O Filho de Deus e a Vida Eterna:
A Eterna Promessa da Salvação
28 de Setembro de 2025
TEXTO ÁUREO
"Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo", João 5.26.
VERDADE APLICADA
Permaneçamos em Cristo, pois somente Ele tem as palavras de Vida Eterna.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Reconhecer que a Vida Eterna é mediada por Cristo, o Autor da Salvação.
- Compreender que não sabemos quando Cristo virá, mas devemos estar atentos.
- Reiterar que a vida eterna proporciona a entrada do crente na presença de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOÃO 17
1. Jesus falou assim, e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti,
2. Assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.
3. E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste.
4. Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
5. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.
11. E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 10.9 Jesus é a Porta para a Eternidade.
TERÇA | Jo 3.16 O amor de Deus nos concede a Vida Eterna.
QUARTA | Ef 2.6 Ressuscitado em Jesus Cristo.
QUINTA | 1Jo 2.25 A morte não é o fim.
SEXTA | Rm 6.23 Quem aceitar Jesus viverá para sempre.
SÁBADO | Jo 6.40 Quem crê no Filho tem a Vida Eterna.
HINOS SUGERIDOS: 90, 118,209
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que alcancemos a Vida Eterna reservada aos justos.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos alguns aspectos de um tema bem presente no Evangelho de João: a vida. Diante da realidade e da influência do pecado na existência humana, Deus, por amor, enviou o Seu Filho, que tem vida e concede vida. Veremos as respostas necessárias por parte do ser humano para desfrutar da Vida Eterna no presente e no futuro glorioso reservado a todos que permanecerem em Cristo Jesus.
PONTO DE PARTIDA – O Filho de Deus nos concede a Vida Eterna.
1- No Filho de Deus está a vida
Um assunto importante no Evangelho de João é a vida, e está presente no início (1.4) e no final (20.31) do livro. Vemos que o conceito de vida é relevante não somente no evangelho, mas também em outros escritos de João.
1.1. Sentidos da palavra vida no NT.
Conforme o Dicionário VINE (2016, p. 1057), a palavra "vida" é usada no NT como: "princípio; vida no sentido absoluto; vida como Deus a tem; aquilo que o Pai tem em Si mesmo (Jo 5.26); a qual o Filho manifestou no mundo (1 Jo 1.2)" Em outro sentido, a palavra se refere à vida física do ser humano e sua existência em si (Lc 16.25; At 17.25). Encontramos o termo também no sentido de "vida eterna" daqueles que estão em Cristo Jesus (Jo 3.15- 16; 5.24; Fp 2.16). Assim, ao conhecer o que as Escrituras revelam sobre a vida, nosso entendimento vai além da existência física e da realidade debaixo do sol. O Senhor Deus fez o ser humano um "ser vivente" (Gn 2.7) e tem propósitos conosco que não estão limitados às ações de sobrevivência física (comer, beber, multiplicar-se), mas inclui a comunhão com Ele durante a vida debaixo do sol e também por toda a eternidade (Jo 5.28,29; At 17.25-28).
Wycliffe Dicionário Bíblico (2019, p.2016): " 'Vida Eterna', uma frase que aparece 30 vezes no NT, na versão KJV em inglês, das quais 15 usos ocorrem no Evangelho e nas epístolas de João; e 43 vezes na versão RSV em inglês, com 25 ocorrências nos escritos de João. A palavra "eterna" (aionios) é derivada da palavra que significa "era", um período indefinido de tempo, e, dessa forma, duradouro, e consequentemente infinito. A vida eterna refere-se invariavelmente à vida de Deus, ou ao estado futuro dos justos (Mt 25.46). Os escritos de João a definem em termos de conhecimento, fazendo dela sinônimo da experiência de Deus (Jo 17.3). A vida eterna não pode ser adquirida pelos homens, mas lhes é conferida como uma dádiva em resposta a fé (Jo 3.15- 16; 1Jo 5.1; Rm 6.23), e torna-se uma fonte perpétua de poder e refrigério (Jo 4.14)".
