
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.", João 1.1
Isso se deu pelo fato de João ter enfrentado desde o início o problema das filosofias gnósticas que se infiltravam na Igreja, e afirmavam que o Criador jamais teria contato com sua criação na forma encarnada. Por isso João tem o cuidado de sempre ressaltar as falas de Jesus e dos apóstolos onde sobressai a divindade do Mestre.
1- O
Amor do Pai é visto no Filho
O
Filho de Deus possui a mesma natureza e essência de Deus: "Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna",
Jo 3.16. Este versículo admirável aponta para a dimensão do Amor
de Deus por nossa vida. Somente por Jesus podemos receber a adoção
como filhos de Deus (Gl 3.26). João, em sua primeira carta, diz que
o amor do Pai por nós é tão grande que somos chamados de filhos de
Deus, e nós somos de fato Seus filhos (1 Jo 3.1).
1.1.
O Filho Unigênito de Deus.
Unigênito
ou filho único. O Filho Unigênito de Deus provém de Deus Pai, de
Quem tem a mesma natureza (Jo 1.14). O termo aparece algumas vezes
nos escritos de João, todas elas relacionadas a Jesus (Jo 1.14,18;
3.16,18; 1 Jo 4.9), e ressalta a Sua divindade. Quando
o comentarista menciona "escritos de João", está se
referindo ao seu Evangelho, suas cartas e o Apocalipse, embora aqui
ele esteja falando apenas do Evangelho e das cartas. No entanto, a
realidade é que a divindade de Jesus é expressa em todos os três
escritos de João, sendo que no Evangelho e nas cartas, João atesta
a divindade de Cristo, e no Apocalipse, o próprio Senhor é quem faz
isso:
"Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.", Apocalipse 22.13
Talvez
João tenha sido o apóstolo que melhor entendeu a divindade de
Jesus, isso explicaria o seu apego ao Senhor, e quem sabe não foi
esse o motivo de Jesus tê-lo preservado para a revelação do
Apocalipse? Não há uma resposta para essa pergunta.
O
Apóstolo Paulo descreve Cristo como o primogênito de toda a criação
(Cl 1.15). Sendo assim, o unigênito aqui não nos conduz à ideia de
geração, mas de natureza e caráter. O Unigênito de Deus tem
familiaridade única com o Pai. Jesus, como o Filho de Deus, é
Eterno (Cl 1.15-17), por isso Isaías O chama de Pai da Eternidade
(Is 9.6). Ou seja, afirmar que Jesus é
Deus, por ser o Filho de Deus, não é ideia de João, e nem de
Paulo, mas desde o Antigo Testamento já era feita essa referência,
como, por exemplo, as aparições do "Anjo do Senhor",
destacado em diversas passagens do Antigo Testamento, e
principalmente na promessa do nascimento do Filho de Deus feita por
Isaías:
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.", Isaías 9.6
Note que Isaías não somente registra o Messias prometido como "Pai da Eternidade", mas também como "Deus Forte", por isso, os judeus sabiam que o Messias seria de essência divina.
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