Dízimos e ofertas hoje: um compromisso de fé e generosidade no Reino de Deus
29 de Junho de 2025
TEXTO ÁUREO
"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos", Malaquias 3.10
VERDADE APLICADA
O discípulo de Cristo serve ao Senhor também com seus dízimos e ofertas, que expressam amor, gratidão e mordomia, conforme as Escrituras
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Reconhecer as bênçãos que sobrevêm aos dizimistas e ofertantes.
Ressaltar que a entrega do dízimo e das ofertas é um privilégio dos crentes fiéis.
Compreender o propósito dos dízimos e das ofertas.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
MALAQUIAS 3
10. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
11. E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
2 CORÍNTIOS 9
6. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.
7. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Ex 36.6 Ofertando o melhor.
TERÇA | Mt 23.23 Jesus mandou entregar o dízimo.
QUARTA | Gn 28.22 A liberalidade em ofertar.
QUINTA | 2Rs 12.9 Ofertar é um ato de fé.
SEXTA | 2Rs 12.10 A oferta deve ser arrecadada com honestidade.
SÁBADO | Hb 7.2-4 O dízimo de Abraão.
HINOS SUGERIDOS: 5,432, 140
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que não faltem dizimistas e ofertantes para a Obra de Deus.
INTRODUÇÃO
A prática de entregar os dízimos e ofertas vem desde os tempos do AT, sendo mencionada também nos Evangelhos, em Atos e nas Epístolas. Biblicamente, servimos ao Senhor também com os bens e recursos que Ele permite que estejam sob os nossos cuidados. Essa atitude expressa amor e gratidão a Deus, reconhecimento de Sua soberania, confiança na Sua provisão e consciência da responsabilidade com a manutenção das atividades da Obra de Deus, conforme as Escrituras.
PONTO DE PARTIDA – Dízimo: Obediência, Fé e Gratidão
1- O dízimo no AT
No AT, o povo de Israel entregava a décima parte da cria dos animais domésticos, do gado, dos frutos da terra e de qualquer outra fonte de renda que tivessem, porque assim demonstravam gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas (Lv 27.3O). O dízimo se destinava a: sustentar os levitas e sacerdotes (Nm 18.21,28); ajudar nas refeições sagradas (Dt 14.22,27); socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas da época (Dt 14.28,29). Os levitas, por sua vez, entregavam o dízimo dos dízimos que recebiam (Nm 18.26).
1.1. O dízimo nos dias de Abraão.
Abraão foi obediente quando Deus mandou que ele saísse de sua terra natal e fosse para uma terra totalmente desconhecida, prometendo que faria dele uma grande nação (Gn 12.1-4). Naquele momento, Deus estava provando a fidelidade de Abraão, que ficou evidente quando, após retornar de uma marcha ousada para resgatar seu sobrinho Ló, Abraão entregou o dízimo dos despojos de guerra a Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Na verdade, Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo (Gn 14.18-20). Essa é a primeira vez que a Bíblia relata a entrega do dízimo. Portanto, essa prática antecede as leis cerimoniais e judiciais do povo judeu, transmitidas por intermédio de Moisés.
Comentário Bíblico MacArthur: "O mérito da vitória sobre uma coalizão militar superior foi dado corretamente ao Deus Altíssimo (El Elyon), e não à proeza de Abrão. Para Melquisedeque, e também Abrão, isso significava uma adoração verdadeira ao Deus verdadeiro. Essa é a primeira vez que a entrega de 10% é mencionada nas Escrituras. Essa oferta de 10% foi totalmente voluntária e pode ter sido apenas 10% do melhor, e não um décimo de tudo".
1.2. O dízimo nos dias de Jacó.
Assim como seu avô Abraão entregou o dízimo de tudo a Melquisedeque, Jacó prometeu dar o dízimo de tudo ao Senhor, caso regressasse a salvo da viagem que estava por fazer. Jacó disse que, se Deus não lhe deixasse faltar nada, ele levantaria um altar e daria o dízimo de tudo (Gn 28.20-22). Aqui, Jacó mostrou intenção de entregar o dízimo como reconhecimento pelo favor de Deus, como fez seu avô Abraão. Quando Jacó reencontrou Esaú, ele quis presentear seu irmão, mas Esaú disse que já tinha o bastante (Gn 33.9). Porém, a entrega e devoção de Jacó fizeram com que ele reconhecesse o favor de Deus, insistindo com Esaú: "Toma, peço-te, a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus graciosamente ma tem dado, e porque tenho de tudo'; Gn 33.11.
Comentário Bíblico Matthew Henry: "Não temos que desejar mais para nos tornar felizes e estejamos confortáveis. Jacó também se firmou no Senhor como o Deus de seu pacto. Quando recebemos mais do que a graça comum do Senhor, devemos abundar em gratidão para com Ele. O dízimo é uma proporção comum do Senhor, devemos abundar em gratidão para com Ele. O dízimo é uma proporção adequada para consagramos a Deus, e empregá-la para Ele mesmo, podendo este valor variar de acordo com os nossos ganhos, segundo a prosperidade que Deus nos der (1 Co 16.2)".
