terça-feira, 15 de outubro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 2 / ANO 1- N° 3

 

A Redenção da Humanidade nos Tempos Eternos

 TEXTO BÍBLICO BÁSICO 

Gênesis 3.1-7
1- Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
2- E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
3- mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.
4- Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
5- Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
6- E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
7- Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

TEXTO ÁUREO
  E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gênesis 3.15

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira Gênesis 1.26,27 A criação do homem

3ª feira Gênesis 2.18 A criação da mulher

4ª feira - Gênesis 3.1-13 A Queda

5ª feira - Gênesis 3.15 A promessa de um salvador

6ª feira 1 Coríntios 15.45 O último Adão

Sábado Isaías 9.1-7 O Messias prometido

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• entender a doutrina da Queda como pré-requisito ao entendimento das demais doutrinas bíblicas;
• traçar a história da redenção desde os tempos eternos, 
• identificar a natureza humana e divina de Cristo como características do Messias.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, até chegarmos ao prometido de Israel, o Messias, o libertador da humanidade, foi uma longa trajetória, que remete aos tempos eternos. Começa pela gênese do universo, passa pela queda do homem no pecado e culmina na encarnação daquele que, no princípio, era o Verbo (Gn 3.15; Jo 1.1-3; Gl 4.4).
  No decorrer da lição, procure explicitar como a vinda de Jesus, na plenitude dos tempos, cumpre as profecias e promessas feitas desde os tempos antigos, marcando o início da nova aliança entre Deus e a humanidade. 
  Excelente aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Assim como a pessoa de Cristo não pode ser limitada ao tempo cronológico, a obra de redenção da humanidade não pode ser limitada a um tempo específico. O apóstolo Paulo é taxativo ao afirmar que Deus nos elegeu nele antes da criação do mundo (...) (Ef 1.4). Desta forma, é necessário saber o que houve na eternidade, tanto para compreender a pessoa de Cristo como para entender a história da redenção humana.

1. A REDENÇÃO NOS TEMPOS ETERNOS
  Deus não existe desde a eternidade; Ele é. Assim Jeová se revelou a Moisés no Sinai: EU SOU O QUE SOU (Ex 3.14). Deus é antes de qualquer coisa existir, como exclama o salmista: De eternidade a eternidade, tu és Deus (Sl 90.2). Ele é incriado, o que existe é a Criação. Os elementos da natureza surgiram a partir dele, o grande EU SOU, aquele que incorpora o início e o fim de toda a existência (Ap 22.13).
  A eternidade foi o primeiro cenário da História em que se arquitetou o plano de redenção da humanidade. Esse plano não pode ser entendido completamente pela mente humana como declarou o apóstolo Paulo: (...) Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos (Rm 11.33).

1.1. O surgimento do homem
  O fato de Deus bastar a si mesmo e não depender de existência alguma não faz dele um Ser inativo, estagnado, perpetuamente acomodado à Sua suficiência: pelo contrário, Sua essência é, sobretudo, criativa. O Eterno é a fonte de toda a vida. A Criação, portanto, faz parte de Seu perene e contínuo ato criador (SI 19.1; Rm 1.20, Jo 1.1-3).
  Só Deus detém o título de Criador; a nenhum outro pode ser concedida tal distinção. O Deus que chama à existência coisas que não existem, como se existissem (Rm 4.17 NVI), fez do pó da terra um ser à Sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27; 2.7), o homem, cuja criação estava, de forma inequívoca, incluída no propósito das eras.

1.2. O lugar de habitação do homem
  O Eterno criou o homem à Sua imagem e semelhança e o estabeleceu no Éden, sua primeira morada. Naquela época, Deus entregou a Adão um planeta exuberantemente verde e sustentável: a Terra produzia árvores e ervas, que por sua vez produziam sementes, e assim foi criado um ciclo perfeito de autossustentação (Gn 1.11,12).
  É difícil para nós, nos dias de hoje, imaginar a fartura e a exuberância do mundo vegetal daqueles dias, pois convivemos com uma natureza que geme até agora, como em dores de parto (Rm 8.22 NVI) em consequência da Queda (Gn 3.18).

1.3. O homem, coroa da Criação
  Ao homem foi dada a incumbência de administrar o Jardim e dominar a terra. Deus o investiu de autoridade acima das demais criaturas (Sl 8.6-8; cf. Gn 1.28).
  Pela forma como as Escrituras o retratam, desde o modo da sua criação, temos razões para afirmar que o homem é a coroa da Criação.
  O subtópico seguinte apresenta algumas razões que fundamentam esse postulado.

