quarta-feira, 17 de abril de 2019

ESTUDO BÍBLICO - A composição da natureza humana



O patriarca Jó parece ter sido o primeiro dos homens mencionados na Bíblia a interrogar acerca do homem. Foi ele quem perguntou a Deus: “Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova?” (Jó 7.17-18).

Depois foi a vez do salmista indagar: “Que é o homem, que dele te lembres?” (Sl 8.4), “Senhor, que é o homem para que dele tomes conhecimento? E o filho do homem para que o estimes?” (Sl 144.3).

Se quisermos conhecer o homem, temos de ir além do que ensina a filosofia e as demais ciências humanas, temos de tomar posse das Escrituras, pois só elas respondem satisfatoriamente toda e qualquer indagação quanto ao passado, presente e futuro do homem.
 
O Espirito do Homem
Em geral os escritores bíblicos, especialmente os do Antigo Testamento, não se preocuparam em distinguir o espírito da alma ou vice-versa. A distinção entre espírito e alma é decorrente da revelação progressiva de Deus no Novo Testamento. Por esta razão, hoje sabemos, por exemplo, que:

a) Deus é o criador do espírito humano, e o fez de forma individual. Ele habita na parte interior da natureza do homem, e é capaz de renovação e desenvolvimento. O espírito é a sede da imagem de Deus no homem, imagem perdida com a queda, mas que pôde ser restabelecida por Jesus Cristo (Zc 12.1; 1Co. 15.49; 2Co. 3.18; Cl. 3.10).

b) O espírito é o âmago e a fonte da vida humana, enquanto a alma possui essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. A alma sobrevive à morte, porque o espírito a dota de capacidade; por isso alma e espírito são inseparáveis.

c) O espírito humano distingue o homem das demais coisas criadas. Por exemplo, os irracionais possuem vida comum (Gn. 1.2), mas não possuem espírito.

d) O espírito é o canal através do qual o homem pode conhecer a Deus e as coisas inerentes a seu reino (1Co. 2.11; 14.2; Ef. 1.17; 4.23). O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito Santo, torna-se também centro de adoração (Jo. 4.23-24), oração, cântico, bênção (1Co. 14.15); e de serviço (Rm. 1.9; Fp. 1.27). Tudo isso em relação a Deus.
 
Alma do Homem
A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele. A alma é um espírito que habita um corpo, ou nele tem estado, como as almas dos que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (Mt 10.28; Lc 16.19-31; Ap. 6.9).
 
O Corpo do Homem
Das três entidades que formam o homem, o corpo é aquela sobre a qual a Bíblia menos fala. Contudo, à luz daquilo que a Bíblia apresenta, o que se sabe é que o corpo humano é o instrumento, o tabernáculo, a oficina do espírito. Ele é o meio pelo qual o espírito se manifesta e age no mundo visível e material. O corpo é o órgão dos sentidos e o elo que une o espírito ao universo material. Pelo corpo o homem pode ver, sentir e apalpar o que está ao seu redor.

As impressões vêm do exterior pelo corpo, porém elas só têm significado quando reconhecidas e atendidas pelo espírito. Diz-se que os animais, o cão, por exemplo, possuem visão, mas não podem distinguir a cada instante as cores que estão à sua frente, em virtude de faltar-lhe o espírito. A consciência própria, a direção própria, o poder de pensar, querer e amar pertencem exclusivamente ao espírito. Diante disto, se entende que o espírito é o agente, enquanto o corpo é a agência. A Bíblia usa alguns nomes para figurar o corpo do homem, quanto à transitoriedade de sua existência, e posição que ocupa no plano eterno de Deus. Vejamos, por exemplo:

– Casa ou Tabernáculo: 2Co 5.1-4.

– Templo: 1Co 6.19.
 
A Glória Futura do Corpo
A crença na ressurreição do corpo, como meio de glorificação do mesmo, é tão antiga quanto à crença em Deus no Antigo Testamento. No livro de Jó, segundo alguns estudiosos o mais antigo da Bíblia, encontramos o patriarca dizendo: “Porque eu sei que meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros” (Jó 19.25-27).

No capítulo 15 de 1 Coríntios, Paulo salienta o ensino que, mediante a ressurreição do corpo: a) a morte será destruída (v.26); b) receberemos um corpo celestial e glorioso (v.40); c) receberemos um corpo não mais sujeito à corrupção (v.42); d) ressuscitaremos em poder (v.43); e) traremos a imagem do celestial (v.49); f) seremos revestidos de imortalidade (v.53).

Ainda na expectativa da ressurreição do corpo, escreveu o apóstolo João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é” (1Jo. 3.2).

Bibliografia:

Doutrinas Bíblicas – Uma introdução à Teologia. Raimundo F. de Oliveira, EETAD, 2ª edição, 1991.

Fonte: CACP

domingo, 14 de abril de 2019

ARTIGO - Procurando o livro da Lei


Experimentamos nestes últimos dias um grande avanço tecnológico e uma mudança comportamental muito grande da sociedade que reflete diretamente no povo de Deus, principalmente naqueles que serão nossos substitutos num futuro próximo caso Jesus tarde mais um pouco. 

A facilidade de comunicação e acesso a informação não só tem levado o conhecimento de Deus e dos comportamentos cristãos às pessoas do mundo, como também e numa proporção muito maior, tem trazido o conhecimento e o contato com o mundanismo para dentro das igrejas.

Observamos irmãos em Cristo que se parecem muito com os mundanos, em todos os aspectos, tudo isso tem levado o movimento evangélico no Brasil e nas maiorias das regiões do mundo a um lugar perigoso, o lugar comum.

As tradições de vestimentas, de dogmas e paradigmas que tanto criticamos nos anos finais do século XX era na verdade o que nos diferenciavam, o perfil de santidade que havia em nossos jovens está cada vez mais raro de se perceber. Criticamos tanto o excesso de santidade que se atribuía às vestes longas e hoje gostaríamos que nossos jovens utilizassem algumas peças a mais. Criticamos tanto o mal que a TV fazia roubando o diálogo da família nos anos 90 e agora desejamos que todos se reunissem novamente diante daquela velha TV de tubo, colorida ou preto e branco, uma vez que cada integrante da família possui sua própria TV de bolso e ficam em seus recantos da casa assistindo suas séries e programas sozinhos ou jogando online.

