domingo, 1 de setembro de 2024

ESCOLA DOMINICAL EDITORA BETEL - Lição 10 / 3º Trim 2024


A relevância da Igreja na sociedade e sua importante função social
8 de Setembro de 2024



TEXTO ÁUREO
“Toda alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus.” Romanos 13.1

VERDADE APLICADA
A Igreja, como uma instituição divina que é, deve ser luz e sal em todas as dimensões da vida na face da terra, sendo diferente e fazendo a diferença para a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar sobre nosso papel diante das autoridades
Conscientizar sobre nosso posicionamento diante da sociedade.
Falar sobre o envolvimento em obras assistenciais.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISAÍAS 58
6 Porventura não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo o jugo?
7 Porventura não é também que repartes o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas da tua carne?
8 Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Gn 41.38-57 José, governador do Egito.
TERÇA | 1Sm 8 Os israelitas pedem um rei.
QUARTA | Et 2.12-20 Ester, rainha da Pérsia
QUINTA | Dn 2.48 Daniel, governador da província da Babilônia.
SEXTA | Rm 13.1-7 Submissão à autoridade.
SÁBADO | 1Tm 2.2 Devemos orar pelas autoridades.

HINOS SUGERIDOS: 9, 11, 16

MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que a Igreja entenda seu verdadeiro papel diante da sociedade

INTRODUÇÃO
A presente lição busca contribuir na conscientização do povo de Deus sobre sua responsabilidade em todas as dimensões da vida debaixo do sol. Para tanto, se requer consciência quanto às diversas esferas da vida em sociedade e ações coerentes com a fé que professamos, pautadas nos princípios da Palavra de Deus e na capacitação e direção do Espírito Santo, para a glória de Deus.

1- O papel social do cristão e sua participação perpassa toda história bíblica
A presença de homens e mulheres de Deus no contexto de participações sociais tem seu início nos primórdios da humanidade e se dá de múltiplas formas, sendo a carreira na decisão em prol da sociedade civil, com grande expressividade.

1.1. Deus é o Senhor também da ordem social.
Aristóteles afirma que o homem é um ser político. O homem pode ser apartidário, mas nunca apolítico. Deus nos fez seres gregários e se relaciona diretamente conosco espiritualmente e de várias maneiras [Mt 6.33]. O Senhor tem um propósito para todas as pessoas, isso vai direcionar a nossa jornada da vida [Is 64.4]. Toda autoridade procede de Deus [Rm 13.1], pois é Ele quem estabelece os reis e os remove [Dn 2.21]. Deus tem o controle de todo o universo e o governa de acordo com Sua vontade soberana e diretiva.

Professor(a): Este tema nos motiva a refletir profundamente sobre a maneira como nossa fé e os ensinamentos bíblicos nos inspiram a ser agentes de mudança positiva na sociedade. Encoraja-nos a ver além da política como única forma de ativismo, focando em uma participação consciente e responsável que abrange diversas áreas da vida comunitária. Ao considerarmos exemplos bíblicos como José, Ester e Daniel, percebemos o valor de viver nossos princípios cristãos em todos os ambientes, incluindo o público. A ênfase em orar pelas autoridades sublinha a importância de apoiarmos a liderança com discernimento e compaixão, visando o bem-estar coletivo. Assim, somos chamados a manifestar o amor de Cristo em cada ação, reconhecendo nosso papel vital como cidadãos do Reino de Deus e deste mundo, comprometidos em contribuir para uma sociedade mais justa e amorosa.

1.2. Autoridades que ocuparam posições civis elevadas na Bíblia. 
Dentre os personagens que Deus chamou e que ocuparam funções civis elevadas, podemos citar quatro: José, governador do Egito [Gn 41.37-57]; Davi, o maior rei conquistador de Israel [2Sm 2.4; 8.1-14]; Ester, a rainha da Pérsia [Et 2.12-20]; e Daniel, o jovem governador da Babilônia [Dn 2.46-49]. Esses quatro personagens fizeram a diferença no exercício da autoridade civil na vida das pessoas de seu tempo porque estavam à disposição do Senhor no cumprimento de sua missão.

