
Resposta Bíblica à Realidade do Pecado
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
2 Coríntios 5.17-21
17- Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
18- E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19- isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.
20- De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.
21- Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
1 Coríntios 15.21-22
21- Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem.
22- Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.
Romanos 8.1-2
1- Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.
2- Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
TEXTO ÁUREO
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
1 Pedro 1.3
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Romanos 8.29-30
Deus conduz à glorificação final
3ª feira - 1 Coríntios 15. 45-49
Cristo, o último Adão, traz vida
4ª feira - Colossenses 1. 19-23
A reconciliação de todas as coisas em Cristo
5ª feira - 1 Pedro 1.14-16
Chamados à obediência e à santidade
6ª feira - Apocalipse 22.4-5
Na luz eterna, veremos Seu rosto
Sábado - 2 Timóteo 4.6-8
Aguardando a coroa reservada aos fiéis
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- compreender a resposta de Deus ao problema do pecado por meio da obra redentora realizada por jesus;
- valorizar sua nova identidade, como filho amado, reconciliado e restaurado pelo Pai;
- fortalecer a esperança na glorificação futura, renovando "sua fé e compromisso no caminho rumo ao lar celestial.
Caro professor, nesta lição chegamos ao ponto alto da narrativa bíblica: a resposta de Deus ao problema do pecado.
Após termos estudado a origem, o fato e as consequências do mal, somos agora convidados a contemplar os três pilares da salvação: justificação, santificação e glorificação. Estes não são apenas conceitos doutrinários, mas expressões da Graça que perdoa, transforma e conduz à plenitude. ,
Enfatize que a redenção em Cristo não se resume ao passado ou ao futuro: ela atravessa toda a jornada da alma redimida, sustentando-a hoje com confiança e propósito.
Ajude os alunos a perceberem que essa resposta divina nos chama a uma caminhada ativa, fortalecida pela misericórdia e direcionada ao cumprimento das promessas do Senhor.
Excelente aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória A história humana não terminou no Éden. Quando o pecado rompeu a comunhão com o Divino, abriu-se também um caminho para a promessa eterna. O Homem, incapaz de restaurar a si mesmo, foi alcançado pelo plano gracioso de um Deus que não desiste de Sua Criação. Em Cristo, o último Adão (1 Co 15.45), a esperança ressurge: não apenas como reparo de uma falha, mas como uma nova possibilidade de vida — uma identidade reconstruída, uma jornada santificada, um destino glorioso.
Esta lição nos convida a contemplar o fio da redenção que atravessa as eras: uma resposta que alcança não só indíviduos, mas toda a ordem criada, aguardando o dia em que tudo será transformado.
1. O CAMINHO DA SALVAÇÃO: DO GÊNESIS À GLÓRIA
Desde o Gênesis, revela-se um Deus que, mesmo após a Queda, busca resgatar e redimir o Homem para restaurar-lhe o estado de plenitude. Ao longo dos séculos, essa ação misericordiosa foi sendo revelada, assimilada e, por fim, sistematizada no pensamento cristão.
Nesse contexto, temas como Graça, fé, obras, eleição e perseverança foram se consolidando como pilares da soteriologia (gr. sotéria = “salvação” + logos = “estudo”) + área essencial da Teologia que nos ajuda a Compreender q “mistério do amor que não desiste”.
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Embora o tema da salvação perpasse toda a Bíblia, a formalização da soteriologia como doutrina foi construída ao longo da história eclesiástica, nos debates entre os pais da Igreja, nas controvérsias entre pelagianos e agostinianos e, mais tarde, nas reflexões da Reforma Protestante.
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1.1. O rio da redenção percorrendo a História
A doutrina da salvação não aparece pronta no texto sagrado, mas se anuncia progressivamente ao longo da crônica de Israel. Desde a eleição de Abraão até a promessa messiânica, cada etapa prepara o terreno para a incomparável obra de Cristo. A tabela a seguir compara os principais pontos soteriológicos do Antigo e do Novo Testamento, permitindo visualizar com clareza essa evolução.
SOTERIOLOGIA
NO ANTIGO TESTAMENTO
ELEIÇÃO E CHAMADO DE ABRAÃO (GN 12.1-3) PROMESSA DE BENÇÃO ÀS NAÇÕES
LIBERTAÇÃO DO EGITO (ÊX 314) JEOVÁ COMO RESGATADOR DO OPRIMIDO
ALIANÇA NO SINAI (ÊX 19-24) RELACIONAMENTO E OBEDIÊNCIA
SACRIFÍCIOS EXPIATÓRIOS LV 16 MEDIAÇÃO E PERDAO TEMPORÁRIO
ANÚNCIO DE UM SALVADOR (IS 53; JR 31.31-34) PROMESSA MESSIÂNICA
FIDELIDADE AO REMANESCENTE (ML 3. 16-18) PRESERVAÇÃO DAS PROMESSAS
NO NOVO TESTAMENTO
CUMPRIMENTO EM CRISTO GL 3.8-141, QUE ABENÇOA TODAS AS NAÇÕES.
