Rute: Lições de lealdade, o
caminho da redenção
2 de Novembro de 2025
TEXTO ÁUREO
"Disse, porém, Rute: Não me instes para que
te deixe e me afaste de ti. Porque aonde quer
que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares
à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu
povo, o teu Deus é o meu Deus", Rute 1.17
VERDADE APLICADA
Uma das marcas que caracteriza o discípulo de Cristo é a fidelidade a Deus,
a qual se expressa nos relacionamentos
interpessoais.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Conhecer a origem de Rute.
- Reconhecer o valor da fidelidade
- Ressaltar que Deus levanta remidores.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
RUTE 1
14. Então levantaram a sua voz e tornaram
a chorar; e Orfa beijou a sua sogra, porém
Rute se apegou a ela.
15. Pelo que disse: Eis que voltou tua cunhada ao seu povo e aos seus deuses; volta tu
também após a tua cunhada.
16. Disse, porém, Rute: Não me instes para
que te deixe e me afaste de ti. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que
pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.
17. Onde quer que morreres, morrerei eu, e
ali serei sepultada; faça-me assim o Senhor,
e outro tanto, se outra coisa que não seja a
morte me separar de ti.
18. Vendo ela, pois, que de todo estava resolvida para ir com ela, deixou de lhe falar nisso.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Rt 1.14 Rute prossegue, e Orfa volta por falta de visão.
TERÇA | Rt 2.2,3 Deus exaltou Rute na sua humildade.
QUARTA | Rt 4.13-22 Deus concede um filho a Rute.
QUINTA | Mt 1.5 Rute passa a fazer parte da genealogia de Jesus.
SEXTA | 1Co 4.2 Rute foi decidida e achada fiel ao seu chamado.
SÁBADO | Hb 10.38,39 A fé levou Rute a não retroceder.
HINOS SUGERIDOS: 459, 564, 597
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que sejamos fiéis a Deus e aos
nossos semelhantes.
INTRODUÇÃO
Rute, nora de Noemi, era uma mulher decidida e destemida, firme
em suas escolhas. Apesar da viuvez, ela seguiu fiel a Noemi, de
quem era companheira e amiga. Seu temor ao Deus do povo de
Israel fez com que tivesse uma nova vida ao lado de Boaz, com
quem se casou. Com isso, passou a fazer parte da genealogia de
Cristo ao gerar Obede, avô de Davi.
PONTO DE PARTIDA – Rute está na genealogia de Cristo
1. A origem de Rute
Mulher moabita, Rute desempenhou um papel importante e positivo no relato bíblico. Moabe e
Israel eram inimigos,
porque o rei Eglom invadiu e subjugou grande parte do território
de Israel durante dezoito anos (Jz 3.12-14).
Depois disso, Moabe
foi subjugado por Israel por oitenta anos (Jz 3.28-30). Essa rivalidade, porém, não impediu Rute
de se converter ao Deus de Israel.
1.1. Rute, a companheira.
Rute é um
nome moabita, que significa "amizade", "companheira": Ela se
casou com um israelita que
vivia em Moabe, Malom
(Rt 4.10), filho de Elimeleque e Noemi (Rt 1.1,2), que
já era viúva de Elimeleque.
Porém, Malom morreu e
também seu irmão, Quiliom, casado
com Orfa. Diante dessa triste realidade, Noemi decidiu voltar para sua
cidade, Belém, e Rute a acompanhou.
A Bíblia não menciona a origem da
família de Rute, mas tudo indica que
sua mãe era viva, pois Noemi pede a
ela que volte para a casa de sua mãe,
bem como Orfa (Rt 1.8). O que sabemos diz respeito a uma moça moabita, casada com um dos filhos da viúva
Noemi, que foram de Belém de Judá
para Moabe para fugir da fome. Por
quase dez anos, a família viveu ali. Porém, morrendo os dois filhos de Noemi, ela resolveu voltar para sua terra
natal. As duas noras, também viúvas,
queriam acompanhar a sogra, mas ela
as aconselhou a não irem para Belém.
Só que Rute insistiu em acompanhá-la,
iniciando uma linda história de amor e
fidelidade entre nora e sogra.
1.2. Uma história de amizade.
Uma
história sucinta, que coube em apenas
quatro capítulos, mas cheia de amor,
amizade, providência divina e perfeita harmonia, que traz ensinamentos
ainda para os dias de hoje. O livro
vai direto ao assunto, sem rodeios ou
atalhos, ao tratar do relacionamento
de duas mulheres, sogra e nora, num
contexto de adversidades. Elas se uniram dentro de uma perspectiva de
Deus, e Rute se apegou firmemente a
Noemi e seu Deus (Rt 1.16).
Artur Cundall e Leon Morris
comentam: "A história é contada de
modo simples e direto. Trata do período dos juízes; contudo, estabelece
contraste com o livro que tem este
título. O livro de Juízes trata de guerras e de contendas; o de Rute trata da
história tranquila de pessoas comuns
cuidando tranquilamente de suas
vidas. De certo modo, é a história
de duas mulheres. Narra como uma
delas, Noemi, sofreu muita agrura
até que, finalmente, obteve paz e segurança...Porém, trata disto tudo de
tal maneira a mostrar que Deus está
ativo, cuidando das coisas dos homens. Ele cumpre Seus propósitos e
abençoa aqueles que confiam nEle".
