domingo, 18 de fevereiro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 8 / Revista nº 72

                                           

O Chamado do Filho do Homem

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Ezequiel 2.1-8
1- E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.
2- Então, entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava.
3- E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, até este mesmo dia. 4- E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Jeová.
5- E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um profeta.
6- E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que sejam sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa rebelde. 
7- Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.
8- Mas tu, ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a boca e come o que eu te dou.

TEXTO ÁUREO
  Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor Jeová: Não será mais retardada nenhuma das minhas palavras, e a palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Jeová. Ezequiel 12.28

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Ezequiel 3.1-3 
Filho do homem, come a palavra
3ª feira - Ezequiel 3.10
Filho do homem, coloca a palavra no coração
4ª feira - Ezequiel 3.17
Filho do homem, ouça as minhas palavras
5ª feira - Ezequiel 12.25-28
Filho do homem, minhas palavras se cumpriram
6ª feira Ezequiel 33.7
Filho do homem, atalaia de Deus
Sábado-Ezequiel 37.3-5
Filho do homem, profetiza a minha palavra

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: 
  Compreender a expressão bíblica "filho do homem" no livro profético de Ezequiel;
  Conhecer os princípios bíblicos de um chamado para o ministério:
  Conscientizar-se de que, na trajetória ministerial, encontraremos barreiras, mas, com a infinita graça de Deus, as superamos.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, nesta aula abordaremos o ministério profético de Ezequiel. Para tanto, é necessário que você providencie um esboço dos fatos históricos do livro, tais como: datas, biografia do profeta e mensagem central do tomo.
  Ezequiel pertence ao género apocalíptico, tal qual os livros dos profetas Daniel e Zacarias e o livro de Apocalipse.
  Enfatize sobre a importância do chamado divino sobre a vida do servo do Senhor. É a certeza da vocação que o capacitará para o exercício ministerial e para enfrentar, com ousadia, as adversidades. 
  Use como passagens centrais para a aula de hoje os capítulos 1-3 de Ezequiel.
  Tenha uma aula abençoada.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  O livro profético de Ezequiel pertence ao gênero literário apocalíptico, assim como os livros de Daniel, Zacarias e o próprio Apocalipse. O tomo possui uma grande diversidade de estilos, como visões, profecias, poesias e parábolas.
  O nome Ezequiel (hb. Yehez'qel = fortalecido por Deus) aparece em apenas dois momentos do livro (Ez 1.3; 24.24), estando intimamente ligado à mensagem do livro; afinal, o profeta foi fortalecido pelo Senhor, em seu ministério, e o povo foi fortalecido na esperança de um dia retornar à sua amada pátria.

1. O CHAMADO DO FILHO DO HOMEM
  A deportação de uma nação era uma prática cruel, que fazia parte da política dominadora dos babilônios, com a finalidade de punir as rebeliões e arrancar dos corações dos conquistados a esperança de uma futura restauração nacional.
  Ezequiel foi deportado para a Babilônia, juntamente com dez mil cidadãos - entre eles artífices, ferreiros, lideres e militares que ocupavam postos de destaque no Reino de Judá, - no período do reinado de Joaquim, no ano 597 a.C. (2 Rs 24.12-17). Este foi o resultado da segunda rebelião dos israelitas do Sul contra o poderio babilônico.
  Chegando à Babilônia, Ezequiel foi levado para uma al- deia de cativos judeus, conhecida como Tel-Abibe, junto ao rio Quebar, próximo à cidade de Nipur, cerca de 80Km a sudeste da grande cidade da Babilônia (Ez 1.1; 3.15).
  Mesmo longe da sua pátria, Ezequiel recebeu o chamado profético da parte de Deus, em uma época difícil e de desesperança para os israelitas do Sul.

