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terça-feira, 16 de setembro de 2025

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 12 / ANO 2- N° 6

Uma Senhora e um Irmão
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO 

2 João 1,4,5,7,9,10

1- O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade.
4- Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade, assim como temos recebido o mandamento do Pai.
5- E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.
7- Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.
9- Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho.
10- Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. 

3 João 1,5,9,12

1- O presbítero ao amado Gaio, a quem, na verdade, eu amo.
5- Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos e para com os estranhos.
9- Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe.
12- Todos dão testemunho de Demétrio, até a mesma verdade; e também nós testemunhamos; e vós bem sabeis que o nosso testemunho é verdadeiro.

TEXTO ÁUREO 
Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado; antes, recebamos o inteiro galardão. 
2 João 8

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO 
2ª feira: 1 João 4.1; 2 João 7 
Prove os espíritos, pois muitos são enganadores
3ª feira: 1 João 2.18,26; 4.1 
Cuidado com os falsos mestres nos últimos tempos 
4ª feira: 2 João 8; 1 Coríntios 3.13,14 
Seja fiel para não perder sua recompensa eterna  
5ª feira: 2 João 10; Romanos 16.17
Evite os que professam doutrinas falsas 
6ª feira: 3 João 4; Romanos 14.22 
A alegria está em ver os filhos andando na verdade
Sábado: 3 João 9; Provérbios 16.18 
O orgulho precede a queda; evite buscar destaque  

OBJETIVOS 
    Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
  • reconhecer que aqueles que se dedicam à obra do Senhor receberão grande recompensa; 
  • compreender que a saúde espiritual deve ser sólida a ponto de influenciar positivamente a saúde física; 
  • entender que, na obra do Senhor, a primazia pertence sempre a Deus, e não ao homem.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS 
   Prezado professor, ao conduzir esta lição, adote uma postura reflexiva, incentivando os alunos a compreenderem a importância da dedicação à obra do Senhor, da saúde espiritual e da humildade no serviço cristão. Enfatize o valor das pequenas porções das Escrituras e sua relevância atemporal. O diálogo deve ser conduzido de forma interativa, estimulando a participação com perguntas que promovam a aplicação prática dos princípios estudados. Ao abordar os exemplos de Gaio, Diótrefes e Demétrio, é essencial destacar o impacto do testemunho pessoal na comunidade cristã.  
    Boa aula! 

COMENTÁRIO
Palavra introdutória 
    As duas últimas epístolas de João são os menores escritos do Novo Testamento, com treze e quinze versículos, respectivamente. Apesar da brevidade, elas transmitem ensinamentos de profunda relevância, cuja influência se mantém ao longo dos séculos. Assim como a primeira carta, ambas foram escritas para alertar sobre os falsos mestres que negavam a encarnação de Cristo (2 Jo 7; 1 Jo 4.3). 
    A concisão desses escritos não compromete sua importância nem reflete uma limitação do pensamento joanino. Pelo contrário, o próprio autor esclarece a razão da brevidade: Tendo muito que escrever-vos, não quis fazê-lo com papel e tinta; mas espero ir ter convosco e falar de boca a boca, para que o nosso gozo seja cumprido (2 Jo 12). Esse registro evidencia o anseio do apóstolo por um contato direto com seus destinatários, privilegiando o diálogo pessoal em vez da comunicação escrita.

1. A IDENTIDADE DOS DESTINATÁRIOS DA EPÍSTOLA
    Em sua segunda carta, João orienta os crentes a não acolherem nem mesmo saudarem os falsos mestres, evitando assim qualquer tipo de associação que pudesse comprometer a fé verdadeira. 

1.1. O ancião 
    O autor da epístola se apresenta unicamente como "o ancião", termo que pode ser traduzido como "presbítero" ou "bispo". Embora não mencione explicitamente seu nome, a tradição cristã, apoiada pelos pais da Igreja, atribui sua autoria ao apóstolo João, irmão de Tiago. Esse reconhecimento se baseia na semelhança de estilo e conteúdo com os escritos joaninos, incluindo o Evangelho, as demais epístolas e o Apocalipse. A designação "presbítero" sugere sua posição de liderança entre as igrejas da Ásia Menor, na qual exerceu um papel de supervisão pastoral e doutrinária.

1.2. A senhora eleita
    A identidade da senhora eleita tem sido objeto de diferentes interpretações. Alguns estudiosos sugerem que se trata de uma mulher específica, membro da igreja, e que Eleita poderia ser seu sobrenome. Outros vão além, associando-a a Maria, mãe de Jesus. No entanto, tais hipóteses permanecem no campo da especulação. A maioria dos intérpretes entende que a expressão designa a própria Igreja, recorrendo a uma linguagem figurada para reforçar essa ideia. 

