(Revista Editora Betel)
Tema: A MARAVILHOSA GRAÇA DE DEUS

Texto de Referência: Rm 11.6
VERSÍCULO DO DIA
"Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a Graça", Rm 5.20
VERDADE APLICADA
A Lei revela a gravidade do pecado, mas a Graça de Deus, manifesta em Jesus Cristo, traz perdão e vida aos que creem.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
✔Compreender que somente a Graça nos livra da condenação do pecado;
✔ Identificar a natureza da Graça de Deus;
✔ Reconhecer que somos capacitados pela Graça de Deus.
MOMENTO DE ORAÇÃO
Ore para que Deus derrame Graça sobre a Sua Igreja, a fim de que tenhamos uma vida justa diante de Deus e dos homens.
LEITURA SEMANAL
Seg Rm 6.14 Não estamos debaixo da Lei, mas da Graça.
Ter Rm 3.24 Somos Justificados gratuitamente pela Graça de Cristo.
Qua 2Tm 2.1 Devemos nos fortalecer na Graça que há em Jesus.
Qui Tt 2.11 A Graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.
Sex 1Co 16.23 A Graça do Senhor Jesus seja convosco.
Sáb Tg 4.6 Deus concede Graça aos humildes.
INTRODUÇÃO
Professor(a), esta lição fala de um assunto que muitos não compreendem muito bem, outros pensam que sabem e há aqueles que o ignoram completamente, a Graça de Deus. Por isso, neste material de apoio deixo acréscimos interessantes para a tua aula, aproveite e elabore teu esboço para uma aula com conteúdo relevante.
O que seria do homem sem a Graça de Deus? À luz da Bíblia, Graça é um favor imerecido que Deus nos concede (Rm 3.23,24). É o amor e a misericórdia que nos libertam do pecado e nos livram da condenação eterna (Rm 2.6,7). É pela Graça que Deus nos recebe como filhos (Rm 4. 16, 17).
Sendo Deus o Criador de todas as coisas, Altíssimo e Onipotente, seria muito fácil para Ele destruir essa humanidade e fazer outra, isto é, acabar com tudo e refazer melhor, no entanto, há um atributo no Senhor, que beneficiou a humanidade, o amor. Esse atributo fez com que o Senhor elaborasse a Graça.
Ponto-Chave
"Por Sua Graça soberana e imerecida, Deus salva e justifica os pecadores, oferecendo Redenção somente pela fé em Jesus Cristo."
1. DO SENHOR VEM TODA A GRAÇA
A Carta aos Romanos retrata a Graça do Senhor como um testemunho do caráter generoso e soberano de Deus, que é a fonte de toda bênção espiritual e de Salvação. Ao crer em Cristo, somos justificados gratuitamente pela Graça (Rm 3.23,24). Paulo contrasta o pecado de Adão com o Dom gratuito da Graça que vem pelo segundo Adão, Jesus (Rm 5.15-17). Assim, em Sua misericórdia, o Senhor providencia em abundância o que a humanidade jamais poderia alcançar sozinha (Rm 5.20).
Diante do Senhor, a raça humana não poderia jamais alcançar sozinha a salvação da condenação eterna, porém, o Senhor providenciou uma forma para que a humanidade pudesse ser aceita, e essa forma é a Graça de Deus, dada de forma gratuita, pois o ser humano não teria condições de pagar.
1.1. A Graça noa livra da condenação eterna
A Graça de Deus proporciona ao ser humano a chance de ser redimido e salvo de um estado de condenação eterna, libertando-o do poder do pecado e da iniquidade. A Bíblia diz que todos pecaram e afastados foram da Presença de Deus, mas a Graça nos trouxe a Redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.23,24). Sendo assim, a Graça de Deus é imprescindível para a Salvação Eterna, uma vez que nos livra do domínio do pecado (Rm 6.14).
Ao se falar em condenação eterna, devemos entender como sendo a separação definitiva do Senhor, também chamada na Bíblia de 2ª morte:
"E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.", Apocalipse 20.14
Essa condenação foi reservada para o diabo e seus anjos, no entanto, essa mesma condenação será dada a todos os que rejeitarem ao Senhor:
"Mas, quanto aos covardes, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.", Apocalipse 21.8
Esse seria o destino de toda a raça humana, porém com a Graça providenciada por Deus, só vai para lá quem quiser:
"Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas:O que vencer não receberá o dano da segunda morte.", Apocalipse 2.11
E para vencer é preciso fugir do pecado, pois é ele que tira vida eterna, mas a Graça nos livra do seu domínio:
"Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.", Romanos 6.14
1.2. A Graça é incompreensível ao ser humano
A Graça de Deus é incompreensível ao ser humano pelo fato do pecado ter abundado no mundo (Rm 5.20). A preciosa Graça está acima das maravilhas da vida terrena, pois somente ela nos basta (2Co 12.9). Para o teólogo Karl Barth: "Graça é o fato real, embora incompreensível, de que Deus se agrada do ser humano que, por sua vez, pode se alegrar em Deus. Mas a Graça somente é Graça quando for reconhecida como inexplicável [sem razão de ser], incompreensível".
