quarta-feira, 16 de outubro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 3 / ANO 1- N° 3

  

O Messias e a Plenitude dos Tempos

 TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Isaías 9.2-7
2- O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra de morte resplandeceu a luz.
3- Tu multiplicaste este povo e a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos.
4- Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre ele, a vara que lhe feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas.
5- Porque toda a armadura daqueles que pelejavam com ruído e as vestes que rolavam no sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo.
6- Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
7- Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.

TEXTO ÁUREO
  (...); mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Gálatas 4.4

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Miqueias 5.2-5 Nascimento e reinado do Messias

3ª feira - Zacarias 9.9 Vem de Sião o Rei justo e salvador

4ª feira - Isaías 9.2 A luz do Messias

5ª feira - Isaías 35.5,6 O resplendor do Messias

6ª feira - Isaías 53.2-12 O Messias sofredor

Sábado - Jeremias 23.5; Daniel 9.25 O renovo de Davi

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• entender o contexto político de Israel na manifestação do Messias;
• identificar os aspectos culturais que davam suporte à vida Judaica à época do nascimento e ministério do Cristo Rei;
• reconhecer os três elementos facilitadores para o advento do Messias.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, de acordo com o programa divino, o Messias manifestou-se ao mundo em um momento específico da História, denominado "plenitude dos tempos" (Gl 4.4). Essa ex- pressão, cunhada pelo apóstolo Paulo em sua Carta aos Gálatas, indica que Ele veio à terra na exata era em que Deus, em Sua incomparável sabedoria e propósitos, havia determinado.
  O Eterno preparou cuidadosamente aquele período, que possuia vários elementos facilitadores para a divulgação do Seu evangelho, como: a Pax Romana, a língua grega e a influência da cultura e da filosofia helênica.
  Naquela época, a Palestina, onde se concentrava boa parte do povo escolhido Israel havia perdido o domínio da Terra Pro- metida e estava, então, sob o jugo do Império Romano. O Templo fora reconstruído, mas a classe religiosa estava dividida em par- tidos. Mesmo assim, Deus estabeleceu aquela ocasião histórica para trazer ao mundo aquele que se tornaria o Salvador, a única esperança, o caminho a verdade e a vida (Jo 14.6). Durante a lição, incentive seus alunos a refletirem sobre a importância do contexto histórico e cultural no qual jesus veio ao mundo.
  Excelente aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Como anunciado pelos profetas do Antigo Testamento, chegou o momento oportuno de o Salvador manifestar-se. O planeta no qual Ele esteve era muito diferente do observado na criação original. A introdução do pecado no mundo modificou as feições da Terra e a disposição do ser humano em relação ao Criador, que foi se agravando até chegar o momento do advento do Messias.

1. ANTECEDENTES HISTÓRICOS

1.1. Do Éden à Palestina
  Após a expulsão de Adão e Eva, a humanidade decaiu rapidamente, de modo que Deus decidiu destruir a raça humana, exceto Noé e sua família (Gn 6). Séculos depois, o Senhor chamou Abraão, que deu origem a Israel, o povo do Messias (Gn 12). Israel foi escravizado no Egito, mas libertado e levado à Terra Prometida. Israel viveu uma teocracia sob os Juízes e depois adotou a monarquia, dividindo-se em Reino do Norte e Reino do Sul. O Norte foi levado cativo pela Assíria em 722 a.C., e o Sul, pela Babilônia em 586 a.C. Os persas conquistaram a Babilônia, permitindo o retorno dos judeus em 538 a.C. Sob os gregos e depois os romanos, a Palestina foi dominada por vários impérios até a independência breve dos macabeus.

1.2. A Palestina nos tempos do Messias
  Os quatro Evangelhos pontuam que o ministério de Cristo se desenvolveu, principalmente, nos arredores do mar da Galileia. Seus ensinos atraíam multidões da Galileia, Judeia, Jerusalém e das terras além do Jordão, como Tiro e Sidom. Deve-se acrescentar, aqui, a província de Samaria, que tinha certa importância no cenário geopolítico (Lc 17.11; Jo 4; At 1.8; 9.31).
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  As planícies costeiras da primitiva Canaã conquistada por Josué eram habita- das pelos filisteus desde os tempos de Abraão. povo não semita proveniente da região do mar Egeu. Por essa razão, a terra recebeu o nome de Filístia (Ex 15.14; Is 14.29; JI 3.4), à qual os conquistadores romanos deram o nome latino de Palestina termo que passou a designar todo o território israelita.
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2. INSTÂNCIAS DE PODER POLÍTICO NA PALESTINA

