O Encontro de Jesus com a
Mulher Samaritana:A Água que
Sacia para Sempre
17 de Agosto de 2025
TEXTO ÁUREO
Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa
água, para que não mais tenha sede e não
venha aqui tirá-la", João 4.15.
VERDADE APLICADA
O encontro de Jesus com a mulher samaritana
expressa que o surpreendente Amor de Deus
não faz acepção de pessoas.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Reconhecer que o Evangelho de Jesus não faz acepção de pessoas
- Saber que Jesus jamais nos abandona.
- Compreender que a conversão da samaritana alcançou muitos do seu povo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOÃO 4
9. Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como,
sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que
sou mulher samaritana? (porque os judeus não
se comunicam com os samaritanos).
10. Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me
de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
11. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens
com que tirar, e o poço é fundo; onde, pois,
tens a água viva?
12. És tu maior do que o nosso pai Jacó, que
nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os
seus filhos, e o seu gado?
13. Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que
beber desta água tornará a ter sede.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 8.28-39 O testemunho é importante.
TERÇA | Jo 4.19 A samaritana vê Jesus como um profeta.
QUARTA | Jo 4.39-41 A samaritana convence a muitos do seu povo.
QUINTA | Jo 4.14 Jesus nos oferece a água viva.
SEXTA | Jo 4.22 A salvação vem dos judeus.
SÁBADO | Jo 4.10 Necessitamos conhecer o dom de Deus.
HINOS SUGERIDOS: 20, 156, 169
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que a humanidade não faça
acepção de pessoas.
INTRODUÇÃO
O Evangelho de João é um relato importante. Nesta lição, analisaremos o
diálogo de uma samaritana e o Filho de Deus. Aquela mulher foi tão impactada que creu em Jesus como o Messias, tornou-se uma evangelista, e levou
muitos de seu povo ao encontro do Filho de Deus.
PONTO DE PARTIDA – Jesus não faz
acepção de
pessoas.
1- O Evangelho é para todos
No capítulo 4 do Evangelho de
João, temos o encontro de Jesus
com uma mulher samaritana (Jo
4.7). Embora os judeus
considerassem os samaritanos um povo impuro, Jesus não apenas
conversou com aquela mulher, mas também lhe revelou ser o
Messias Prometido (Jo
4.25,26). João relata que, pelo testemunho dela, muitos samaritanos
creram em Jesus (Jo 4.41).
1.1. Jesus quebra barreiras e transforma mentalidades.
Após o reinado de Salomão, o povo de Israel se dividiu
em dois reinos: o do Norte e o do Sul
(1 Rs 12.20). As tribos do Sul tinham
Judá como capital; e o povo, num primeiro momento, continuou
adorando somente a Deus e
observando as cerimônias
no Templo. Porém, as tribos
do reino do Norte, logo se
corrompeu. Pois Jeroboão,
temendo que o povo se tornasse para o reino do Sul por
causa do Templo, estabeleceu bezerros
de ouro, sacerdotes e cerimônias religiosas, e essas ações desagradaram a
Deus (1Rs 12.26-33). Mais tarde, após
as tribos serem levadas cativas pelo Império Assírio, o restante dos israelitas
que ficaram se reuniram pelo casamento com os povos de outras regiões, os
quais foram transportados para a terra
de Israel (2Rs 17.24-41). Ao longo dos
anos, foi aumentando o distanciamento entre os habitantes do Norte e do
Sul de Judá, onde estavam Jerusalém
e o Templo. Daí a surpresa da mulher
samaritana quando Jesus se dirige a ela,
fato que causou admiração também dos
discípulos (Jo 4.9,27). Nosso Senhor
não era preconceituoso e veio buscar e
salvar os perdidos (Lc 19.10).
Manual Bíblico SBB (3a ed. Revisada, 2018, p.531): "Os samaritanos eram
descendentes de israelitas que haviam
sobrevivido à destruição do reino do
Norte e que haviam casado com gente
estrangeira que havia sido transferida
para aquela região depois da queda de
Samaria em 722/1 a.C. Nunca foram
integrados no reino de Judá e, na época
de Neemias, a divisão se cristalizou. A
construção do Templo samaritano no
monte Gerizim, nas proximidades de
Siquém (Jo 4.20), levou os judeus a
definitivamente repudiarem os samaritanos. Foi o rei judeu Hircano quem
destruiu o templo samaritano em 128
a.C. No entanto, os samaritanos adoravam o mesmo Deus. [...] O ódio dos
judeus em relação aos samaritanos se
baseava mais em fatores históricos e
raciais do que em qualquer diferença
fundamental de religião".
1.2. Jesus cumpre o Ide.
João relata
que, em Sua peregrinação, era necessário que Jesus passasse por Samaria (Jo 4.4). Na verdade, embora Samaria
não fosse uma rota amistosa aos judeus, era indispensável que Jesus encontrasse a mulher samaritana à beira
do poço para confrontá-la em Amor
(Jo 4.16-18). Ali, apesar das diferenças entre judeus e samaritanos, Jesus
nos mostra que Seu Reino está disponível aos corações sedentos de Deus,
e a missão cristã deve se sobrepor aos
preconceitos, sejam raciais ou sociais.