LIBERTAÇÃO DO PECADO POR INTERMÉDIO DE CRISTO OO 8.34-36; RM 6. 18-29).
NOVA ALIANÇA EM CRISTO (LC 22.20; HB 8.6-13), ESCRITA NOS CORAÇÕES.
SACRIFÍCIO DEFINITIVO DE CRISTO (HB 9.11-15), REDENÇÃO IRREVOGÁVEL.
CUMPRIMENTO EM JESUS, O MESSIAS DE ISRAEL (MT 1.21; AT 4.12).
IGREJA COMO NAÇÃO SANTA, AGUARDANDO À GLORIFICAÇÃO (1 PE 2.9-10: AP 21.1-5).
Estudar a soteriologia não é mero exercício teórico destituído de propósito: é, antes, uma estrada de descoberta sobre como Deus age para reconciliar, transformar e conduzir Seu povo à glória. Essa doutrina nos lembra que a salvação não depende do esforço humano, mas é fruto da Graça (Ef 2.8-9), concebida desde a Eternidade (Ef 1.4-5), realizada por Cristo (Rm 5.6-11) e aplicada, hoje, pelo Espírito Santo (Tt 3.4-7). Conhecer essas verdades fortalece nossa fé, aprofunda nossa gratidão e renova nosso compromisso com o Senhor.
Os próximos tópicos desdobram o tripé central do plano divino: justificação, santificação e glorificação.
2. JUSTIFICAÇÃO: O RESGATE DO PECADOR
Já refletimos em lições anteriores sobre como o pecado não foi apenas um ato isolado no Éden, mas o rompimento de uma al'ança. Neste tópico, será explorado como a justificação — a grande obra do Deus que salva — não só resgata O ser humano de sua condição de ruptura e separação, mas se insere no propósito maior, que culminará na restauração de todas as coisas.
2.1. À cura do coração humano
Como herdeiro da desobediência, o Homem tornou-se incapaz de reconciliar-se com o Criador por méritos próprios (Ef 2.1-5). Desde a Queda, ele experimenta vazio, desorientação e morte espiritual (Cl 2.13), pois o mal deformou seus afetos (Jr 17.9), obscureceu sua mente (Ef 4.17-18) e aprisionou sua vontade (Rm 7.14-24). Essa ruína, todavia, não é o último ato: é o cenário no qual o plano de resgate começa a despontar, revelando a Graça que encontra e transforma o que parecia irremediavelmente perdido (Tt 3.3-5; 2 Co 5.17-21).
Cristo, o último Adão (1 Co 15.45), veio cumprir o que 0 primeiro não conseguiu. Por intermédio d'Ele, o Senhor oferece perdão e reconciliação a todos, indistintamente (Rm 5.811), não apenas limpando sua culpa, mas atribuindo-lhe a justiça de Seu Filho (Rm 4.24-25). Jesus, ao assumir a condição humana, carregou sobre si o peso do pecado (Is 53.4-6; Hb 10.19-22), tornando-se o mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5).
Embora a justificação atue diretamente sobre o indivíduo, ela também aponta para um desfecho maior: a restauração de todas as coisas (Cl 1.19-20). A obra salvífica visa, portanto, não só a resgatar pessoas, mas a trazer o Universo de volta para Deus (Rm 8.19-22; Ap 21.1-5), reconstituindo a harmonia original (cf. Tópico 4.2).
Enquanto isso, vive-se no “já e ainda não” do Reino — já libertos do domínio do pecado pelo poder do Cordeiro Santo (Cl 1.13-14), mas ainda aguardando a imperiosa manifestação da vitória final (Rm 8.23-25; 2 Pe 3.13).
3. SANTIFICAÇÃO: A NOVA VIDA EM CRISTO
Neste tópico, será abordada a santificação — processo pelo qual Deus liberta o Homem do domínio do pecado, moldando-o à imagem de Seu Filho. Não se trata de uma etapa isolada no plano redentivo, mas de uma instância permanente da vida cristã, que tem início com a conversão, caminha conosco no presente e culminará na perfeição futura. Esse assunto é tão relevante que o autor de Hebreus declarou: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. (Hb 12.14).
Nos subtópicos seguintes, analisaremos como esse movimento se manifesta no tempo, revelando a profundidade do compromisso de Deus com a nossa transformação (Rm 12.1-2).
3.1. Santificação inaugurada: o início da nova vida
Tudo o que era necessário à santificação já foi providenciado em Cristo, como destacado anteriormente. Pela fé, ao nascermos de novo, fomos retirados da autoridade do pecado e separados para Deus (1 Co 6.11; Hb 10.10).
Esse ato inaugural, também chamado de santificação posicional, é obra do próprio Deus, que nos declara santos em virtude do sacrifício de Jesus. Somos retirados das trevas e conduzidos à luz, não apenas como quem muda de direção, mas como quem recebe nova identidade: filhos reconciliados e consagrados ao serviço do Reino (1 Co 1.2).