2.1. Os imperadores
  O Império Romano dominava a Palestina antes do nascimento de Jesus, com os imperadores romanos (ou césares) simbolizando o poder máximo na região. Alguns deles aparecem no Novo Testamento:
• Otávio Augusto - imperador no nascimento de Jesus, conhecido por seu decreto de recenseamento (Lc 2.1); governou entre 27 e 14 a.C;
 Tibério - sucessor de Augusto, sob cujo governo João Batista iniciou seu ministério (Lc 3.1), o que deve corresponder ao ano 28 ou 29 d.C; foi o imperador em exercício durante o ministério terreno de Cristo, incluindo Sua prisão, morte e ressurreição;
 Cláudio César - citado duas vezes no Novo Testamento (At 11.28; 18.2); governou de 41 a 54 d.C.;
 Nero - conhecido por perseguir cristãos; Paulo apelou a ele quando preso (At 25.11). Paulo e Pedro foram martirizados sob seu governo; governou de 54 a 68 d.C.
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  Historiadores suspeitam que o famoso incêndio de Roma, do qual os cristãos foram acusados, foi na verdade ordenado por Nero.
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2.2. Os herodes
  O título herodes representava uma dinastia de governantes políticos que dominaram os judeus entre 37 a.C. e o início do século I d.C. Eles ocuparam o trono de forma ilegítima. com o apoio romano, e administraram questões religiosas e legais sob o comando do império. Nos registros neotestamentários, há seis personagens distintos chamados Herodes:
 Herodes, o Grande - foi quem decretou a morte de todas as crianças de Belém (Mt 2.1-18); 
• Arquelau, filho de Herodes, o Grande - José e Maria, que haviam fugido para o Egito, regressaram para o seu país durante o reinado de Arquelau (Mt 2.22); 
• Antipas, irmão de Arquelau, mais conhecido como Herodes, o Tetrarca (Lc 3.19) - foi quem ordenou a prisão e execução de João Batista (Mt 14.1-11) e a quem Pilatos encaminhou o julgamento de Jesus (Lc 23.7-12); 
• Filipe, nomeado tetrarca da Itureia conites (Lc 3.1); 
 Agripa I, neto de Herodes, o Grande, sobrinho de Antipas e irmão de Herodias - foi quem mandou matar Tiago, irmão de João (At 12.2,3), e teve uma morte terrível (At 12.23); 
• Agripa II, filho de Agripa I - foi quem teve um encontro com Paulo em Cesareia, onde o apostolo aguardava julgamento em Roma (At 25.13-26.32).

2.3. Os procuradores
  Eram representantes do imperador e de seus mais elevados interesses políticos na Palestina e demais territórios conquistados. Desses oficiais, três aparecem com destaque no Novo Testamento.
 Pilatos - ficou conhecido por sua atuação no julgamento de Jesus (Jo 18.28-31-19.22);
 Felício (ou Félix) - residia em Cesareia quando Paulo chegou acompanhado por uma escolta romana (At 23.24-27); 
• Pórcio Festo - foi sucessor de Félix e quem enviou Paulo para ser julgado em Roma (At 24.27).

2.4. O Sinédrio
  O Sinédrio (gr. sinédrion = "lugar onde se está sentado" ou "assembleia") era uma instituição judaica que possuía autoridade sobre os assuntos religiosos e administrativos da nação. 
  Era considerado, pelos judeus, como uma espécie de suprema corte judicial de Jerusalém, na qual eram julgados os crimes contra a Lei Mosaica e onde se estabeleciam as doutrinas que influenciavam os mais diferentes aspectos da vida moral e religiosa.

3. CONDICIONAMENTOS SOCIAIS DA PALESTINA
  Antes do advento do Messias, a Palestina enfrentava intensos conflitos devido a guerras, invasões e deportações. Essa turbulência causou instabilidade social e empobrecimento generalizado da população. Nos subtópicos seguintes, destacam-se outros elementos que compunham este cenário:

3.1. O pagamento de impostos
  Durante o ministério terreno de Cristo, a Palestina enfrentou uma carga tributária consideravelmente alta. O próprio Cristo foi indagado várias vezes a respeito do pagamento de impostos (Mt 17.24-27; 22.21).
  A cobrança abusiva de tributos naquela época, conforme apontam alguns estudiosos, era a causa principal da pobreza que se espalhou entre os povos conquistados durante o domínio romano na Judeia.

3.2. A relação entre os judeus e os demais povos
  Para os judeus, todos os pagãos eram, em princípio, impuros e transmitiam impureza, por isso nenhum judeu deveria ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros (At 10.28). Era rigorosamente proibido a um judeu entrar na casa de um gentio e devia-se evitar comer com os pagãos (At 11.3; Gl 2.12). Jesus, todavia, criticou duramente essa postura (Mt 23.15).

