As Vestes Sacerdotais: Símbolo de Preparação para a Eternidade
__/___/____
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Êxodo 29.4-7
4- Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água;
5- depois, tomarás as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode.
6- E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra;
7- e tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás.
Apocalipse 7.9,13,14
9- Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos.
13- E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram?
14 - E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
TEXTO ÁUREO
Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.
Eclesiastes 9.8
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Apocalipse 20.4-6
Esta é a primeira ressurreição
3ª feira - 1 Pedro 1.13-16
Sede santos, porque eu sou santo
4ª feira - 1 Coríntios 12.4-11
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo
5ª feira - Marcos 10.46-52
Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
6ª feira - Isaias 61.1-3
O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim
Sábado - Hebreus 4.14-16
Temos um grande sumo sacerdote, Jesus
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
- entender o significado de manter as vestes espirituais puras e irrepreensíveis;
- compreender que somente por meio do sangue de jesus é possível alcançar a verdadeira purificação dos pecados;
- reconhecer o nosso papel como sacerdotes espirituais, zelando pela integridade e pureza das nossas vestes diante de Deus.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Como líder exemplar, você compreende que a liderança espiritual se fundamenta na confiança em Deus, pois isto fortalece e solidifica nossa própria autoconfiança. A relação de dependência com o Altíssimo é essencial para alcançarmos resultados efetivos.
Assim, para se afirmar como um verdadeiro líder, é vital manter um vínculo pessoal com o Senhor por intermédio de jesus Cristo, autor e consumador da nossa fé. Ele é a fonte de nosso sustento e expande nossa visão, guiando-nos pelo caminho seguro em direção aos nossos objetivos.
Excelente aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Quando Adão e Eva pecaram, viram que estavam nus 'e Costuraram aventais com folhas de figueira para se vestirem (Gn 3.7). Deus, no entanto, os revestiu com uma túnica feita, da pele de um animal sacrificado (Gn 3.21). Esse ato já pre-figurava que somente a morte e o derramamento de sangue seriam capazes de cobrir o pecado (Hb 9.22).
As vestes sacerdotais, nesse contexto, simbolizam a pureza necessária para ministrar diante do Altíssimo, refletindo Cristo como o sumo sacerdote que cobre os crentes com a Sua justiça (Hb 7.25; 9.11,12).
1. AS VESTES SACERDOTAIS: SÍMBOLOS DE SANTIDADE E SERVIÇO
1.1. A importância das vestes sagradas
Arão e seus filhos foram separados por Deus para o sacerdócio, vivendo em um plano espiritual elevado como representantes legítimos de Jeová. Como símbolo de sua santificação, vestiam trajes santos, ornamentos de glória e beleza, que refletiam a santidade divina (Êx 28.2,3). Essas vestes apontavam para Cristo, o sumo sacerdote que intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25), e evidenciam o caráter do Pai, que deve ser imitado por Seus filhos (Ap 19.8).
1.2. As vestes do sumo sacerdote
As vestes do sumo sacerdote eram repletas de simbolismo, representando não apenas a santidade e a responsabilidade do seu ofício, mas também aspectos importantes da relação entre Deus e Seu povo. Cada peça carregava um significado que apontava para a intercessão e o papel redentor de Cristo.
1.2.1. A túnica branca
A túnica de linho branco, usada pelo sumo sacerdote após o ritual de purificação, simboliza a justiça dos crentes.
Cobrindo os braços e as pernas, essa veste, além do calção de linho (Êx 28.4; 39.27,28), representava a pureza exigida por Deus. Tanto o sumo sacerdote quanto os demais sacerdotes usavam-na, refletindo que a verdadeira justiça só pode ser alcançada ao nos revestirmos da pureza de Cristo.
1.2.2. O manto do éfode
Sobre a túnica, o sumo sacerdote vestia o manto do éfode, feito de tecido azul e sem mangas, com romãs bordadas em azul, púrpura e carmesim, e campainhas de ouro nas orlas (Êx 39.22-26). As campainhas soavam enquanto o sacerdote se movia no Santuário, permitindo ao povo acompanhar com reverência seus atos diante de Deus. O silêncio dessas campainhas indicaria sua morte (Êx 28.31-35).
______________________________
O éfode com suas cores correspondentes ao Véu, à Porta do Santuário e à Porta do Pátio —, simboliza Cristo em Seu papel de Mediador (Êx 26.31,36; 27.16; 28.5,6). Assim como o éfode era usado pelo sumo sacerdote para interceder pelo povo, jesus, nosso sumo sacerdote, intercede por nós junto ao Paí, carregando sobre Si as nossas necessidades (Hb 4.14-16; 7.25; 8.1,2).
