sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 11 / Revista nº 71

                                      

Restaurem a Mesa da Família

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Lucas 22.39-46
39- E, saindo, foi, como costumava, para o monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. 
40- E, quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação.
41- E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, 
42- dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua. 
43- E apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. 
44- E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão. 
45- E, levantando-se da oração, foi ter com os seus discípulos e achou-os dormindo de tristeza.
46 - E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai para que não entreis em tentação.

TEXTO ÁUREO
Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida saciei.
Jeremias 31.25

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira Gálatas 6.1-7
O que semear, isso também ceifará
3ª feira Mateus 5.27-32
Não cometerás adultério
4ª feira Marcos 12.28-32
Amarás o teu próximo como a ti mesmo
5ª feira Gênesis 2.18-25
E serão ambos uma só carne
6ª feira 1 João 3.16-18
Devemos dar a vida pelos irmãos
Sábado Lucas 6.27-36
Sede, pois, misericordiosos

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
Conhecer as condições tópicas que são inerentes à natureza essencial do casamento;
Saber que, desde os tempos antigos, a mesa (dentro de uma casa) tem sido reportada como o símbolo da vida em família
Conhecer os cálices que precisam ser quebrados na mesa das famílias.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Caro professor, toda pessoa leva para o casamento uma série de expectativas, e quando estas não são correspondidas, cálices cheios de peçonha mortal são postos sobre as mesas das famílias.
  Nesta lição, inicialmente, falaremos a respeito das condições tópicas, inerentes à natureza essencial de todo e qualquer casamento, a saber: convivência; intimidade; cumplicidade e interatividade. Em seguida, discorreremos sobre a função que a mesa cumpre no seio familiar, considerando alguns aspectos históricos e sociológicos desta realidade. Por fim, apresentaremos uma reflexão devocional a respeito dos cálices que precisam ser quebrados nas mesas das famílias, a fim de edificarmos lares comprometidos com o Reino de Deus.
  Lembre-se, professor, apesar de o texto bíblico ter sido redigido há milênios, ele contém segredos, diretrizes e testemunhos úteis para a vida dos cristãos que habitam o século 21.
Estevam Fernandes

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  O casamento, em termos metafóricos, pode ser comparado a uma longa viagem. E, por esse motivo, pressupõe condições tópicas, inerentes à sua natureza essencial, como as destacadas a seguir:
  Convivência - a convivência impõe ao casamento uma dinâmica de múltiplos matizes: riscos, arranhões, dores e sabores. Não é possível conviver profundamente com alguém, sem que os envolvidos na relação sejam afetados de algum modo. Apenas nos relacionamentos superficiais o impacto psíquico é nulo. Todos os casais, sem exceção, já estão afetados por seu cônjuge.
  Intimidade- como diz o adágio popular: "Quer conhecer uma pessoa? Viaje com ela.". É no percurso e no convívio cotidiano que, inconsciente e involuntariamente, revelamo-nos ao outro. É no terreno privado e íntimo que afloram, dentre outros traços de personalidade, tanto a solidariedade quanto o egoísmo, tanto a pacificação quanto a disposição para a contenda.
  Cumplicidade- o compartilhar de segredos, idiossincrasias e peculiaridades torna-se possível pela cumplicidade que se constrói durante a longa e profunda viagem chamada casamento.
  Interatividade - toda viagem pressupõe relacionamentos interativos: falar e ser ouvido; chorar e oferecer consolo; dar e receber.
  Além de condições tópicas, o casamento possui insígnias que o identificam como tal. Nesta lição, discorreremos sobre um dos mais expressivos símbolos do casamento (senão o mais expressivo), a saber: a mesa da família.

1. A MESA DA FAMÍLIA
  Desde os tempos antigos, a mesa (dentro de uma casa) tem sido reportada como o símbolo da vida em família. Observe o que diz a Dra. Sueli Moreira: "Comensalidade deriva do latim mensa, que significa 'conviver à mesa' e isto envolve não somente o padrão alimentar ou o que se come, mas, principalmente, como se come. (...) A alimentação revela a estrutura da vida cotidiana, do seu núcleo mais íntimo e mais compartilhado. A sociabilidade manifesta-se sempre na comida compartida à mesa. A primeira comunidade que se estabeleceu em torno do alimento pode ter sido a família.".
  É ao redor da mesa que valores éticos e morais são apreendidos pelo indivíduo, é ao redor da mesa que se aprende conviver de modo sadio, a desenvolver intimidade, a ser cúmplice leal e a interagir afetuosamente com aqueles que nos são caros. Por esse motivo, o Maligno, quando quer atingira família, ataca, primeiro, a sua mesa.

