A Prisão e o Julgamento de Jesus
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Lucas 22.47,48,52,53,66-71
47- E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela e chegou-se a Jesus para o beijar.
48- E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?
52- E disse Jesus aos principais dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos que tinham ido contra ele: Saístes com espadas e porretes, como para deter um salteador?
53- Tenho estado todos os dias convosco no templo e não estendestes as mãos contra mim, mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.
66- E logo que foi dia, ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principais dos sacerdotes, e os escribas, e o conduziram ao seu concílio,
67- e lhe perguntaram: Se tu és o Cristo, dize-nos. Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis;
68- e também, se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis.
69- Desde agora, o Filho do Homem se assentará à direita do poder de Deus.
70- E disseram todos: Logo, és tu o Filho de Deus? E ele lhes disse: Vós dizeis que eu sou.
71- Então, disseram: De que mais testemunho necessitamos? Pois nós mesmos o ouvimos da sua boca.
TEXTO ÁUREO
Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus velo do mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. 1 Timóteo 1.15
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Lucas 9.18-22 O sofrimento do Messias
3ª feira - Marcos 14.32,33 A agonia do Messias
4ª feira - Lucas 22.41,42 A oração persistente e submissa do Messias
5ª feira - João 13.21-30 O traidor é identificado
6ª feira - João 18.1-5 A traição é consumada
Sábado - 1Pedro 2.24 A soberana providência do Messias
Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus velo do mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. 1 Timóteo 1.15
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Lucas 9.18-22 O sofrimento do Messias
3ª feira - Marcos 14.32,33 A agonia do Messias
4ª feira - Lucas 22.41,42 A oração persistente e submissa do Messias
5ª feira - João 13.21-30 O traidor é identificado
6ª feira - João 18.1-5 A traição é consumada
Sábado - 1Pedro 2.24 A soberana providência do Messias
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• discorrer sobre os três atos da paixão de Cristo; • identificar os eventos ocorridos no Getsêmani e no Sinédrio judaico durante a prisão e julgamento de Cristo:
• entender que o conjunto desses acontecimentos faziam parte das profecias veterotestamentárias.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, após a celebração da Páscoa, Cristo e Seus discípulos dirigiram-se ao jardim do Getsêmani, marcando o início de um momento crucial em Sua missão terrena. Antevendo os sofrimentos iminentes, Ele declarou: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos e escribas, seja morto e ressuscite ao terceiro dia (Lc 9.22). Este período, embora culminasse em gloriosa vitória, foi caracterizado por uma profunda agonia física, emocional e espiritual.
Durante esta lição, proponha uma reflexão sobre os temas cruciais da crucificação e ressurreição do Messias: sacrifício, per dão e redenção. Convide os alunos a explorarem essas questões com profundidade, analisando seu significado pessoal e suas implicações para a fé cristã.
Excelente aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
De acordo com Louis-Claude Fillion, o comovente episódio da paixão de Cristo pode ser dividido em quatro atos: o primeiro abrange a agonia do Salvador e Sua prisão no Getsêmani; o segundo, o julgamento religioso perante o Sinédrio; o terceiro, o julgamento civil diante de Pilatos; e o quarto, a crucificação e morte de Jesus. Nesta lição, abordaremos os três primeiros atos.
Nos Evangelhos, destacam-se dois fatos importantes no jardim do Getsêmani: a intensa agonia de Jesus pelo sofrimento iminente; e a Sua prisão, que consolidou a traição de Judas Iscariotes.
1.1. A agonia de Jesus
O jardim do Getsêmani estava localizado ao sopé do monte das Oliveiras, parte de uma cadeia de colinas fora de Jerusalém, de frente para o Templo. Jesus costumava reunir-se ali com Seus discípulos (Jo 18.1,2). Naquela noite, porém, a reunião foi mais Intima e diferente. Dentre os discípulos, apenas Pedro, Tiago e João acompanharam o Mestre, formando Seu círculo mais próximo de amizade.
______________________________ O jardim do Getsêmani era um recinto cercado, situado em um olival, onde provavelmente havia uma prensa de azeite. Naquela prensa, as azeitonas eram esmagadas até a obtenção do óleo. Não é difícil associar esse processo à aflição que Jesus sentiu naquela noite. As profecias messiânicas anunciavam que Ele seria esmagado por causa das nossas iniquidades (Is 53.5,6 NAA).