3.2, Santificação progressiva: o caminhar diário com Deus
No tempo presente, a santificação é um processo diário de transformação, operado pelo Espírito Santo, que age no caráter e na conduta do crente (Rm 6.19, 22). Mais do que correção moral, santificar-se implica alinhar toda a vida ao coração de Deus — buscando a pureza, praticando a justiça, amando o próximo e cuidando da Criação. É a dimensão progressiva da fé, em que somos chamados a abandonar práticas antigas, a renovar a mente e a trilhar o caminho da obediência (1 Pe 1.14-16). E neste tempo que produzimos frutos (Gl 5.22-23), somos moldados à imagem do Filho e nos tornamos instrumentos úteis ao Senhor (2 Co 3.18). Trata-se de uma caminhada permeada por lutas, confissão, restauração e perseverança — sustentada pela Graça que nos alcança a cada novo dia.
3.3. A plenitude da santidade: o que agora é promessa
A jornada da santificação culminará no futuro glorioso prometido aos que perseveram (1 Ts 5.23; Mt 25.34). Nesse momento, não haverá mais necessidade de resistir ao mal: toda batalha cessará, e o processo será concluído.
Nesse contexto, a plenitude da santidade representa a perfeição daquilo que hoje vivemos em parte — a separação definitiva, a consagração eterna, a concretização do propósito divino em nós.
Nesse dia, aquilo que hoje aspiramos em fé se tornará plenitude visível, e veremos Aquele que nos amou com olhos desvelados (Ap 22.4). A conclusão desse processo nos conduz à glorificação — tema que será tratado a seguir.
4. GLORIFICAÇÃO: A CONSUMAÇÃO DO PLANO ETERNO
Enquanto a esperança sustenta cada passo no presente, os olhos da fé se voltam para o destino eterno: o dia em que a travessia terminará. Fomos salvos do castigo do pecado (justificação), estamos sendo salvos do poder do pecado (santificação) e seremos salvos da presença do pecado em definitivo (glorificação) (Fp 3.20-21).
Neste tópico, será abordada a glorificação — a derradeira promessa do Altíssimo, quando Seu plano redentor será categoricamente consumado e os remidos participarão da vitória do Unigênito.
4.1, Chamados à exaltação final
A glorificação não é um processo gradual, mas um ato que ocorrerá no último dia, quando os mortos em Cristo ressuscitarão, e os vivos serão transformados (1 Ts 4.16-17). Nesse momento, o Senhor completará Sua obra, revestindo os fiéis de incorruptibilidade e tornando-os semelhantes ao Seu Filho (1 Jo 3.2; 1 Co 15.42-49). Este será o fim absoluto da presença do mal, da dor e da morte — a vitória cabal do Cordeiro sobre todas as coisas (1 Co 15.54-57).
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O plano redentor não se limita ao coração humano: ele alcança toda a Criação, que geme e aguarda a regeneração final. Em Jesus, a promessa é abrangente: um dia, tudo será reconciliado — Céus e Terra, vida e matéria — expondo a beleza do propósito eterno. A glorificação, portanto, não é só a vitória do salvo, mas a libertação de tudo o que foi ferido.
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4.2. Chamados à comunhão perfeita
A glorificação não envolve exclusivamente corpos restaurados, mas a comunhão perfeita com o Divino: os redimidos verão face a face Aquele que os amou (1 Co 13.12; Ap 22.4-5), entrando no lugar onde não haverá mais dor, lamento nem saudade (Ap 21.1-5).
Não se trata apenas, portanto, de um destino espiritual, mas da participação plena em uma realidade renovada — novos céus e nova terra — na qual a Criação inteira — antes pranteando — será libertada (Rm 8.2123). Essa promessa não gera medo. Mas consolo, porque cada palavra será cumprida, e cada lágrima, enxugada pelas mãos do próprio Pai.
CONCLUSÃO
A história da salvação revela o mistério da Graça que persiste. Deus nos encontra na ruína, não só para aliviar nossa dor momentânea, mas para reconstruir tudo o que foi quebrado. Em Cristo, Ele nos justifica, nos santifica e promete nos glorificar: uma obra completa, que resgata o passado (a comunhão perdida no Éden), transforma o presente (a vida em Cristo na Igreja) e aponta para o futuro (o Reino plenamente consumado).
O pecado, que parecia ter a última palavra, foi vencido na Cruz; e, na glorificação do salvo, será completamente eliminado. Até lá, caminhamos como peregrinos — não mais definidos pelo fracasso, mas moldados pela esperança na vitória final.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. O que significa dizer que a glorificação é o ato final da salvação?
R.: Significa que Deus transformará os salvos, libertando-os para sempre da presença do pecado e concedendo-lhes comunhão eterna com Ele.
Fonte: Revista Central Gospel
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