1.1. Onde está a mesa em sua casa?
  Testemunhamos, hoje, uma triste realidade: a mesa tem cedido espaço a outros objetos- como os aparelhos eletrônicos (em especial a televisão) -, que roubam da família tempo e atenção.
  A arquitetura pós-moderna, inspirada no individualismo, tem projetado espaços que favorecem o isolamento - todos adaptados aos gostos e necessidades de cada membro da família. E a mesa, nesse universo destituído de absolutos, ganhou nova iconicidade: de elemento unificador, passou a ser visto como peça de decoração.

2. CÁLICES QUE PRECISAM SER QUEBRADOS NAS MESAS DAS FAMÍLIAS
  Neste tópico, considerando o texto bíblico básico da lição, refletiremos sobre seis cálices que precisam ser afastados das mesas que estão postas em muitos lares cristãos.
  Quantos homens e mulheres de Deus, no transcurso dessa viagem chamada casamento, já não pediram a Deus: "Pai, eu não aguento mais, se possível, passe de mim este cálice."?

2.1. O cálice da indiferença
  As ciências da psiquê fazem-nos saber que, para o ser humano, uma das dores mais difíceis de serem suportadas é a da indiferença que se prolonga no tempo. A atenção afetuosa é um vínculo imprescindível à vida.
  Não existe cálice mais amargo de ser bebido na mesa conjugal do que o que se apresenta com o sabor da indiferença. Como duas pessoas que se amam, que fizeram um pacto de aliança, podem viver em uma mesma casa sem existir como marido e mulher?
  Quantas mulheres passam uma vida inteira lamentando o fato de seu marido não conseguir perceber suas feridas? 
  Quantos maridos sofrem com o fato de sua esposa só conseguir enxergá-lo como pai provedor? Como você tem lidado com a agonia do seu cônjuge?
  Jamais colheremos algo diferente do que plantamos (Gl 6.7b). Ao casamento essa regra também se aplica, ou seja, jamais colheremos em nossos relacionamentos o que não semeamos. A semente da indiferença lançada no coração trará consigo os seus maus frutos.

2.2. O cálice da rejeição
  A rejeição desestabiliza a necessidade humana de pertença. O terapeuta americano Guy Winch, em seu livro intitulado "Emotional first aid" ("Como curar suas feridas emocionais"), disse: "As rejeições são cortes e arranhões psicológicos que machucam a pele emocional e penetram a carne.". Winch menciona, nesse livro, alguns estudos que revelam: "A dor da rejeição aciona no cérebro as mesmas áreas ativadas pela dor física.".
  Há de se destacar, no entanto, que a rejeição é o resultado visível de questões invisíveis (não resolvidas), como as destacadas a seguir.
  A rejeição pode ser reveladora de um pecado de adultério (Ex 20.14; Mt 5.27.28) - o marido ou a esposa que abre brecha para o pecado de adultério tende a rejeitar a plenitude de uma vida sexual dentro do matrimônio.
  A rejeição pode ser reveladora de uma dificuldade em lidar com o egoísmo (Mc 12.31,32) o egoísmo é o mundo construído pelo "eu", em que só cabem os "meus" desejos e alguém que os possa satisfazer. Pensa o egoísta: "Por eu não querer que você entre no meu mundo, por eu não ser obrigado a lidar com as suas necessidades, por eu não ter a intenção de dividir-me, eu ponho você de lado. Afinal, com as suas necessidades e carências, você pode ser uma ameaça ao meu mundo.".
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O egoísmo concentra-se em sua própria agenda. Quando os cônjuges deixam-se absorver por suas necessidades individualistas, toda a esperança de amor e paz se desfaz. Se quisermos combater o exclusivismo, precisamos render-nos e entregar-nos àquele(a) que divide a vida conosco.
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2.3. O cálice da intolerância
Em essência, a intolerância é a incapacidade de um indivíduo lidar com as faltas alheias. A intolerância, tal qual a rejeição, é a consequência, o pano de fundo, o ponto visível de uma história pregressa.
  William James (1842-1910), um dos maiores psicólogos do século 20, disse: "Não suportamos ver no outro os nossos próprios defeitos.". A intolerância é o espelho da nossa própria face, mas de uma face que insistimos em não querer ver. "Não se pode errar; não se pode falhar!": eis o imperativo deste século! Mas, quem é perfeito? Como pode, então, o imperfeito exigir perfeição de um seu semelhante?
 O complexo mecanicista que determina os atos e pensamentos dessa geração tecnocêntrica quer manipular o nosso entendimento. Não podemos permitir! Nosso cônjuge não é um ente destituído de animus (latim = alma) para ser comandado por controles remotos.
 Não existem personas (personalidades) idênticas; portanto, a desculpa de incompatibilidade de gênios revela a imaturidade daqueles que - por não estarem dispostos a enxergar e corrigir suas próprias falhas - utilizam-na como instrumento validador de um possível divórcio. 
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Quando enxergamos nosso cônjuge a partir da perspectiva de Deus, a aceitação das diferenças emerge com amor e graça, e passamos a compreender que ele (o nosso cônjuge) nos complementa. Esse tipo de visão gera compaixão pelo outro e promove a unidade no relacionamento (Adaptado de: Bíblia de Estudo Preparando Casais para a Vida. Central Gospel, 2013).
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2.4. O cálice da competição
Nada justifica a competição dentro de um relacionamento conjugal; afinal, homem e mulher não se tornam uma só carne quando decidem se casar (Gn 2.24)? Qual a razão, portanto, de competir consigo mesmo? 
  Um dos sinais que melhor revela as nuanças de competitividade em um relacionamento é o excesso de uso dos pronomes "eu" e "meu" e a escassez de uso dos pronomes "nós" e "nosso".
  Quantas vezes já não dissemos: "Meu dinheiro, meu ministério, meu trabalho, minha vida, meu esforço, minha inteligência?". Reflitamos, pois: com que frequência o "nós" tem determinado nossos atos e palavras? Quanto do "eu" tem dominado nossos pensamentos e ações?