______________________________
1.2.3. O éfode e as pedras de Ônix
O éfode (hb. אֵפוֹד [ephod] = “cobertura”) era semelhante a um avental, feito de linho fino entremeado com fios de ouro, azul, púrpura e escarlata, sendo uma obra esmerada (Êx 28.6). Ele era preso por suspensórios e ouro nos ombros e cingido por um cinto trabalhado do mesmo material.
Nos ombros, "duas pedras de ônix fixadas e ouro, com os nomes das doze tribos de Israel gravados nelas. Cada vez que O Sumo sacerdote entrava no Lugar Santo, carregava simbolicamente O povo de Deus sobre seus ombros diante do Senhor (Êx 28.5-14; 39.2-7).
1.3. O peitoral do juízo e o ministério da intercessão
O éfode sustentava sobre o peito uma bolsa quadrada, conhecida como peitoral do juízo (Êx 28.30), feita do mesmo material do éfode. Ela era presa por correntes douradas nos olhais de ouro das ombreiras e amarrada ao cinto com um cordão de pano azul (Êx 28.15-30).
1.3.1. As doze pedras do peitoral
O peitoral possuía quatro fileiras com três pedras preciosas, cada uma representando uma tribo de Israel (Êx 28.17-21). Essas pedras estavam continuamente diante do Senhor, assim como os fundamentos da Nova Jerusalém são descritos com pedras semelhantes em Apocalipse 21.19,20.
As pedras simbolizam a Igreja, a propriedade peculiar de Deus (Êx 19.5), na qual cada membro é conhecido pelo nome. As diferentes pedras refletem a diversidade de dons, todos manifestados pelo mesmo Espírito (1 Co 12.411). Assim como o sacerdote carregava o nome das tribos, Cristo intercede por nós diante do Pai (Hb 7.25).
1.3.2. Urim e Tumim
Dentro do peitoral, que funcionava como uma bolsa, estavam duas pedras chamadas Urim (hb. וְתֻמִּ ['ur] = “luzes; luminosidade”) e Tumim (hb. מִּים [tam] = “perfeição; completude; integridade”) (Êx 28.30). Embora sua composição exata seja desconhecida, elas eram usadas pelo sumo sacerdote para consultar a Deus em situações em que a resposta era incerta, buscando-se conhecer Sua santa vontade (Nm 27.21; Dt 33.8; Ed 2.63). Exemplos de seu uso são mencionados nas consultas do rei Saul (1 Sm 28,6) e de Davi (1 Sm 23.9-12; 30.7-8).
1.4. A mitra e a lâmina de ouro
Os sacerdotes usavam uma mitra de linho fino ao redor da cabeça. No caso do sumo sacerdote, havia também uma lâmina de ouro presa por uma tira azul, com a inscrição; Santidade ao Senhor (Êx 28.36-39). Esse detalhe ressaltava a exigência constante de Deus pela santidade de Seus sacerdotes e do Seu povo (Lv 19.2).
A falta de santidade — como no caso de Hofini e Fineias, filhos de Eli — resultava em graves consequências (1 Sm 2.12,13; 4.11). O Senhor requer consagração em todos os nossos atos (Lv 11.45; Hb 12.4; 1 Pe 1.15,16), sem a qual nenhum sacrifício ou serviço pode agradá-lo (Is 1.11-16).
2. VESTES DE TRANSFORMAÇÃO: UM NOVO COMEÇO
Deus não colocou a túnica de pele sobre o avental de folhas de figueira que Adão e Eva haviam feito. Eles precisaram trocar aquelas vestes improvisadas por algo mais significativo, pois suas roupas originais eram insuficientes para cobrir plenamente a consequência do pecado.
2.1. A nova roupa do Filho Pródigo
A nova veste dada ao Filho Pródigo, ao retornar, simboliza mais do que apenas sua aceitação de volta à família; representa a restauração completa e a renovação da sua dignidade (Lc 15.21,22). Da mesma forma, a verdadeira restauração espiritual exige renúncia ao passado de pecado e aceitação da graça transformadora de Deus, que nos reveste com uma nova identidade e renova nossa posição como filhos.
2.2. À capa de Bartimeu
Ao ouvir que Jesus passava, Bartimeu, o cego pedinte, começou a clamar: Filho de Davi, tem misericórdia de mim (Mc 10.46-52)! Embora tentassem silenciá-lo, ele perseverou em seu clamor por compaixão. Em resposta, Cristo O chamou, e Bartimeu, cheio de esperança, lançou fora sua capa desvalida, simbolizando a libertação das antigas limitações. Ao levantar-se e ir ao encontro do Salvador, ele recebeu a cura e sua vida foi transformada. As palavras do Mestre — Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama — revelam o poder da fé perseverante e da graça restauradora.
