Não Adulterarás: Uma obrigação Moral para a Santidade e a Preservação da Família
24 de Novembro de 2024
TEXTO ÁUREO
“Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mateus 5.28
VERDADE APLICADA
O sétimo mandamento trata da santidade e da fidelidade entre os cônjuges. Ele visa proteger a sagrada instituição da família.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar aspectos essenciais do sétimo mandamento.
Expor a abordagem feita por Jesus acerca do adultério.
Explicar o objetivo do sétimo mandamento.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
DEUTERONÔMIO 22
22- Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim tirarás o mal de Israel.
23- Quando houver moça virgem, desposada com algum homem, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela.
24- Então trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis com pedras, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim, tirarás o mal do meio de ti.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Êx 20.14 Não adulterarás.
TERÇA | MI 2.10-17 O divórcio é ilícito.
QUARTA | 1Co 6.16 Relação conjugal fora do casamento é pecado.
QUINTA | 1Ts 5.22 É preciso abster-se da aparência do mal.
SEXTA | Hb 13.4 Digno de honra entre todos seja o matrimônio.
SÁBADO | Tg 1.14-15 Atraídos e engodados por nossa cobiça.
HINOS SUGERIDOS: 334, 363, 432
A MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore pela santidade no seu lar.
INTRODUÇÃO
A banalização do casamento tem sido cada vez mais notória na sociedade, tentando dizer que a infidelidade conjugal é uma prática normal. No entanto, a Bíblia nos ensina que o adultério é um pecado repudiado por Deus [Êx 20.14].
PONTO DE PARTIDA: A infidelidade conjugal é uma afronta a Deus.
1- Aspectos do sétimo mandamento
O sétimo mandamento diz respeito à preservação e estabilidade da instituição familiar e, por extensão, da sociedade humana em geral, pois trata da santidade e da fidelidade entre os cônjuges.
1.1. Uma definição de adultério.
Adulterar basicamente significa alterar a pureza ou a natureza de algo. Leite adulterado, por exemplo, é o excesso de água nele com a intenção de aumentar seu volume, mas diminuir sua qualidade. Adultério é falsificar algo original. Quando falamos do ponto de vista espiritual, temos o adultério que altera a pureza da doutrina, disfarça a mentira com versículos bíblicos retirados de seu contexto e dá um ar de autoridade à falsidade [2Co 4.2; 1Pe 2.2]. Falando em casamento, o adultério é uma profanação da santidade do vínculo matrimonial quando um dos cônjuges, homem ou mulher, mantém relações sexuais com alguém que não é seu parceiro oficial [Hb 13.4]. Diante da escalada da devassidão moral e a desconstrução de muitos valores pela sociedade, continua sendo relevante termos diante de nós esse mandamento.
Professor(a): A infidelidade conjugal é uma das principais causas de processos judiciais e divórcios. Ela provocou a ruptura do núcleo familiar que constitui a pedra fundamental da sociedade. A devassidão sexual trouxe desonra a Deus e convulsionou as sociedades devido aos lares desintegrados que deixa em seu rastro [Ef 5.5; 1Tm 1.10]. Também não podemos esquecer as doenças venéreas que a promiscuidade sexual traz consigo, em suma, a violação do sétimo mandamento é uma afronta a Deus e tem consequências a nível individual, familiar e social.
1.2. A natureza do mandamento.
Havia um grande contraste entre Israel e as demais nações com a forma de como a questão do adultério era abordada. Nas civilizações orientais da época, não era novidade punir o adultério com a morte, para Israel sim. Quando duas pessoas eram encontradas em ato de adultério, se a mulher fosse casada, apenas a mulher era condenada à morte, pois a mulher era considerada propriedade do marido. Ao homem era geralmente imposto outros tipos de penalidades. Enquanto isso, em Israel, se duas pessoas fossem encontradas em ato de adultério, ambos morriam [Lv 20.10; Ez 16.38-40]. Ambos deveriam ser apedrejados até a morte pela população. Não porque a mulher ou o homem tinha um sentimento de pertencimento ao seu cônjuge, mas porque o ato de adultério era uma séria afronta a Deus, porque Ele havia constituído a estrutura do casamento [Gn 2.24].
Professor(a): O adultério era considerado também uma ofensa para toda a sociedade israelita, porque tinha uma relação de pacto com Deus, e se um de seus membros quebrasse a aliança, expunha toda a nação ao julgamento de Deus, então a própria população tinha que lidar com o assunto com urgência e severidade. A instituição do casamento era considerada santa e pura por causa de quem a originou, Deus [Gn 2.24].