1.2. O efeito do pecado.
O pecado afetou a vida física, conforme o Criador já tinha anunciado ao primeiro casal: "certamente morrerás" (Gn 2.17). Mas também o relacionamento com Deus, pois a pessoa que ainda não nasceu de novo está separada da "vida de Deus" (Ef 4.18), estando espiritualmente morta (Ef 2.1). Vide a parábola que Jesus contou sobre o filho que voltou à casa do pai. Em dois versículos, o Senhor usou estas frases: "estava morto, e reviveu" (Lc 15.24,32). O Apóstolo Paulo escreveu que aquele que vive dominado pela prática pecaminosa, "vivendo, está morto" (um 5.6). Todo ser humano depende da luz da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo para não viver espiritualmente enganado, achando-se vivo quando, na verdade, Deus diz que está morto (Ap. 3.1).
Francis Foulkes (1983, pp. 58-59), comenta sobre Efésios 2.1: "O problema do homem não é simplesmente o fato de estar em desarmonia no seu ambiente e com os seus semelhantes, pois todos os homens estão "alheios à vida de Deus" (4.18), o que significa com respeito à verdadeira natureza espiritual que estão "mortos (...) nos delitos e pecados": [...] Esta morte não é basicamente física, mas a perda da vida espiritual recebida, da vida de comunhão com Deus e da consequente capacidade de atividade e desenvolvimento espirituais. Descreve a condição atual do ser humano, e na realidade a Bíblia frequentemente fala do homem como estando espiritualmente morto devido ao pecado (Ez 37.1-4; Rm 6.23; 7.10,24; Cl 2.13), e necessitando de nada menos que uma nova vida da parte de Deus (Ef 5.14; Jo 3.3; 5.24)".
1.3. O Filho de Deus veio para dar vida.
O Apóstolo João registrou que no Filho de Deus, que se fez carne e habitou entre nós, está a vida (Jo 1.4). Ele tem vida e dá vida. O Evangelho de João registra que os estudiosos da Lei buscavam ter Vida Eterna por intermédio do estudo das Escrituras. A questão é que, quando veio o Filho de Deus, aqueles mesmos estudiosos não creram nEle. Eles não perceberam que a vida estava nAquele de quem as mesmas Escrituras que eles estudavam testemunhava (Jo 5.39,40).
R.N. Champlin (2014, pp. 452- 453), comentando sobre João 5.39, menciona um texto de Lange's Commentary: "Conheciam a casca da Bíblia, mas ignoravam a amêndoa que estava dentro dela. Rebuscavam as Escrituras minuciosa, pedante e supersticiosamente, na letra; mas não sentiam simpatia nenhuma pela alma que nelas habitava. Idolatravam o volume escrito, ao mesmo tempo que resistiam à palavra viva ali contida".
EU ENSINEI QUE:
O Pai promete Vida Eterna a todo aquele que crer no Filho.
2. A Vida Eterna com Cristo
João não se limitou a escrever que a vida estava no Filho de Deus, mas procurou expor a necessidade de receber essa vida e a possibilidade de desfrutar a Vida Eterna. Essa exposição, que envolve a vida como dádiva de Deus, é feita num contexto cristológico e soteriológico.
2.1. Crer em Jesus Cristo.
Considerando o exposto no tópico anterior, o Filho de Deus tem vida e dá vida, vemos que João enfatiza a relevância da fé em Jesus Cristo como o enviado de Deus ao mundo para nos salvar dos nossos pecados. Logo no início do evangelho, encontramos: "aos que creem no seu nome" (Jo 1.12). Fé é a exigência para a pessoa receber a Vida Eterna (Jo 3.16). A mensagem no Evangelho de João revela que as bênçãos e privilégios que o Filho de Deus veio proporcionar com Sua vinda à terra, inclusive ser membro da família de Deus e ter a vida eterna, são desfrutadas por todos que creem no Filho (Jo 3.36).
Revista Betel Dominical (4° Trimestre de 2017. Professor, pp. 52- 53): "É importante estarmos atentos para não confundir a fé que salva e sustenta a vida cristã com outros tipos de fé. Existe a "fé natural": a semeia na terra crendo que vai colher; é possuída por todos em diferentes graus e situações do cotidiano. Existe a "fé exclusivamente intelectual" (crê na existência de Deus, acredita que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Não é suficiente apenas conhecer, pois os demônios também conhecem a Pessoa e as Obras de Deus (Tg 2.19). Há pessoas que professam a "fé utilitária'; baseada somente nos desejos e interesses humanos (Jo 2.23-24; 12.42-43). É a fé que não conduz ao comprometimento e à renúncia. A pessoa crê, mas não está disposta a se arrepender e passar a viver de acordo com a vontade de Deus".