A muralha do preconceito cai onde o
Evangelho se faz presente.
Ralph Earle & Joseph Mayfield
(2019, p.56): "E era-lhe necessário passar por Samaria. O termo necessário
expressa uma obrigação que pode ter
dupla natureza. A rota mais curta entre
a Judeia e a Galileia era através de Samaria. Entretanto, devido à profunda
animosidade entre judeus e samaritanos, muitos judeus que iam da Judeia
para a Galileia se encaminhavam pelo
lado leste, passando pelo Jordão, pelo
norte através da Pereia e novamente
pelo Jordão até a Galileia. Pode ter
ocorrido que, para ganhar tempo,
Jesus tenha passado por dentro de
Samaria. Entretanto, é mais provável
que a necessidade expressa aqui esteja relacionada ao propósito e à missão
do Senhor".
1.3. Jesus socorre os que vão a Ele.
João esclareceu a relação entre judeus
e samaritanos: "Os judeus não se comunicam com os samaritanos'; Jo 4.9.
A própria mulher perguntou: "Como,
sendo tu judeu, me pedes de beber a mim,
que sou mulher samaritana?"; Jo 4.9. Ela mostra não ter conhecimento de que
estava diante dAquele que veio trazer a
Salvação: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna"; João 3.16.
Comentário do Novo Testamento- Aplicação Pessoal (2021, p.508):
"A mulher samaritana ficou muito
surpresa; primeiro pelo fato de um
judeu se dirigir a um samaritano;
segundo, por falar com uma mulher
samaritana (ela também tinha má
reputação e esse era um lugar público) e terceiro, por beber do copo de
um samaritano. As leis cerimoniais
judaicas diziam que certas pessoas
eram impuras, e também que qualquer coisa elas tocassem se tornariam
impuras. Em termos estritamente
religiosos, muitos judeus da época
de Jesus considerava os samaritanos
como um povo permanentemente
impuro".
EU ENSINEI QUE:
A missão de Jesus foi trazer a salvação a
todos, sem distinção.
2. Todos temos Sede de Deus
O Filho de Deus conhece a natureza humana e suas necessidades, sabendo como abordar aqueles com quem encontra, pois desceu do céu para fazer a vontade do Pai (Jo 6.38). Ele sabia que, em Sarnaria, justamente naquele poço, havia uma mulher sedenta do amor do Pai: "Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la", Jo 4.15.
2.1. Uma mulher desprezada.
Jesus estava diante de uma mulher que já havia tido cinco maridos, e agora vivia com um homem com quem não era casada (Jo 4.16-18). Certamente, essa condição a fazia desprezível aos olhos da sociedade. Mas Jesus estava ali, junto ao poço, para preencher aquele coração vazio. É possível que ela buscasse preencher esse vazio na companhia de alguns homens; porém, a partir daquele encontro, a samaritana entendeu que só Jesus é capaz de preencher o vazio que toma conta da vida de muitos.
Ralph Earle & Joseph Mayfield (2019, p.57): "Vai, chama o teu marido e vem cá (v.16). A pergunta era aguda, atingindo o ponto mais profundo do seu ser, investigando a história do seu triste passado. A sua confissão foi simples e, mesmo assim, evasiva. `Senhor, não tenho marido' (17). Refletindo perfeitamente o conhecimento que Jesus tinha dos homens (Jo 2.25), esta solicitação penetrou nela de forma profunda (...). Aparentemente, a mulher agora estava vivendo com um amante, sem o benefício do rito do casamento, possivelmente sem ter se divorciado do último dos seus cinco maridos".
2.2. Desprezada pela sociedade.
Só Jesus poderia pôr fim na tristeza daquela samaritana (Jo 4.14). Ela teve cinco maridos e vivia com um homem com quem não era casada. Portanto, ela não era julgada apenas pelos judeus, mas também pelo seu próprio povo, uma vez que levava uma vida considerada imoral. O encontro de Jesus com a samaritana nos revela a grandeza do Amor de Deus: nossos erros e falhas não impedem que Ele nos possibilite uma nova vida. Jesus não julgou aquela mulher; antes, Ele quebrou preconceitos culturais e as barreiras sociais para mudar o rumo daquela história.
F.F Bruce (1990, p.97): "As mulheres geralmente vinham tirar água em grupos, numa hora mais fresca do dia. Esta mulher veio sozinha; é possível que ela não quisesse a companhia das suas vizinhas (ou elas a dela), de modo que deliberadamente escolheu uma hora em que as outras provavelmente não estivessem por perto".
2.3. Somos convidados a adorar a Deus.
Existia uma divergência entre os samaritanos e os judeus sobre o local onde Deus deveria ser adorado. Diante disso, a samaritana disse: "Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar", Jo 4.20. Naquela hora Jesus rompeu com aquelas normas religiosas, dizendo que os verdadeiros adoradores devem adorar o Pai em espírito e em verdade (Jo 4.24).