Professor(a): Bispo Abner Ferreira (Política – um assunto altamente espiritual, Editora Betel, 2010, p. 153), citando personagens bíblicos, enfatizou o exemplo de Mardoqueu (Livro de Ester), pontuando os seguintes aspectos:
“1) Educou muito bem sua filha adotiva e a preparou para se sair com proveito em qualquer situação e para reconhecer e aproveitar uma oportunidade;
2) Um homem profundamente comprometido com o seu povo e estava atento aos problemas dele e pronto para ajudar a solucioná-los;
3) Tinha profunda consciência dos seus deveres políticos para com a cidade em que vivia e do grau de lealdade devido às autoridades;
4) Era um político completo. Sabia agir em favor de todos os povos que estavam sob o domínio de Assuero como também beneficiar os judeus”

1.3. O Estado e a Bíblia. 
O Antigo Testamento traz a lume a ideia de Estado com a instituição da monarquia no Antigo Israel – séculos XI a VI a.C. Conforme a narrativa bíblica, o juiz Samuel recebeu dos anciãos do povo o pedido de que desse um rei para Israel, assim como as demais nações [ 1 Sm 8]. O Novo Testamento retrata o Estado como instrumento ordenado por Deus [Rm 13.1]. Assim, os que resistem ao Estado afrontam a Deus [Rm 13.2]. Nesse contexto, o Estado é servo do Altíssimo para aplicar a justiça [Rm 13.4], logo, ele não é problema para os que fazem o bem, mas para os que praticam o mal [Rm 13.4; 1 Pe 2.14]. Assim, é lícito pagar tributos e impostos ao Estado [Rm 13.6-7], bem como temos a recomendação de orar pelas autoridades públicas [1Tm 2.1-2]. A Igreja está sujeita a autoridade do Estado, desde que não haja interferência em nossa fé e em nosso culto a Deus [At 5.29].

Professor(a): Bispo Abner Ferreira (Revista Betel Dominical, 4° Trimestre de 2004, Lição 4 – O dever cristão de exercitar a cidadania): “A expressão “sujeitai- -vos” não implica obediência cega às autoridades, mas consciente, à luz da fé cristã [At 4.19]. Deus instituiu e ordenou os governos para garantir a ordem e a justiça na sociedade, porém, se tais governos deixarem de exercer a sua devida função, e passarem a agir no sentido contrário à Palavra de Deus, o cristão deverá obedecer a Deus, e não mais aos homens [Rm 13.1-7; Tt 3.1- 2]. Jesus é sempre o nosso exemplo a seguir. Num momento difícil, Ele evitou o choque com o poder imperial romano, ao recomendar: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” [Mt 22.21]. A odiada captação de impostos simbolizava submissão a Roma. A resposta de Jesus coloca a questão num nível mais profundo do compromisso último com Deus. A moeda que traz a imagem de César pertence a ele; os seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus, pertencem a Deus.”

EU ENSINEI QUE:
A presença de homens e mulheres de Deus na sociedade civil tem seu início nos primórdios da humanidade e se dá de múltiplas formas.

2- Princípios divinos e a sua aplicação na sociedade civil
Por orientação de nosso Senhor Jesus Cristo, não podemos dar de ombros para a realidade de participação na sociedade civil, pois somos chamados para ser sal e luz; por isso, devemos ter critérios rigorosos para aqueles que vão nos representar.

2.1. Como Cidadãos deste mundo e exemplos para a sociedade, é necessário escolher bem os representantes do povo.
Num cenário em que a maioria dos eleitores declara que a religião é muito importante em sua vida, metade desses acredita que, na hora de fazer leis, os representantes devem levar em conta o que dizem as tradições religiosas. A participação social é algo extremamente necessário na Igreja e deve ser fundamentada em princípios bíblicos. Isso significa que o cristão deve analisar as propostas e as ideologias sob a ética cristã, escolhendo pessoas que se norteiam por nossos princípios e os bons costumes [Is 5.20; Êx 18.21].