3.3. A diáspora
  A diáspora (gr. διασπορά = "dispersão") descreve o deslocamento, voluntário ou forçado, de um povo ao redor do mundo. Esse fenômeno teve um papel significativo do povo judeu. na história
  O espalhamento do povo da aliança preparou o cenário para o advento do Messias, pois criou comunidades judaicas em várias regiões, facilitando a disseminação inicial do cristianismo e permitindo que a mensagem de Jesus Cristo alcançasse um público mais amplo e diversificado.

4. A RELIGIOSIDADE DOS JUDEUS NOS DIAS DO MESSIAS

4.1. O Templo
  A religião judaica tinha como foco central o que eles consideravam a Casa de Deus. Tanto o Tabernáculo, construído no deserto por ordem divina (Ex 40), quanto o Templo, uma estrutura permanente erguida por iniciativa humana (1 Cr 28.2), serviram como o epicentro das práticas religiosas do povo judeu até sua completa destruição no ano 70 d.C.

4.2. A sinagoga
  A sinagoga surgiu para atender às necessidades dos judeus que não podiam acessar o Templo. Essa instituição emergiu após a destruição do templo de Salomão.
  Em uma terra estrangeira, os judeus buscavam manter sua vida religiosa, fato que os levou à gradual formação e estabelecimento das sinagogas. Mesmo após a reconstrução do Templo, as sinagogas continuaram a desempenhar um papel vital na comunidade judaica.

4.3. A classe sacerdotal
  Os sacerdotes detinham a mais alta autoridade religiosa entre os judeus, com distintas categorias: os sumos sacerdotes, os sacerdotes e os levitas, todos descendentes da tribo de Levi. No entanto, os sumos sacerdotes e os sacerdotes deviam pertencer, também, à linhagem de Arão.
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  Nos Evangelhos, apenas dois sumos sacerdotes são mencionados nominalmente: Anás e Caifás (Lc 3.2).
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4.4. Os escribas
  Os escribas emergiram na Palestina após o exílio babilônico, principalmente influenciados por Esdras. Responsáveis por copiar e interpretar a Lei, eram também conhecidos como doutores e mestres. Estes desfrutavam de admiração, influência e prestígio entre o povo. No entanto, muitos se opuseram aos ensinamentos de Jesus, sendo criticados por sua abordagem legalista e hipócrita, como registrado em Mateus 23.29.

4.5. Os partidos religiosos
  A busca fervorosa pela liberdade politica e pela autodeterminação nacional moldou profundamente a religião judaica, impulsionando o surgimento de partidos políticos, entre eles:
• os saduceus - consideravam apenas o Pentateuco como autoridade central: interpretavam a Lei de forma literal e consideravam o Templo e o sistema sacrificial um cumpri- mento das fiéis promessas de Deus para Israel (Mt 3.7; 16.1-12; 22.23,24; Mc 12.18-27; Lc 20.27-40);
• os fariseus - eram membros de uma numerosa e influente seita de judeus; eram praticantes da Torá; foram grandes expositores dos saduceus e, por motivos diferentes, também se opuseram a Cristo (Mt 3.7; 12.2; 15.1-20; 16.1-12; 22.34-40; 23.1-36);
• os zelotes - faziam parte de um movimento politico nacionalista que se opunha ao governo de Roma na Judeia: incentivavam e participavam ativamente de levantes em oposição a Roma; recusavam-se terminantemente a pagar impostos (Mt 10.4; Lc 6.15);
• os herodianos - eram assim chamados por serem partidários assalariados da dinastia de Herodes e estavam - naturalmente por obrigação - em contato direto com os saduceus (Mt 22.15-22; Mc 3.6); eram, antes de tudo, uma pequena associação politica, que despertava a antipatia do povo.

CONCLUSÃO
  A rápida disseminação da mensagem salvadora após o ad- vento do Messias foi facilitada por três elementos-chave: a Pax Romana promoveu a paz e a segurança, permitindo o livre trânsito e a convivência pacifica entre as nações; a unidade da língua grega facilitou a comunicação global, possibilitando que a mensagem fosse compreendida por diferentes povos; e o desenvolvimento da filosofia grega estimulou a reflexão sobre questões existenciais, preparando intelectualmente as pessoas para receberem o evangelho de Cristo.
  Pode-se contemplar como Deus age através da História, usando até mesmo circunstâncias humanas para realizar Seus propósitos eternos, convidando-nos a confiar em Sua soberania e a alegrarmo-nos na esperança que Ele oferece a todos os povos.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Quais fatores contribuíram para o advento do Messias e caracterizam a plenitude dos tempos (Gl 4.4)?

R. A Pax Romana, a unidade do idioma e a filosofia grega.

Fonte: Central Gospel

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