sábado, 23 de novembro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 9 / ANO 1- N° 3

                                             

Jesus de Nazaré, Milagres, Sinais e Prodígios

 TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Mateus 4.23-25
23- E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
24- E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava.
25- E seguia-o uma grande multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e dalém do Jordão.

Lucas 6.17-19
17- E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão do povo de toda a Judeia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom;
18- os quais tinham vindo para o ouvir e serem curados das suas enfermidades, como também os atormentados dos espíritos imundos. E eram curados.
19- E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele virtude que curava todos.

TEXTO ÁUREO
  Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis. Atos 2.22

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Marcos 3.10,11 O testemunho de Marcos

3ª feira - Atos 10.38 O testemunho de Pedro

4ª feira - Lucas 8.43-48 A cura de uma mulher enferma

5ª feira - Lucas 8.49-56 O testemunho de Lucas

6ª feira - Lucas 5.12-16 A cura de um leproso

Sábado - João 21.25 O testemunho de João

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• compreender que o poder de Cristo para realizar milagres e sinais era parte de Sua missão como Messias prometido; 
• entender o contexto sociopolítico-econômico em que o Messias se revelou ao mundo;
 conhecer os tipos de milagres, prodígios e sinais realiza- dos por Jesus, relatados nas Escrituras.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, os milagres foram um componente fundamental na missão de Cristo. Ao Iniciar Seu ministério terreno, Ele leu e aplicou diretamente a Si o vaticínio de Isaías 61.1.2: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor (Lc 4.18,19). 
  Neste estudo, serão analisados os sinais, milagres e prodígios realizados por Jesus, que percorreu a Galileia curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo (Mt 4.23), entendendo como estes confirmam Sua identidade como o Messias prometido e a manifestação do Reino de Deus na terra.
  No decorrer da lição, procure enfatizar o fato de que o maior milagre já operado por jesus é a salvação do pecador por meio de Sua morte vicária (Jo 6.37-39). 
  Excelente aula!

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
  Uma das características mais marcantes do ministério de Jesus foram os milagres. Cristo veio ao mundo em uma época de grande pobreza na Palestina, onde a miséria, a fome e as doenças eram comuns. Não é surpreendente, portanto, que multidões buscassem alguém capaz de curar enfermidades instantaneamente, multiplicar alimentos e até interferir nos fenômenos da natureza. Esses eventos milagrosos, realizados pelo Messias, estão registrados nos Evangelhos.

1. O CENÁRIO DOS MILAGRES DE JESUS
  Os milagres de Jesus tinham o objetivo de anunciar a chegada do Reino de Deus, promovendo, assim, a justiça, o bem-estar do enfermo e sua reintegração ao convívio social. Em todos esses aspectos, Cristo cumpriu as profecias messiânicas.

1.1. Cenário geral
  Nos Evangelhos, a sociedade é descrita como abundante em mendigos, aleijados, cegos, leprosos e doentes diversos, refletindo uma medicina primitiva, muitas vezes associada ao charlatanismo e a superstições. A pobreza também era prevalente, tornando os desfavorecidos o alvo principal da missão messiânica. Além disso, a religião judaica, marcada pelo legalismo extremo, frequentemente negligenciava a compaixão e colocava regras acima do bem-estar humano.

1.1.1. O impacto das práticas religiosas na saúde judaica
  O povo judeu, em geral, desfrutava de boa saúde devido às suas práticas religiosas. O judaísmo, além de promover rituais de purificação e medidas preventivas de higiene, primava por uma dieta alimentar adequada, visando ao bem-estar da comunidade. No entanto, é importante observar que, assim como em outras coletividades, havia variações nessa condição, influenciadas, sobretudo, pela desigualdade social. Deste modo, fatores ambientais, como clima e presença de vetores de doenças, também afetavam a saúde da população.
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  Os Evangelhos relatam diversas curas realizadas por Jesus, incluindo enfermidades como febre, lepra, paralisia, epilepsia, hemorragia, cegueira, surdez e mudez, evidenciando a importância desses eventos na narrativa bíblica e sua relevância para o contexto messiânico.
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1.2. A medicina nos tempos do Messias
  O contexto da medicina nos tempos de Jesus revela uma prática incipiente, na qual os médicos valiam-se de tratamentos baseados em remédios rudimentares, como unguentos, muitas vezes feitos à base de plantas ou substâncias de origem animal.
  A prática médica daqueles dias estava envolta em um cenário de charlatanismo. Indivíduos inescrupulosos se aproveitavam da vulnerabilidade e da falta de conhecimento da população para explorar a sua fé. Esses farsantes prometiam curas milagrosas, que jamais se concretizavam, e cobravam preços exorbitantes por seus serviços (Mc 5.26).