______________________________1.1.1. O objetivo de estarem ali
Ao chegarem a um lugar afastado, Jesus revelou aos três discípulos que Sua alma estava profundamente triste, numa tristeza mortal (Mt 26.38 NVI). Ele sabia dos sofrimentos iminentes e consecutivos que enfrentaria: a prisão, os maus-tratos e a crucificação. O peso maior que recaía sobre os Seus ombros, no entanto, era o fato de que, por um momento, Ele se faria pecado por nós (2Co 5.21) e sentiria o abandono do Pai. Em agonia, orou: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua (Lc 22.42). A angústia era tão intensa, que Seu suor se tornou como gotas de sangue caindo ao chão (Lc 22.44).
1.1.2. Uma companhia inesperada
É preciso destacar, todavia, que Jesus não esteve completamente sozinho. Um anjo do céu foi confortá-lo (Lc 22.43) Os anjos haviam anunciado Seu nascimento aos pastores (Lc 2.8.9) e o assistiram após a tentação (Mt 4.11); assim, seria natural que estivessem com o Filho de Deus durante Sua terrível agonia.
1.1.3. Um grupo armado e o traidor
O primeiro ato da paixão ainda não havia terminado. Jesus se levantou da oração e, pela terceira vez, encontrou os três discípulos dormindo (Mc 14.41). Desta vez, ele não voltou a orar, pois homens armados com espadas e porretes se aproximavam (Mc 14.43). A frente do grupo estava Judas Iscariotes, discípulo que havia saído da cerimônia da Páscoa e agora retornava para consumar a traição.
1.2. A prisão de Jesus
Enquanto o Mestre ainda falava aos discípulos, o traidor, que estava a serviço dos principais sacerdotes, chegou acompanhado por um grande grupo, composto principalmente por religiosos, pela guarda do Templo e por uma guarnição de soldados romanos, que estavam ali para apoiar os oficiais en- carregados de prender Jesus (Lc 22.47,52; Jo 18.3).
1.2.1. O sinal para a prisão
João relata que o horto onde Jesus estava era um local de encontro frequente entre Ele e os discípulos, levando Judas a supor, corretamente, que os encontraria ali (Jo 18.1,2). Judas concordou em traí-lo por 30 moedas de prata, comprometendo-se a liderar o grupo que, aparentemente, não conhecia o Mestre pessoalmente. Isso se infere pela identificação, que foi estabelecida da seguinte maneira: Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele; prendam-no (Mt 26.48 NVI).
______________________________
O evangelista João relata que Judas estava acompanhado por uma coorte romana (Jo 18.3), composta por centenas de soldados. Embora parecesse excessivo para prender um único homem, o objetivo era evitar a fuga de Jesus e impedir que outros discípulos fossem capturados em seu lugar.
______________________________1.2.2. Jesus foi preso ou deixou-se prender?
Se o Filho de Deus optasse por resistir à prisão, toda a multidão armada seria incapaz de detê-lo. Quando Pedro tentou defendê-lo, atacando um servo do sumo sacerdote com a espada, Jesus questionou se o discípulo pensava que Ele não poderia pedir ao Pai para enviar mais de doze legiões de anjos em Seu auxílio (Mt 26.53). Essa referência ilustra magnitude da proteção divina disponível para o Messias, já que uma legião romana compreendia dez coortes, cada uma com 500 soldados, totalizando cinco mil homens.
1.2.3. Fidelidade à Sua missão
Jesus, consciente de Sua missão de redenção da humanidade por meio de Sua morte na cruz, não resistiu à prisão. Quando Seus algozes disseram que buscavam o Nazareno, Ele voluntariamente se entregou. Na ocasião, o Filho de Deus demonstrou o Seu poder, fazendo os soldados recuarem e caí- rem por terra (Jo 18.4-6). Isso evidencia que, embora pudesse evitar a prisão, Ele escolheu entregar-se. Após concordar em ser preso, foi levado para ser julgado.
2. OS JULGAMENTOS
Os quatro evangelistas descrevem de forma vívida a prisão e os dois julgamentos de Cristo: primeiro pelo Sinédrio judeu, liderado por Caifás, e depois pelo Pretório, liderado por Pilatos. Esse duplo processo ressalta as duas facetas do caráter messiânico de Jesus: o Sinédrio o condenou como Filho de Deus, enquanto o tribunal romano o rotulou como Rei dos judeus. A primeira parte do julgamento é caracterizada por precipitação, parcialidade e notáveis irregularidades. Pilatos evitou assumir o papel de juiz que os judeus queriam impor.
Após ser preso, Jesus enfrentou uma série de audiências, inicialmente na esfera religiosa. Nessas etapas, Ele passou por três julgamentos distintos: primeiro, perante Anás, o sumo sacerdote deposto (Jo 18.12-24); depois, diante de Caifás, o sumo sacerdote em exercício (Mt 26.57-66); e finalmente perante o Sinédrio, reunido na manhã seguinte na casa de Caifás (Lc 22.66-71).