2.5. O cálice do individualismo exacerbado
  O casamento concede-nos a oportunidade de vivermos para alguém além de nós mesmos.
  Como uma pessoa que não sabe dividir, dar, distribuir ou compartilhar pode querer casar-se com outra pessoa? Como alguém intolerante, ingrato, ensimesmado e hermético, que vive em um mundo que só lhe cabe, ousa pensar em casamento (1 Jo 3.16)?
  O individualismo exacerbado, que é permeado pelo orgulho, que não aprende a pedir perdão, que não passa pela aceitação do outro, que não tolera as fragilidades humanas, talvez seja a ameaça mais perigosa a unidade de qualquer união.
  Não tenha medo de dar o seu coração, de acariciar a alma e de tocar a interioridade do seu cônjuge. Tenha a coragem de dizer: "Quando Deus colocou você em minha vida, ela nunca mais foi a mesma; ela ganhou novo sentido, ficou mais rica e bela.".

2.6. O cálice da ingratidão
  A gratidão é o tônico da vida a dois; é o combustível que nos permite fazer a longa viagem chamada casamento. Não há nada mais cruel na vida conjugal do que a ingratidão - e esta não é uma frase clichê.
  Deus ouve o meu testemunho; Ele sabe que eu sei: eu não chegaria aonde cheguei, não seria o que sou- embora eu não seja nada ainda- , se não fosse minha esposa em minha vida.
  Como poderia esquecer-me da mulher que deu a vida por mim? Como poderia esquecer-me daquela que amamentou nossos filhos? Como poderia esquecer-me daquela que sempre esteve ao meu lado?
  Agradeça ao seu cônjuge tudo o que ele tem feito por você. 
  Agradeça a Deus pelo marido (e pela esposa) que Ele lhe deu.
  Que nada o(a) impeça de ser grato(a).

CONCLUSÃO
  Lembremo-nos de que ninguém pode suprir todas as nossas expectativas e necessidades; somente uma pessoa é capaz disso: Deus e Ele, em Sua infinita sabedoria, reservou essa bendita experiência para o céu.
  Portanto, enquanto fazemos - com o nosso cônjuge - a viagem rumo ao lar celestial, coloquemos em prática as instruções de nosso Mestre e Senhor: Como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também (Lc 6.31). Este é o princípio norteador de uma existência plenamente feliz.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Enumere os cálices que precisam ser quebrados na mesa das famílias, considerando o que foi exposto nesta lição:
R.: Professor, ao listar os cálices citados na lição (indiferença, rejeição, intolerância, competição, individualismo exacerbado e ingratidão), dê oportunidade aos alunos para falarem de suas experiências pessoais.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 71 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

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