Professor(a): Bispo Primaz Manoel Ferreira (Reflexões e Desafios para o Novo Milênio, Editora Betel, 2000) escreveu sobre a política e a postura da Igreja: “Em hipótese alguma, devemos brincar com o voto nas eleições. Vamos deixar de lado as infantilidades das massificações populares, vamos deixar de lado nossas convicções pessoais, muitas vezes infundadas e até comprometedoras. Vamos deixar de lado as correntes políticas anarquistas e pervertedoras da sociedade, que só servem para atrapalhar o bom andamento do governo que trabalha com seriedade. Vamos deixar de lado tudo o que Satanás possa fazer através de nós para tumultuar as coisas e fazer a nação enveredar para o caos e o desgoverno. Portanto, vamos orar, unir as forças e usar com seriedade o voto nas eleições.”

2.2. O povo de Deus não deve ser omisso, mas participante. 
A omissão dos cristãos não corresponde aos princípios bíblicos, nem à expectativa de Deus. A omissão, segundo a Bíblia, é pecado [Tg 4.17]. Quando há participação do povo de Deus em várias funções no Estado, há progresso surpreendente para a glória de Deus. Ao longo da história cristã, são notáveis as vitórias que o povo de Deus conquistou através do engajamento político, por exemplo: o envolvimento cristão no Estado proibiu a queima viva de viúvas na Índia (1829); acabou com a escravidão no império britânico (1840); impediu a discriminação das mulheres na China (1112); proibiu a segregação racial nos Estados Unidos.

Professor(a): Bispo Abner Ferreira (Revista Betel Dominical, 3° Trimestre de 2009) escreveu sobre a influência positiva e transformadora do Cristianismo bíblico na humanidade: “A ampla divulgação da doutrina de Cristo (monoteísta) influenciou a ética de todos os povos onde o cristianismo foi aceito. (…) Os valores cristãos resultaram em numerosas “convicções” democráticas, como: a dignidade da pessoa humana, a liberdade, a solidariedade, o respeito pela natureza e a laicidade do Estado, entre outros.”

2.3. A Igreja precisa de representantes que amem a justiça. 
O povo de Deus precisa participar efetivamente, priorizando valores éticos e morais do Reino de Deus, e conscientemente ser seletivo, com o que verdadeiramente cumpriram o bem justo e coletivo, e que reproduzam a moral cristã, dessa forma a Igreja ocupa o seu espaço e influência positivamente a sociedade [Mt 5.13-16]. Os nossos representantes devem ser porta-vozes da retidão e da moral divina em tudo que fazem, seja em um grande tribunal, ou em uma pequena ação comercial. Os que são vocacionados para este serviço, precisam olhar com especial atenção para os pobres e necessitados e promover políticas públicas humanas e justas [Pv 31.8-9].

Professor(a): Provérbios 31.8 enfatiza a importância da liderança justa e a responsabilidade dos governantes de defender os desfavorecidos. Instruído por sua mãe, o rei é chamado a ser a voz dos que não têm voz, um eco do compromisso com a justiça social profundamente enraizado nas tradições proféticas de Israel. Este versículo transcende seu contexto histórico, servindo como um lembrete atemporal de que a verdadeira liderança envolve compaixão, advocacia pelos vulneráveis e a construção de uma sociedade onde prevaleçam a equidade e a dignidade para todos.

EU ENSINEI QUE:
Por orientação de nosso Senhor Jesus Cristo, não podemos dar de ombros para a realidade de nossa participação social, pois somos chamados cara ser sal e luz.

3- O chamado da Igreja para as obras sociais
A generosidade cristã não deve se restringir apenas aos trabalhos espirituais, missionários, mas também às obras sociais. Jesus nos chamou para ajudar os pobres em suas necessidades. A Igreja deve demonstrar esse amor ao próximo através de obras sociais.

3.1. Admoestação bíblica.
O capítulo 58 de Isaías, quando colocado em prática, atrairá vidas às igrejas, tornando-as verdadeiros condutores da graça divina através de ações humanitárias. Todavia, para que se possa compreender melhor a missão que a Igreja possui com relação às obras sociais, vamos entender o conselho divino retratado no livro do referido profeta [Is 58.5-11]. A Igreja deve fazer as obras sociais à semelhança do exemplo deixado por Jesus Cristo. A Bíblia Sagrada está cheia de mensagens que estimulam o crente fiel a trabalhar em favor dos menos favorecidos [Tg 2.15-17].

