MOMENTO DE ORAÇÃO
Ore para que a Igreja busque incessantemente o fortalecimento espiritual através da oração.
LEITURA SEMANAL
Seg Sl 4.3 O Senhor nos ouve quando chamamos.
Ter Sl 65.2 O Senhor ouve a nossa oração.
Qua Sl 66.18 Devemos confessar o nosso pecado em oração.
Qui Sl 145.18 Perto está o Senhor de todos os que O invocam.
Sex Sl 18.6 Na hora da angústia, clame a Deus.
Sáb Sl 37.7 Descanse no Senhor e aguarde por Ele com paciência.
INTRODUÇÃO
Professor(a), nesta lição vamos ver como a meditação nos Salmos ajuda a despertar o interesse e o prazer dos cristãos pela vida de oração e de intimidade com Deus. Uma curiosidade, é que os Salmos são, na verdade, orações expressadas em forma de louvores.
Uma das principais características da literatura do livro dos Salmos é o clamor por parte dos salmistas (Sl 4.1). A rigor, são diversos teólogos que corroboram com a ideia de que o clamor sempre fez parte da história do povo de Deus (Sl 18.6). É normal imaginarmos que o clamor sempre fez parte da história do judaísmo, pois ele nasce de uma necessidade humana, desde Abel e Caim, que ofertaram a Deus e depois com Sete que passou a invocar o nome do Senhor, e não há relatos bíblicos de que eles tenham sido orientados a buscar o Senhor. Somente após a aliança da Lei é que o povo passou a ser orientado de como se faria esse clamor. E os Salmos são a melhor expressão do clamor ao Senhor.
"Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face.", Salmos 18.6
Ponto-Chave
“Os ouvidos do Senhor jamais se fecharão ao clamor do Seu povo”.
1. SEDENTOS POR DEUS
O salmista faz menção de um animal sedento para expressar o desespero de sua alma por Deus: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” Sl 42.1. Através deste clamor do salmista, somos incitados pelo próprio Deus, para que possamos entrar num outro plano de comunhão com Ele.
1.1. O anseio por Deus
Deve-se salientar o posicionamento do salmista ao escrever que assim como um cervo sedento anseia por uma corrente de águas frescas em um deserto árido, o salmista descreve que sua alma anela por Deus (Sl 42.1). Percebe-se então, de modo evidente, que este Salmo é um dos que mais nos pode amparar nos períodos de sede de Deus. No Salmo 119.131, o salmista expressa seu anseio por Deus, por meio de um pensamento semelhante quando escreve: “Abri a minha boca e respirei, pois que desejei os teus Mandamentos”. Pelo exposto, percebe-se que o salmista ansiava pela presença de Deus de forma apaixonada. No Salmo 42 podemos ver que o salmista está passando por um momento de grande aperto na alma, que reflete nos seus sentimentos:
"As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?", Salmos 42.3
Um jovem que passa por dificuldades na sua caminhada de fé, encontra neste Salmo um sinal de esperança, pois nele o salmista não afirma que o seu problema foi resolvido, mas declara a sua fé e esperança no socorro divino:
"Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus.", Salmos 42.11
Já no Salmo 119.131, o salmista declara um amor tremendo ao declarar que os mandamentos de Deus são como o ar que ele respira, veja como o salmista afirma isso:
"Abri a minha boca, e respirei, pois que desejei os teus mandamentos.", Salmos 119.131
Outras referências utilizadas neste subtópico:
"Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!", Salmos 42.1
1.2. Um manancial de águas vivas
A perturbação do salmista, exposta no Salmo 42, é vista em seu clamor quando anseia estar na presença de Deus. À oração inicial do salmista indica que a sua inquietação era um fruto direto de uma comunhão longínqua com Deus. Claro está em suas palavras que o salmista expõe não haver dúvidas de que Deus é o único “manancial de águas vivas”: “[...] a mim me deixaram, o manancial de águas vivas”, Jr 2.13. Jovens, quando sentimos sede de Deus, devemos recorrer a este Salmo e meditar nele, para que as nossas forças sejam revigoradas e, assim, o Senhor possa satisfazer a nossa sede por Ele nos tempos mais complexos e áridos da nossa vida. Notamos que o Salmo 42 expressa o sofrimento de alguém que já sentiu a presença de Deus, mas agora havia perdido isso. O servo (ou corça) é um animal que procura água dos canais, rios e nascentes, e assim como a água é uma necessidade diária, tem a presença de Deus em nossa vida, por isso, no dia em que o servo não encontra água, ele brama, ou seja, ele grita ao bando. A mesma expressão de necessidade deve ter aqueles que estão na presença de Deus e por algum motivo começam a perder essa presença.
E note que o salmista não buscava solução para o seu problema, mas apenas a presença de Deus.
Um detalhe interessante, é que quando vemos a expressão "água viva" na Bíblia, ela está se referindo à "água corrente", assim é Deus em nossa vida, como águas correntes, onde tudo se renova o tempo todo.