Essas mudanças da sociedade tem afetado a Igreja de Jesus ao passa que influencia as igrejas evangélicas, onde pastores e líderes, para não perder membros vão abrindo e sedendo espaço nos seus regimentos, isso porque muitos deles estão mais preocupados com a queda que pode acontecer na renda da igreja com a perda de tantos irmãos que não se adaptam à regimentos considerados hoje como rigorosos, mas que eram leves a vinte anos atrás.

A sociedade mudou e parece que muitas igreja estão mudando para acompanhar essa sociedade e com isso entramos no caminho das religiões comuns, que somente servem para dar o sentimento de pertencimento a um grupo e nada mais.

No entanto, o resgate dos valores cristãos não pode ser feito lançando mão de medidas extremistas ou revivendo antigas discussões de paradigmas éticos. Por exemplo, se em uma igreja não há mais batismo com o Espírito Santo, não será a mudança do regimento ou a obrigatoriedade de se buscar o dom que se levará ao avivamento.

É necessário se resgatar primeiro o ensino da Palavra de Deus e a partir daí a juventude poderá entender a necessidade dessa busca.
Assim como foi achado livro da Lei dentro do templo em Jerusalém na época do Hilquias 2 Cr 34.15 também precisamos encontrá-lo hoje em nossas igrejas.

Pr Marcos André

ESTUDO BÍBLICO - Os artesãos do Tabernáculo



Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 2 do trimestre sobre “O Tabernáculo – Símbolos da Obra Redentora de Cristo”

A nossa segunda Lição será uma verdadeira inspiração para o descobrimento e aproveitamento de novos talentos na igreja local. Tomando como base o chamado de Bezalel e Aoliabe para a obra artesanal, veremos como o Espírito Santo age com diversidade de dons naturais e espirituais entre o seu povo. Engana-se quem pensa que os dons resumem-se a cantar, pregar ou pastorear; falar em línguas, profetizar ou curar… Há uma diversidade de dons, dizia Paulo, todos concedidos pelo mesmo Espírito para o que for útil. Talvez você tenha um dom muito útil à causa de Cristo e não saiba, mas essa Lição de hoje lhe ajudará a descobrir.

I. Homens especiais para serviços especiais

No Sinai, Moisés recebeu as orientações bem como visualizou detalhadamente o Tabernáculo a ser construído. Entretanto, não foi tarefa sua “colocar a mão na massa” e fazer todo o trabalho; Deus que já havia movido o coração do povo para ofertar os recursos materiais, agora move-o outra vez para ofertar seus recursos humanos, isto é, seus próprios talentos naturais, que seriam revestidos da unção do Espírito Santo para tão importante empreitada que era construir um templo portátil para adoração ao Senhor. Esta é uma aplicação prática que poderíamos deixar para o final, mas já antecipamos: Deus não quer apenas o que é nosso, Deus nos quer a nós mesmos envolvidos em sua obra! Não basta supri-la com recursos materiais ou financeiros, é preciso, nas palavras de Paulo, “gastar e se deixar gastar” (2Co 12.15), ofertando também nosso amor, nosso tempo e nossas habilidades para a obra do Senhor dentro e fora dos templos religiosos!

1. Os líderes da produção artesanal

O texto do Êxodo nos informa que Deus chamou a dois artesãos de Israel pra liderarem o projeto artístico do Tabernáculo: Bezalel (nome que significa sob a sombra de Deus) e Aoliabe (que significa tenda do pai). O chamado e a capacitação divina que repousava sobre eles era para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, prata e bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para todo tipo de trabalho artesanal que a estrutura do tabernáculo bem como seus móveis exigiriam (Êx 31.4-5; 35.32,33). Atentemos para a prerrogativa divina na escolha destes artífices: não foi Moisés ou Arão quem os escolheu ou os indicou àquele ministério, mas o próprio Deus que os chamou pelo nome, assim como chamou pelo nome a “Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.2). Existem funções que Deus deixa ao bom senso de sua Igreja, orientada por suas lideranças, proceder a devida escolha (veja-se o caso dos diáconos – At 6.3); há funções, porém, em que Deus mesmo se encarrega de escolher a dedo quem Ele quer!

Todavia, estes que foram escolhidos especialmente não somente fariam o trabalho manual, como assumiriam também o trabalho intelectual e pedagógico de “ensinar os outros…todo tipo de trabalho e a elaborar desenhos” (Êx 35.34,35). Isso porque a congregação de Israel não teria Bezalel e Aoliabe para sempre, nem também o Espírito de Deus veio sobre eles para lhes constituir uma elite profissional ou artística distinta entre os hebreus, mas para a partir deles criar uma verdadeira escola para formar homens e mulheres peritos na arte do artesanato, o que atenderia a futuros propósitos religiosos, profissionais e sociais de todo o povo! Assim sendo, Bezalel e Aoliabe foram os dois primeiros professores de artes plásticas de que se tem conhecimento entre os hebreus.

Desde os primórdios de Israel vemos escolas de artes (artesanato, música, etc.) e até mesmo “escola de profetas”, o que revela um interesse de Deus em que sejamos como rio, levando adiante as águas que recebemos, ao invés de nos tornarmos represas, apenas acumulando para nós mesmos os recursos que recebemos. “O que recebi do Senhor, isto vos entreguei”, dizia Paulo aos coríntios (1Co 11.23), e, visto que ele é um exemplo de partilha do aprendizado, exorta a Timóteo que faça o mesmo: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2Tm 2.2). Longe de nós todo ciúme! Se temos um dom que pode ser compartilhado, que pode ser pedagogicamente transmitido a outros (escrever, cantar, tocar, desenhar, confeccionar, liderar, etc.), então sejamos mentores espirituais de outras pessoas. Sejamos rio e não represa!

