2.2. Missiologia
A Missiologia é a parte da teologia que estuda a Missão de Deus (Missio Dei), seu objetivo e propósito. Enquanto que Missão é a apresentação do testemunho cristão sobre a presença amorosa de Deus na história, a missiologia nos ajuda a verificar se o projeto missionário vivido pela Igreja atual testifica com a vontade de Deus (2Сo 5.18-20). А realidade evangélica deve sempre voltar as Escrituras no seu fazer teológico. A vontade de Deus não mudou, quem muda somos nós, a Igreja portanto, deve investir todos os seus esforços para alcançar o perdido e mudar a realidade ao seu entorno. Temos como base para a Missiologia, alguns versículos, sendo que o Ide registrado em Marcos 16.15 é o mais resumido e mais utilizado de todos, no entanto, temos muitos outros que nos dão base da intensão de Deus para Sua Igreja, pois, desde quando Jesus começou a anunciar o surgimento da Igreja, ela já era apresentada como uma ferramenta do Senhor para levar o Evangelho ao mundo:
"E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.", Mateus 24.14
Jesus aqui estava anunciando aos discípulos que o Evangelho seria levado aos confins da terra. Portanto, fazer a vontade de Deus, implica ao cristão, estar envolvido com missões, não precisando necessariamente ir ao campo missionário, mas estar, pelo menos, apoiando, seja participando de alguma agência missionária, contribuindo, ou no mínimo, orando pelos missionários.
3. A MISSÃO DE DEUS
Deus, na Pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, agiu e age de forma amorosa na história humana, trazendo salvação e libertando o homem das amarras do pecado, trazendo para o Seu Reino.
3.1. A natureza da evangelização
Evangelizar é proclamar que, outrora, nós estávamos mortos em nossos delitos e ofensas (Ef 2.1-5) diante de Deus Pai e, por isso, estávamos destinados à ausência eterna da presença de Deus. Mas agora, através da Obra salvadora de Cristo, que, por amor a todos nós, morreu em nosso lugar por nossos pecados, mesmo Ele não tendo pecado algum (1Pe 2.24). Ele ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, de modo que agora, oferece o perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo a todos aqueles que se arrependem, O confessam como único e suficiente salvador e um dia retornará para salvar plenamente da morte e julgar os ímpios. Na verdade, evangelizar é até uma tarefa simples, ganhar almas é que é difícil, pois evangelizar é simplesmente falar do amor de Cristo e expor todos os argumentos mencionados neste subtópico, mas ganhar almas, envolve nossa ação de evangelizar em conjunto com a ação do Espírito Santo, operando maravilhas e agindo diretamente no coração humano. Veja como os apóstolos ganhavam almas:
"E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.", Atos 2.43
Ou seja, eles ganhavam almas pela operação do Espírito de Deus através de suas mãos.
Outra forma de se ganhar almas é pela ação indireta do Espírito Santo, ou seja, pela demonstração do fruto do Espírito na vida dos servos de Deus, isto é, pelo bom testemunho.
3.2. Urgência do chamado
A cada três pessoas que estão dentro da janela 10/40, duas nunca foram evangelizadas. Tal afirmação é constrangedora para a Igreja que tem como cerne de sua identidade e vocação, apresentar o Plano de Salvação à humanidade. É necessário que a Igreja se disponha a orar e lançar mão de novos esforços para cumprir o imperativo de Cristo, alcançando almas que estão perecendo diante das injustiças sociais, fanatismo religioso, opressão, violência, entre tantos outros fatores. É inaceitável saber de todas essas coisas e permanecer inertes ao clamor da última hora. Neste subtópico é expresso um problema que está acontecendo em nossos dias, que é a pouca valorização que se tem dado à obra de missões. No passado, muitas igrejas europeias e americanas enviaram missionários ao Brasil, de maneira que cada uma das denominações tradicionais e pentecostais que temos hoje no Brasil, possuem na história de sua origem, a referência a missionários que vieram de longe fundar igrejas aqui. Sendo assim, nossas denominações hoje deveriam, por seu turno, realizar obra de missões em nações que possuem poucas igrejas. Porque existem regiões dentro e fora do Brasil, principalmente, comunidades indígenas com poucos trabalhos missionários.
E outro problema acontece com algumas agências que dispõem de poucos cooperadores financeiros, com isso, muitos missionários passam necessidade nos locais para onde foram deslocados, alguns chegando a ficar completamente abandonados.
Muitos creem que a Missão da Igreja está restrita aos limites da cidade onde está estabelecida. Embora ela tenha um papel fundamental na comunidade onde está radicada, sua missão é global (Mt 28.19-20). A Igreja deve alcançar os que estão próximos, mas também pessoas em outras cidades, países e culturas. De acordo com Atos 1.8, a obediência à ordem missionária de testemunhar acerca de Cristo deveria começar em Jerusalém, porque ali estava estabelecida a Igreja. As Igrejas devem promover o evangelismo local, através de ações na vizinhança, escolas, hospitais, presídios, comunidades carentes; enviar missionários para projetos em outras regiões e países; e lançar mão da tecnologia para anunciar o Evangelho em todo o mundo. A Igreja deve ter uma visão global da necessidade, pois segundo as Palavras de Jesus, "o campo é o mundo", Mt 13.38. Fonte: (FERREIRA, Samuel de Cássio. Revista Betel Dominical, 4° Trimestre, 1996- Lição 1).
A identidade da Igreja é sua vocação missionária que se manifestou desde seus primórdios na Igreja primitiva, relatada nas Sagradas Escrituras, e isso deve ser o parâmetro da Igreja hodierna.
O Pacto Lausanne é um documento que foi o resultado de um Congresso Internacional de Evangelização Mundial, realizado na cidade de Lausanne na Suíça em julho de 1974. Este evento, liderado por Billy Graham, reuniu milhares de líderes cristãos de 150 países, de inúmeras denominações evangélicas e teve como propósito a discussão do papel da Igreja na evangelização mundial. Cinco décadas se passaram, e assim como os irmãos de Lausanne precisamos também perseverar no compromisso de tornar O Senhor conhecido por todos.
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