sábado, 17 de agosto de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 8 / ANO 1- N° 2

                                     

Moisés, o Homem que Falava com Deus Face a Face

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Êxodo 3.1-6

1- E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe.

2- E apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.

3- E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima.

4- E, vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui.

5- E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.

6- Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.

TEXTO ÁUREO
  E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face. Deuteronômio 34.10

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Êxodo 2.1-10 O nascimento de Moisés

3ª feira - Êxodo 3.1-15 Jeová revela-se a Moisés

4ª feira - Êxodo 14.26-31 O Senhor livra Israel das mãos de Faraó

5ª feira - Êxodo 4.1-12 Deus envia Moisés para livrar o Seu povo

6ª feira - Hebreus 11.23-29 A fé de Moisés

Sábado - Deuteronômio 34.1-10 A morte e o sepultamento de Moisés

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• reconhecer que Deus é o verdadeiro Soberano da História:
• entender que Moisés comandou um grande empreendimento porque Deus o chamou;
• utilizar a vida de Moisés como referência de comunhão e intimidade com o Senhor.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Querido professor, Moisés é reconhecido como grande libertador, profeta e legislador pelas três grandes religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo. A ele é atribuída a autoria dos cinco primeiros livros da Bíblia (o Pentateuco), do Salmo 90 e, como acreditam alguns comentaristas, do Livro de jó.
  Depois de 430 anos de escravidão no Egito, em uma teofania, o Anjo do Senhor apareceu a ele, no monte Moriá, convocando-o para retornar ao Egito com a missão de libertar Israel das dores e sofrimentos do cativeiro (Ex 3.1-8). Depois de atravessarem o mar Vermelho, deixando o exército de Faraó submerso nas águas. Moisés guiou o povo pelo deserto durante 40 anos, numa travessia repleta de livramentos da parte de Jeová. 
  No monte Sinai, Moisés recebeu das mãos do Senhor as Tábuas da Lei os Dez mandamentos, que continham os principais ensinamentos sob os quais o povo deveria viver. Sua comunhão intima com o Eterno tornou-o um profeta singular e incomparável (Dt 34.10).
  De acordo com Russel Shedd, a biografia de Moisés está repleta de grandes lições. Sua vida notabilizou-se por seu relacionamento com Jeová, com o mundo e com seu povo; seu pecado mostra que todos os homens são falíveis e que as consequências, ainda que seja de um único pecado, são sempre desastrosas; sua morte mostra que Deus é imparcial em Seus juízos e que o maior dos líderes humanos não é insubstituível. 
  Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Moisés é um dos personagens mais influentes do Antigo Testamento. Ele é considerado o mais importante de todos os profetas (Dt 34.10). Acompanhado de Davi e Abraão, este filho de Anrão tornou-se um grande referencial para o povo hebreu. 
  Há peculiaridades na história de Moisés que merecem destaque. Algumas delas são tão pronunciadas que deveriam ser constantemente apreciadas por aqueles que se dedicam ao estudo das Escrituras. Por exemplo, Moisés era chamado de: profeta de Deus (Dt 34.10); homem de Deus (Dt 33.1); e servo de Deus (Ex 14.31). Ele também foi um confidente de Deus (Dt 34.10); enviado por Deus com sinais sobrenaturais (Éx 3.10-12); o único homem a ser sepultado pelo próprio Deus (Dt 34.5,6); e comparável a Jesus (Dt 18.15,18). 
  Os 120 anos da vida de Moisés podem ser divididos em três etapas de 40 anos cada:
• primeira fase: 40 anos no Egito, como príncipe de Faraó (Ex 2.10); 
• segunda fase: 40 anos no deserto de Midiã, como pastor de ovelhas (Ex 2.15,16; 3.1); 
• terceira fase: 40 anos liderando o povo de Deus na travessia do deserto, rumo a Canaā (Ex 7.7; 16.35).

1. A PRIMEIRA FASE DA VIDA DE MOISÉS

1.1. O nascimento
  Moisés, cujo nome significa "salvo das águas", nasceu no Egito. Seus pais, Anrão e Joquebede, pertenciam à tribo de Levi (Nm 26.57-59). No decorrer de sua existência, este herói da fé experienciou incontáveis milagres. 
  Na época do nascimento de Moisés, Faraó havia decretado que fossem mortos todos os meninos hebreus recém-nascidos (Ex 1.15-22). Por esta razão, Joquebede decidiu escondê-lo. Depois de algum tempo, ela preparou um cesto betumado, repousou a criança nele e, próximo ao local onde a filha de Faraó se banhava, pôs o cesto entre os juncos, à margem do rio (Ex 2.1-10).