2. Muitos outros homens habilidosos

Bezalel e Aoliabe não fizeram todo o trabalho artístico sozinhos. Seus nomes são citados como líderes ou “mestres” (Êx 35.35) dentre muitos outros varões os quais Deus também chamou e capacitou para aquele serviço. O próprio Deus diz a Moisés no Sinai: “Também dei habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam o que tenho ordenado…” (Êx 31.6b). Muitos outros hebreus que já realizavam algum trabalho artesanal, foram movidos para o trabalho no Tabernáculo, mas não sem se matricularem na escola de artes agora fundada por aqueles dois líderes. Sobre os professores daquela escola, as palavras de Moisés posteriormente são dignas de atenção: “[Deus] Também lhes dispôs o coração para ensinar os outros” (Êx 35.34). Que informação maravilhosa! Bezalel e Aoliabe não ensinaram apenas com razão, mas com paixão; não apenas a partir do que tinham na mente, mas do que vinha do coração! Noutras palavras, foram professores apaixonados pelo trabalho que faziam, partilhando amorosamente com outros hebreus o desenvolvimento e aperfeiçoamento de talentos para a obra do Senhor! Nas escolas em que os professores ensinam com o coração, alunos desejosos de aprender nunca faltarão! Não poderíamos afirmar o mesmo sobre a Escola Dominical?

Para glória de Deus e alegria de Israel, a escola de Bezalel e Aoliabe formou muitos artesãos habilidosos, que se engajaram alegremente na construção do santuário do Senhor; tão bem foram ensinados, que a execução do projeto se deu exatamente conforme tinham sido orientados por Moisés, segundo o modelo que avistou no monte: “Assim, trabalharam Bezalel, Aoliabe e todos os homens hábeis a quem o SENHOR tinha dado habilidade e inteligência para saberem fazer toda a obra para o serviço do santuário, segundo tudo o que o SENHOR havia ordenado” (Êx 36.1). A maior alegria de Deus é ver seus filhos em obediência; a maior alegria de um professor é ver seus alunos se conduzindo exatamente como os ensinou.

3. A força e delicadeza feminina

Aguerridas mulheres de Israel foram igualmente capacitadas pelo Senhor para se engajarem na obra da construção do santuário no deserto. Senão vejamos o que diz o texto bíblico: “Todas as mulheres hábeis traziam o que, por suas próprias mãos, tinham fiado: pano azul, púrpura, carmesim e linho fino. E todas as mulheres cujo coração as moveu em habilidade fiavam os pelos de cobra” (Êx 35.25,26). Embora não pudessem ser oficiais do culto judaico – o que era exclusivo dos homens da tribo de Levi –, as mulheres hebreias não estavam excluídas do serviço do Senhor. De suas mãos habilidosas, de suas mentes férteis, e de seus corações generosos, o Senhor tirou grande proveito para o santuário!

Há funções na família e na igreja local que desde cedo o Senhor delegou à figura masculina, e nenhuma mulher deve sentir-se diminuída pelas escolhas soberanas de Deus no arranjo da sociedade e da Igreja. Afinal, desde o Éden, Deus viu a necessidade de uma auxiliadora já que ao homem era impossível viver sozinho e cultivar sozinho a terra. As mulheres foram dotadas por Deus de muitas habilidades que são indispensáveis na obra do Senhor: quantas compositoras, cantoras, músicas, escritoras, desenhistas, professoras e líderes encontramos servindo a igreja Brasil afora! A sutileza, a organização e a perspicácia feminina são virtudes que inspiram a nós homens!

Reprovamos o feminismo, mas igualmente reprovamos o machismo! Se, por um lado, há posições que desde os primórdios da humanidade foram delegadas aos homens, por outro lado há atribuições que podem ser compartilhadas pelas santas mulheres de Deus mais do que o serviço na cozinha! Tomemos o exemplo de Frida Vingren, missionária sueca e esposa de Gunnar Vingren, também missionário sueco, pentecostal e fundador da igreja Assembleia de Deus no Brasil; Frida foi uma mulher que viveu à frente do seu tempo e deixou um grande legado à igreja pentecostal brasileira, desde trabalhos missionários à produção literária (artigos para jornais, Lições para EBD, tradução e composições de hinos, etc.). Em 1931 a irmã Frida escreveu esse chamado às mulheres assembleianas do Brasil:
“As irmãs das Assembleias de Deus que igualmente como os irmãos têm recebido o Espírito Santo e, portanto, possuem a mesma responsabilidade de levar a mensagem aos pecadores, precisam convencer-se de que podem fazer mais do que tratar dos deveres domésticos. Sim, podem também quando chamadas pelo Espírito Santo sair e anunciar o Evangelho” [1]

Estamos convencidos de que servas do Senhor das mais diversas denominações haverão de concordar com estas palavras. Deus também conta com as mulheres em sua obra! Se alguém tiver dúvida, leia o capítulo 16 de Romanos e veja quantas mulheres estavam engajadas no serviço cristão em Roma.

II. Cheios do Espírito, sabedoria, entendimento e ciência

O artesanato é aquele tipo de trabalho feito manualmente, utilizando-se matéria-prima natural; como tal, demanda atenção, delicadeza, habilidade e muita paciência. Estas são algumas virtudes necessárias ao bom artesão e certamente foram encontradas nos que foram escolhidos para trabalharem na construção do tabernáculo. Todavia, mais que isso, se fizeram necessárias dotações espirituais e até sobrenaturais para potencializar as aptidões já existentes e garantir a execução daquela obra santa.

1. Cheios do Espírito para realizar a obra

Todas as vezes que o Espírito é mencionado na Bíblia vindo sobre alguém ou enchendo alguém, nota-se que o texto bíblico sempre falará em algo que este alguém irá fazer como consequência desse investimento do Espírito. O Espírito nunca vem apenas para provocar uma boa emoção ou sensação; o Espírito não é dado para arrepio de pelos ou formigueiro nos pés! Quando o Espírito vem ele vem para mover-nos na direção de uma obra que precisa ser feita.