1.3. Os filhos da senhora eleita
    A expressão "e a seus filhos" (v. 1) refere-se aos membros da igreja, interpretação confirmada pelo contexto da carta. 
    João destaca que alguns de teus filhos andam na verdade (2 Jo 4), em harmonia com a afirmação inicial: (...) também todos os que têm conhecido a verdade (2 Jo 1). O apóstolo expressa seu amor por esses crentes fiéis, enfatizando não um sentimento meramente humano, mas um vínculo fundamentado na fé autêntica. 
    A recorrência desse conceito ao longo da epístola não é casual, mas um contraste intencional com os hereges, que propagavam o erro ao negar a encarnação de Cristo (2 Jo 7). Para o apóstolo, essa convicção não é transitória, mas eterna, pois está em nós e para sempre estará conosco (2 Jo 2).
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    O uso de metáforas e símbolos é uma característica marcante nos escritos joaninos, especialmente no Apocalipse, em que a retórica e a riqueza simbólica exigem uma leitura atenta para a correta interpretação dos significados.
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1.3.1. O mandamento essencial à senhora eleita e seus filhos 
    A autoria desta epístola é coerente com a da primeira carta de João, evidenciada pela ênfase recorrente no amor. O apóstolo reforça que não apresenta um novo preceito, mas reafirma um mandamento essencial desde o princípio: (...) Que nos amemos uns aos outros (2 Jo 5). A tradição cristã preserva relatos que descrevem João, já em idade avançada, repetindo constantemente a exortação: Filhinhos, amai-vos uns aos outros. Ao ser questionado sobre a repetição, teria respondido: Porque isto, já basta. Essa insistência reflete a centralidade dessa ordenança na doutrina cristã, demonstrando que ela transcende um mero sentimento, sendo um princípio inegociável da fé. 
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    Apesar da alegria ao reconhecer que parte da comunidade permanece fiel, João faz uma distinção significativa ao afirmar que apenas alguns (2 Jo 4) andam na verdade. Esse detalhe sugere a coexistência, dentro da Igreja, de fiéis nascidos de Deus e de outros que se desviaram, seguindo falsos mestres. 
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2. O RELACIONAMENTO CRISTÃO E A NECESSIDADE DE DISCERNIMENTO
    Embora João enfatize repetidamente o amor em suas epístolas, sua exortação contra os falsos mestres é igualmente insistente. A presença desses indivíduos no seio da Igreja representa uma séria ameaça à fé, exigindo vigilância e discernimento por parte dos crentes (2 Jo 7-10). 

2.1. Os enganadores
    Embora fosse o Cristo (gr. Christos), o Messias (hb. Mashiah "Ungido") esperado por Israel (Jo 1.41), muitos judeus não o reconheceram como tal (Jo 1.11). João emprega termos contundentes para descrever aqueles que negam a messianidade de Jesus, chamando-os de enganadores e anticristos (1 Jo 2.18,26; 4.1). 
    Além da rejeição judaica, os gnósticos também negavam Sua verdadeira identidade, considerando-o apenas uma emanação espiritual. Entre eles, os cerintianos ensinavam que Cristo habitou Jesus apenas do batismo até a crucificação. Essas distorções da verdade ameaçavam a fé, levando João a alertar que negar Jesus como o Ungido de Deus é rejeitar tanto Sua pessoa quanto o próprio evangelho (2 Jo 7). 

2.2. A preservação da recompensa 
    João exorta os crentes à vigilância para que não percam aquilo que conquistaram, mas recebam plenamente sua recompensa: Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado; antes, recebamos o inteiro galardão (2 Jo 8).
    No contexto da epístola, a comunidade havia superado desafios impostos por falsos mestres que, em grande parte, se afastaram. Contudo, a perseverança individual continuava essencial para preservar os frutos espirituais adquiridos. 

2.2.1. A falha no dever cristão 
    João distingue dois grupos dentro da Igreja: os que perseveram na fé e os que negligenciam seus deveres espirituais. A fidelidade ao evangelho garante um relacionamento autêntico com o Senhor, enquanto a negligência compromete essa comunhão. O apóstolo é enfático ao afirmar que todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus (2 Jo 9a; grifo do autor). A prevaricação, nesse contexto, refere-se à conduta daqueles que tratam com descaso os ensinamentos de Jesus. 
    O verdadeiro ensino cristão não pode ser fragmentado conforme preferências individuais, pois seus preceitos formam um conjunto coeso que deve ser integralmente seguido. João destaca a bênção reservada aos que permanecem fiéis: (...) esse tem tanto o Pai como o Filho (2 Jo 9b). 