2.3. O sacerdote de vestes sujas
O sacerdote, trajado com vestes sujas em uma das visões de Zacarias, foi purificado por Deus, demonstrando e a renovação espiritual chega por meio do arrependimento e da santificação.
Apesar de Satanás tentar impedir seu ministério, o Senhor repreendeu o mal e o revestiu com roupas limpas, dizendo: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade e te vestirei de vestes novas (Zc 3.1-7), em uma clara evidência da restauração pela graça divina.
2.4. O remendo novo nas vestes velhas
Jesus usou a ilustração de um pano novo sendo costurado sobre uma veste velha para demonstrar que a combinação entre o novo e o velho provoca danos maiores, pois o remendo rompe o tecido, amplificando o estrago (Mt 9.16; Mc 2.21). Isso nos ensina que a transformação espiritual requer uma completa renovação em Cristo. Ao nascer de novo, devemos despir-nos das antigas roupagens e cobrir-nos das vestes do Salvador, vivendo em novidade de vida (Ap 5.1).
3. VESTES DE VITÓRIA E SANTIDADE: A PREPARAÇÃO PARA A ETERNIDADE
Ao serem libertados, os cativos abandonavam suas roupas rasgadas e trapos de prisioneiros, simbolizando a transição para uma nova vida. Da mesma forma, o crente, ao ficar livre do pecado, deve revestir-se de vestes santas, preparando-se para a eternidade.
3.1. Vestes de libertação: da prisão à liberdade
Assim como José precisou trocar suas vestes ao ser libertado do calabouço para apresentar-se diante de Faraó (Gn 41.14), e o rei Joaquim teve suas vestes de prisão trocadas após 37 anos de cativeiro na Babilônia (2 Rs 25.2730), a libertação espiritual exige que abandonemos os trapos do passado e nos revistamos de uma nova identidade em Cristo. Essas mudanças indicam a transformação que ocorre quando somos libertos do pecado e recebemos a nova vida que Ele oferece.
3.2. Vestes de alegria: o manto da salvação
O Senhor substitui o espírito de angústia por vestes de louvor. Nossos trajes de pecado e sofrimento são substituídos por vestes de salvação e por um manto de justiça (Is 61.3,10), os quais representam a restauração completa que Ele promove.
A obra de salvação transforma nosso estado espiritual. O Filho de Deus foi ungido e enviado para libertar todos os cativos e oprimidos (Lc 4.18,19).
3.3. Vestes de pureza: o chamado à santidade
As vestes brancas no texto sagrado simbolizam os atos de justiça realizados pelo poder do Espírito Santo (Ap 19.8). Somos chamados a conservá-las espiritualmente puras, revestindo-nos de Cristo e de Sua luz (Rm 13.12-14), O sábio, ainda na antiga aliança, destaca a necessidade de mantê-las sempre alvas (Ec 9.8). João, fazendo a profeta Isaías (Is 1.18), nos revela que somente o sangue de Jesus pode remover as manchas do pecado, tornando-as brancas como a neve (Ap 7.9,13-14).
3.4. Vestes para a batalha espiritual
Na luta contra o mal, o crente deve vestir-se da armadura de Deus — conforme descrita em Efésios 6.10-18 —, que lhe garante a vitória espiritual. Essa armadura inclui seis elementos: a verdade, que cinge os lombos; a justiça, como couraça; o evangelho da paz, que calça nossos pés para anunciar as boas novas; a fé, como escudo contra os ataques do inimigo; a salvação, como capacete que protege a nossa mente; e a Palavra de Deus, a espada poderosa para avançar contra o mal.
3.5. Vestes para as bodas do Cordeiro: a preparação final
A Igreja se prepara para o mais importante evento de sua existência: as bodas do Cordeiro (Ap 19.7,8). Como a noiva que se preparou para o dia do casamento (Mt 25.113), é essencial estarmos prontos para a chegada do Noivo Celestial, sem nos descuidarmos, como a noiva do Livro de Cantares, que perdeu a oportunidade de encontrar o seu amado por não estar preparada (Ct 5.3-6).
CONCLUSÃO
As vestes, ao longo das Escrituras, simbolizam transformação, santidade e preparo espiritual. Da túnica de pele para Adão à veste do Filho Pródigo, somos chamados a abandonar o velho e nos revestir de Cristo. Por meio da justiça, pureza € vitória, preparamo-nos para o encontro final com o Noivo nas bodas do Cordeiro.
Que, trajados com essas vestes espirituais, possamos viver em fidelidade e serviço até o grande dia do Senhor (Jl 2.31).
1. Qual o significado de Urim e Tumim?
R.: Urim = “luzes; luminosidade”; Tumim É “perfeição; completude; integridade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários estão liberados, dessa forma o seu comentário será publicado direto no CLUBE DA TEOLOGIA.
Porém se ele for abusivo ou usar palavras de baixo calão será removido.