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sábado, 9 de novembro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 7 / ANO 1- N° 3

   

Jesus de Nazaré, Mestre dos Mestres

TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Mateus 7.28,29
28- E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina,
29- porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas.

João 13.12-15
12- Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?
13- Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou.
14- Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.
15- Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.

TEXTO ÁUREO
  E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 4.23

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Deuteronômio 6.6-9 O mandamento do ensino

3ª feira - Mateus 9.35-38 Ensino, uma prioridade de Cristo

4ª feira - João 20.16-18 O Rabi da Galileia

5ª feira - João 1.49-51 Jesus, Mestre, Filho de Deus e Rei de Israel

6ª feira - Mateus 7.28,29 A autoridade de Cristo para ensinar

Sábado - João 13.12-15 O ensino pelo exemplo

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• perceber a excelência e a superioridade de Jesus como educador,
 identificar os métodos e recursos de Jesus, o grande Rabi da Galileia;
• refletir sobre as características do ensino de Cristo.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, mesmo não havendo um processo pedagógico minuciosamente sistematizado em Seu tempo, Jesus, o Mestre incomparável, utilizou vários métodos e recursos de ensino-aprendizagem para transmitir a mensagem da qual era portador, a começar por Suas fontes: as Escrituras Hebraicas, o mundo natural, o cotidiano e os costumes da vida em Israel.
  Dotado de extraordinária criatividade, o Rabi da Galileia, de maneira inigualável, também fazia uso de figuras de linguagem, como metáforas, símiles e parábolas. Além disso, Ele sabia escolher os lugares com boa acústica para facilitar a compreensão dos Seus ouvintes.
  No decorrer da lição, incentive os alunos a darem exemplos contemporâneos de como as técnicas de ensino utilizadas por Jesus podem ser aplicadas hoje. 
  Excelente aula!

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
  Ainda hoje, estudiosos da área da educação continuam a admirar a eficácia da prática de ensino de Jesus de Nazaré, que o consagrou como o Educador por excelência, o Mestre dos mestres. Ele também ficou conhecido como o Rabi da Galileia, um título de honra conferido apenas às autoridades qualificadas para o ensino da Lei e das Escrituras.
  Mas, Jesus não foi apenas um grande Mestre; Seus ensinamentos foram tão revolucionários que marcaram uma divisão na História. Isso se deveu não apenas ao Seu talento, mas principalmente ao conteúdo de Sua mensagem, à autoridade com que falava, à quebra de paradigmas que promoveu e ao Seu compromisso com o Reino de Deus.

1. O RABI DA GALILEIΑ
  Todo líder da religião judaica nos tempos de Cristo cobiçava a honra de ser chamado rabi - termo de origem hebraica (rabbi) que significa "mestre, meu mestre". Raboni (Jo 20.16) é a forma aramaica de rabi, com o mesmo significado.
  Por muito tempo, só os mestres autorizados a ensinar a Lei e as Escrituras podiam ser chamados deste modo. Com os anos, no entanto, o título evoluiu de uma designação formal de autoridade para um vocativo honorífico, conferido em reconhecimento ao respeito e à admiração por indivíduos eruditos.
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  O termo hebraico rabi foi traduzido para o grego por didaskalos (Mt 23.8; Jo 1.38), que significa "professor, mestre". Jesus aceitava esse tratamento com naturalidade. Afinal, Ele era o Mestre dos mestres: Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou (Jo 13.13).
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1.1. Quando Jesus foi reconhecido como Rabi
  Jesus foi reconhecido como Rabi desde o início (Jo 1.49). Embora Seu propósito principal fosse dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28), Ele dedicou parte significativa de Seu ministério ao ensino da Palavra de Deus. Como Rabi, o Messias de Israel se destacou ao revolucionar a História com Suas palavras de autoridade, simplicidade, amor e bondade. Seus ensinamentos não apenas transmitiam sabedoria e conhecimento, mas também tocavam o coração do povo, proporcionando uma compreensão mais profunda do propósito e da misericórdia de Deus.

1.2. O alerta
  Jesus, o Rabi da Galileia, advertiu Seus discípulos sobre a busca pelo título honorífico de Rabi, uma honra muito cobiçada pelos escribas e fariseus. Esses líderes religiosos gostavam dos lugares de destaque nos banquetes e nas sinagogas, bem como das saudações respeitosas nas praças, onde eram aclamados pelos homens (Mt 23.6,7).