No deserto, o Espírito veio sobre Bezalel, Aoliabe e outros homens hebreus para fazê-los artesãos inspirados do Tabernáculo. Algum conhecimento eles já tinham do artesanato egípcio, que muito era devotado à produção de objetos para a idolatria, estampando rostos de deuses-animais do Egito. O próprio Moisés, que foi educado “em toda ciência dos egípcios” (At 7.22), devia conhecer da produção artesanal típica da terra dos faraós. Todavia, visto que a obra agora é santa, e para habitação de Yavé, o único e verdadeiro Deus, aqueles artesãos hebreus necessitariam da inspiração do Espírito, a fim de que nada fizessem que remetesse ao paganismo egípcio ou a uma nova forma de idolatria (como infelizmente vê-se no fatídico episódio do bezerro de ouro que construíram na ausência de Moisés – Êx 32, uma clara corrupção das habilidades naturais concedidas por Deus!). Enquanto fossem guiados pelo Espírito, a obra seria espiritual e bem-sucedida.

Algo aqui merece destaque: um trabalho que parecia ser meramente técnico fez-se necessitar do revestimento espiritual para que fosse levado a cabo. Sempre existiu e sempre existirão excelentes profissionais do artesanato no mundo, alguns descrentes e imorais e outros ateus; entretanto, para a obra do Senhor faz-se necessário essa dotação espiritual, essa sensibilidade para as coisas santas que somente o Espírito Santo pode acrescentar ao nosso coração, que é carnal e enganoso! (Jr 17.9). A obra de Deus não é para técnicos e burocratas, mas para homens e mulheres aliançados com Deus e revestidos pelo seu Espírito! O Espírito é o verdadeiro coach da Igreja! Ele quem “ensina todas as coisas” (Jo 14.26), e somente em consequência disso é que podemos ensinar aos outros, como fizeram Bezalel e Aoliabe.

Há quem pense que a Igreja precisa de mais métodos, de mais planos, de mais projetos, de mais customização, de mais marketing, de mais técnicas de crescimento… Eu direi do que a Igreja realmente precisa: da presença, do poder, da sabedoria e da vida do Espírito dentro dela! Igrejas sem a vida do Espírito chamarão os técnicos de motivação pessoal para falar aos seus membros sobre “as 10 regras para o crescimento pessoal, profissional e financeiro”, mas as igrejas que têm a vida do Espírito chamarão pregadores ungidos pelo Espírito para falar-lhe sobre o evangelho que transforma vidas e a única mensagem que pode mudar o mundo: a mensagem da cruz!

“Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18), e fazei toda a Sua vontade!

2. Habilidades especiais para obras especiais

Há muitas obras que podem ser desenvolvidas na e pela igreja local, como expressões da nossa adoração e da nossa missão. O Espírito Santo em sua multiforme graça nos capacita para que façamos o melhor, quer dotando-nos de novas capacidades, quer potencializando as capacidades que já desenvolvemos nalguma fase da vida ou desde o berço.

a) Na adoração: o Espírito tem dotado muitos com habilidades para composição de hinos, para a produção de instrumentos, para o canto, para a regência de corais, etc. Deus abençoe os líderes e os professores de música que dispomos na igreja, descobrindo e aprimorando outros talentos na casa do Senhor! Que igreja não tem um hinário?

Embora seja fato que todo ser que respira deve louvar ao Senhor (Sl 150.6), é igualmente verdade que fazer poesia não é para qualquer um! Compor “os mais belos hinos e poesias”, como dizia Frida Vingren, é realmente para quem Deus chama e capacita. Deus seja louvado por nomes de poetas clássicos como Lutero, John Newton e Charles Wesley e de poetas mais recentes como Emílio Conde, Paulo Leivas Macalão, Édison Coelho e tantos outros que compuseram com maestria belíssimas canções que enchem nosso coração de louvores a Deus!

b) Na missão: o Espírito tem dotado outros para a pregação, ensino, produção de livros e literatura tanto evangelística como devocional ou teológica. Há aqueles que ocupam púlpitos para pregar em grandes cruzadas evangelísticas, mas há aqueles responsáveis pela construção e ornamentação destes púlpitos onde os pregadores ministram, e o fazem alegremente para o Senhor, no mesmo intuito de verem almas se decidindo por Cristo à frente destes púlpitos. Há os que pregam através da exposição oral, fazendo explanação dos textos bíblicos; outros, porém, o fazem habilidosamente por meio da apologética em ambientes acadêmicos.

Mais artisticamente, há aqueles que com talento especial e inspiração divina fazem desenhos, ilustrações e gráficos que muito auxiliam o nosso entendimento na compreensão das Escrituras, da doutrina e da história, bem como nos disponibilizam recursos didáticos audiovisuais que muito auxiliam na eficácia de nossas aulas tanto na EBD como em seminários e faculdades teológicas. E o que dizer dos grupos de teatro que materializam porções das sagradas Escrituras, interpretando-as vividamente bem diante dos nossos olhos? Trago ótimas recordações de minha infância na igreja e de peças teatrais que assisti, dramatizando a vinda de Cristo e outros temas da fé; confesso ao leitor que eu mesmo já participei há alguns anos atrás, como também já dirigi algumas peças teatrais curtas e simples feitas para ilustrar temas bíblicos de grande relevância. Recordo-me dos rostos impressionados dos jovens, dos olhos esbugalhados das crianças, e das lágrimas correndo pela face das irmãs que se sentiam comovidas pela mensagem que muitas vezes passávamos em mímica (apenas com gestos, sem voz). Lembro-me de uma dramatização que fizemos ao ar livre, sobre o grande amor libertador e protetor do nosso Senhor Jesus!