2.2. Receber a Palavra de Deus.
Há
uma íntima conexão entre crer em
Jesus, ter Vida Eterna, ser de Deus
e como lidamos com a Palavra de
Deus. O Evangelho de João enfatiza
bem essa conexão: (a) 5.24 - quem
ouve a Palavra de Jesus e crê em
Deus tem a vida eterna; (b) 5.47 -
quem é de Deus escuta as Palavras
de Deus; (c) 17.6 - Jesus, em Sua oração, menciona que as pessoas dadas
ao Senhor como Seus discípulos são
caracterizadas por ter recebido as
palavras que lhes foram entregues
pelo Filho de Deus enquanto nesta
terra. Nosso Senhor disse que Suas Palavras transmitidas aos Seus
discípulos "são espírito e vida" (Jo
6.63). Portanto, não podemos desprezar, desvalorizar ou colocar em
"segundo plano" as Escrituras Sagradas ao longo da nossa jornada cristã.
É uma questão de vida.
D. A. Carson (2007, p. 303) comenta sobre João 6.63: "As palavras de Jesus
corretamente entendidas e absorvidas,
geram vida, cf. 5.24. Se as palavras de
Jesus nesse discurso forem corretamente captadas, então o povo, em vez
de rejeitar a Jesus, o verá como o pão
do céu, aquele que dá sua carne pela
vida do mundo, aquele que é o único
que provê vida eterna, e eles o receberão e crerão nele, provarão a vida
eterna imediatamente e desfrutarão
da promessa de que ele os ressuscitará no último dia [...] Não é possível se
alimentar de Cristo sem se alimentar
das palavras de Cristo, porque crer realmente em Jesus não pode estar separado de realmente crer nas palavras de
Jesus (5.46,47)".
2.3. A relevância de praticar a Palavra
de Deus.
No Evangelho de João, Nosso
Senhor Jesus Cristo foi claro ao afirmar
que não é suficiente conhecer a Palavra
de Deus, concordar, ter em mente, se o
discípulo de Cristo não a aplicar no dia
a dia. Até mesmo para entender a Palavra de Deus é preciso, antes, disposição
para cumprir, fazer a vontade de Deus
(Jo 7.17). Precisamos nos aproximar
das Escrituras com um compromisso
de fé que resulte em comprometimento
em cumprir a vontade de Deus. Esse
comprometimento parece que estava
faltando em muitos que manifestavam
crer em Jesus (Jo 8.30,31).
E E Bruce (1987, p. 173), comenta
sobre João 8.31: "Permanecer nas palavras de Jesus significa aderir ao seu
ensino - orientar a vida por ele. O poder com que ele falava já levara alguns
dos seus ouvintes a crer nele, mas ser
discípulo é algo constante; é um estilo
de vida. Um discípulo verdadeiro está
em sintonia com a instrução do seu
mestre, e a aceita, não cegamente, mas
com inteligência. A instrução do mestre torna-se regra de fé e prática do discípulo': Ou seja, como em João 13.17,
a bem-aventurança está interligada
a um ponto crucial, que vai além de
ouvir, compreender e concordar com
a Palavra de Deus: é preciso praticar.
EU ENSINEI QUE:
Após Sua morte, Jesus ressuscitou e voltou
ao Céu para nos preparar lugar.
3. A esperança dos salvos
O Evangelho de João não destaca
somente o desfrutar da Vida Eterna por aquele que crê, recebe Jesus
e permanece em Suas Palavras ao
longo da jornada nesta terra, mas
também pontua alguns aspectos
que compõem a realidade futura
do discípulo de Cristo.
3.1. A Esperança que impulsiona o discípulo.
A esperança no retorno de Jesus
Cristo gera a certeza de que as dores e
os sofrimentos da vida terrena são pequenos diante dos bens eternos preparados para os filhos de Deus (Jo 14.3). No Livro de Apocalipse, João ressalta
que vamos morar com o Pai em Seu
Tabernáculo Eterno: seremos o Seu
povo; e Ele, o nosso Deus (Ap 21.3).
