).
  Essas declarações sugerem que os homens tinham prazer em pecar, pois encontravam-se mergulhados em perversidades e compraziam-se na violência. Ao ignorar Deus, os contemporâneos de Noé atraíram para si o juízo do Senhor.
  Quando as pessoas chegam a um ponto extremo de corrupção espiritual, torna-se muito difícil interromper as suas práticas, pois elas ficam resistentes a qualquer apelo para uma mudança de vida. Por esse motivo, Noé não conseguiu um só indivíduo que cresse em sua pregação e desejasse en- trar na arca e escapar do Diluvio que Deus enviaria.
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  A Escritura nos convoca a buscar a retidão, assim como Noé, que encontrou graça diante de Deus em meio à corrupção de sua geração. Isso implica reconhecer os sinais dos tempos e responder com fé e obediência, preparando-nos para os desafios espirituais do mundo atual.
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1.1. Um homem com sólida formação espiritual
  Noé possuía uma sólida formação espiritual, pois aprendeu de Lameque, seu pai, e de Metusalém, seu avô, muito do que eles mesmos viram e ouviram de Enoque, tanto a respeito do seu exemplo de vida como de suas mensagens (Gn 5.24). 
  A Bíblia declara: Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor (Gn 6.8); ou seja, a soma das suas virtudes atraiu a atenção de Deus, que o favoreceu.

1.2. Um homem de fé
  Quando Deus revelou que choveria sobre a terra, Noé simplesmente acreditou. Embora o Dilúvio pudesse parecer algo impossível, o texto bíblico faz-nos saber que este filho de Lameque acreditou, sem temer, duvidar ou mesmo desconfiar da palavra do Altíssimo (Gn 6.13-22).
  O Dilúvio poderia ser visto pelo patriarca como algo pertencente ao campo da improbabilidade, pois chuvas torrenciais não haviam sido testemunhadas pelos homens de então (acontecimentos que ainda não se viam; conf. Hb 11.7). A verdadeira fé, no entanto, não depende de circunstâncias favoráveis para vislumbrar o improvável como algo concreto. Ao contrário, muitas vezes, a razão e os sentidos naturais é que podem transformar-se em sérios impedimentos à fé.
  Observe alguns exemplos de fatos que poderiam ter solapado a fé, caso a razão tivesse prevalecido: 
• quando Lázaro estava morto havia quatro dias, Marta
• poderia ter duvidado de sua ressurreição (Jo 11.39); Abraão estava com 100 anos, ele poderia ter
• quando duvidado de que seria pai (Gn 21.5; Gl 3.6);
 quando a viúva de Sarepta já não possuía coisa alguma, além de um punhado de farinha e um pouco de azeite, ela poderia ter duvidado da palavra de Elias de que Deus proveria o alimento necessário durante a seca e a escassez (1 Rs 17.13-16).

1.3. Um homem corajoso
  Noé foi corajoso, pois assumiu uma posição contrária à de seus contemporâneos. Apenas sua esposa, seus filhos e noras abrigaram-se com ele na arca (Gn 7.7). Noé teve coragem ao pregar a mensagem de advertência e juízo e ao falar ousadamente em nome de Deus, na condição de pregoeiro da justiça (2 Pe 2.5).

1.4. Um homem temente
  Segundo as Escrituras, o temor do Senhor é o principio da sabedoria (Sl 111.10). Essa foi uma grande marca dos cristãos no período da Igreja primitiva, o que está registrado em Atos da seguinte maneira: Em cada alma havia temor (At 2.43).
  A Escritura declara que Noé era temente a Deus: Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca (...) (Hb 11.7; grifo do comentarista).
  Temer a Deus significa respeitá-lo e reverenciá-lo; fazer tudo quanto seja possível para agradá-lo; conceder-lhe prioridade e prestar-lhe culto e obediência.
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  Naqueles dias, o povo não deu ouvidos à pregação de Noé. Como resultado, foi alvo do julgamento divino na forma de um Dilúvio devastador que vitimou a todos, deixando vivos apenas o pregoeiro da justiça e seus familiares.
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1.5. Um homem obediente
  Diante da ordem do Senhor, Noé obedeceu prontamente, sem discutir ou apresentar desculpas. Obediência é uma palavra que apropriadamente descreve o caráter desse patriarca.
  Ninguém pode ser fiel, corajoso e temente aos olhos de Deus sem lhe ser obediente. De modo consciente, Noé obedeceu ao Senhor, pois acreditou na palavra que Ele lhe dissera e executou, com fidelidade, tudo quanto lhe fora ordenado: 
(...) para salvação da sua família, preparou a arca (Hb 11.7).

1.6. Um homem piedoso
  Além de obediente, Noé também se mostrou piedoso, pois, enquanto preparava a arca, cuidava de advertir as pessoas do iminente perigo do Dilúvio.
  Sua total obediência certamente não foi algo trivial, pois ele não poderia esquecer-se de qualquer detalhe da minuciosa tarefa que o Senhor lhe apresentara. Deus The disse que construísse uma arca, dando-lhe as dimensões exatas, além de uma lista de materiais a serem utilizados (Gn 7.5). 
  A obediência de Noé assegurou não somente a sua salvação, como também a de sua família.

1.7. Um homem de vida santa
  Noé alcançou a graça de Deus e conseguiu manter um padrão de vida incorruptível, mesmo vivendo em meio a uma sociedade degenerada. Quando tudo que o rodeava estava apodrecido e em trevas, ele viveu como luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13-16).
  A vida de Noé pode ser considerada um bom exemplo para nós, cristãos, pois está de acordo com a recomendação dada pelo apóstolo Paulo aos cristãos de Filipos: Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, versa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo (Fp 2.15).