A missão da igreja não se resume a duas horas de culto, nem também é cumprida somente pelos que falam ao microfone ou têm alguma habilidade para falar em público. Com um pincel, tintas e uma tela à sua frente, é perfeitamente possível, mesmo em silêncio, comunicar e exaltar a beleza e o amor do Senhor ao mundo!
III. Usando os talentos para a glória de Deus
1. Os talentos de Bezalel e Aoliabe

Não podemos estudar essa Lição e aplica-la apenas ao sentido da exposição oral das Escrituras ou dos meios mais tradicionais e conservadores de adoração e evangelização. Devemos encarar o fato de que as habilidades repartidas pelo Espírito aos artífices hebreus nada tinham a ver com a proclamação oral ou mesmo escrita dos mandamentos do Senhor. Na verdade, a proclamação oral da Lei do Senhor seria feita não pelos artesãos, mas pelos sacerdotes, e a produção literária estava por enquanto sob o encargo de Moisés, o redator e primeiro copista da Lei (futuramente, sob encargo dos sacerdotes e escribas). É bom que se ressalte isso especialmente para aqueles que pensam que “fazer a obra de Deus” resume-se a orar, pregar e cantar. Definitivamente não!

Há muitos dons naturais e sobrenaturais com que Deus nos tem dotado para adorarmos a Ele, expressarmos nosso louvor, gratidão e admiração por tudo o que Ele é, por tudo o que Ele tem e por tudo o que Ele faz. Seja através do artesanato de ornamentação, como na escola de Bezalel e Aoliabe, seja através das artes gráficas (escrevendo e desenhando), seja através das artes musicais ou cênicas (teatro, teledramaturgia, etc.), dentre outra infinidade de talentos (computação, marketing, arquitetura, oratória…), é possível materializarmos nosso louvor e nossa fé no Senhor Jesus, não só em ambientes eclesiásticos, mas em ambientes públicos ou privados, e não somente contribuindo para evangelização, mas para dignificação da pessoa humana e redenção dos dons que foram há muito maculados pelo pecado e dedicados à subversão. Visto que “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes…” (Tg 1.17), temos que devolver a Ele estes dons, expressando a beleza de seus atributos e de sua Criação.
2. Os talentos revelados na igreja

A Igreja deve ser propulsora e multiplicadora de talentos, e não repressora. Claro, isso não significa que toda expressão artística deva ser legitimada pela igreja local (o que dizer do estilo musical funk ou do forró eletrônico e suas batidas aceleradas, irreverentes e sensuais? Definitivamente não podem encontrar espaço entre os santos!), antes significa que a igreja deve perceber e aproveitar aqueles talentos que são legítimos, que e sirvam para “glória e ornamento”, semelhante as obras artesanais dos hebreus (Êx 28.2). Como sugerem Colson e Pearcey, “a igreja pode desempenhar um importante papel no apoio às artes ao envolver artistas nos seus cultos: elas podem convidar músicos para compor e tocar música; pedir a poetas e autores que criem apresentações de teatro para festas religiosas; encorajar artistas para desenhar faixas e boletins e outros trabalhos que embelezem o santuário” [2].

Ressalte-se que isso não significa também que no culto congregacional todo talento deva manifestar-se como um elemento do culto, afinal, ninguém espera que artistas plásticos comecem a fazer pinturas de quadros ou modelagem com argila durante o culto para demonstrar louvor a Deus (algumas igrejas mais sensíveis em seu conservadorismo estranhariam até mesmo apresentações de jograis ou os chamados “ministérios de dança”). Significa que na vida da igreja, isto é, do povo cristão, a multiforme graça de Deus deve estar presente nas e para além das atividades eclesiásticas. Há muitos talentos que podem ser manifestos no culto, enquanto outros se manifestam para o culto, quando, por exemplo, o templo é habilidosamente ornamentado para recebimento dos membros, congregados e visitantes.

Quanto ao uso dos nossos talentos fora do ambiente eclesiástico, lembro que não deixamos de ser membros da Igreja do Senhor quando estamos em nosso trabalho, em nossa faculdade, em nossa escola, em casa ou no lazer. Começando por nossas casas, valorizemos os “artesãos de Deus” do nosso tempo. Colson e Pearcey estimulam: “toda família cristã pode fazer da sua casa um lugar onde haja fomento da arte e da cultura. Quando as crianças estão rodeadas pelo que há de melhor em música, arte e literatura, elas crescem aprendendo a apreciar o melhor” [3].

3. A beleza na adoração

Em séculos passados, a beleza da arte produzida por cristãos na música, literatura, pintura, arquitetura e escultura, impressionou, influenciou e conquistou o mundo secular. Hoje, para tristeza nossa, é a sub-cultura popular, cheia de feiura, subversividade, sensualidade, extravagância e baixaria que tem influenciado e conquistado muitos cristãos. Senão vejamos, só a título de exemplo, as músicas gospel desprovidas de poesia e saturadas de obviedades e redundâncias (quando não de letras equivocadas, fruto de má interpretação bíblica), feitas às pressas para atender o mercado, sem nenhum compromisso com a “beleza da santidade de Deus” (Sl 29.2). Compositores profissionais descrentes têm ofertado músicas para muitos cantores evangélicos, que tendo seu discernimento ofuscado pela ganância da fama e da riqueza, não se importam de gravar qualquer cantoria, desde que agrade as tendências do mercado gospel. Esta é a nossa realidade, embora existam exceções: trocamos os valiosos talentos de que Deus nos havia dotado para “glória e ornamento” (Êx 28.2) do seu Reino por quinquilharias baratas e populistas, desprovidas de beleza e de glória.


Louvar é cantar a beleza do caráter de Deus, dizia C.S. Lewis. Se não temos ouro, prata, bronze, pano azul, púrpura, carmesim e linho fino, nem peles de carneiro ou madeira de acácia para oferecer a Deus, nem somos também o que se poderia chamar de habilidosos artesãos, então que pelo menos ofereçamos a ele louvores que verdadeiramente exaltem a beleza de seu caráter e de suas obras! Que aprendamos a cantar com os serafins: “Santo! Santo! Santo! É o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3). A música é a arte mais democrática, no entanto, aqueles que foram vocacionados especialmente para esta obra devem fazê-lo com excelência! “Buscai-me, pois, um homem que toque bem” (1Sm 16.17), creio ser este o chamado de Deus para compositores, cantores e músicos em nossos dias.