Professor(a): Revista Betel Dominical, 3° Trimestre de 2001, Lição 11- A Ética e a Responsabilidade Social do Cristão: “A exortação bíblica: "Fazei o bem a todos os homens"; é repetida de vários modos em toda a Bíblia. Biblicamente, os ricos devem ser generosos e praticar a ética social: “que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir..:" [1Tm 6.18]. Na realidade, o amor cristão leva as pessoas a dar “na medida de suas posses” e pode até mesmo mover alguns a dar acima delas, e se mostrar voluntários [2Co 8.3]. Mas todo o cristão deve experimentar esta responsabilidade [1 Co 16.2].”

3.2. Como desenvolver atitudes de ajuda ao próximo.
São vários os aspectos envolvidos na exposição deste tema. Alguns aspectos serão determinados pelas necessidades, pelo local, as pessoas envolvidas, recursos disponíveis, entre outros. Assim, vamos considerar algumas ações que encontramos registradas na parábola que o Senhor Jesus Cristo contou ao doutor da lei que apresentou uma questão ao Senhor: “E quem é o meu próximo?” [Lc 10.25-37]. Encontramos nesta parábola atitudes a serem desenvolvidas que fazem a diferença no socorro aos necessitados:
1) Lc 10.33 – notar que o samaritano "ia"; mas estava atento aos
necessitados;
2) Está atento, diferente de curioso. Pois ao ver, se aproximou dele;
3) Não apenas o aspecto cognitivo estava envolvido, mas também emocional: “moveu-se de íntima compaixão”;
4) Lc 10.34 – no primeiro momento, fez o que podia. Vemos princípios que devem nortear-nos na ajuda ao próximo: atenção, interesse, conhecimento, compaixão, iniciativa.

Professor(a): Revista Betel Dominical, 3° Trimestre de 2001, Lição 11-A Ética e a Responsabilidade Social do Cristão: “Muito antes de aparecer a expressão moderna "justiça social"; a Bíblia já preceituava: `Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ [Lv 19.18]. Quem tem este amoré altruísta, independente cias pressões da justiça social. É solidário filantropicamente com o seu semelhante, seja ele, irmão na fé, patrão, empregado, vizinho e mesmo um oponente. Exemplos específicos daquilo que significa amar ao próximo não faltam na vida e nos ensinos de Cristo. As curas que Ele fez dos mancos, leprosos e cegos, ilustram sua própria solicitude. A parábola do Bom Samaritano demonstrou o amor que todos os homens devem ter para com os outros [Lc 10.30].”

3.3. Obras sociais como fator de crescimento da Igreja. 
No que se refere à Igreja, devemos estar convictos de que a vontade de Deus é que ela cresça para a Sua honra e glória [At 4]. Todos os membros devem participar do crescimento da Igreja como instituição; meditar na mensagem do Evangelho e orar para que Deus nos dê a consciência de que a prática de obras sociais pela membresia da Igreja redunda em benefício para as pessoas, para a instituição e para cada um envolvido [Ef 2.8-10]. Que a nossa oração seja pela salvação de todos aqueles que Deus colocar em nosso caminho.

Professor(a): Vemos em Atos 4 que a Igreja apostólica procurava atender o ser humano em sua totalidade. É um exemplo de comprometimento com o anúncio da Palavra de Deus, mas, também, de consciência quanto à responsabilidade social. O Pacto de Lausanne (o Congresso Mundial de Evangélicos, ocorrido em 1974, na Suíça) produziu um documento designado de “O Compromisso de Lausanne’; que, no 5° item, destaca A Responsabilidade Social Cristã: “Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta” [Lc 6.27,35; Tg 2.14-26].

EU ENSINEI QUE:
A generosidade cristã não deve se restringir apenas aos trabalhos espirituais, missionários, mas também às obras sociais.

CONCLUSÃO
A Igreja é instituição divina na terra. Tal verdade resulta em responsabilidade em todas as áreas da vida debaixo do sol, inclusive social. Afinal, o próprio Senhor Jesus Cristo disse que Seus discípulos são luz e sal neste mundo. Que o Espírito Santo nos capacite e direcione em todo o tempo para que nossas ações contribuam para o bem da sociedade e o testemunho cristão, para a glória de Deus.


Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

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