Outras referências utilizadas neste subtópico:
"Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.", Jeremias 2.13
Refletindo
“No livro dos Salmos, encontramos as respostas de Deus para os nossos problemas, sendo um canal de cura para nossa alma”.
Bispo Abner Ferreira
2. A ORAÇÃO DE UMA ALMA ANGUSTIADA
Quem nunca ficou angustiado em algum momento da vida? Neste momento, a oração é necessária para acalmar o coração e trazer a paz, o alívio e o acolhimento de que necessitamos. No Salmo 77, observamos o salmista expondo sua alma diante do Senhor, abrindo seu coração, e confessando que não aguentava mais ansiar por Ele (Sl 77.2).
2.1. Uma dolorosa amargura
Tomemos como exemplo a ideia-chave de que, no Salmo 77, o salmista Asafe expõe do verso 1 ao 9 uma dolorosa amargura; demonstrando uma baixa autoconfiança, uma terrível dúvida e uma dolorida consternação. O Bispo Abner Ferreira (Salmos: uma referência para a vida de adoração e oração do cristão, Betel, 2020, p.100), nos diz que: "o Salmo 77 relata, em seus versos, diversos sintomas reveladores da angústia sofrida por Asafe". O salmista nos faz entender que esse angustiante e terrível momento de amargura é passível de ocorrer a todos nós e, não podemos esquecer que até mesmo grandes homens de Deus experimentaram em suas vidas momentos de amargura (1Rs 19.4). Ou seja, o Salmo 77 expressa com palavras os sentimentos de dor do salmista, que é comum a todas as pessoas. Vejamos uma análise rápida do que o salmista viveu, expressa nos versos dele:
"2 No dia da minha angústia busquei ao Senhor; a minha mão se estendeu de noite e não cessava; a minha alma recusava ser consolada.
3 Lembrava-me de Deus e me perturbava; queixava-me, e o meu espírito desfalecia. (Selá)
4 Sustentaste os meus olhos vigilantes; estou tão perturbado, que não posso falar.
5 Considerava os dias da antiguidade, os anos dos tempos passados.", Salmos 77.2
- No versículo 2 ele relata uma "tristeza profunda";
- No versículo 3 ele relata sobre "dúvidas que abalavam seu espírito";
- No versículo 4 ele relata uma "dificuldade de orar e clamar a Deus";
- No versículo 5 ele relata uma "concentração do pensamento nas coisas que deram errado no passado";
E o interessante aqui, é que o salmista é um levita de renome no serviço do Templo. Isso demonstra que os problemas internos que esse salmista passou, pode ser vivido por qualquer crente, até mesmo pelos que possuem cargos nas igrejas. Pois o cristão mais fiel, não etá livre das adiversidades, pois elas são parte de um processo de Deus.
Outras referências utilizadas neste subtópico:
"E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.", 1 Reis 19.4
2.2. Uma fé restabelecida
O Salmo 77 revela profunda percepção de que Asafe não concluiu o Salmo com as suas amarguras. Sem dúvidas, é surpreendente observar que ele se recorda dos feitos do Senhor e da Sua misericórdia (Sl 77.14-20). No meio de todo esse redemoinho, nos versos 11 e 12, Asafe deixa de meditar em suas amarguras e passa a meditar nas ações do Criador. Especial destaque ele dá ao lembrar-se dos feitos do Senhor em prol do povo de Israel no episódio em que o Senhor abriu o mar Vermelho (Sl 77.19). Podemos ver que o salmista restabeleceu a sua fé em Deus, a partir do momento em que deixou de olhar suas amarguras e passou a focar nos feitos do Senhor. Asafe aponta a solução que ele encontrou, veja:
"11 Lembrar-me-ei, pois, das obras do Senhor; certamente que me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade.
12 Meditarei também em todas as tuas obras e falarei dos teus feitos.
13 O teu caminho, ó Deus, está no santuário. Que deus é tão grande como o nosso Deus?", Salmos 77.11-13
Ou seja, Asafe passou a se lembrar das grandes obras que Deus fez no passado, e isso o confortou.
Notemos que o salmista está falando de algo que ele viveu no passado, mas que Deus já o havia respondido, veja como ele inicia o Salmo 77:
"Clamei a Deus com a minha voz; a Deus levantei a minha voz, e ele inclinou para mim os ouvidos.", Salmos 77.1
Concluímos que Deus não o deixou sem resposta, e com isso podemos dizer que o Senhor não deixa ninguém sem resposta, porque ainda que Ele tarde, mas a Sua resposta sempre chega. E concluímos também que o conforto que temos está em olhar para as obras de Deus no passado, tanto na história da humanidade como um todo, quanto em nossas próprias experiências.
Outras referências utilizadas neste subtópico:
"Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas, pelas grandes águas; e as tuas pegadas não se conheceram.", Salmos 77.19
3. UMA ORAÇÃO SINCERA
No Salmo 17, Davi suplica pela proteção divina para ouvir a sua voz e protegê-lo dos seus inimigos. Convém observar que, perante o Todo Poderoso, Davi abre o seu coração e pede ao Senhor que escute o seu pedido de ajuda, e ouça a oração que ele faz com sinceridade (Sl 17.1).