1.2. A infância
  Em vários detalhes da infância de Moisés, vemos que Deus exerceu, de modo extraordinário, a Sua soberania. Por exemplo, o menino foi encontrado pela filha de Faraó, que decidiu assalariar Joquebede para cuidar dele (Ex 2.1-9).
  Essa, certamente, foi a maneira pela qual o Senhor fez com que Moisés crescesse sob os costumes de Seu povo. O contato diário de Moisés com a mãe forjou nele a identidade de um hebreu, mesmo crescendo também sob os costumes egípcios. E maravilhoso imaginar que, todos os dias, Joquebede ensinava a Moisés as lições dos patriarcas e as promessas divinas.
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  "Moisés ouviu da boca dos hebreus escravizados no Egito o relato acerca da Criação, das descendências (Gn 2.4; 5.1; 10.1) e das promessas divinas - relato que eles haviam recebido da tradição oral, transmitida por seus ancestrais, homens de fé (de Sete a Abraão, o pai de Israel), os quais tinham aliança com o Deus verdadeiro." (RADMACHER; ALLEN; HOUSE. Central Gospel, 2010a).
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1.3. A juventude
  Os ensinamentos que Moisés recebeu no lar produziram, em seu coração, compaixão por seu povo escravizado. Por esse motivo, ele ficou extremamente irritado ao testemunhar um egípcio ferindo um hebreu. A Bíblia relata que Moisés, naquela ocasião, matou o agressor, escondendo-o na areia. Depois, temendo as consequências de sua atitude, acabou fugindo para a terra de Midiã (Ex 2.11-15).

2. A SEGUNDA FASE DA VIDA DE MOISÉS 

2.1. O treinamento de Moisés
  Todos os grandes homens de Deus tiveram seu período de preparação. Foi assim com Davi, José e Paulo, por exemplo.
  Moisés pastoreou as ovelhas de Jetro durante 40 anos, os quais serviram-lhe de treinamento para executar a difícil tarefa de guiar uma multidão ao longo do deserto. Aparentemente, cada um dos 40 anos que Moisés passou em Midiã, apascentando as ovelhas do sogro (Ex 3.1), tinha correspondência com os outros 40 que ele pastorearia o povo hebreu em direção a Canaā (Ex 7.7; 16.35).

2.2. Deus apresenta-se a Moisés
  Após 40 anos realizando, rotineira e exaustivamente, a mesma tarefa, Moisés contemplou, no monte Horebe, um arbusto que queimava e não se consumia. A sarça é um arbusto espinhento muito comum no deserto daquela região e, em terrenos áridos como aquele, a temperatura pode chegar perto de 60°C; deste modo, não é incomum alguém ver árvores secas incandescerem por combustão espontânea. Entretanto, quando Moisés observou um arbusto queimando sem consumir-se, ele percebeu que havia algo sobrenatural (Ex 3.2).
  Moisés aproximou-se da sarça para contemplar melhor o fenômeno, mas surpreendeu-se com a presença e a voz do Anjo do Senhor - uma aparição teofânica do Filho de Deus (Ex 3.2). Então, ele tomou conhecimento de que o Altíssimo o havia escolhido para ser Seu agente na libertação dos israelitas, pondo fim à dolorosa escravidão no Egito.
  Apesar de ter sido alguém que, desde a infância, aprendeu os princípios com os quais o Senhor trabalha, o texto bíblico não revela se Moisés teve experiências com Deus antes de encontrá-lo na sarça ardente (Ex 3.1-6).
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  Alguns estudiosos defendem que Moisés havia sido educado para ser o próximo Faraó e que, por essa razão, ele possuía um vasto conhecimento sobre a cultura e a ciência egípcias. Muito possivelmente ele sabia qual era o funcionamento estrutural daquele arbusto, o que o teria feito compreender que havia um mistério divino no fato de a sarça arder e não se consumir.
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2.3. Deus chama Moisés
  Moisés declarou sua completa incapacidade de levar a cabo sua missão de legislador e libertador de Israel, mas Deus reafirmou o Seu chamado, concedendo-lhe visão, autoridade e sinais para executá-la. Além disso, Ele determinou que Arão (ou Aarão) - irmão de Moisés, bem mais fluente que ele - fosse seu porta-voz diante de Faraó e do povo (Ex 4.1-17).
  Aprouve a Deus manifestar-se a Moisés por meio do fogo, o qual nos traz a figura do Espírito Santo. Naquele dia, Jeová revelou a Moisés alguns dos Seus preciosos atributos, tais como: santidade, autoridade, soberania, sabedoria e glória.