1.3.1. Feito do pó da terra pelas mãos do próprio Deus
  O Eterno fez questão de deixar registrado que toda a Trindade se ocupou da criação do homem. Segundo o relato de Gênesis 1, os demais elementos foram criados pelo poder de Sua palavra, por meio de simples ordens haja luz (v. 3; cf. v. 6,14); ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar (v. 9); produza a terra erva verde (v. 11; cf. v. 20,24). Mas, ao chegar o momento da criação de Adão, as Pessoas divinas se reuniram como em um conselho: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (v. 26).
  Foi do pó da terra, com as próprias mãos, que Deus formou o primeiro homem, utilizando a si mesmo como protótipo, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida (Gn 2.7,27).
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  A ocorrência do verbo "criou" (Gn 1.27) e do pronome "nossa" (Gn 1.26) parece destacar também o envolvimento das três pessoas da Trindade na criação do homem.
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2. A QUEDA
  Homem e mulher foram criados absolutamente puros e inocentes, sem ligação alguma com o pecado. No entanto, alguns fatores ligados à natureza humana permitiram que o pecado entrasse na vida deles e contaminasse a humanidade como um todo e em todos os tempos (Gn 3.6,7; Rm 5.12.19).
  A queda do homem no pecado pode ser definida como o momento em que Adão e Eva, os primeiros seres humanos, desobedeceram a uma ordem expressa de Deus (Gn 2.16,17; 3.6) e, com isso, introduziram o pecado e a morte no mundo (Rm 5.17).
  O ser humano foi dotado de livre-arbítrio, e essa capacidade de escolha foi posta à prova no Éden. Assim, foi por livre decisão que o primeiro casal pecou. A mulher escolheu acreditar em uma mentira sedutora, que veio a se constituir na porta de entrada da iniquidade (Gn 3.13: 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14). O homem, por sua vez, optou por ignorar a ordem divina (Gn 3.17). Essas duas escolhas enganar a si mesmo e permitir que a vontade própria prevaleça são, portanto, dois lados de uma mesma moeda. Essa falha moral criou raízes na natureza humana e produz, até hoje, os seus frutos mortais em nós (Rm 5.12,19).
  O relato da Queda registra dois momentos distintos: a tentação e o pecado em si - além de suas consequências.

2.1. A tentação
  Fomos criados para o louvor da glória de Deus (Ef 1.5,6,12); no entanto, o Criador não nos fez autômatos programados para executar a Sua vontade. Ao contrário, Ele concedeu-nos a capacidade de escolher livremente o que queremos ser e fazer, pois tanto o amor quanto a obediência, para serem va- lidados em sua plenitude, precisam ser postos à prova.
  Como exemplo desta realidade, destaca-se o episódio em que Deus manda Abraão sacrificar seu filho Isaque. Nesse texto (Gn 22.1 ARA), o escritor sagrado utiliza o vocábulo nissäh (hb. = "pôr à prova"): Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova. Este evento ressalta que amor e obediência são autenticados quando testados.

2.1.1. A natureza da tentação 
  Entende-se por tentação (gr. peirasthēnai) o apelo feito aos sentidos e desejos humanos pelos meios mais diversos (1 Co 7.5; 10.13).
  Observa-se no texto bíblico que a tentação é, em regra, uma tática que o inimigo, o diabo, utiliza para iludir e promover rebeldia contra Deus, produzindo uma espécie de cegueira no homem. Foi o que Eva constatou: A serpente me enganou, e eu comi [o fruto proibido] (Gn 3.13).
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  Satanás tentou a mulher no ponto de maior vulnerabilidade humana: o anseio de conhecer o bem e o mal. Muitos enganos são cometidos em nome do primitivo anseio que instiga a humanidade: conhecer aquilo que o Eterno reservou para si.
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2.2. O pecado e suas consequências
  Se é possível colocar a verdade em xeque, também é possível tentar alterá-la e até mesmo negá-la. Satanás semeou a dúvida no coração do primeiro casal e fez promessas que não podiam ser cumpridas: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes [do fruto proibido], se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal (Gn 3.4,5).
  Com a desobediência do primeiro casal e a queda no pecado, toda a humanidade e o seu ambiente foram precipitados às mais catastróficas consequências, como as lidas a seguir:
• o ser humano foi apartado do Criador (Is 59.1-3); a mulher e o homem foram castigados (Gn 3.16,17,19);
 a serpente foi amaldiçoada (3.14,15);
• a natureza foi alterada (Gn 3.18);
• o pecado passou à humanidade como um todo (Rm 3.23;5.12);
• um estado de morte foi instaurado (Gn 3.19; Rm 3.9; 5.12; 1 Co 15.21,22; Ap 20.14).