1.3. A punição do mandamento.
Mesmo numa sociedade patriarcal onde a poligamia era costumeira, contrariamente ao plano original de Deus, tanto os homens quanto as mulheres tinham de compreender que havia limites muito marcados no que se refere ao respeito que se devia ter nas relações conjugais, mesmo quando um homem tomava mais do que uma esposa. Com isso, se controlava a promiscuidade sexual. Os relacionamentos só eram permitidos no contexto do casamento. Para a maioria das culturas era por razão do sentido de propriedade do homem sobre a mulher. No caso de Israel, foi por causa da aliança estabelecida por Deus com eles [Lv 20.10]. Se um homem cometesse adultério com a esposa de seu próximo, o adúltero e a adúltera inevitavelmente seriam mortos. Sendo uma ação que violasse uma das condições do pacto, Deus e o povo responsabilizavam ambas as partes, ambas deveriam morrer dessa maneira para erradicar a perversão dentro da nação [Dt 22.21-22].
Professor(a): O sétimo mandamento não proíbe apenas o adultério, mas toda a forma de imoralidade sexual. A fornicação (gr. porneia), a relação sexual mantida em um relacionamento fora do compromisso de casamento (sexo pré-conjugal), também é uma violação do mandamento. A intimidade sexual é proibida até que o casal esteja casado. Toda relação conjugal fora do casamento é pecado [1Co 6.16].
EU ENSINEI QUE:
O sétimo mandamento trata da santidade e da fidelidade entre os cônjuges.
2- A abordagem de Jesus acerca do adultério
Da mesma forma que o assassinato nasceu como produto das intenções do coração, Cristo também considerou o adultério como uma intenção claramente perversa do coração que, quando alimentada, leva à própria ação [Mt 15.18].
2.1. O adultério não acontece por acaso.
A Bíblia nos ensina que somos atraídos e engodados por nossa própria cobiça [Tg 1.14-15]. Jesus amplia o mandamento ao afirmar que ao haver o desejo de cobiça no coração, o adultério já aconteceu [Mt 5.28]. A ação do adultério surge primeiro no seio de um coração adúltero, coração que cobiça a mulher alheia, motivado e estimulado por desejos carnais desenfreados e que anulam sua capacidade de discernir o bem do mal. Aqui o Senhor usa uma linguagem figurada para ilustrar a seriedade do pecado do adultério. Renunciar ao adultério ao nível da carne é doloroso porque implica abrir mão do que produz prazer e satisfação, mas o Senhor fala claramente que esse comportamento e tudo o que o estimula deve ser erradicado com urgência como se um membro do corpo fosse arrancado [Mt 5.29-30].
Professor(a): Jesus fala de alguém que olha para uma mulher com cobiça, como um ato planejado, não de modo acidental. Fala de alguém impuro, cujo propósito de alimentar seu apetite sexual interior, como um substituto para o ato sexual em si. Ele deixa claro que aos olhos de Deus é culpado tanto o que comete o ato proibido, quanto o que abriga o desejo de cometê-lo em seu coração. A forma correta de lidar com o pecado é de maneira rápida e decisiva, removendo-o imediatamente de nossos pensamentos [1Ts 5.22].
2.2. A unidade do casamento.
O Novo Testamento define o casamento como uma representação de nossa relação com Jesus Cristo [Ef 5.32]. A união entre marido e mulher exemplifica a união entre Cristo e a Igreja. Essa definição nos ajuda a entender que para nós todo o ato de imoralidade sexual é um tipo de profanação espiritual e um atentado contra o Filho de Deus. Paulo chega a afirmar que cada relação sexual ilícita é um casamento. O corpo não é para a prostituição [1 Co 6.13-20]. Para o cristão, unir-se sexualmente com alguém que não é seu cônjuge é violar a santidade de sua união com Jesus Cristo. Somos alertados a fugir da prostituição. Uma vez que nosso corpo foi comprado por Cristo e se tornou uma moradia para o Espírito Santo, além de desonrar nosso cônjuge, afetamos diretamente nossa comunhão com o Deus Trino.
Professor(a): Como cristãos devemos nos afastar de qualquer coisa que ponha em risco a santidade e a pureza de nossos casamentos. Esta instituição é santa, pura e é uma extensão do que representa a fidelidade e o amor de Deus. O vínculo matrimonial é também uma representação da unidade de Cristo com a Igreja, uma unidade selada pelo sacrifício, como o amor que todo homem deve ter por sua companheira: um amor sacrificial [Ef 5.25].
2.3. Zelando pelo Matrimônio.
Deus criou o casamento e o sacramentou para que a união não fosse somente de pensamentos, mas também de corpos. A Bíblia Sagrada refere-se a essa união como coabitar, ou seja, a convivência harmoniosa entre o casal, especialmente no relacionamento íntimo conjugal, sendo uma bênção para o casamento e dignificado por Deus: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito conjugal, que deve ser conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros.” [Hb 13.4]. A preservação e conservação do leito conjugal geram grande poder no vínculo matrimonial. Sua importância é tal que, mesmo ao evitar a coabitação, o casal deve fazê-lo em consenso e não prolongar muito esse período de privação [1Co 7.3-5]. A palavra de Deus ensina que um tempo prolongado sem coabitação pode abrir brechas para que Satanás atue. Portanto, a coabitação protege o casamento e é uma obrigação mútua entre marido e mulher [Hb 13.4]. A união física sela o amor entre o casal e fortalece a comunhão espiritual. A ideia cristã de casamento se fundamenta nas palavras de Jesus, que afirmam que o homem e a mulher devem ser considerados um único corpo, sem espaço para uma terceira pessoa [Mt 19.6].