Lá não haverá pranto, nem morte, nem
clamor, nem dor (Ap 21.4). Tamanha
esperança nos motiva a perseverar
em Cristo Jesus, pois nEle está a Vida
Eterna (Jo 3.15).
Bispo Primaz Manoel Ferreira
(2016, p.106): "Diante de tudo que a
Palavra de Deus nos apresenta, concluímos que todo cristão pode e deve crer
que o Senhor Jesus voltará. A vinda
de Jesus não pode, em hipótese alguma, apavorar o salvo. Devemos viver
motivados, alegres, deixando Cristo
viver através de nós porque, quando
esse momento chegar, valerá todas as
afrontas e sofrimentos que já vivemos
(1 Jo 3.2; Ap 21.2,3).
3.2. A dimensão futura da vida eterna.
Nosso Senhor declarou que, no
fim desta era, os que morreram em
Cristo participarão da ressurreição
para a vida (Jo 5.29). É uma garantia que foi revelada pelo próprio
Senhor em um outro momento: Jo
6.40,54. Todo aquele que crê no Filho de Deus, e nEle permanece, já
tem uma experiência parcial da Vida
Eterna e vive na esperança de participar da dimensão futura desta vida em Cristo. O Apóstolo Paulo, escrevendo sobre essa dimensão futura,
registrou: "partir e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor"
(Fp 1.23). Hoje, já desfrutamos da
bênção de viver em Cristo ("tem a
vida eterna", Jo 5.24), mas o discípulo
de Jesus também vive na esperança
de vivenciar a "glória que em nós há
de ser revelada" (Rm 8.17).
William Barros (2022, L.13): "Toda
a tragédia que acometeu a raça humana desde a Queda de Adão será finalmente superada por um novo tempo.
Um tempo sem Satanás e seus demônios, sem a maldição do pecado e suas
consequências terríveis, vistas ao longo
da história do homem (Ap 21.4). Assim, vemos que a morte, o último inimigo do homem, será definitivamente
derrotada (1Co 15.54). Esse propósito
será agora cumprido, e Deus habitará
com o homem (Ap 21.3). Que tempo
glorioso será este!".
3.3. Estar onde Jesus Cristo está.
No
início do chamado "discurso de despedida"; o Senhor prepara os discípulos para Sua partida. Inicia dizendo
que eles não poderiam ir para onde
Ele estava indo (Jo 13.33). Podemos
imaginar o espanto, a preocupação e
a apreensão daqueles que ali estavam. E, então, Nosso Senhor lhes diz: "Não
fiquem tristes e preocupados"; Jo 14.1.
A mensagem foi que deveriam continuar crendo na provisão, no cuidado
e nas promessas do Senhor. Um dia
Ele voltará para buscar os Seus que
estão nesta terra. Os que morreram
em Cristo serão ressuscitados, e os
que estiverem vivos em Cristo serão
transformados (Jo 14.3; 1Ts 4.13-18).
Para estar com o Senhor por toda a
eternidade, é preciso viver no Senhor
enquanto nesta terra.
E E Bruce (1987, p. 255) comenta
sobre João 14.2-3: "A casa de meu Pai
já foi mencionada por Jesus em outro
sentido, em 2.16: "a casa de meu Pai" é
o templo de Jerusalém. Aqui, todavia,
a casa (oikia) de meu Pai obviamente
não é na terra; é o lar celestial para
onde Jesus está indo e onde sua gente também tem um lugar prometido.
Antes, durante a mesma semana, Jesus
havia dito: "Onde eu estou, ali estará
também o meu servo" (12.26); agora
ele amplia esta promessa dizendo que
levará seus seguidores pessoalmente
para lá".
EU ENSINEI QUE:
Morar no Céu e desfrutar a Vida Eterna é o
desejo dos salvos em Cristo.
CONCLUSÃO
Que o Espírito Santo nos ajude a permanecer em Cristo, pois somente Ele tem
as "Palavras da Vida Eterna" (Jo 6.68). Jesus Cristo é o Bom e Perfeito Pastor
que pode prover tudo o que Suas precisam para viver plenamente.
Subsídio para esta lição.
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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