1.3. O dízimo nos dias de Moisés.
Nos dias de Moisés, a primeira referência ao dízimo ocorre no Livro de Levítico. Naquele tempo, os judeus deveriam oferecer a Deus a décima parte de tudo que a terra desse (Lv 27.30-32). Depois disso, o dízimo é mencionado em relação ao sustento dos sacerdotes (Nm 18.20-32). No Livro de Deuteronômio, os dízimos estão relacionados ao serviço do Senhor (Dt 14.22,23).
Comentário Bíblico Matthew Henry: "Os bens ou as pessoas consagradas se distinguem dos bens e pessoas que somente foram santificadas. Os bens consagrados são sumamente santos para o Senhor e estes não podem ser tomados de volta nem ser aplicados para outros propósitos. Quaisquer que forem os produtos com que se beneficiem, devem honrar a Deus com o dízimo. Assim reconhecem que Deus é o dono de sua terra, o doador de seus frutos, que eles são seus inquilinos e dependem dEle. Aqui nos é ensinado a honrar a Deus com o nosso sustento".
EU ENSINEI QUE:
Jacó mostrou intenção de entregar o dízimo como reconhecimento pelo favor de Deus.
2- O dízimo no NT
O NT faz menção a vários princípios presentes no ato de dizimar.
Jesus repreendeu os mestres da Lei,
chamando-os de hipócritas, porque
eles davam o dízimo da hortelã, da
erva-doce e do cominho, mas não
obedeciam a outros mandamentos
importantes, como: ser justo, bondoso e honesto com o próximo. Os
mestres da Lei deveriam dizimar,
mas sem deixar de praticar aquelas
boas coisas (Mt 23.23).
2.1. Jesus falou sobre o dízimo.
Alguns
cristãos defendem a ideia de que a prática
do dízimo se limita ao tempo do AT, sendo totalmente dispensável no NT. Eles baseiam suas observação em Mateus 23.23,
quando Jesus disse: 'Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Pois que dizimais da
hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo,
a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer
estas coisas e não omitir aquelas': Jesus
não repreendeu aqueles homens por entregar o dízimo, mas pela hipocrisia de
achar que cumpriam a Lei, mesmo sem
se importar com o próximo. Ou seja, dizimar é um ato de obediência, mas não
nos exime de praticar as boas obras que
glorificam o Pai (Mt 5.16).
Pr. Fernando Luiz Viana Alves
(Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 2018, pp. 72-73): "[...] o dízimo
não foi estabelecido em Israel pela lei
mosaica. A lei deu conteúdo e forma à
prática do dízimo (Lv 27; Nm 18; Dt
12, 14, 26). A partir dos textos bíblicos
mencionados, encontramos orientações básicas quanto ao ato de dizimar,
como observou J.G.S.S. Thompson
(citado no Dicionário Internacional
de Teologia do Antigo Testamento):
1- Dízimo de quê? De todos os bens
e frutos do trabalho (Lv 27.30-34);
2- Dízimo a quem? Levitas e sacerdotes (Nm 18.21-32); Onde entregar? No lugar que o Senhor escolheu
(Dt 12.1-14; 14.22-29). Quando há
um despertamento e restauração de
comprometimento a partir das Escrituras, resulta, entre outras coisas, em
retorno às contribuições financeiras e
participação com bens materiais para
a manutenção dos serviços religiosos
(Ne 9.38; 10.28-29, 33-39; 2Cr 31.2-
6). Porém, não havendo liderança
e ensino, há abandono e desprezo,
também, na aplicação dos bens e das
finanças em relação ao serviço religioso (Ne 13.10-12)";
2.2. Paulo se referiu ao dízimo levítico.
O Apóstolo Paulo se referiu ao dízimo
levítico quando falou do cuidado que a
igreja deve dispensar aos obreiros (1 Co
9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo achasse o dízimo algo dispensável,
ele certamente não o citaria nem teria
feito referência aos textos do AT que
tratam do assunto.
Comentário Bíblico Nova Vida:
"Tendo discutido as convenções seculares, às quais Paulo renunciou devido
ao perigo de que fossem mal interpretadas, ele cita também o direito dos sacerdotes que serviam o altar no AT. O
mandamento do Senhor Jesus de que
os que pregassem o evangelho deveriam viver do evangelho (Mt 10.10).
Paulo não fizera uso do mandamento
do Senhor porque acreditava que em um contexto não judaico a reivindicação de seus direitos levantaria uma
barreira em relação ao povo para o
qual o evangelho deveria ser pregado".
2.3. Por que dizimar?
Tanto no AT quanto
no NT, a Bíblia Sagrada se refere ao dízimo como um ato de fidelidade e reconhecimento de que tudo que temos vem
de Deus. Sendo assim, vejamos algumas
razões para dizimar: (a) nos doar ao Reino; (b) nos doar à Igreja do Senhor; (c)
nos doar aos santos, a quem o Senhor
ama; (d) expressar nossa fé em Deus; (e)
expressar nossa fidelidade a Deus; (f) adorar a Deus; (g) reconhecer que tudo vem
de Deus e que somos apenas Seus mordomos. Sendo assim, entregar os dízimos e
ofertas com amor e contentamento deve
ser uma prática de todo cristão.