1.3. O início da história.
Na época
dos juízes, houve fome em Belém
de Judá. Elimeleque, então, foi com
a família para Moabe. Lá, seus dois
filhos se casaram com mulheres moabitas. Mais tarde, morreram Elimeleque e os filhos, deixando Noemi e
suas duas noras viúvas. Ao ouvir que
Deus havia abençoado a sua terra e
seu povo com alimento, Noemi decidiu voltar para Belém de Judá (Rt
1.1-6). Orfa preferiu voltar para sua
família, mas Rute seguiu com Noemi (Rt 1.16).
Para Isabela Fonseca: "Boaz representa Cristo, o `remidor: Rute é
o símbolo do crente que deixa tudo,
até sua terra natal (mundo), para
servir ao Deus verdadeiro, quando
afirma a Noemi: "O teu Deus é o meu
Deus" Mesmo nos sombrios dias dos Juízes, podemos ver o cumprimento
do propósito de Deus protegendo a
linhagem pela qual Cristo viria ao
mundo. Da história de Rute, tiramos
grande exemplo de boa vivência entre sogra e nora. Antes que sogra e
nora vivam em discórdia, bom seria
ler com atenção o livro de Rute".
EU ENSINEI QUE:
Rute se apegou firmemente a Noemi e seu
Deus.
2. Rute foi recompensada por
sua fidelidade
Rute preferiu seguir com Noemi,
confiando também no Deus de
Israel: "O teu povo é o meu povo,
o teu Deus é o meu Deus'; Rt 1.16.
Ao chegar em Belém, ela precisava apanhar espigas após os segadores para se alimentarem. Sua
fidelidade lhe rendeu recompensa
e honra diante de Deus.
2.1. A bênção da lealdade.
A lealdade
de Rute a Noemi é um bom exemplo de amor fraternal e devoção ao
próximo. A história das duas se desenrola em um contexto de perda e
dificuldade, destacando a força de
um vínculo que transcende os laços de sangue e revela um compromisso
profundo baseado em amor e respeito. A lealdade de Rute não foi motivada por obrigação ou pela expectativa de recompensa imediata, mas
por um amor genuíno e altruísta. Ela
escolheu compartilhar o destino de
Noemi, abraçando tanto as suas dificuldades quanto a sua fé.
Pela condição racial, Rute não
poderia fazer parte do povo de Deus,
pois ela era moabita. Só que toda regra
tem exceção, principalmente pela excelência do caráter de Rute, por sua lealdade e por sua confiança em Noemi
e em Deus. Não se trata da adoração
em si, mas da busca de Deus por verdadeiros adoradores, que O adorem
em espírito e em verdade (Jo 4.23,24).
Nesse caso, os povos se igualam.
2.2. Rute e Orla.
Rute perseverou e venceu os desafios. Por sua vez, diante de
um futuro desconhecido, Orfa voltou
para sua família e sumiu da história.
Ao perder seus filhos, Noemi decide
voltar para sua terra. Ela se despede das
noras, as beija, as três choram em alta
voz. Orfa se despediu da sogra com um
beijo e voltou para sua parentela, mas
Rute se apegou a Noemi, por isso não
quis abandoná-la (Rt 1.8-14).
Pr. David Cabral comenta: "Rute
e Orfa tinham posições divergentes.
Quando Noemi estava pronta para
partir a Belém, não tinha comida e
ninguém que pudesse lhe dar as boas-vindas em Belém. Mas tinha esperança em Deus e escolheu o caminho
certo. Quando Noemi tomou o caminho para Belém, as atitudes de Rute e
Orfa foram muito opostas. Orfa chorou e disse que seguiria Noemi. Mas,
desde o começo, não tinha coração
para seguir sua sogra. Quando Noemi lhe disse para voltar à casa de seus
pais, ela beijou Noemi, se despediu e
voltou a seu povo (Rt 1.14)".
2.3. A convicção de quem sabe o que
quer.
Quem sabe o que quer não permite que seus planos sejam interrompidos. A fidelidade mostra que os
aliançados andam lado a lado pela
responsabilidade da palavra firmada,
e o acordo feito facilita essa cumplicidade (Am 3.3). Não que o conselho
de Noemi estivesse totalmente errado, mas Deus inspirou Rute a não o
acatar e seguir com sua sogra.
Pr. Valdir Alves de Oliveira observa: "Compromisso com responsabilidade. Rute estava decidida e não havia jeito de convencê-la ao contrário.
Deus pode fazer o que quiser comigo
se eu deixar que alguma coisa menor
que a morte me separe de ti. Quer
dizer: Até que a morte nos separe.