A ideia aqui é a seguinte: a partir do momento em que a Graça tiver uma razão de ser, ou seja, se nós fizermos algo para obtê-la, sermos merecedores dela, ou darmos algo em troca, então deixa de ser graça, pois assim, teremos uma explicação para ela. O fato é que, o ser humano estava condenado, sem possibilidade de pagar sua dívida, então o Senhor deu a Graça, isto é, o Seu favor imerecido, e assim o ser humano pôde receber o perdão. Isso é inexplicável.
Refletindo
"O reinado de morte foi substituído pelo reinado da Graça para os que estão em Cristo, nos trazendo uma nova condição de justiça."
D.A. Carson
2. O PODER DA GRAÇA DE DEUS
A poderosa Graça de Deus, conforme revela a Carta aos Romanos, é essencialmente gratuita, imerecida e transformadora, refletindo o amor incondicional e a Soberania do Criador. O Apóstolo Paulo a descreve como um Dom que não depende de obras humanas, mas que nos é dado gratuitamente pela fé em Cristo Jesus (Rm 3.24; 11.6). Assim, essa Graça é, ao mesmo tempo, um presente generoso, um poder redentor e uma promessa eterna, oferecida a todos, tanto judeus quanto gentios, sem distinção.
2.1. A Abundante Graça
A Bíblia diz que "os Apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição de Jesus, e em todos eles havia abundante graça", At 4.33. É perceptível que o Espírito os capacitou de poder a fim de pregarem o Evangelho e operarem milagres. A expressão "abundante graça" denota o tamanho da generosidade do favor de Deus. A Graça divina não foi nem é escassa ou limitada, ela é abundante e nos é dada por Deus, não somente para a Salvação, mas para o crescimento espiritual e a realização de Sua Obra na terra.
Convém notar o seguinte, os apóstolos davam o testemunho, mas Graça estava em todos do povo, ou seja, todos foram alcançados e havia testificação de que Deus recebeu a todos, dessa forma, o alcance da graça não estava somente sobre os apóstolos que andaram com Jesus, nem somente sobre os judeus de Jerusalém, nem somente sobre os judeus helenistas, mas estava com todos, inclusive sobre os gentios, esse é o alcance da Graça:
"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens.", Tito 2.11
É bom lembrar que, quando se fala que havia abundante graça, não está querendo dizer que havia bastante dons e nem bastante línguas estranhas, mas que havia bastante demonstração de que Deus havia recebido a todos como filhos e essa demonstração era em ações de generosidade, afeto, benevolência e amor entre os irmãos.
Veja que após o autor de Atos afirmar que havia abundante Graça entres eles, ele complementa afirmando o seguinte:
"Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.", Atos 4.34
Esse é o resultado da Graça.
2.2. A Soberana Graça
A Soberania e a Graça de Deus estão intimamente ligadas à Salvação. Isso porque, sem a Graça Soberana de Deus, todos nós estaríamos perdidos, pois é ela que nos concede a Salvação, mediante a fé na Obra Redentora de Cristo. Por causa dessa Obra, fomos libertos do pecado e hoje, abrigamos o Espírito de Deus (Ef 2.22; 1Co 6.19), que, pela Graça, nos leva a um processo progressivo de santificação (1 Co 6.11).
O que está afirmando aqui, é que o Senhor, em sua soberania determinou a salvação pela Graça, pois se houvesse alguma divindade acima do nosso Criador então Ele teria que seguir regras, no entanto, Ele próprio é o Altíssimo, não tendo ninguém acima dele, veja:
"Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo,", Hebreus 6.13
E com a Sua soberania, o Criador elaborou o plano da redenção e nos concedeu salvação por Sua Graça.
Aqui o comentarista também está afirmando que a Graça de Deus produz em nós a santificação, isto é, a separação do mundo, e embora saibamos que a santificação é um processo que também requer nosso esforço, ele só é eficaz no ser humano se for por meio da Graça de Cristo:
"E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus.", 1 Coríntios 6.11
3. OPOSIÇÕES A DOUTRINA DA GRAÇA
Durante o período apostólico, os seguidores de Cristo enfrentaram duas correntes de ideias que se opunham ao ensinamento da Graça: o legalismo e o antinomismo.
3.1. Legalismo
Segundo este pensamento, só se obtém a Salvação e a dignidade moral mediante a Lei Mosaica. O Legalismo, amparado por alguns judeus cristãos em Roma, afirmava que a justificação advinha das obras, conforme as leis e regras (Rm 3.27-31; Gl 3-4). Isso contradiz a Graça, porque valorizar o seguimento de normas da Lei nega a Salvação pela Graça e a fé em Jesus Cristo como o Salvador. Indo contra o pensamento legalista, os Apóstolos afirmavam que a Salvação é unicamente resultado da morte substitutiva de Jesus e, portanto, nenhuma Lei deveria ser imposta aos irmãos gentios. Por isso, observamos o Apóstolo Paulo os exortando: "Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei", Rm 3.20.