Bispo Abner Ferreira: "Deus tem
conhecimento de tudo; Ele observa
todas as coisas e não se apraz daqueles
que O roubam. Por isso, é importante
corrigir nossos pensamentos no que se
refere à fidelidade para trilharmos os
caminhos divinos. Que possamos obedecer aos critérios da Palavra de Deus,
que nos orienta a apresentar nossos
dízimos e ofertas de maneira fiel, com
alegria, na Casa do Senhor, onde serão
administrados da maneira correta".
EU ENSINEI QUE:
Dizimar não nos exime de praticar as boas
obras que glorificam o Pai.
3- Ofertando com amor
Deus convocou o povo de Israel para que levasse ofertas alçadas para a construção do santuário, onde Ele habitaria (Êx 25.2). O relato bíblico nos revela que foram feitas ofertas generosas ao Senhor: ouro, prata e cobre; tudo ofertado de coração, por desejo próprio (Êx 35.5). Os israelitas se disponibilizaram para atender aquele pedido, ofertando com alegria e fartura.
3.1. As ofertas no AT.
Ofertar para a Obra de Deus é uma responsabilidade, mas também um privilégio dos cristãos. O AT relata diversos tipos de ofertas ou sacrifícios: (1) holocausto (Lv 6.8-13; 8.18-21; 16.24); (2) oferta de manjares (Lv 6.14-23); (3) sacrifício pacífico (Lv 7.11-34); (4) oferta pelo pecado (Lv 5.1-13; 6.24-30; 8.14-17; 16.3-22); (5) oferta pela culpa (Lv 5.14-19; 6.1-7; 7.1-6). Davi sabia reconhecer o valor terreno e espiritual das ofertas. Certa vez, ele se negou a receber de Araúna a doação de um terreno, pois disse: "(...) não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que me não custem nada; 2Sm 24.24. Após comprar o terreno de Araúna, o rei Davi construiu ali um altar, onde apresentou ofertas que foram completamente aceitas pelo Senhor (2Sm 24.25).
Bispo Abner Ferreira: "Por meio de sua voluntariedade, Davi nos ensina que não devemos ficar tristes em relação ao que vamos ofertar a Deus; pelo contrário, devemos ofertar com alegria. Devemos ter certeza de uma coisa: do mesmo modo que somos fiéis a Deus, Ele também é fiel a nós. O que ofertamos no culto, Deus certamente nos retribui com bênçãos incontáveis".
3.2. As ofertas no NT.
Logo no início das atividades da Igreja em Jerusalém, entre as práticas marcantes daquela comunidade, estavam a generosidade, a prontidão e a voluntariedade na contribuição financeira dos primeiros convertidos (At 2.42-47).
Desde cedo, os discípulos de Cristo entenderam que a adoração ao Senhor não está restrita ao louvor, à oração e ao anúncio do Evangelho, mas também à prática de ofertar (At 4.32-37).
3.3. Por que ofertar?
As ofertas voluntárias, além dos dízimos, são como a igreja mantém seus compromissos financeiros; incluindo a manutenção dos Templos e o sustento de missionários. Ao ofertar com liberalidade, o cristão mostra confiança em seus líderes e comprometimento com o trabalho que a igreja desenvolve. Frente a isso, qualquer oferta vinda do desejo verdadeiro de servir e agradar a Deus é bem-vinda, porque as ofertas também são uma maneira de adorar ao Rei dos reis.
John Stott & Chris Wright (2018): "Quando nos tornamos cristãos, as nossas contribuições ganham um novo impulso. Somos chamados a contribuir com generosidade e alegria, como um fruto da vida do Espírito dentro de nós': Em resposta à pergunta deste subtópico, podemos recorrer às observações de John Stott sobre a contribuição cristã: (1) É uma expressão da graça de Deus (2Co 8.1-6); (2) pode ser um charisma, um dom do Espírito (2Co 8.7); (3) é inspirada na Cruz de Cristo (2Co 8.8- 9); (4) coopera para a igualdade (2Co 8.13-15); (5) promove o agradecimento a Deus (2Co 9.llb-15).
EU ENSINEI QUE:
Ofertar para a Obra de Deus não é uma obrigação, mas um privilégio.
CONCLUSÃO
O autêntico discípulo de Cristo deve perseverar, com a imprescindível ajuda do Espírito Santo, nos princípios bíblicos que norteiam a adequada prática da entrega de dízimos e ofertas com alegria, generosidade e voluntariedade. É uma resposta do povo de Deus à graça de Nosso Senhor que se manifesta em nós e o resultado do viver em Espírito para a glória de Deus (Rm 11.36).
Subsídio Lição 13
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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