1.1. Conceituando chamado
  A primeira seção do livro (caps. 1-3) trata do chamado (hb. qără = convocar, convidar, invocar, apelar e nomear; gr. kaleo = chamar alguém, convidar e convocar) de Ezequiel para ser o mensageiro de Deus diante do Seu povo. 
  O divino chamado possui dois lados - divino e o humano - e três princípios fundamentais: (a) a eleição, ou escolha de alguém da parte de Deus para o Seu serviço; (b) a consagração, ou separação dessa pessoa de maneira especial; e (c) a nomeação, ou seja, o Senhor constitui uma pessoa para o exercício de uma função específica.
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  Em sua raiz, o termo hebraico qārā indica o chamado de alguém para uma tarefa específica, ou a nomeação de uma pessoa da parte de Deus.
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1.2. O lado divino do chamado
  Ao analisar o chamado de Ezequiel, observam-se alguns princípios que norteiam a ação divina:
  O chamado é pessoal - E disse-me: Filho do homem (Ez 2.3) - o termo "filho do homem" é usado 93 vezes neste livro por Deus em relação a Ezequiel.
  O chamado é direto - Veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote (Ez 1.3) - Deus não deixa dúvidas em Sua forma de chamar alguém, Ele sabe quem somos, a que família pertencemos e o que fazemos.
  O chamado é específico - Deus deixou clara a Sua vontade para o Seu servo. Ezequiel era filho de sacerdote, mas o Senhor tinha para ele um chamado profético (Ez 2.5,7).
  O chamado exige que o servo creia na suficiência de Deus para a provisão de sua vida e ministério - é Ele quem trata do caráter, desenvolve habilidades, concede dons, proporciona oportunidades de serviço, sustenta e protege (Ez 3.27).
  O chamado implica intimidade e comunhão com o Senhor - para servir a Deus de maneira fiel e eficiente, é necessário conhecê-lo e ter intimidade e comunhão com Ele. Como cativo na Babilônia, Ezequiel recebeu uma visão da parte de Deus e, então, reconheceu que Ele é o Soberano que está assentado em Seu trono (Ez 1.22-28).
  Quem serve ao Reino passa por momentos de angústia e tristeza, mas descansa na certeza de que jamais estará sozinho. Deus é o Consolador, e Seu poder, fonte de sustentação (Ez 3.14; Jr 1.17-19).

1.3. O lado humano do chamado
  Ezequiel ensina-nos o alto valor da obediência ao Senhor, que nos convocou para uma missão (Ez 2.4; 3.22,23). As dificuldades, perseguições e intimidações de homens ímpios não serão suficientes para desmotivar-nos (Ez 2.2).
  O profeta do pré-exilio, Miqueias, ao enfrentar as adversidades de sua ere exilio cumprir o seu ministério, afirmou que estava cheio de coragem e do Espírito do Senhor para anunciar o pecado de Israel (Mq 3.8). Ezequiel fora desafiado por Deus a ficar atento para não se tornar um rebelde, como o povo de Judá (Ez 2.8).
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  Quando Deus chama alguém para um serviço específico, Ele o faz para manifestar o Seu amor (2 Sm 5.12). Ezequiel devia anunciar com responsabilidade a palavra de Deus à sua geração, porque o Senhor de Israel amava o Seu povo e desejava libertá-lo do cativeiro (Ez 3.17-19).
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1.3.1. A preparação pessoal
  A preparação pessoal é de fundamental importância para o cumprimento do ministério e para mantê-lo ativo e produtivo (Ez 2.8-10). Ο apóstolo Paulo procurou estar pronto para os desafios ministeriais e, assim, aplicou-se à preparação (GI 1.11-19). Até próximo a sua morte não deixou de estudar para melhor servir ao seu Senhor (2 Tm 4.13).
  Após ser chamado por Deus, Ezequiel ainda permaneceu sete dias em sua casa, mostrando que há um tempo de espera e preparação imprescindíveis ao exercício ministerial (Ez 3.14-21).

2. AS CREDENCIAIS DO FILHO DO HOMEM
  As credenciais são as marcas visíveis do chamado do Senhor a alguém, e a habilitação que Ele concede aos Seus servos para, com autoridade, exercerem a função ministerial (2 Co 12.12).

2.1. A ação do Espírito Santo
  A pessoa do Espírito Santo ocupa posição de centralidade nas profecias de Ezequiel. Por isso, ele é conhecido como profeta do Espírito Santo. O Espírito entrou em sua vida depois de ele perder a força física diante da visão da glória de Deus e o capacitou a ouvir a voz do Senhor (Ez 2.2;3.24).

2.1.1. Por que Ezequiel experimentou a ação do Espírito Santo de forma distinta?
  É o Consolador quem torna a pessoa sensível para ouvir poderosa voz de Deus. Uma vida entregue à ação do Espírito Santo proporcionará, a si e aos outros, experiências transformadoras no transcorrer do seu ministério.
  Ezequiel experimentou a ação do Espírito Santo para: 
  Ouvir palavras que exaltavam ao Senhor (Ez 3.12); 
  Não permanecer prostrado (Ez 3.14); 
  Entrar na casa do Senhor (Ez 8.3,4; 11.1)  - o poder do Espirito levou o atalaia ao interior do átrio do Templo para contemplar a glória do Eterno  (Ez 43.5).
  No livro de Ezequiel, entende-se que o Espírito promove a nova vida que valoriza a palavra do Senhor (Ez 36.26.27)transmite vida (Ez 37.14) e é derramado sobre a casa de Israel (Ez 39.29).