1.3. Saúde pública e religiosidade em Israel
  Como mencionado anteriormente, em Israel, saúde pública e vida religiosa guardavam estreita relação, com as Leis Mosaicas regulando a alimentação, a higiene e o tratamento de doenças (Lv 11-15).
  Acreditava-se, nos tempos de Cristo, que as doenças eram consequências diretas do pecado; por essa razão, ao verem um homem cego, os discípulos perguntaram a Jesus sobre quem havia pecado - ele ou seus pais (Jo 9.2,3).
  Em outra ocasião, no entanto, Jesus relacionou a cura de um paralítico ao perdão dos seus pecados (Mc 2.5), indicando que algumas doenças poderiam ser causadas pelo cometimento de iniquidades. O perdão, nesse caso, seria o caminho da restauração. 
  Além disso, Jesus mencionou que certas doenças podem ser causadas por espíritos malignos, como quando curou uma mulher no sábado, explicando que ela estava presa por Satanás havia dezoito anos (Lc 13.16; Jo 5.14).
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  A medicina atual reconhece que algumas enfermidades podem refletir problemas morais e/ou espirituais; donde se infere que nem toda doença é consequência de pecado, mas o pecado pode, sim, adoecer o corpo.
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2. TIPOS DE MILAGRES REALIZADOS POR JESUS
  Apesar de a lista não ser completa, podemos categorizar os milagres de Jesus em curas, ressuscitações, domínio sobre a natureza e seus elementos, e sobre o mundo espiritual.

2.1. Curas
  Os Evangelhos registram ocasiões em que Jesus curou grande número de enfermos de uma só vez (Mt 12.15; 15.30), mas também relatam alguns casos específicos:
• cegueira - Marcos e Lucas descreveram a cura de Bartimeu, um mendigo cego próximo a Jericó (Mc 10.46-52; Lc 18.35-43); Mateus registrou a cura de dois cegos em Cafarnaum (Mt 9.27-31); João narrou a cura de um cego de nascença - na ocasião, Jesus fez lodo com saliva, aplicou-o nos olhos do homem e o instruiu a lavar-se no tanque de Siloé (Jo 9.1-12);
• febre - Jesus curou a sogra de Pedro, que estava enferma com muita febre (Lc 4.37-39); um oficial do rei também rogou que Ele curasse seu filho, e a febre o deixou (Jo 4.43-54)
• hemorragia - um dos relatos de cura mais conhecidos na cristandade é o da mulher que sofria de uma hemorragia crônica (Mt 9.18-22; Mc 5.25-34; Lc 8.43-48); 
• lepra - a lepra era uma doença comum na Palestina. Jesus curou um leproso que se ajoelhou diante dele (Mt 8.2-4); e, em outra ocasião, curou dez leprosos simultaneamente (Lc 17.11-19);
 paralisia e deformações - Jesus curou um homem com a mão atrofiada em uma sinagoga (Mt 12.9-13); junto ao tanque de Betesda, curou um paralítico que sofria havia 38 anos (Jo 5.1-9); e curou o servo de um centurião romano que estava paralitico e violentamente atormentado (Mt 8.5-13);
 outras doenças - Jesus curou um hidrópico (Lc 14.1-4); um homem surdo e gago (Mc 7.31-37); e restaurou uma orelha cortada (Lc 22.50,51).
  O ministério de cura de Jesus pode ser descrito como uma demonstração do poder libertador do Senhor aos pobres e oprimidos (Lc 4.18,19). As pessoas doentes e desfavorecidas já não eram mais párias sociais; afinal, o Reino de Deus havia chegado por meio dos sinais, milagres e prodígios do Messias.

2.2. Ressuscitações
  Os Evangelhos narram três notáveis casos de ressurreição realizados por Jesus:
• a filha de Jairo - o Messias ressuscitou a filha de Jairo, um governador, que havia morrido momentos antes de Ele chegar à sua casa (Mt 9.18,19,23-26); 
 o filho da viúva de Naim - em Naim, o Messias interrompeu o funeral de um jovem, filho de uma viúva, trazendo-o de volta à vida (Lc 7.11-17); 
• Lázaro - por fim, o Messias ressuscitou Lázaro, Seu amigo, que estava morto havia quatro dias (Jo 11.1-46).