Professor(a): Como cristãos devemos nos afastar de qualquer coisa que ponha em risco a santidade e a pureza de nossos casamentos. Esta instituição é santa, pura e é uma extensão do que representa a fidelidade e o amor de Deus. De forma poética, o escritor de Provérbios aconselha o marido a deleitar-se exclusivamente com a esposa [Pv 5.15].
EU ENSINEI QUE:
A união entre marido e mulher exemplifica a união entre Cristo e a Igreja.
3- O objetivo do mandamento
Por ser o sexo uma dádiva do Criador, o relacionamento sexual de acordo com a Palavra de Deus está debaixo da bênção divina, mas, quando este relacionamento afronta o mandamento divino, torna-se um relacionamento prejudicial, principalmente para a comunhão com Deus [Pv 26.2].
3.1. Guardar a santidade do casamento.
Infelizmente, em nossos dias, o adultério tem causado a desintegração de muitas famílias. Ele é uma potente arma que ao longo do tempo tem devastado a estabilidade dos núcleos familiares e, portanto, a estabilidade das sociedades. Na igreja, o adultério acabou com a vida de pastores, pregadores, líderes e até igrejas inteiras. Guardar a santidade do casamento é vital para a sustentação da relação conjugal. Devemos descartar tudo aquilo que ponha em risco a segurança de nossos casamentos. Toda instituição que deriva de Deus tem uma ligação direta com seu caráter, portanto, devemos perceber o matrimônio como santo, puro e fiel.
Professor(a): A família é uma instituição criada por Deus, portanto, desde a sua concepção, ela é pura e divina. Assim, quando um homem e uma mulher decidem se unir pelo vínculo matrimonial, devem perceber a responsabilidade que adquirem de formar uma instituição que não lhes pertence, mas pertence a Deus e deve ser regida pelas regras de seu criador. O sexo só tem a bênção de Deus dentro da segurança de um compromisso santo diante dEle [Sl 89.31-32].
3.2. Guardar a santidade do lar.
Os lares baseados no enfoque bíblico são a unidade básica da sociedade e o baluarte que fortalece as nações. Um lar estável tem um efeito profundo nos filhos. Lares estáveis baseados na Palavra de Deus geralmente (porque há exceções) resultarão em filhos e filhas fortes e entes produtivos e úteis para os propósitos mais elevados de uma sociedade. Filhos que não estão cobertos com a segurança de um lar solidamente constituído, em geral (porque aqui também há exceções) resulta em pessoas inseguras, improdutivas e problemáticas. Os resultados da desintegração dos lares por adultério são tristes e alarmantes. Por esse motivo urge a necessidade de guardarmos a santidade em nossos lares [Jó 11.14- 15; Pv 5.15; Hb 13.4].
Professor(a): Esses são alguns resultados produzidos pelo adultério: mulheres e filhos abandonados. Em muitos casos, crianças à deriva, vivendo com parentes ou em lares adotivos, filhos expostos a todo tipo de abuso, homens criando filhos que não são seus e abandonando seus próprios ou vice-versa, mulheres criando filhos de outros em relacionamentos conflituosos e disfuncionais, homens, mulheres e filhos ressentidos, e com profundos conflitos emocionais.
3.3. Guardar a estabilidade das sociedades.
Famílias fortes produzem cidadãos estáveis e isso fortalece as sociedades [Sl 127; 128]. A sociedade atual tem sido atacada pelo flagelo da perversão sexual, que é consumida em todos os níveis: música, cinema, televisão, leitura etc. Lares com casamentos estáveis e com pais preocupados com a saúde emocional de seus filhos podem orientar mais eficazmente para neutralizar os efeitos dessa perversão [Lc 6.47-48]. Um casamento temente a Deus é um escudo eficaz contra os ataques à consciência e ao pensamento dos filhos. Casas com casamentos fortes geralmente resultam em filhos e filhas com profundas bases morais e bom discernimento para distinguir entre o certo e o errado [Mt 22.29].
Professor(a): A imoralidade chegou ao topo e congestiona as narinas de Deus. O certo para a sociedade vigente é o errado. As leis estão a cada dia dando mais direito à imoralidade e à perversão em vez de combatê-las. A única forma de combater a prática do adultério é com uma visão bíblica da relação conjugal. Para isso, devemos alicerçar nossos lares na rocha. Jesus ensinou que a provação vem para todos, crentes ou não crentes, mas aqueles que se firmam em Suas palavras jamais irão desmoronar [Mt 7.24-27].
EU ENSINEI QUE:
É preciso guardar a santidade em nosso lar.
CONCLUSÃO
Manter a família com princípios e valores cristãos é um desafio na pós-modernidade. Não é só preciso conhecer o que a Bíblia diz, mas também, com o auxílio do Espírito Santo, colocar seus ensinamentos em prática. Desse modo, as contaminações do mundo sobre a família podem ser identificadas e refutadas [Mt 7.24].
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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