É triste, mas sobre grande parte (a maior parte, talvez) da produção artística evangélica atual pode-se dizer: “Icabode – se foi a glória de Israel!” (1Sm 4.21). César Moisés de Carvalho faz uma crítica contundente a essa realidade da falta de beleza na arte cristã popular:

é preciso ser sincero para assumir que muita coisa de arte (música, literatura) que supostamente é produzida para “glória de Deus” não passa de uma mistura de mau gosto com mediocridade, com finalidades (motivações e objetivos) e formas (mensagem e meios) bem mais seculares, ou seja, só visam ao enriquecimento pessoal e à autopromoção. [4]

Mais ainda dá tempo de recuperarmos a kabod, isto é, a glória divina; ainda dá tempo de lembrar onde caímos e voltar ao primeiro amor; ainda dá tempo de vivermos a redenção dos nossos dons; ainda dá tempo de consagrarmos a Deus tanto nosso coração como nossa mente, e então podermos dizer como os coraítas: “Lindas palavras comovem o meu coração; recitarei um belo poema a respeito do rei, pois minha língua é como a pena de um habilidoso escritor” (Sl 45.1, NVT). Aliás, não só os nossos talentos devem expressar beleza, mas nossa própria vida precisa carregar os traços do grande Pintor, o Tecelão do universo, o Oleiro que nos toma como barro em suas mãos, o nosso Deus criador e criativo! Nas palavras de Francis Schaeffer, “a vida do cristão deve ser uma obra de arte”.

Conclusão

Após esta aula, devemos estar conscientes de que ninguém é dispensável na obra de Deus, já que Ele tem dotado seu povo de muitos dons para o adorarmos, cumprimos nossa missão enquanto Igreja e servirmos o nosso próximo. Então, pergunte-se: qual o meu dom? O que me sinto habilitado a fazer? Não poderia eu usar minha aptidão para algum arte específica para promover a glória de Deus expressa na criação e em sua Palavra? Não poderia eu usar esta habilidade para ajudar minha igreja local? Será que não posso servir o meu próximo com este talento, levando dignidade e alegria ao outro, seja nas escolas, nos hospitais ou nas ruas? Como diz a primeira estrofe do hino 93 da Harpa Cristã,

Há trabalho pronto para ti, cristão
Que demanda toda a tua devoção;
Vem alegremente, a Cristo obedecer,
Pois só tu, ó crente, o poderás fazer

Amém.

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Referências

[1] Frida Vingren no artigo “Deus mobilizando suas tropas”, publicado em 1931 no jornal Mensageiro da Paz. Citado por Isael de Araújo, 100 mulheres que fizeram a história das Assembleias de Deus no Brasil, CPAD, p. 5
[2] Charles Colson e Nacy Pearcey. O cristão na cultura de hoje, CPAD, pp. 263,4
[3] op. cit, p. 264
[4] César M. Carvalho. Pentecostalismo e pós-modernidade, CPAD, p. 135

Fonte: Gospel Prime

sexta-feira, 12 de abril de 2019

AGENDA DE PREGAÇÃO - Festividade


Neste sábado estarei pregando nesta festividades na Rua Manoel Correia, 811, Valverde - Nova Iguaçu-RJ.

Pastor Marcos André
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ESTUDO BÍBLICO - O valor reconhecido às mulheres no Cristianismo


Todos que se dispõem a conhecer os escritos neotestamentários ficam maravilhados com as atitudes de Jesus para com certas estruturas da sociedade, uma vez que chamam atenção para a natureza de sua mensagem e de sua pessoa. Ao lermos os Evangelhos, percebemos que ele atentou para o fato de que as mulheres encontravam- se frequentemente em situações delicadas, em condições de subvalorização: “Tais conceitos não eram impostos pela lei judaica; eram proposições dos líderes religiosos. Contudo, como acontece ainda hoje, algumas opiniões pessoais haviam se tornado mais importantes que a própria lei” ( COLEMAN,1991,p.96).

A mensagem do Cristianismo sempre confrontou a postura de desigualdades e injustiças adotadas pelos povos, e a medida que ia avançando e alcançando pessoas, sua influência foi minimizando a forma nociva em que o contexto de então moldava a opinião de muitos. Os Evangelhos narram histórias que demonstram o modo como as culturas antigas degradavam rotineiramente as suas mulheres. Nas sociedades pagãs, por exemplo, durante tempos bíblicos, as mulheres muitas vezes eram tratadas com menos dignidade do que os animais. Alguns filósofos gregos mais conhecidos, considerados as mentes brilhantes daquela época, ensinavam que as mulheres eram por natureza criaturas inferiores.

“Em muitas sinagogas, elas não poderiam ler, nem ter nenhum outro tipo de atuação. Mas isso não impediu que mulheres como Ana, por exemplo, adorassem a Deus abertamente no templo( Lc 2.36,37). Havia ali uma área que era denominada o ” pátio das mulheres”. Contudo, no Santo dos santos, elas nunca poderiam entrar. Mas Jesus simplesmente ignorou essa atitude geral contraria a mulher, e deu início a uma era de total participação feminina. No seu reino, todas as pessoas tem acesso total a Deus.( COLEMAN, 1991, p.96).

Assim, desconstruindo discursos desonestos de pensamentos secularizados, a história e o Novo Testamento testemunham que nunca houve alguém que quebrasse tantos estigmas sociais contra as mulheres quanto Jesus. Em seus próprios ensinamentos ele se reportou ao contexto da vida diária das mulheres, valorizando-as, aceitando a presteza feminina a serviço do Reino de Deus em seus variados papéis como mães, irmãs, esposas, viúvas e servas. Sua conduta na missão de proclamar as Boas Novas, sempre esteve aliada a uma maneira terna de curar e tratar das necessidades espirituais e emocionais femininas.