2.3. A precaução contra influências perigosas
    Embora João seja conhecido como o apóstolo do amor, ele adverte que certos indivíduos devem ser evitados, recomendando que não sejam recebidos em casa nem mesmo saudados (2 Jo 10,11). Essa orientação não decorre de falta de afeto, mas da necessidade de proteger a integridade da Igreja. O apóstolo deixa claro que o mandamento do amor não exclui a prudência. Outras passagens bíblicas reforçam essa instrução, exortando os crentes a se afastarem daqueles que promovem divisões e distorcem a verdade (Rm 16.17; 2 Ts 3.6; 2 Tm 3.5; Tt 3.10).

3. O CONTRASTE ENTRE O CARÁTER DOS LÍDERES

3.1. Gaio, um exemplo de saúde espiritual 
    A terceira epístola de João é endereçada a Gaio, um irmão por quem o apóstolo demonstra profundo afeto: (...) Ao amado Gaio, a quem, na verdade, eu amo. Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma (3 Jo 1,2). Embora pouco se saiba sobre sua posição na igreja da Ásia Menor, este nome aparece em outras passagens do Novo Testamento (At 19.29; 20.4; Rm 16.23; 1 Co 1.14). 
    Na cultura judaica, saudações costumavam incluir votos de saúde. No entanto, João estabelece um vínculo entre a condição espiritual e o bem-estar físico de Gaio. Sua vida de fé inspirava confiança, servindo como modelo para os crentes, especialmente em tempos de instabilidade e afastamento da verdade. 

3.1.1. O testemunho de fidelidade e hospitalidade 
    João expressa grande alegria ao reconhecer a fidelidade de Gaio, elogiando sua conduta exemplar: Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos e para com os estranhos (3 Jo 5). Sua hospitalidade, característica essencial da vida cristã, é amplamente recomendada nas Escrituras (Êx 12.48; Rm 12.13; Hb 13.2). 
    Os estrangeiros mencionados na epístola eram, provavelmente, irmãos em viagem ou pregadores itinerantes necessitados de apoio. Além de hospedá-los, Gaio também os apoiava em suas necessidades, provavelmente com recursos financeiros, para que pudessem prosseguir na missão: Porque pelo seu Nome saíram, nada tomando dos gentios (3 Jo 7; grifo do autor). João reforça a importância desse auxílio ao declarar: (...) aos tais devemos receber (...) (3 Jo 8). 

3.2. Diótrefes, a arrogância que corrompe a liderança 
    Ao contrário de Gaio, elogiado por sua hospitalidade e amor ao próximo. Diótrefes é repreendido por demonstrar arrogância e desejo de primazia. João destaca que ele se recusou a reconhecer a autoridade apostólica (3 Jo 9). 
    Embora não se saiba qual função exercia na igreja, sua conduta revela um espírito dominador, incompatível com a liderança cristã. Além de buscar protagonismo, ele rejeitava a autoridade de João, que caminhou com o Messias e recebeu dele a missão de proclamar as boas novas. Na Igreja primitiva, a posição ocupada pelos apóstolos era a mais elevada; desconsiderá-la representava uma afronta à ordem estabelecida. A atitude de Diótrefes, nesse contexto, exemplifica um perigo recorrente, especialmente em tempos em que a busca por status e reconhecimento se sobrepõe à verdadeira entrega ao Reino. 
    João promete confrontá-lo, reprovando suas ações e palavras hostis (3 Jo 10). Além de rejeitar a autoridade apostólica, ele difamava os irmãos, isolava seu grupo e expulsava aqueles que buscavam comunhão. Sua conduta presunçosa e facciosa contradizia os princípios do evangelho (cf. Tg 4.11; Pv 18.1). 

3.3. Demétrio, um testemunho digno de confiança
    Diferente de Diótrefes, cuja conduta era reprovável, Demétrio é elogiado por João como um exemplo de integridade. Seu testemunho era amplamente reconhecido, tanto pela igreja quanto pelo próprio apóstolo: Todos dão testemunho de Demétrio, até a mesma verdade; e também nós testemunhamos (...) (3 Jo 12). A menção à verdade ressalta a autenticidade de sua fé e conduta irrepreensível. Seu bom testemunho não era apenas fruto da percepção humana, mas estava alinhado com os princípios divinos. 

CONCLUSÃO 
    As duas últimas epístolas de João, apesar de breves, transmitem ensinamentos de profundo valor espiritual. Elas ilustram o contraste entre aqueles que vivem de acordo com a verdade e os que se desviam por orgulho e rebeldia. O exemplo de Gaio e Demétrio revela a importância da fidelidade e da hospitalidade, enquanto a atitude de Diótrefes adverte contra a arrogância e a rejeição da autoridade legítima. Essas cartas reforçam que um testemunho cristão autêntico não se baseia apenas em palavras, mas na coerência entre fé e prática (3 Jo 11). 

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. A quem João se refere ao mencionar a senhora eleita em sua epístola? 
R.: A maioria dos estudiosos entende que a expressão "senhora eleita" representa a Igreja. 


Fonte: Revista Central Gospel

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