Quando o casamento/família está decidido na presença de Deus e com
responsabilidade tem tudo para dar
certo, mesmo com todas as turbulências. A fidelidade é uma bênção seja
em que área for. Rute provou a sua
ligação incondicional a sua sogra. A
fidelidade lhe proporcionou um futuro abençoado e brilhante".
EU ENSINEI QUE:
A fidelidade de Rute lhe rendeu recompensas e honra diante de Deus.
3. O remidor
O remidor, do hebraico goel, era
um parente próximo que, segundo a Lei Mosaica, tinha a responsabilidade de resgatar ou redimir um familiar em situação de
dificuldade, fosse recomprando
terras vendidas por necessidade
(Lv 25.25) ou assegurando a continuidade da linhagem familiar
ao se casar com a viúva de um
parente sem filhos (Dt 25.5,6).
3.1. Boaz, o remidor.
Boaz emerge como o remidor de Rute e Noemi. Ele
era parente de Elimeleque, marido
falecido de Noemi; ao saber da situação das duas viúvas, que estavam
sem sustento, ele assumiu o papel
de resgatador delas. Boaz não apenas recompra a herança de Elimeleque, garantindo segurança material
a Noemi, mas também se casa com
Rute, preservando o nome da família e proporcionando proteção para elas.
Esse ato reflete tanto um dever legal
quanto um gesto de bondade, que
destacam Boaz como uma figura de
restauração e esperança na vida de
Noemi e Rute.
Diante das testemunhas, Boaz
disse que compraria de Noemi tudo
que pertencia a Elimeleque, Quiliom
e Malom. Tomava também a moabita Rute por sua mulher. O povo e
as testemunhas que estavam à porta
aprovaram o negócio e expressaram
essa aprovação com palavras abençoadoras e votos de prosperidade
(Rt 4.11,12). Assim, Boaz se casou
com Rute, e o Senhor lhe concedeu a
oportunidade de terem Obede, mais
tarde pai de Jessé e avô de Davi (Rt
4.9-17).
3.2. Boaz e Rute.
Quando Noemi percebeu a bondade de Boaz com Rute,
que trabalhava nos campos dele recolhendo espigas, instruiu sua nora a
apelar ao papel de Boaz como remidor. Seguindo o conselho de Noemi,
Rute foi à eira onde Boaz dormia e
se deitou aos pés dele, cobrindo-se
com o canto de sua manta (Rt 3.7-9).
Esse gesto era um pedido humilde e respeitoso para que ele a redimisse,
ou seja, a tomasse como esposa para
preservar a linhagem de seu falecido marido.
Comentário de Iain M. Duguid
(2016): "Noemi, então, começa a
pensar nas necessidades de Rute.
Viver com sua sogra nunca poderia ser uma situação ideal (Rt 2.23).
Rute necessitava de um marido e de
uma casa que fosse dela mesma. Essa
não era exatamente uma observação
nova; afinal de contas, foi por essa
razão que Noemi tinha dito a Rute para voltar para casa no capítulo
1. Ela deveria voltar para um lugar
onde fosse mais provável encontrar
descanso com um marido para si...
Noemi tinha uma ideia para ajudar
no processo. Ela disse a Rute: Banha-
-te, e unge-te, e põe os teus melhores
vestidos (Rt 3.3-4)."
3.3. A recompensa de Rute e Noemi.
Boaz redimiu a propriedade de Elimeleque e tomou Rute como esposa
para preservar o nome de seu parente falecido (Rt 4.9,10). Assim, Boaz
e Rute se casaram e tiveram Obede,
avô do rei Davi, cumprindo um propósito maior na narrativa bíblica. Do Livro de Rute, podemos ressaltar a
honra de Boaz, a iniciativa corajosa de Rute, a restauração na vida de
Noemi e a providência de Deus, que
guia toda a história.
Iain M. Duguid (2016) comenta:
"A história termina com uma cena
doméstica tocante: `Noemi tomou o
menino. E o pôs no regaço, e entrou
a cuidar dele. As vizinhas lhe deram
nome, dizendo: a Noemi nasceu um
filho. E lhe chamaram Obede. Este é
o pai de Jessé, pai de Davi' (Rt 4.16-
17). O neto no colo de Noemi era
um claro sinal de que o vazio que ela
sentia na conclusão do capítulo inicial, tinha agora sido substituído pela
plenitude por meio da graça de Deus.
Embora ninguém pudesse trazer de
volta o marido e os filhos dela, agora
tinha ela uma nora que todos reconheciam como "melhor do que sete
filhos'; um elogio impressionante no
mundo antigo. Mais do que isso, tinha um descendente para continuar
a linhagem da família".
EU ENSINEI QUE:
Boaz e Rute se casaram e tiveram Obede,
avô do rei Davi, cumprindo um propósito
maior na narrativa bíblica.
CONCLUSÃO
A história de Noemi e Rute, ao encontrar Boaz, tipifica a figura do
que Cristo fez por nós: Ele é o nosso Resgatador, o Redentor que veio
nos buscar e salvar enquanto ainda estávamos perdidos.
Subsídio para esta lição.
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

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