2.2. A Palavra de Deus
  Com o livro de Ezequiel aprendemos sobre a importância da palavra de Deus para o ministério. Ezequiel deveria recebê-la (Ez 1.3) e entregá-la na sua totalidade ao povo de Israel: Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte (Ez 3.17). Para tanto, antes, ele precisaria estudá-la e ouvi-la com muita atenção.
  A Palavra precisa estar no coração, controlando as emoções (Ez 3.10). Para o mensageiro, ela é o alimento que produz vigor (Ez 3.1-3). O profeta Jeremias, diante das perseguições que enfrentava, encontrou nas palavras do Senhor uma fonte de grande alegria (Jr 15.16). O salmista Davi, também, ensina que as verdades das Escrituras são saborosas e mais doces do que o mel que goteja dos favos (SI 19.10).
  A palavra de Deus deve ser proclamada até mesmo diante da morte, pois ela tem o poder de transformar ossos secos em um grande e poderoso exército (Ez 37.4,5).

3. A MISSÃO DO FILHO DO HOMEM
  E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes (Ez 2.3). A missão que Deus confiou a Ezequiel era esta: levar Sua poderosa palavra aos israelitas de Judá e às nações, tais como: Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito (caps. 25-32), deixando evidente que o Eterno é soberano sobre todos os povos.

3.1. As dificuldades ministeriais do Filho do homem
  Deus revelou ao Seu servo o tipo de pessoas que ele enfrentaria no exercício do seu ministério. Em relação a Deus, eram rebeldes que não se submetiam à Sua autoridade, desprezavam a Sua aliança e cometiam transgressões contra os
  Seus mandamentos (Ez 2.3). Era, portanto, um povo altivo. insistentemente obstinado, que não se humilhava (Ez 2.4). 
  Ezequiel não deveria temê-los, nem às suas provocações, mas, com ousadia, anunciar as palavras do Senhor, à qual o povo responderia com rancor, crueldade e hostilidade (Ez 2.6).

3.2. O consolo do Filho do homem
  O exercício ministerial não é fácil: há dificuldades, intensas perseguições, calúnias e momentos de angústias. Mas, podemos confiar no cuidado e proteção do nosso Senhor que, com carinho e amor, entrará com a Sua presença e intervenção para conceder-nos vitórias (At 23.11).
  Em Ezequiel, Deus repete 66 vezes ao coração do Seu ser vo a expressão: (...) para que saibas que eu sou o Senhor (Ez 6.7b). Não se tratava de uma manifestação do Senhor como o justo Juiz, mas como o Salvador que quebra qualquer algema, abre cadeias e liberta o Seu povo para viver novos tempos.

3.3. A perseverança do Filho do homem
  Uma das principais qualidades de alguém chamado por Deus é a capacidade de perseverar diante das tribulações e adversidades. Uma pessoa perseverante segue em frente sem desanimar.
  Ezequiel recebeu do Senhor a missão de anunciar a Pala vra para uma casa rebelde; porém, foi alertado a não desistir (Ez 2.7). Como Ezequiel, somos desafiados a sermos fiéis ao chamado recebido graciosamente do nosso Senhor. Precisamos ser perseverantes e constantes na entrega da mensagem com a qual o Deus Eterno enche - e transforma - corações e mentes.

CONCLUSÃO
  Deus é o primeiro a reconhecer as dificuldades que os mensageiros de Sua palavra enfrentarão no cumprimento de seus ministérios, Isaías foi alertado para no de que o povo não tinha discernimento espiritual e era soberbo (Is 6.9,10) Jeremias ouviu de Deus que seria duramente perseguidor 1.18); Ezequiel enfrentaria, no cativeiro, um povo obstinado. cruel, rebelde e transgressor das leis divinas (Ez 2.4,6).
  Ezequiel foi chamado para deles divinas vi Soberano assentado em uma o ministério profético de glória (Ez 1.22-28). O profeta entendeu que não precisaria temera casa rebelde de Judá; ele deveria apenas proclamar a palavra de Deus (Ez 2.5,6).
  Sempre vale a pena servir Aquele que jamais abandona os Seus, um dia, servir que recompensará (Ap 22.12).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Com qual título Deus referia-se ao profeta Ezequiel? 

R.: Filho do homem.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp) 

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