terça-feira, 5 de novembro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 6 / ANO 1- N° 3

  

Jesus de Nazaré, Deus-Conosco

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

 Colossenses 1.13-20

13- Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor,
14- em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;
15- o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.
17- E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
18- E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, 
19- porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse
20- e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.

TEXTO ÁUREO
  (...) Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Colossenses 2.9

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Isaías 7.14; 9.6,7; 53.3-5 A divindade de Cristo na descrição de Isaías

3ª feira - João 2.1-11; 4.46-54; 6.1-4; 9.1-41 A divindade de Cristo nos escritos de João

4ª feira - Filipenses 2.5-11; Gálatas 4.4,5 A divindade de Cristo nos escritos de Paulo

5ª feira - Hebreus 2.7-17 A divindade de Cristo na Carta aos Hebreus

6ª feira - João 10.24-38 Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente

Sábado Apocalipse 1.8,17; 22.12-14 Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• entender que a divindade de Cristo possui raízes profundas, tanto no Antigo como no Novo Testamento;
 identificar as passagens bíblicas que dão sustentação à divindade de Cristo a partir da pregação dos profetas, como também do próprio Senhor Jesus e dos apóstolos:
• ter a capacidade de argumentar em favor da deidade de Cristo, considerando as alegações de Jesus sobre si, Seus atributos divinos, Seus nomes e ofícios.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, como explicado em lições anteriores, a pessoa do Libertador teria de preencher alguns requisitos, como: ser alguém sem pecado - um Cordeiro Imaculado, - capaz de embrenhar-se com autoridade e poder no campo da espiritualidade, a fim de anular o poder do pecado e de Satanás e, assim, libertar o ser humano da condenação eterna. Um sacrifício meramente humano não seria suficiente para vencer tal batalha. Só alguém em cujo corpo habitasse toda a plenitude da divindade (C) 2.9) poderia realizar essa tarefa monumental.
  No decorrer da lição, incentive os alunos a refletirem sobre como o sacrifício de Jesus impacta sua fé e vida diária, reforçando a conexão entre a teologia e a prática cristã.
  Excelente aula!

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
  A Bíblia categoricamente afirma que Jesus de Nazaré é o Filho de Deus encarnado. O apóstolo João destaca a importância de reconhecer este fato: Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus (1 Jo 4.15). A doutrina da divindade de Cristo é fundamental para a fé cristã, pois dá sentido às Escrituras e ao ensino e obras de Jesus.
  Na lição anterior, abordamos a união hipostática, focando a humanidade de Cristo. Nesta lição, exploraremos a natureza divina de Jesus de Nazaré conforme apresentada nas Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

1. A DIVINDADE DE CRISTO DEMONSTRADA NAS ESCRITURAS

1.1. A divindade de Cristo revelada em Gênesis 3.15
  Após Adão e Eva terem comido da árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2.17; 3.6), Deus anunciou as consequências para o casal e para a serpente. (Gn 3.15). Esse versículo contém a primeira menção ao Redentor, o Verbo divino, que efetuaria a purificação do pecado e pagaria a pena que dele decorre.

1.2. A divindade de Cristo revelada em Isaías 7.14
  Isaías profetizou que uma virgem conceberia e daria à luz um filho, cujo nome seria Emanuel (hb."Deus-conosco") (Is 7.14). Este nome reflete a realidade de que o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14; cf. 2 Co 5.19). 
  Jesus confirmou a presença divina entre os homens ao afirmar: Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos (Mt 28.20). A profecia de Isaías, portanto, aponta claramente para Cristo e Sua divindade.

1.3. A divindade de Cristo revelada em Isaías 9.6,7
  O Senhor Jesus é descrito no Livro de Isaías como aquele que tem o governo sobre os Seus ombros e a Ele são atribuídos títulos exclusivamente divinos: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (Is 9.6). A natureza dual de Cristo, destacada na Lição 1 (Tópico 2.5), é central para a compreensão de como o Nazareno personifica esses títulos proféticos.

1.4. A divindade de Cristo revelada em Isaías 53.3-5 
  Isaías retrata o Messias como um homem desprezado e rejeitado, cujo sofrimento e dores seriam marcantes. De acordo com o profeta, em Seu sacrifício redentor, Ele tomaria sobre si os pecados da humanidade para oferecer-lhe cura e paz (Is 53.3-5). Essa profecia se cumpriu plenamente quando Cristo foi rejeitado e expiou os pecados na cruz (Jo 1.11).