1.8. Um homem perseverante
  Noé trabalhou na construção da arca, certo de que o Senhor trabalhava em seu favor (Fp 1.6). Noé pregou por muito tempo, sem alcançar um único convertido à mensagem que Deus lhe dera. Somente sua família o acompanhou em direção à arca, mas ele jamais se sentiu desencorajado diante de todas as adversidades que se apresentaram.
  A Bíblia declara que aquele que perseverar até o fim será salvo (Mt 10.22). À nossa volta, alguns desanimam e deixam sua comunhão com Deus para voltarem à velha vida que levavam (Hb 10.37-39). Outros simplesmente se cansam de fazer o bem (Gl 6.9.10) e abandonam seu ministério. Porém, nosso Senhor não tem prazer algum em tais atitudes (Hb 10.38).

2. NOÉ, O DILÚVIO E A ARCA
  A situação do povo, na época de Noé, incomodava e afrontava o Senhor. O estado da sociedade podia ser comparado a uma chaga incurável (Gn 6.1-5). A humanidade havia ultrapassado todos os limites e rompido todas as barreiras que a impediam de afrontar o Criador. Por essa razão, Deus decidiu exercer juízo sobre ela.

2.1. O Dilúvio
  A Bíblia declara que a misericórdia triunfa sobre o juízo (Tg 2.13). O Deus que decidiu enviar um Dilúvio sobre a terra para exercer juízo foi o mesmo que tomou providências para preservar os que se mostraram fiéis. Assim, Ele ordenou a Noé que construísse uma arca, dentro da qual ele e sua família escapariam da destruição (Gn 6.13-22).

2.1.1. Elementos tipológicos no Dilúvio
  Algumas alegorias diluvianas estão carregadas de importantes significados para o cristão. Observe:
• O período antediluviano é uma figura da situação mundial antecedente ao arrebatamento da Igreja. Noé atravessou o Diluvio dentro da arca, tipificando a nação israelita que atravessará, em sofrimento, o período da Grande Tribulação.
 Os pássaros que Noé lançou da arca (Gn 8.7-12) apresentam uma poderosa mensagem. A pomba, nesse contexto, seria uma representação do Espírito Santo; observe: a primeira vez que Noé soltou-a sobre as águas aponta para o Espírito Santo no Antigo Testamento (v. 8); a segunda vez, para o ministério de Cristo (v. 10); e a terceira, para o Dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu à terra e, desde então, aqui permanece (v. 12).

2.2. A arca
  A palavra hebraica Tebah, traduzida como arca, é usada 28 vezes no Antigo Testamento em exclusiva referência à arca de Noé e ao recipiente em que Moisés esteve escondido entre os juncos na beira do rio (Ex 2.3).
  Deus ordenou a construção de uma arca e especificou as suas medidas. Ela deveria ser grande o suficiente, para que nela se abrigassem as pessoas e os animais que Deus decidiu preservar para habitarem a terra depois do Dilúvio.
  Segundo o relato em Gênesis 6.15, a arca possuía 300 côvados de comprimento, 50 de largura e 30 de altura (Gn 6.15). Entende-se que um côvado é a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo da mão de uma pessoa adulta. A opinião comum é que essas medidas correspondam a 133 metros de compri- mento, 22 de largura e 13 de altura. O espaço total disponível na arca teria sido de mais de 100 mil metros quadrados.

2.2.1. Elementos tipológicos na arca
  Existem algumas alegorias na arca que, de alguma forma, remetem a pessoas e a elementos que estão carregados de importantes significados para o cristão. Mencionemos as principais:
• a ordem de Deus para que Noé construísse apenas uma arca para abrigar nela a sua família e os animais remete-nos a Jesus, o único Salvador;
 a nau era composta de três andares, o que tipifica os três elementos centrais da salvação: regeneração, justificação e santificação;
 a porta da arca seria fechada por Deus, pois somente Ele é capaz de estabelecer o prazo para a salvação da humanidade e o único que sabe o momento de sermos salvos (Mc 13.32);
• a janela da arca, na parte superior, voltada para o céu, aponta para a vida de comunhão do cristão com Deus.

CONCLUSÃO
  Depois que o Dilúvio cessou, Noé saiu da arca e comemorou edificando um altar ao Senhor, a quem ofereceu sacrifícios (Gn 8.20). Deus aceitou o sacrifício de Noé e fez com ele a segunda grande aliança da história bíblica, visto que a primeira havia sido feita com Adão e Eva (Gn 3.15). O Senhor prometeu ao patriarca que não voltaria a destruir o mundo por meio de uma inundação, dando como penhor dessa declaração um arco nas nuvens (Gn 9.13).
  A história de Noé contém uma mensagem que permanece muito atual: o Senhor que condenou o pecado enviando o Dilúvio é o mesmo que anuncia um grande julgamento para o mundo. Cremos que o juízo final de Deus acontecerá a partir do arrebatamento da Igreja, pelo que devemos vigiar, orar, trabalhar e, como Noé, viver de modo integro e santo.
  Jesus Cristo veio ao mundo para morrer em nosso lugar e expiar nossos pecados, bem como para restaurar o relacionamento do homem com Deus, a fim de que escapemos da eterna condenação (Rm 8.1).

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO
1. Cite algumas características marcantes de Noé:

R. Sólida formação espiritual; fé; coragem; temor a Deus; obediência; piedade; viver santo; perseverança.

2. Como era a sociedade na qual Noé vivia com a sua família?

R. Corrupta, infiel e pecadora.

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