“Jesus se interessa pelos detalhes de suas vidas pessoais. Ele se enche de compaixão e cura uma mulher tão encurvada que não poderia se endireitar( Lc 13.10-17).Presta atenção em uma viúva pobre, e como Senhor do templo, recebe sua oferta de duas pequenas moedas, sabendo que elas representam tudo o que ela possui ( Mc 12.41-44). Olha com carinho para os olhos marejados de Marta e Maria chorando com elas e com seus amigos na ocasião da morte de Lázaro, ele mesmo bramindo com angústia ao confrontar a morte para ressuscitar Lázaro dos mortos ( Jo 11.17-37). Jesus não usa as emoções para manipular, mas compartilha as dores e alegrias das mulheres a quem se reportou. Jamais confronta essas mulheres com ira, mas gentilmente fala com elas, usando as dificuldades da vida para lhes aumentar a fé nele mesmo. A vida diária se torna uma oportunidade para lições espirituais. Usa as dúvidas de Marta para esquadrinhar sua fé” Disse- lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crer em mim, ainda que morra, viverá; e todo que vive e crê em mim não morrerá eternamente. Crês isto? ( Jo 11.25,26).” (JONES, 2009.p.123).

Merece menção o fato de que em momentos destacados na história de Jesus, mulheres que o serviam naquela ocasião, testemunharam sua coragem, estando ao lado do Senhor em sua morte e sepultamento, e foram as primeiras participantes do gozo na evidência de sua ressurreição (Mc 15.40,41; 16.1-9).Jesus sempre tratou as mulheres com respeito, até mesmo aquelas que não tinham uma postura digna na sociedade ( Mt 9.20-22; Lc 7.37-50; Jo 4.7-27). Para com as mulheres, ele ainda ressuscitou seus filhos( LC 18.15-16), perdoou seus pecados ( Lc 7.44-48), e restaurou suas virtudes e honras( Jo 8.4-11).

Assim tem sido desde os tempos de Jesus, onde o Evangelho chega e predomina o status de qualquer indivíduo e elevado, seja no âmbito social ou espiritual. Do contrário, quando a mensagem do Evangelho é escondida pela opressão de falsas religiões, secularismo ou outras filosofias humanistas, consequentemente a posição da mulher é rebaixada.

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Por Fabiana Ribeiro
 
Fonte: CACP

domingo, 24 de março de 2019

ESTUDO BÍBLICO - 10 segredos para vencer o vício em pornografia e masturbação



Caro leitor, eu entendo seu problema. É um grande problema e tem atingido milhões de homens e mulheres atualmente. O inimigo de nossas almas tem agido fortemente nessa área e o mundo também tem favorecido que esse tipo de vício aconteça e se mantenha. Mas é possível sim vencer o vício em pornografia e masturbação, pois é o que a palavra de Deus nos ensina (1 Coríntios 10:13). Para tanto, vou compartilhar dez segredos que vão te ajudar a não ser mais um viciado em pornografia e masturbação e, assim, conseguir ter a capacidade e a força necessárias para domar a força do vício quando ele aparecer.

Dica 1 – Conheça como funciona seu vício
Todos os vícios têm um funcionamento bem parecido em nosso corpo e mente e é importante que o viciado conheça isso para que saiba lidar com as dificuldades que o vício provoca. Dentro de nosso cérebro existe um mecanismo de recompensa. O que significa isso? Por exemplo, quando comemos um chocolate ou fazemos algum exercício, substâncias são liberadas em nosso corpo que nos dão a sensação de prazer. Essa é a “recompensa” por fazermos aquela determinada coisa. Os vícios, em geral, agem nessa área do cérebro. A nossa área sexual nos dá muito prazer e, quando a estimulamos, esses mecanismos de recompensa provocam sensações deliciosas. Por isso, se masturbar é algo tão gostoso. E por ser gostoso seu corpo começa a desejar mais e mais desse prazer e você começa a ficar viciado nisso, desejando, se possível, ter toda hora essa sensação de bem-estar (custe o que custar). É nesse momento que ocorrem os desequilíbrios que nos prejudicam, pois, a força da vontade de ter o prazer nos faz usar o pecado como fonte desse prazer (acessando pornografia, por exemplo).

Dica 2 – Por que você acessa pornografia e se masturba?
Sempre existe um gatilho que te leva ao vício. Em pesquisas com dependentes químicos de drogas mais pesadas já foi descoberto que o gatilho para que as pessoas cheguem até essas drogas geralmente é uma droga mais “leve” como o álcool e o cigarro. Na masturbação acontece algo parecido, os gatilhos também estão ali. Muitas pessoas se masturbam e acessam pornografia freneticamente, pois estão muito ansiosas, passaram por decepções ou por verem diariamente imagens pornográficas. Esses são gatilhos que “disparam” o vício. Para vencer o vício em pornografia e masturbação é preciso identificar quais são esses gatilhos em sua vida.

Dica 3 – Tome atitudes contra os gatilhos que disparam seu vício
Identificados os gatilhos é hora de agir racionalmente contra eles. Imaginemos que você sempre se masturba quando vai tomar banho. A privacidade do seu banheiro, a água quentinha, a vontade de relaxar depois de um dia duro de trabalho, são os gatilhos que te levam a se masturbar e acessar a pornografia em sua mente. Para vencer esse gatilho você precisa interromper ou mudar algo nessa sequência de coisas que favorecem o seu vício. Tomar banho com a porta do banheiro aberta? Colocar um louvor no celular enquanto toma banho? Tomar banho na água fria? Talvez seja uma das possibilidades de quebrar esse ciclo. Outro exemplo: Você sempre cai na masturbação a noite, depois que todos foram dormir e você ficou acordado para assistir um pouco de tevê e relaxar e acaba acessando pornografia. Para quebrar esse gatilho evite ficar sozinho e peça para alguém colocar uma senha na tevê que não permita assistir programas para maiores de 18 anos. Não permita que os “gatilhos” do seu vício sejam acionados. Com isso você conseguirá vencê-lo com mais facilidade.