1.3. A recomendação
  Jesus aconselhou Seus discípulos a não desejarem o título de Rabi porque havia apenas um verdadeiro Mestre, o Cristo. Ele lembrou que todos eles eram irmãos e que a busca por tal honraria não fazia sentido, dado que o único grande Rabi já estava entre eles (Mt 23.8).

2. OS MÉTODOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE CRISTO

2.1. Discursos
  Jesus frequentemente usava este recurso para ensinar. Nos Evangelhos, há cerca de 60 discursos do Mestre incomparável: Mateus menciona que Ele viajava por várias regiões, pregando e ensinando (Mt 4.23; 9.35). Um exemplo notável é o Sermão da Montanha (Mt 5-7). Suas mensagens confrontavam as tradições religiosas e ofereciam novas perspectivas, que convidavam a uma mudança profunda de comportamento.

2.2. Inquirições
  Este método, adotado por filósofos na Grécia Antiga, acompanhou Jesus durante todo o Seu ministério. O Rabi da Galileia utilizava-o para envolver Seus ouvintes, incentivando-os a refletir e buscar uma compreensão mais profunda sobre o tema que Ele desejava compartilhar, como, por exemplo, ao questioná-los sobre a identidade do Filho do Homem (Mt 16.13-15; Mc 8.27-30).
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  As perguntas que Jesus fazia não tinham como objetivo obter respostas apenas, mas desafiar o pensamento e despertar consciências.
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2.3. Debates
  Durante Seu ministério terreno, Jesus travou grandes debates com fariseus, escribas e outros grupos religiosos, os quais buscavam testá-lo, confrontando-o com temas variados. Embora esses debates fossem frequentes, o Rabi da Galileia sempre respondia de forma incisiva, deixando Seus opositores sem argumentos.
  Destaca-se, neste caso, uma série de debates no Templo, na última semana da vida de Jesus, nos quais representantes religiosos tentaram colocá-lo em situações embaraçosas. Um exemplo notável foi registrado no terceiro Evangelho. Quando o questionaram sobre o pagamento de tributos a César, Ele respondeu de forma sábia: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus (Lc 20.19-26). No entanto, é importante ressaltar que nem todos os debates eram hostis; alguns, como o de Nicodemos (Jo 3) e o da mulher samaritana (Jo 4), eram motivados pela busca sincera da verdade, resultando em conversões.

2.4. Dramatização
  A dramatização consiste na reprodução de um fato histórico, de uma cena do cotidiano ou de uma obra escrita. Dois grandes exemplos de dramatização, utilizados por Jesus, são a ceia do Senhor e o batismo, as duas ordenanças da Igreja.
  O Rabi da Galileia também realizou diversas atividades dramáticas, como Sua entrada triunfal Jerusalém (Mt 21.7- 13); a expulsão dos comerciantes do Templo (Mc 11.15,16); e a lavagem dos pés dos discípulos (Jo 13.3-7). Essas ações dramáticas transmitiram lições poderosas, como humildade e serviço ao próximo, especialmente destacadas na cena da lavagem dos pés.

3. JESUS, O MESTRE EXTRAORDINÁRIO

3.1. As fontes de consulta do Mestre dos mestres 
  Jesus baseava Seus ensinamentos em três fontes principais: nas Escrituras Sagradas, no mundo ao Seu redor (a natureza) e nos fatos do cotidiano. Ele frequentemente citava a Escritura, aplicando o Antigo Testamento a situações específicas com propriedade. Além disso, Suas observações sobre a natureza e os acontecimentos do dia a dia proporcionavam lições memoráveis, comparações notáveis e ilustrações eficazes.

3.2. O uso de figuras de linguagem
  O Mestre era extremamente criativo ao comunicar Sua mensagem, fato que se comprova nas muitas figuras de linguagem empregadas em Suas falas. Neste tópico, serão destacadas três delas: metáfora, símile e parábola.

3.2.1. Metáforas
  A metáfora é uma figura de linguagem que compara elementos diferentes, mas com uma semelhança essencial. Jesus usou metáforas para ensinar, como quando disse aos Seus seguidores que eles eram o sal da terra (Mt 5.13), destacando o papel da Igreja em preservar o mundo da corrupção moral e espiritual.
  O Mestre também fez referências a si mesmo usando metáforas, como quando afirmou que Ele é o pão da vida (Jo 6.48), o bom pastor (Jo 10.11) e a porta (Jo 10.9), ilustrando aspectos de Sua natureza e missão. Cada metáfora revela um aspecto específico de Seu ensinamento e identidade.

