2.2. Jovem, não abra mão do Espírito Santo
Certamente, uma das petições mais marcantes da vida de Davi está no Salmo 51. Ele não queria ser rejeitado por Deus devido às suas iniquidades. Após reconhecer o seu erro, em seu adultério com Bate-Seba, Davi ficou com medo de que o Espirito Santo se retirasse dele (S1 51.11). Ele entendia que é possível que o nosso pecado “entristeça o Espírito Santo” (Ef 4.30). Não é difícil enxergar que Davi estava apavorado com a ideia de perder Aquele que o fez ser tão íntimo de Deus: O Espirito Santo. Lemos que, no dia em que Samuel ungiu a cabeça de Davi diante de todos da sua casa, o Espírito Santo havia se apoderado dele (1Sm 16.13). Davi aponta nesse Salmo, a possibilidade de a pessoa perder a presença do Espírito Santo, esse pedido de Davi é um tiro contra a ideia calvinista de que o Espírito não se retira da pessoa e ela possa assim perder a sua salvação. Davi está mostrando que havia a possibilidade da perda do Espírito:
"Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.", Salmos 51.11
Davi, na sua mocidade, havia experimentado o que é ser cheio do Espírito Santo:
"Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá.", 1 Samuel 16.13
Sendo cheio do Espírito, Davi passou a escrever os Salmos, a lutar contra ursos e leões, e inclusive a tanger a sua harpa para expulsar o espírito que atormentava a vida de Saul.
"E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele.", 1 Samuel 16.23
A expressão "da parte de Deus", significa que o espírito vinha por permissão de Deus.
Mais referências utilizadas neste subtópico:
"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.", Efésios 4.30
3. A NECESSIDADE DO ARREPENDIMENTO
O Salmo 32, de autoria de Davi, inicia declarando que é feliz aquele que tem a seu pecado perdoado (Sl 32.1). Por seu pecado, Davi colheu o fruto dos seus erros (2Sm 12.9-12). Sua consciência estava desassossegada (Sl 32.3). Até que ele reconheceu o seu pecado e alcançou a misericórdia divina (2Sm 12.13).
3.1. O arrependimento é necessário
O arrependimento é uma mudança de coração e mente que nos aproxima de Deus, ele nos conduz a uma tristeza profunda ocasionada pela violação das Leis divinas. No livro dos Salmos, vemos que o ato do arrependimento é uma oração que expressa o desejo de nos redimirmos diante de Deus (Sl 31.10). Os salmistas nos ensinam que estamos perante “um mar da misericórdia divina” e somos livres para mergulhar nesse mar (Sl 136.1-14). Aos jovens é significativo ressaltar que o arrependimento não pode ser algo a ser procrastinado. Sem arrependimento não acontece mudança de vida. Há uma realidade na vida de muitos jovens que deixaram a presença de Deus e se foram atrás dos prazeres do mundo, que é achar que seus pecados não podem ser perdoados, ou achar que jamais conseguirão se firmar na presença de Deus. Mas os Salmos falam o contrário:
"Mas a misericórdia do Senhor é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos;", Salmos 103.17
Com os Salmos se aprende que o Senhor recebe e usa de misericórdia para com o arrependido:
"9 Tem misericórdia de mim, ó Senhor, porque estou angustiado. Consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre.
10 Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem.", Salmos 31.9,10
Procrastinar, significa deixar para depois o que se pode fazer agora, e esse tem sido um mal presente na vida de muitos jovens hoje.
3.2. O arrependimento leva a sorrir novamente
A experiência da ausência de confissão do pecado, levou Davi a sentir amargura pela vida (Sl 32.4). Seu pecado fez com que envelhecessem os seus ossos todos os dias. Davi nos diz que, enquanto não confessou o seu pecado, ele se cansava, chorando o dia inteiro (Sl 32.3). Diante de tais circunstâncias, Davi decidiu confessar toda a sua maldade e o Senhor perdoou todos os seus pecados (Sl 32.5). É inconteste notarmos que muitos vivem infelizes por não admitirem seus pecados, o que os impossibilita de voltarem a sorrir (Tg 5.16). Não podemos deixar de lembrar aos jovens que a falta de alegria pela vida tem levado muitos ao suicídio (Mt 27.4,5). O arrependimento e a confissão não são fáceis de se alcançar, e alguns só se arrependem após serem descobertos, como foi o caso de Davi. No entanto, o conselho é que o pecador se liberte do peso da culpa confessando o seu pecado, veja a referência no Salmo:
"3 Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia.
4 Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. (Selá.)
5 Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. (Selá.)", Salmos 32.3-5
Quando um jovem está muito calado, triste e evitando a interação com o grupo na igreja, provavelmente está com algum peso de culpa sobre os ombros.
"Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração do justo pode muito em seus efeitos.", Tiago 5.16
Há um número grande de jovens que tentam o suicídio por causa do peso da culpa, pois perdem a esperança de consertarem a situação e acreditam que tudo está perdido, veja o que aconteceu com Judas:
"3 Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos,
4 Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.
5 E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se.", Mateus 27.3,5
Judas tentou consertar as coisas, mas ao ver que era tarde demais, deixou a culpa o consumir e se enforcou. Por isso, se algum irmão perceber algum jovem da igreja local, meio triste, deve tentar se aproximar para ver o que está acontecendo e se pode ajudar de alguma forma.
SUBSÍDIO PARA O EDUCADOR
Se para um pecador penitente o arrependimento traz alívio (Sl 51.12), para Deus há uma verdadeira festa (Lc 15.7). [...] O processo do arrependimento trouxe ao salmista a alegria tão desejada para a sua alma: “Torna a dar-me a alegria da tua salvação [...]” (Sl 51.12a). Essa alegria vem de Deus para o homem: manifestando-se através de Sua graça redentora (Sl 30.5,11). [...] O arrependimento faz parte do processo divino para alcançar o homem caído. Deus ajuda o homem nesse processo, mas a decisão final é nossa. É necessário, pois, que estejamos sempre abertos à voz do Espírito Santo, que nos ajuda na compreensão desses propósitos para nossa vida, e que aceitemos suas repreensões quando nos convence de nossos pecados. Ao nos arrepender, desfrutamos e alcançamos a comunhão com o nosso Criador. Fonte: (Bispo Samuel Ferreira. Revista Betel Dominical 3º Trimestre de 2002).
CONCLUSÃO
A vida de Davi nos faz ver que a misericórdia divina sempre acompanhará os que verdadeiramente se arrependem. O sábio deixou escrito que: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”, Pv 28.13.
Complementando
O arrependimento está atrelado à uma mudança de mente e atitudes. Encontramos dois tipos de arrependimentos: A) Atrição - ocorre lamentação diante do castigo pelo pecado, mas é vazia e não há mudança. B) Contrição - sentimento de arrependimento, reconhecimento e afastamento do pecado.
Eu ensinei que:
Assim como Davi, da mesma forma não podemos pecar contra Deus, pois o pecado resulta em conse- quências catastróficas. No entanto, se pecarmos contra o Senhor, devemos suplicar por Sua misericórdia, que é abundante.
Muito Bom! Obrigado Pastor, por compartilhar conosco o seu conhecimento! Deus abençoe!
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