Roy Zuck (2008, pp.190-221): "Em João 4, Jesus, no diálogo com a mulher samaritana, faz uma declaração a respeito da natureza de Deus: `Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade' (v.24). Embora nenhum desses dois usos da palavra `espírito' aludam diretamente ao Espírito Santo, a noção de que a adoração deve acontecer em espírito e verdade pressupõe a atividade do Espírito da verdade, que leva o crente à verdadeira adoração".
EU ENSINEI QUE:
O encontro de Jesus com a samaritana nos revela a grandeza do Amor de Deus.
3. A conversão da mulher samaritana
A mulher samaritana mostrou
confiança ao considerar Jesus um
profeta (Jo 4.19), evidenciando o
começo de sua conversão. Para
Agostinho de Hipona: "Aquele
que pedia de beber tinha sede da
fé daquela mulher": Que possamos
abrir o coração às Palavras de Jesus, que nos revela Seu amor assim
como fez com a mulher samaritana (Jo 4.26).
3.1. Jesus se revela como o Messias.
Cristo se revelou como o Messias, o
enviado de Deus (Jo 4.25,26). No início do Seu Ministério, Jesus evitou
declarar a Sua divindade abertamente
para não estimular debates, discussões e contendas por parte do provo;
principalmente das autoridades de
Israel. Eles não poderiam reconhecer
a divindade de Jesus sem antes ver os
milagres realizados por Ele. A mulher
samaritana ouviu do próprio Senhor
que Ele era o Messias e creu. Além de
crer, ela imediatamente se tornou uma
evangelista em sua cidade (Jo 4.25-30).
Severino Pedro da Silva (1990,
p.78): "Em seu ministério terreno,
Cristo não apenas permitiu que os homens o considerassem um profeta (Lc
7.16; Jo 4.19), mas Ele próprio se apresentou como tal (Lc 4.17-21; 13.33).
O procedimento do Messias, seja em
palavras seja em ações, trazia a marca
de que Ele não era apenas um profeta
enviado por Deus, mas o Profeta de
Deus. A tarefa profética de Jesus não
estava limitada ao tempo de duração
de sua vida terrena, como os demais
antes dEle; mas, por meio do Espírito Santo e de sua vitoriosa e profética
Igreja, o seu ministério profético continuou depois da crucificação".
3.2. A samaritana tinha conhecimento
religioso.
A mulher samaritana tinha
um certo conhecimento das coisas espirituais, mas isso não a levou a uma transformação de vida (Jo 4.16-18). No
encontro com o Mestre, ela mostrou:
(1) reconhecer a Jacó, o patriarca, como "pai" dos samaritanos (Jo 4.12); (2)
ter dúvida sobre onde Deus deveria ser
adorado, se no Monte Gerezim ou em
Jerusalém (Jo 4.20); (3) ter conhecimento do Messias esperado (Jo 4.25).
Revista Betel Dominical-Professor.
2° trimestre de 2002, pp. 39 e 40): "A
conversa de Jesus com a mulher samaritana passa a girar em torno da
verdadeira adoração. "E bastante significante a importância dada ao lugar
de culto por uma alma cujos pecados
são expostos" No decorrer do diálogo
muitos subtemas são abordados, tais
como: o lugar da adoração, o tempo
da adoração, a busca dos adoradores.
O verdadeiro adorador, a quem se deve adorar, o modo correto de se adorar
etc. Não temos espaço para tratar separadamente cada um desses subtemas.
Basta dizer, por enquanto, que Deus
só pode ser verdadeiramente adorado, desde que seja verdadeiramente
conhecido."
3.3. A primeira missionária.
A história de
conversão da mulher samaritana é uma
das mais fascinantes da Bíblia, porque
envolve um contexto de inimizades entre
judeus e samaritanos. Isso merece destaque porque aquela mulher desprezada pela sociedade, após encontrar Jesus no
poço, tornou-se missionária antes mesmo dos discípulos (Jo 4.28,29). Uma única vida alcançada pela ação salvadora de
Jesus foi capaz de impactar uma cidade
inteira. Após ouvir o depoimento da mulher, os samaritanos também quiseram
ouvir o Senhor (Jo 4.30).
Comentário MacArthur- Gênesis a
Apocalipse (2019, p.1326): "Jesus causou
um impacto tão grande sobre a mulher
que ela estava disposta a compartilhar as
notícias entre o povo da cidade, a quem
ela havia previamente evitado, por causa
de sua reputação. Seu testemunho e sua
sinceridade em relação à própria vida os
impressionaram tanto que eles vieram
ver Jesus por si mesmos".
EU ENSINEI QUE:
Uma única vida alcançada pela ação salvadora de Jesus foi capaz de impactar uma
cidade inteira.
CONCLUSÃO
O mesmo princípio utilizado por Jesus no encontro com a mulher samaritana deve ser aplicado nas ações evangelísticas hoje: Deus não faz acepção
de pessoas. O mesmo resultado produzido naquela mulher deve acompanhar-nos hoje: sem demora, aproveitemos cada oportunidade para anunciar a mensagem cristocêntrica a todas as pessoas, para que saibam que
Cristo é o Salvador do mundo (Jo 4.42).
Subsídio
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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