O problema do legalismo foi enfrentado pelos primeiros crentes, por causa da conversão dos gentios, veja:
"Então, alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.", Atos 15.1
Por conta desse impasse, aconteceu o primeiro concílio em Jerusalém, registrado em Atos 15.
E posteriormente, o apóstolo Paulo observou o mesmo problema na igreja em Roma:
"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.", Romanos 3.28
Embora nenhuma passagem na carta aos Romanos afirme abertamente que havia judaizantes ensinando o legalismo mosaico na igreja em Roma, podemos inferir isso por esse versículo.
Atualmente o legalismo judaico tem aparecido em muitas igrejas evangélicas, onde líderes tem agregado ao culto, alguns elementos da prática sacerdotal judaica, o que se torna inviável a partir do momento em que diminui a simplicidade da Graça.
3.2. Antinomismo
No Antimonismo, não há normas. O termo significa "contrário à lei", e seus defensores alegavam que, mesmo habitando no erro, estariam isentos da punição eterna (Rm 3.7). Conforme os adeptos dessa ideologia, uma vez que o homem foi justificado pela fé em Cristo, nenhuma responsabilidade ética lhes era exigida. O Apóstolo Paulo, porém, é totalmente contrário a esse pensamento, por isso os questiona: "Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?", Rm 6.1-3. Para Paulo, esse ensinamento viola as Escrituras, sendo um desvio da Palavra de Deus (Rm 6.15,16).
Ou seja, na afirmação antinomista o indivíduo já está justificado não precisando seguir qualquer regra e nem assumindo nenhum compromisso com a Igreja, sendo assim, por isso, na visão antinomista nem o pecado tira a pessoa da presença de Deus. Os antinomistas utilizam textos até mesmo de Romanos para basear essa heresia, como este:
"34 Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
35 Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?", Romanos 8.34,35
Mas graças ao Espírito Santo, que na mesma epístola temos referências contra o antinomismo:
"15 Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!
16 Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?", Romanos 6.15,16
Os antinomistas também ignoram textos como este:
"¹² E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Mateus 11.12
O antinomismo apregoa facilidade para se adentrar no Reino de Cristo.
SUBSÍDIO PARA O EDUCADOR
Em toda a Bíblia, encontramos referências acerca da Graça de Deus (Is 12.3). Essa Graça resulta em benefícios da parte de Deus para Suas criaturas, salvando-as, curando-as e libertando-as do poder do pecado (Sl 107.20). A ação divina em favor do homem perdido revela o Deus de toda a Graça, benevolente com o transgressor da Sua lei (Lc 18.13). O salmista expressou: "O Senhor dá Graça e glória [...]". Sl 84.11. Esse fato acerca de Deus é uma verdade incontestável, pois Ele é o doador da Graça. A vida de José nos dá um exemplo da Graça de Deus: "O Senhor, porém, estava com José [...] e deu-lhe Graça aos olhos do carcereiro-mor", Gn 39.21. A Graça na vida de José vinha do Senhor, o Deus de toda a Graça (1Pe 5.10). A Igreja hoje necessita dessa Graça gloriosa para vencer o mundo. (SILVA. Pr. Jandiro A. Revista Betel Dominical. 2º Trimestre de1999. Lição 2).
CONCLUSÃO
Na Carta aos Romanos, Paulo apresenta a Graça de Deus como Dom gratuito, soberano e imerecido, que redefine o relacionamento entre Deus e a humanidade. Ela é a força que justifica o pecador pela fé (Rm 3.24), supera o pecado com abundância (Rm 5.20) e transforma as vidas para a eternidade (Rm 6.23).
Nesta carta, aprende-se que, pela Graça é possível o relacionamento entre os pecadores e o Santíssimo Deus, algo que é impensável nas religiões legalistas.
Professor(a), leia essa conclusão e siga estas instruções se desejar:- revise, com a classe, os pontos e ideias mais importantes comentados;
- elabore e faça as perguntas se houver tempo;
- convide os alunos para a próxima aula falando da próxima lição, mencionando algo interessante que vai ser tratado.
Complementando
É sempre bom destacar que a Graça divina esteve presente desde o início, basta ver a maneira como Deus tratou o primeiro casal antes e depois da Queda (Gn 2.8-22; 3.8-15). Na Carta aos Romanos, o Apóstolo Paulo faz uma apresentação detalhada da Graça de Deus (Rm 6). Aprendemos, assim, que a Graça se manifesta mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 5.1,2), independentemente de obras humanas.
Eu ensinei que:
O Filho de Deus é a manifestação plena da gloriosa Graça de Deus.
Fonte: Revista Betel Conectar
ATENÇÃO: ESTE SUBSÍDIO É GRATUITO PARA OS USUÁRIOS DO CLUBE DA TEOLOGIA
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Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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