3. O LIBERTADOR PROMETIDO
  Ao fracassar no Éden, o ser humano afastou-se completamente do supremo objetivo para o qual fora criado. Agora, como ser caído e destituído da glória de Deus, necessitava da provisão divina, ou seja, de um segundo Adão, um salvador que o conduzisse de volta ao Pai (1 Co 15.45). Para realizar uma obra dessa envergadura, seria necessário alguém que tivesse os seguintes pré-requisitos:

3.1. Ser descendente da mulher
  Ao pronunciar o arbítrio que recairia sobre a serpente após a Queda, Deus fez a seguinte declaração: Porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3.15). Este versículo é conhecido entre os estudiosos das Escrituras como protoevangelho, isto é, o primeiro evangelho. 
  Tal vaticínio é um prenúncio da inimizade perpétua que se estabeleceria entre Satanás e a mulher (uma representação de toda a humanidade) e entre a descendência de Satanás e o descendente da mulher (o Messias). O descendente da mulher esmagaria a cabeça de Satanás, significando derrota completa. Esta ferida foi infligida no Calvário, quando Cristo triunfou sobre o diabo, o pecado e a morte.
  A personalidade do Libertador anunciado em Gênesis 3.15 é definida pelos pré-requisitos necessários à missão de redimir a humanidade do pecado e pelo que fora anunciado pelos profetas da antiga aliança.
  O Libertador teria de ser um descendente de mulher (= semente; Gn 3.15). Como não havia uma única pessoa capaz de tornar-se o caminho por meio do qual a humanidade seria restaurada, Deus decidiu enviar Seu próprio Filho para assumir a forma de homem (Mq 5.2-4; Fp 2.6,7).
  O Libertador teria de ser tentado, da mesma forma que Adão, até os limites de Sua capacidade de resistência. E deveria, ao final de Seu ministério terreno, ser preso, julgado e condenado injustamente e, assim, consumar Sua obra expiatória, morrendo na cruz pelos pecados de todos (Lc 9.22; Jo 3.14).

3.2. Possuir a natureza divina
  Tendo em vista a natureza e abrangência do pecado, nenhum ser vivo seria capaz de efetuar tão grandiosa obra de salvação. O Libertador teria de anular a força do pecado, destruir o poder de Satanás, libertar os homens da morte (da condenação eterna), reconciliá-los com Deus e santificá-los para a vida eterna. Só um Ser - que além de humano - também fosse divino poderia assumir tal tarefa e efetuá-la de maneira eficaz.

3.3. Estar alinhado com o perfil do Messias traçado pelos profetas
  Mesmo permanecendo oculto no seio do Pai, o Verbo encarnado, o Messias, não deixou de anunciar gradativamente a Sua vinda ao mundo durante um longo período de preparação, que transcorreu desde a Queda até o momento da encarnação.
  Uma sucessão de vaticínios proféticos, que denominamos profecias messiânicas, foi traçando, no decorrer dos séculos, um perfil inconfundível do Messias aguardado por Israel, que seria também o salvador da humanidade (Is 9.1-7; 35.5,6; 53.2-12; Jr 23.5; Dn 9.25; Mq 5.2-4; Zc 9.9; 11.13).

CONCLUSÃO
  A redenção do ser humano foi planejada ainda nos tempos eternos, quando o mundo material sequer existia.
  Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, para que este vivesse em plena comunhão com Ele e desfrutasse de Sua presença sem reservas (Gn 1.27-29; 2.15-17; 3.8). No entanto, o pecado ergueu-se como uma muralha e se interpôs entre a criatura e o Criador.
  O Eterno, em Seu infinito amor, imediatamente após a Queda, prometeu enviar um libertador, aquele que nos levaria de volta à Sua comunhão (Gn 3.15). O pecado precisava ser banido, o que não poderia ser feito por um descendente de Adão, uma vez que a iniquidade havia entrado no mundo por intermédio dele.
  Assim, no tempo determinado por Deus, Jesus, o bendito Salvador, que é desde a eternidade, despiu-se de Sua glória e veio ao mundo cumprir a promessa feita no Éden: resgatar a humanidade perdida.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Como a passagem de Gênesis 3.15 pode ser descrita?

R.: Os estudiosos da Bíblia a chamam de protoevangelho, porque nela está implícita a promessa da par parte de Deus quanto ao envio do Messias salvador para destruir toda a obra do inimigo.

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