Dica 4 – Crie pequenas metas de resistência
Não é uma atitude muito inteligente achar que de hoje para amanhã conseguirá domar o seu vício para sempre. Para sempre é muito tempo. Por isso, faça pequenas metas de resistência que consiga cumprir. Que tal começar, por exemplo, com uma meta de uma semana sem acessar material pornográfico e se masturbar? À medida que ir conseguindo vencer as metas pequenas poderá ir ampliando-as e, assim, conseguirá criar novos hábitos que substituirão os antigos. No livro “O poder do hábito” o autor declara que um novo hábito demora cerca de 21 dias para ser formado e, assim, consegue substituir hábitos antigos.

Dica 5 – Não baixe a guarda diante de uma vitória
Vícios são traiçoeiros. Isso significa que se você der mole para ele, ele irá aparecer novamente e te escravizar de novo. Por isso, é muito importante que as metas de resistência sempre estejam em sua mente, funcionando e sem relaxamentos. Aqui cabe muito bem a palavra que Jesus disse aos seus discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26:41). A carne é fraca, mas a comunhão com Deus e a vigilância dão a capacidade a ela de resistir. Nunca menospreze seu inimigo, ele já te venceu uma vez e pode fazer isso novamente! Não baixe a guarda.

Dica 6 – Esteja preparado para uma possível queda
Eu já assisti palestras a respeito de trabalho com dependentes químicos e todos os profissionais são unânimes: a maioria dos viciados acaba “caindo” em algum momento do tratamento. Isso também pode acontecer com aquele que está lutando contra o vício em pornografia e masturbação. Se acontecer uma queda faça o que deve ser feito. Vista-se de humildade, compareça diante de Deus e peça perdão (1 João 1:9). Depois levante a cabeça, refaça seus planos e lute decidido para que novas quedas não aconteçam. Quando Jesus perdoava alguém ele costumava dizer para essa pessoa: “Vá e não peques mais”. É isso que Deus quer de nós, nos restaurar e nos fazer crescer.

Dica 7 – Aprenda com as quedas
Caso você perder alguma batalha para o vício em pornografia e masturbação em meio à guerra que está travando, não permita que essa queda seja simplesmente uma queda. Aprenda com ela. Como um guerreiro que analisa o inimigo, analise como poderá não permitir que a causa da queda aconteça novamente. Trace novas metas, novos rumos, novas estratégias. Não fique chorando pelos cantos, pois isso não te ajudará em nada na batalha! Tente usar a queda para fechar mais uma brecha que existia em sua vida e aprenda como não deixar que o inimigo use essa mesma brecha para te fazer “cair” novamente.

Dica 8 – Coloque a sua comunhão com Deus em dia
Um dia um sábio disse que dentro de cada um de nós existe um lobo bom e um lobo mau. Um dos discípulos lhe perguntou qual deles era o mais forte. O sábio respondeu que era aquele que era mais bem alimentado. Alimente-se com “vitamina” pura vinda de Deus. É assim que você fica fortalecido para lutar e vencer. Comunhão com Deus ajudará e muito a vencer o vício em pornografia e masturbação, pois trará Deus para a “briga”. Deus vai te ajudar e, então, você será mais forte do que qualquer inimigo! Ore, leia a Bíblia, jejue, sirva o próximo, pratique a palavra de Deus. Mantenha sua vida espiritual nutrida.

Dica 9 – Cuidado com os seus olhos
Hoje não precisamos de muito esforço para estar diante de pornografia. Às vezes, até saindo as ruas acabamos nos deparando com ela. Homens e mulheres muitas vezes usam vestimentas tão curtas que são bem semelhantes ao que se vê nas peças pornográficas. Por isso, cuidado com os olhos. Seja prudente. Paulo nos orienta algo interessante: “fugi da impureza” (1 Coríntios 6:18). Normalmente fugir de algo parece coisa de covarde, mas não quando enfrentamos as tentações. Nesse caso, fugir significa se preservar. Se um leão viesse em sua direção e você tivesse como fugir dele não o faria? E tenho certeza que ninguém te chamaria de covarde por fugir de um leão. A mesma coisa contra o vício em pornografia e masturbação. É um leão que quer te devorar, então, treine seus olhos a fugir de tudo aquilo que te leva de volta ao vício. Fuja quando perceber que está sendo tentado e quando a vontade do vício aparecer.

Dica 10 – Se não estiver conseguindo procure ajuda
O que é melhor, ficar destruído por causa de um vício ou admitir que não está conseguindo e pedir ajuda e vencer? Aquele que é sábio certamente vai escolher a segunda opção, pois é a saída para a vitória. Se você já tentou de tudo, mas sem sucesso, gostaria de deixar um versículo e um conselho a você. Primeiro o versículo: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5:16). A ajuda é muito importante. Agora quero deixar a você um conselho.

Autor: Alemar Quintino

quinta-feira, 21 de março de 2019

POESIA - A VERDADEIRA PAZ


A PAZ QUE SEMPRE PROCUREI 
NÃO ESTAVA EM LUGAR NENHUM
NÃO ACHEI NAS PESSOAS
NEM NAS DE MELHORES INTENÇÕES
NÃO ESTAVA NAS SUAS BOAS AÇÕES

ENQUANTO PROCURAVA TUDO DESANDAVA
POIS O MUNDO QUE ONDE JULGUEI ESTAR NÃO TINHA NADA
NÃO TINHA A PAZ QUE EU DESEJAVA

MAS DESCOBRI QUE ELA NÃO ESTAVA NELE
E QUE APESAR DE DESEJADA 
NÃO ERA A PAZ QUE EU PRECISAVA
UMA PAZ QUE NÃO PODIA SER CONQUISTADA
COMO SE FAZ NO MUNDO COM O PODER DE ARMAS.

A PAZ ME ERA ESTENDIDA O TEMPO INTEIRO
SENDO OFERTADA DE GRAÇA
NÃO A QUE EU DESEJAVA, MAS QUE PRECISAVA
DAS MÃOS DO SALVADOR
A PAZ COMIGO MESMO
A PAZ COM MEU CRIADOR

MARCOS ANDRÉ

"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá." João 14:27

Publicado no Blog: TEMPO DE PAZ 
https://umtempodepaz.blogspot.com/