3.1. Um jovem de oração
Davi jamais teria sido um homem segundo o coração de Deus se não tivesse sido um homem de oração (At 13.22). Assim como Davi, cada jovem pode ser um servo segundo o coração de Deus. Para isso, é imprescindível entregar o seu coração como oferta ao Senhor (1Cr 28.9). Não foram os atributos físicos de Davi que chamaram a atenção do Senhor, todavia, sim, foi o seu coração de adorador (1Sm 16.7). Davi não orava apenas a Deus, e sim, orava com Deus. C.H. Spurgeon (Esboços Bíblicos de Salmos, Shedd, 2005, p.43), diz que Davi era um mestre da arte sagrada da súplica. Podemos notar que foi um processo de semeadura, pois ele semeou na sua juventude e colheu na sua vida adulta:
"7 Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.", Gálatas 6.7
Davi foi um jovem de oração e adorador, com isso se tornou um homem, valente, de guerra, líder do povo e um grande nome na linhagem do Messias.
Professor(a), pergunte aos jovens o que eles estão semeando hoje? Quais são suas atividades, suas amizades, seus sonhos? Esse é um ponto importante na aula, pois Satanás encontra muita facilidade para tirar jovens da presença do Senhor. Vale a penas dedicar tempo nesta parte da lição, talvez deixar os jovens falar sobra alguma experiência, etc.
Outras referências utilizadas neste subtópico:
"E, quando este foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.", Atos 13.22
"E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o Senhor todos os corações e entende todas as imaginações dos pensamentos; se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre.", 1 Crônicas 28.9
"Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.", 1 Samuel 16.7
3.2. O chamado de Deus à oração
Os Salmos de Davi nos fazem aprender sobre a precisão de buscarmos a Deus em todo o tempo. C.H. Spurgeon (Esboços Bíblicos de Salmos, Shedd, 2005, p.43), diz que Davi recorria a Deus em oração assim como um comandante de navio que acelera a velocidade para chegar ao porto na premência de uma tempestade. Como podemos observar, Davi desde o amanhecer elevava sua voz e falava com Deus (Sl 5.3). Com este relevante exemplo, devemos aprender a orar como Davi (Sl 18.29). Jovens, é imprescindível ter tempo para o Todo-Poderoso e desejar estar com Ele, buscando intimidade por intermédio da Palavra e da oração. Esse subtópico fala de um investimento específico, o tempo, veja:
"Pela manhã, ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã, me apresentarei a ti, e vigiarei.", Salmos 5.3
Enquanto muitos jovens trocam o dia pela noite, e gastam a madrugada em redes sociais, e pela manhã ficam procrastinando na cama, outros jovens que serão adultos de sucesso, tanto na Casa do Senhor, quanto na vida, gastam seu tempo investindo na oração e na comunhão com Deus. Grande parte da indústria do entretenimento, hoje, é voltada para os jovens. Esses entretenimentos são jogos eletrônicos, séries de TV, filmes, redes sociais, etc. Podemos ver nisso as estratégias de Satanás para tirar os jovens da igreja.
Professor(a), informe aos jovens alunos que a vida de oração é como uma guerra, veja como Davi considerava isso:
"Porque contigo entrei pelo meio de um esquadrão e com o meu Deus saltei uma muralha.", Salmos 18.29
SUBSIDIO PARA O EDUCADOR
O livro dos Salmos é um dos mais citados e utilizados nas igrejas evangélicas ainda que de forma parcial, na liturgia e nos devocionais e na pregação propriamente dita. Esta popularidade deve-se ao fato de que muitos Salmos que o compõem sejam a expressão de sentimentos interiores em relação a Deus, o que ajuda também o adorador a se expressar melhor em seus momentos de devoção. Em outras palavras, no geral, os Salmos, em primeira mão e na grande maioria, são compostos por palavras proferidas por homens para Deus e não por palavras de Deus para os homens. Isso dificulta a sua utilização na pregação, onde se espera que Deus fale ao homem, mas facilita na adoração e no louvor durante os cultos, onde se espera que os homens falem a Deus. Fonte: (Renato Gusso. Os Livros Poéticos e os da Sabedoria, AD Santos, 2012, p.45).
CONCLUSÃO
Ao orar nos aproximamos de Deus, fortalecendo assim, a nossa comunhão com o Criador. A oração não pode ser vista como um ritual ou formalidade, mas como necessidade de um coração pulsante pela presença do Pai, como bem relatou o salmista.
Complementando
As Escrituras Sagradas nos ensinam que as orações devem ser dirigidas a Deus (Sl 65.2); em nome de Jesus (Jo 16.24); com fé (Hb 11.6); com coração quebrantado (Sl 62.8); sem vãs repetições (Mt 6.7); em secreto (Mt 6.6) ou em público com os irmãos (Mt 18.19); seguindo o modelo dado por Cristo (Mt 6.5-15).
Eu ensinei que:
Os salmistas, a partir de seus escritos sobre oração, deixaram uma herança incomensurável para os cristãos de todos os tempos e lugares.