2.4. Lições do segundo ciclo de 40 anos
  Durante seu tempo em Midiã, Moisés teve a oportunidade de passar por alguns preciosos processos:
• Preparação e reflexão - Enquanto pastoreava os rebanhos de Jetro, Moisés teve tempo para preparar-se espiritualmente e refletir sobre seu propósito e identidade.
• Obediência e submissão - Moisés aprendeu a importância da obediência e submissão a autoridades, trabalhando para seu sogro e seguindo suas instruções, o que mais tarde seria fundamental em sua liderança sobre Israel.
 Conexão com Deus - Durante sua estada em Midiã, Moisés teve uma experiência significativa na sarça ardente, que fortaleceu sua fé e sua conexão espiritual com Jeová.

3. A TERCEIRA FASE DA VIDA DE MOISÉS
  A terceira fase é a mais importante na história de Moisés. Três fatos extraordinários situam-se nesse período:
• as tribos de Israel começaram a construir uma identidade nacional (Dt 33);
• as leis foram estabelecidas pelo próprio Deus (Ex 20-22); 
• o Tabernáculo, local de manifestação da glória divina, foi construído (Ex 25-40).

3.1. Moisés encontra-se com Faraó
  Moisés decidiu voltar ao Egito e, lá, convenceu os hebreus a organizarem-se para a grande marcha rumo à Terra Prometida (Ex 4.18-7.13). Esse era o início de um plano que traria libertação ao povo de Deus.
  Moisés e Arão tiveram sucessivos encontros com Faraó, que resistiu por um longo tempo à ideia de libertar os hebreus e permitir sua saída de seu território (Ex 5-10). 
  A resistência do monarca atraiu para ele, para sua família e para todo o Egito um ciclo de pragas (Ex 7-12), algumas delas evocadas por meio de uma vara: Toma, pois, esta vara na tua mão, com que farás os sinais (Ex 4.17).

3.2. Os sinais de Deus
  Cada praga teve, da parte de Deus, o propósito de desmoralizar as divindades egípcias. Além disso, o Senhor quis deixar um registro de como Ele libertou o povo por meio de muitos sinais, os quais serviriam de memorial para os hebreus (Ex 7-12). Da mesma forma, o Senhor usou esses eventos para mostrar toda a Sua majestade diante do povo e para revelar-se como o único e verdadeiro Deus.
  A décima praga, a morte dos primogênitos egípcios, quebrou a resistência de Faraó e convenceu-o a permitir a saída dos filhos de Israel, o que aconteceu logo após a celebração da primeira Páscoa (Ex 12.12,13).

3.3. Quarenta anos de peregrinação
  Moisés é referido, no texto bíblico, como o varão mais manso da terra (Nm 12.3). Esse atributo lhe foi indispensável para suportar as muitas adversidades, especialmente as relacionadas com a indisciplina, contenda, murmuração e revolta dos israelitas durante os 40 anos de peregrinação pelo deserto. A paciência de Moisés também lhe permitiu ser um incansável intercessor por Israel (Ex 32.10-12).
  Ainda no princípio da peregrinação, Deus revelou-se de modo surpreendente a Moisés e ordenou-lhe que subisse ao topo do monte Sinai, onde o grande líder receberia as duas tábuas do Testemunho (Ex 32.15,16).
  Acontecimentos notáveis foram registrados durante os 40 anos de peregrinação pelo deserto, como o episódio da desci- da do maná (Ex 16.1-10), a instituição do sacerdócio aarônico (Lv 21), a água que manou da rocha (Ex 17.1-7) e, principalmente, a construção do Tabernáculo (Ex 25-27).

CONCLUSÃO
  Devemos recordar o grande dia em que Moisés, depois de haver designado Josué como seu sucessor, subiu o monte Nebo, avistou toda a Terra Prometida e morreu ali mesmo, no topo do monte: Assim, morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém tem sabido até hoje a sua sepultura. Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor (Dt 34.5-7). 
  Seu corpo foi sepultado em um vale, mas a sua memória permanece até hoje.
  Recordar os passos de Moisés sempre será um motivo de inspiração para todos nós. Ele não foi perfeito, mas Deus o honrou; por intermédio deste filho de Anrão, Jeová revelou-se ao povo hebreu, livrando-o do cativeiro egípcio. Também foi sob a liderança de Moisés que a identidade nacional começou a formar-se no coração do povo.
  "Moisés, como mediador da antiga aliança, é sombra de Jesus, o Mediador e a Garantia da nova aliança. Jesus é tanto o Grande Sumo Sacerdote quanto o Sacrifício que selou a Nova Aliança e colocou-a em ação." (Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira. Central Gospel, 2007).

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO
1. Como foi a primeira experiência de Moisés com Deus?

R.: O Anjo do Senhor apareceu a ele em uma chama de fogo, no meio de uma sarça.

2. Cite três fatos que marcaram a história de Israel sob a liderança de Moisés: 

R.: As dez pragas no Egito; a construção do Tabernáculo; e a travessia do mar Vermelho.

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