1.5. A divindade de Cristo revelada nos escritos do apóstolo João
  Pode-se afirmar que João, em seu Evangelho, buscou afirmar a divindade de Cristo: Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome (Jo 20.31). Desde o prólogo (1.1) até os relatos de sinais e milagres do Messias (2.1-11; 4.46- 54; 6.1-4; 9.1-41; 11.1-44), João busca estabelecer esta premissa, convidando seus leitores a crerem nele como o garantidor da vida eterna (Jo 3.16).
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  O Evangelho de João distingue-se dos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) em estilo e conteúdo. O escritor sagrado, neste tomo, apresenta Jesus como o Verbo eterno de Deus. Pela ênfase na divindade de Cristo, o quarto livro do Novo Testamento ficou conhecido como "o evangelho do Filho de Deus".
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1.6. A divindade de Cristo revelada nos escritos do apóstolo Paulo
  Em seus textos, Paulo enfatiza que Jesus veio ao mundo com uma missão única, compartilhando a mesma natureza do Eterno. Isso implica que tanto o Pai quanto o Filho são idênticos em poder, glória e majestade. Observe a seguir alguns exemplos:
• Filipenses 2.5-11 - neste majestoso hino cristológico, Paulo descreve a missão do Filho de Deus, desde Seu ekenösen (autoesvaziamento) até Sua exaltação como Senhor, evidenciando Sua natureza divina;
 Gálatas 4.4,5 - Paulo afirma que Jesus foi enviado por Deus na plenitude dos tempos, alterando o curso da História de forma monumental; 
 Colossenses 2.9 - o apóstolo declara que em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, reforçando que Ele é verdadeiramente Deus;
 1 Timóteo 3.16 - Paulo descreve Cristo como aquele que se manifestou em carne, sendo justificado em espírito e recebido acima, na glória, indicando Sua natureza divina;
• 2 Timóteo 1.10 - Paulo menciona a epifania de Cristo, isto é, Sua manifestação visível como Filho de Deus, e como Ele aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, algo impossível para um ser humano comum;
• Tito 2.11 - o apóstolo ressalta que a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, destacando a divindade de Cristo como o intermediário dessa graça salvadora.

1.7. A divindade de Cristo revelada na Carta aos Hebreus
  O escritor aos hebreus aponta para a eternidade e a divindade de Cristo ao destacar a posição gloriosa que o Filho ocupava diante do Pai desde os tempos eternos (Hb 2.7-10); ao ressaltar Sua encarnação, enfatizando que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para poder redimir a humanidade perdida (Hb 2.17); e ao mencionar Sua exaltação à destra da Majestade nas alturas, revelando Seu atual estado junto ao Pai (Hb 1.3).

2. A DIVINDADE DE CRISTO AFIRMADA EM SUAS PALAVRAS E AÇÕES
  A divindade de Jesus não se limita ao testemunho de terceiros; o texto sagrado inclui as declarações do próprio Cristo, que atribuiu a si características sobre-humanas.
  O Nazareno escolheu doze seguidores que, com Ele, percorreram cidades e testemunharam Suas ações e ensinamentos. Essas pessoas acreditavam nas afirmações que Ele fazia sobre Sua natureza sobrenatural. O Salvador afirmou Sua divindade:

2.1. Ao declarar Sua total identificação com o Pai
  Certa vez, Jesus disse a um discípulo que queria ver o Pai: Quem me vê a mim vê o Pai (Jo 14.9). Com isto, Ele estava afirmando que Sua essência era idêntica à daquele que o enviara. O Pai que se mostraria à humanidade seria exatamente igual ao Filho, como o Senhor afirmou em outra ocasião: Nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou (Jo 8.28).

2.2. Ao declarar o perdão de pecados
  Em Cafarnaum, quatro amigos desceram um paralítico pelo telhado para que Jesus o visse. Na ocasião, o Messias afirmou que os pecados daquele homem estavam perdoa- dos, causando perplexidade nos escribas (Mc 2.5,6).
  Qualquer enganador poderia dizer que os pecados de uma pessoa estavam perdoados, pois não havia meios de verificar a veracidade de tal afirmação. Ao fazer o paralítico andar, Cristo demonstrou imediatamente Sua divindade. Aquele ato milagroso reafirmou que Ele, o Homem-Deus, tinha poder e autoridade para perdoar pecados (Mc 2.10,11).