2.3. Domínio sobre a natureza e seus elementos
  Jesus evidenciou Sua autoridade sobre a natureza ao realizar diversos milagres que desafiaram as leis naturais estabelecidas:
 a transformação da água em vinho - em uma festa de casamento, em Caná, Jesus transformou água em vinho, sendo este o Seu primeiro milagre (Jo 2.1-11);
 a maldição da figueira - Jesus amaldiçoou uma figueira por não encontrar frutos nela, e ela secou no dia seguinte (Mc 11.12-14,20,21);
 a moeda na boca de um peixe - para pagar um tributo, Jesus instruiu Pedro a encontrar uma moeda na boca do primeiro peixe que pescasse (Mt 17.24-27);
• as pescas milagrosas - Jesus realizou duas pescas milagrosas, uma delas enchendo dois barcos com peixes (Lc 5.1-11); e a outra resultando em 153 grandes peixes (Jo 21.1-11);
 a multiplicação de alimentos - Jesus multiplicou pães e peixes para alimentar grandes multidões em duas ocasiões (Mt 14.15-21,32-38);
 a tempestade acalmada - Jesus acalmou uma tempestade no mar da Galileia ao repreender o vento e as ondas (Mc 4.35-41);
 o caminhar sobre as águas - Jesus andou sobre as águas para juntar-se aos Seus discípulos durante uma tempestade (Mt 14.24-33).

2.4. Domínio sobre o mundo espiritual
  Jesus demonstrou Seu domínio sobre o mundo espiritual, desfazendo as obras do diabo (1 Jo 3.8). Observe os exemplos a seguir:
 o gadareno - um homem possuído por muitos demônios, identificados como Legião, foi libertado por Jesus; os demônios entraram em uma manada de porcos, que se afogou no mar (Mt 8.28-34; Lc 8.26-34; Mc 5.1-20);
• o jovem lunático - Jesus expulsou o demônio de um jovem que sofria de convulsões desde a infância, após os discípulos não conseguirem fazê-lo; Ele explicou que aquela casta só sairia com oração e jejum (Mt 17.14-21);
• doenças causadas por demônios - Jesus curou uma mulher encurvada por um espírito de enfermidade (Lc 13.10- 17); um homem mudo e endemoninhado (Mt 9.32-34); e um homem endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22-32; Lc 11.14-23), apesar das acusações dos fariseus de que Ele usava o poder de Belzebu;
• outros casos de libertação - em uma sinagoga, Jesus expulsou um espírito maligno que o reconheceu como o Santo de Deus (Mc 1.24); Ele também libertou várias mulheres de espíritos malignos, incluindo Maria Madalena (Lc 8.2); e muitos outros endemoninhados na casa de Pedro (Mt 8.16).

3. PROPÓSITOS DOS MILAGRES DO MESSIAS

3.1. Salvar o perdido
  O Messias veio ao mundo para libertar a humanidade do pecado. Sua missão era salvar o homem perdido (Lc 19.10; jo 3.16). O apóstolo Pedro destaca que não há salvação em nenhum outro, pois não existe outro nome, dado entre os homens, pelo qual possamos ser salvos (At 4.12).

3.2. Anunciar a chegada do Reino de Deus
  Jesus iniciou Sua missão anunciando: Arrependei-vos, por- que é chegado o Reino dos céus (Mt 4.17). Essa declaração nos ajuda a entender a função dos milagres em Seu ministério. Embora a ciência moderna, com seu enfoque filosófico, possa promover ceticismo em relação aos prodígios realiza- dos por Cristo, um estudo sério dos Evangelhos indica claramente que o Messias dedicou parte significativa dos Seus dias à cura e à realização de milagres (Mt 8.16,17).

3.3. Promover a justiça, o bem-estar e reintegrar o indivíduo à comunidade
  Ao realizar sinais e prodígios, Jesus promovia a justiça, frente às desigualdades de Sua época. Para o Messias, todos os homens eram iguais diante de Deus - e Ele nos instruiu a fazer o mesmo: pregar um Reino de justiça, amor e equidade (Mt 6.33; Rm 14.17).
  Naquele tempo, muitos pobres e enfermos eram rejeitados pela comunidade judaica; por isso, viviam à margem da sociedade. Deste modo, quando promovia curas e libertações, Jesus não só restaurava a saúde daquelas pessoas, mas também as reintegrava ao convívio comunitário.

CONCLUSÃO
  Os milagres realizados por Jesus, incluindo curas, ressuscitações, controle sobre a natureza e expulsão de espíritos malignos, confirmam Sua condição de Messias enviado por Deus.
  É inspirador saber que Cristo não mudou e continua realizando milagres hoje (Hb 13.8). Após Sua ascensão ao Pai, Ele enviou o Espírito Santo, que nos concede Seus dons. Dessa forma, a Igreja pode operar sinais, prodígios e milagres, cumprindo sua missão de proclamar o Reino de Deus.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Com que propósitos principais o Messias operava prodígios, milagres e sinais?

R.: Salvar o perdido; anunciar a chegada do Reino de Deus: promover a justiça, o bem-estar e reintegrar o indivíduo à comunidade.

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