3.2.2. Símiles
  O símile é uma figura de linguagem que compara elementos diferentes usando determinadas palavras e/ou expressões - p. ex.: como, assim como, do mesmo modo que etc. Pode-se dizer que enquanto o símile faz uma comparação, a metáfora faz uma representação direta de um objeto ou pessoa. 
  Quando Jesus enviou 70 discípulos para pregarem o evangelho, Ele os comparou a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Essa afirmação caracteriza um símile, pois estabelece uma comparação entre dois termos de sentidos diferentes ligados pela palavra "como".

3.2.3. Parábolas
  A palavra parábola tem origem no grego (para = "ao lado; junto a" + ballein = "lançar"), indicando uma comparação entre duas realidades para ilustrar uma verdade moral ou espiritual.
  Jesus usava parábolas para provocar reflexão, levando Seus ouvintes à ponderação. Ele as utilizava para destacar verdades espirituais, rebater críticas e chamar a atenção das pessoas. Por exemplo, após ser criticado por permitir que uma pecadora lhe ungisse os pés, Jesus propôs a "parábola dos dois devedores" (Lc 7.41-43). Outras, no entanto, tinham propósitos específicos, como ensinar sobre a importância da oração contínua (Lc 18.1), ou alertar os fariseus sobre a confiança em sua própria justiça (Lc 18.9).

4. OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO ENSINO DE CRISTO

4.1. Ele ensinava como quem tem autoridade 
  Na época de Jesus, os escribas e fariseus eram admirados por sua vasta compreensão das Escrituras Hebraicas. Contudo, sua ênfase na tradição e em formalidades externas obscurecia o verdadeiro significado da Lei.
  Escribas e fariseus baseavam sua interpretação principalmente nos ensinamentos de rabinos anteriores, isto é, eles não possuíam autoridade intrínseca. Em contraste, Jesus ensinava com um poder que emanava dele mesmo, não se limitando a tradições religiosas. Seu ensino causava admiração, porque Ele falava com genuína autoridade (Mt 7.29).

4.2. Abordagem pessoal
  Jesus não se isolava do povo; antes, buscava manter com todas as pessoas um contato pessoal, demonstrando Sua acessibilidade e compaixão. Apesar das multidões que o rodeavam, Ele acolhia aqueles e aquelas que o procuravam. Ele tanto recebeu Nicodemos à noite (Jo 3) como fez questão de interromper Sua caminhada para curar um cego (Mc 10.46- 52), por exemplo.

4.3. Combate às tradições religiosas
  Jesus repreendeu os líderes religiosos de Sua época devido à sua hipocrisia e falta de compreensão espiritual. Ele enfatizava que o verdadeiro serviço a Deus não se limitava a rituais exteriores; antes demandava uma transformação interna
  O Mestre confrontava o legalismo que tolhia a verdadeira essência da fé judaica, destacando que Deus valoriza a misericórdia sobre os sacrifícios. Sua mensagem desafiava os líderes, ressaltando que Ele veio para oferecer salvação aos pecadores, não aos autoproclamados justos (Mt 9.13).

4.4. Chamado à transformação interior
  A Lei primava pelas formalidades externas, mas Jesus desafiou as tradições religiosas ao propor uma nova forma de relacionamento com Deus. Ele ensinava que a verdadeira transformação começa no interior de uma pessoa, pois é do coração que procedem maus pensamentos, assassinatos, adultérios, imoralidades sexuais, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias (Mt 15.19). Por isso, o Mestre enfatizava a necessidade de um coração e uma mente renovados, exortando o povo a abandonar o pecado e a seguir o Senhor de todo o coração.

CONCLUSÃO
  Os métodos didáticos e a comunicação de Jesus fizeram dele um Rabi incomparável, cujos ensinos revolucionaram Sua nação, Seu tempo e a História. Aqueles que ouviram Seus ensinamentos pessoalmente conheceram verdades celestiais de forma única.
  O Mestre se preocupou em transmitir-nos o evangelho, revelando verdades profundas com autoridade e simplicidade. Seus ensinos são universais, isto é, aplicam-se a todos os homens em qualquer tempo. Como registrado por um de seus apóstolos, nunca homem algum falou assim como este homem (Jo 7.46).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Quais foram os métodos de ensino mais utilizados por Jesus? 

R.: Discursos, Inquirições, debates e dramatizações.

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