2.3. Ao declarar-se igual a Deus
  Quando Jesus curou o paralítico no tanque de Betesda em um sábado, os judeus ficaram furiosos e tentaram matá-lo. Jesus respondeu-lhes, dizendo: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também (Jo 5.17), deixando-os ainda mais encolerizados.
  Em João 10.19-31, Jesus reforçou Sua igualdade com o Pai, declarando: Eu e o Pai somos um. Isso provocou a ira dos fariseus, levando-os a tentar apedrejá-lo por afirmar Sua divindade.
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  Ao utilizar a expressão "meu Pai", Jesus provocou a ira dos judeus porque, nas sinagogas, eles se dirigiam a Deus como "nosso Pai". Ao referir-se a Deus nesses termos -"meu Pai"-, Cristo declarou Sua divindade, afirmando possuir uma ligação exclusiva, singular e igualitária com Ele.
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2.4. Ao ressuscitar mortos
  Cristo também ressuscitou mortos para evidenciar Sua divindade. Ele declarou: Assim como o Pai ressuscita os mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer (Jo 5.21). Em Betânia, pouco antes de ressuscitar Lázaro, Ele afirmou: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (Jo 11.25; cf. v. 38-44; Mc 5.35-43; Lc 7.11-15).

3. A DIVINDADE DE CRISTO EVIDENCIADA EM SEUS NOMES DIVINOS

3.1. Filho de Deus
  Quando perguntado diretamente se era o Cristo, Jesus respondeu que Suas obras, realizadas em nome do Pai, davam testemunho de Sua identidade; entretanto, mesmo assim, muitos não acreditavam (Jo 10.24,25). Ele desafiou a descrença dos judeus, dizendo que, se não acreditavam em Suas palavras, que, pelo menos, acreditassem em Suas obras, para entenderem que Ele e o Pai eram um (Jo 10.36-38).
  Seus discípulos reconheceram Sua divindade, afirmando que Ele era verdadeiramente o Filho de Deus (Mt 14.33). Até os espíritos imundos o reconheciam e se prostravam diante dele, clamando que Ele era o Filho de Deus (Mc 3.11). Esse título, aplicado a Jesus repetidamente nas Escrituras, confirma Sua natureza divina.

3.2. Senhor
  O termo Adonai (hb. = "meu Senhor" ou "aquele a quem pertencemos") é usado em referência a Deus na Escritura hebraica. A palavra kyrios (gr. = "senhor, mestre, lorde") é frequentemente usada no Novo Testamento para fazer referência a Jesus, sublinhando Sua autoridade e divindade. 
  Os escritores bíblicos se referem a Cristo como "Senhor" mais de 700 vezes no Novo Testamento, evidenciando a intenção de confirmar Sua natureza divina. Pedro, por exemplo, no dia de Pentecostes, proclamou em seu sermão que Jesus, crucificado pelos homens, foi feito Senhor e Cristo por Deus (At 2.36).
  Conforme declara Paulo, todos os cristãos afirmam o senhorio de Jesus, pois a salvação depende dessa confissão (Rm 10.9); e, um dia, todos reconhecerão que Ele é o Senhor (Fp 2.9-11).

3.3. Alfa e Ômega
  A expressão "Alfa e Ômega" é profundamente significativa para a cristandade; não se trata de uma simples referência à primeira e à última letra do alfabeto grego. Jesus é descrito como o Princípio e o Fim (Ap 1.8), o Primeiro e o Último (Ap 1.17), uma referência ao fato de que Ele esteve presente na fundação do o mundo, assim como estará no seu final. A são indica, sobretudo, a expressa eternidade e a autoridade suprema de Cristo - o Divino - sobre todas as coisas (Ap 22.12-14).

3.4. Senhor da glória
  Esse título, mencionado em 1 Coríntios 2.8, destaca a excelência suprema de Cristo e Sua inconteste autoridade, posicionando Jesus na condição de "ser exaltado", uma honra atribuída unicamente a Jeová. Muitos eruditos consideram essa a maior reverência que Paulo atribuiu a Jesus. 
  De acordo com o pastor Russell Shedd, "Jesus morreu para nossa glória, transformação física, perfeição moral e participação do Seu futuro como coerdeiros." (Rm 8.17-30).

CONCLUSÃO
  Todo aquele que teve o coração verdadeiramente regenerado tem a convicção de que Jesus é Deus e o Senhor de sua vida. O testemunho das Escrituras não deixa dúvidas de que o homem Jesus de Nazaré era também divino e que essa divindade se manifestou em carne para resgatar a humanidade de seus pecados (Gl 4.4).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. O que significa o termo teológico epifania?

R.: "Manifestação, revelação visível do Senhor Jesus."

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