2.1.1. Jesus perante Anás
Embora não haja registro detalhado de um interrogatório inicial conduzido por Anás, sabe-se que ele foi o primeiro a receber Jesus após Sua prisão (Jo 18.13,14).
Segundo a lei judaica, o sumo sacerdócio era vitalício; assim, mesmo não ocupando mais o cargo formalmente, Anás ainda mantinha considerável autoridade e influência religiosa. Isso permitiu que ele desempenhasse um papel decisivo na rápida organização do julgamento após a prisão. Essa dinâmica destaca a complexa interseção entre política e religião na época, evidenciando como figuras proeminentes, como Anás, exerciam ingerência mesmo fora das estruturas oficiais de liderança.
2.1.2. Jesus perante Caifás
A reunião noturna convocada pelos líderes religiosos era ilegal, devido ao horário e ao local inapropriado; deste modo, os estágios iniciais do julgamento - perante Anás e Caifás - não tinham valor algum. Aquela foi, na realidade, uma ação desesperada que visava encontrar uma justificativa, na Lei, para condená-lo à morte. As autoridades religiosas, preocupadas com a crescente influência do Nazareno, antevendo o risco de revolta contra o governo romano, agiram movidas pelo medo, cometendo irregularidades. Ao amanhecer, Jesus foi encaminhado ao Sinédrio (Lc 22.66), pois era necessário que o concílio judaico se reunisse para legitimar o injusto julgamento.
2.1.3. Jesus perante o Sinédrio
O Sinédrio, uma espécie de suprema corte religiosa, buscou encontrar culpa em Jesus, recorrendo ao falso testemunho. Diante das acusações fraudulentas, Ele permaneceu em silêncio. Caifás, então, confrontou-o diretamente sobre Sua divindade. Cristo respondeu, afirmando Sua identidade messiânica e divina. Diante disso, Caifás o acusou de blasfêmia, estabelecendo o motivo para Sua condenação à morte (Mc 14.57-64).
Porém, como os judeus não podiam aplicar a pena capital, o caso foi levado a Pilatos, autoridade romana habilitada para ratificar o julgamento e proclamar o veredicto final (Lc 23.1).
2.2. O julgamento civil
A pena de morte só poderia ser executada com a autorização do governador romano, que na época era Pilatos; e ele em Jerusalém na ocasião.
2.2.1. Jesus perante Pilatos
Pilatos, como procurador romano, considerou as questões religiosas dos judeus ao atender o pedido do Sinédrio. Embora fosse responsável por lidar com impostos e rebeliões, ele permitiu o julgamento de Jesus devido às alegações de agitação e reivindicações de realeza (Lc 23.2).
Durante o interrogatório, no entanto, Pilatos percebeu que as acusações eram principalmente de natureza religiosa (Jo 18.38), não implicando diretamente o código romano. Ao saber que o acusado provinha da Galileia, Pilatos enviou-o a Herodes, que tinha jurisdição sobre a região e estava mais familiarizado com as leis judaicas e questões religiosas (Lc 23.7).
2.2.2. Jesus perante Herodes
Herodes, estando em seu palácio, sentiu grande satisfação ao ver Jesus, pois havia ouvido falar muitas coisas sobre Ele e tinha várias perguntas a lhe fazer. No entanto, Cristo optou por permanecer em silêncio diante de suas indagações (Lc 23.8,9).
Diante das persistentes acusações dos líderes religiosos, ao invés de resolver a questão, Herodes decidiu ridicularizar o Messias, vestindo-o com uma roupa resplandecente e enviando-o de volta a Pilatos como parte de um espetáculo (Lc 23.11).
2.2.3. Jesus outra vez perante Pilatos
Após recebê-lo de volta, Pilatos relutou em condená-lo, possivelmente influenciado pelo aviso de sua esposa (Mt 27.19). O procurador romano não encontrava motivo para incriminar o Messias. Entretanto, diante da pressão dos líderes religiosos, sugeriu uma temida punição romana: o açoitamento, esperando que o castigo bastasse para satisfazê-los (Lc 23.13-16). Contudo, os acusadores do Filho de Deus não se contentaram com a proposta. Pilatos, então, ofereceu à multidão uma escolha: libertar Jesus ou Barrabás, um criminoso notório. Instigada pelos líderes religiosos, a multidão exigiu a libertação de Barrabás.
Por fim, Pilatos lavou as mãos diante do povo, declarando-se inocente do sangue de Jesus, e entregou-o para ser crucificado (Lc 23.17-25; Mt 27.11-26; Jo 18.33-40).
CONCLUSÃO
As lideranças religiosas de Jerusalém prenderam Jesus com a ajuda de Judas Iscariotes. Reuniram-se clandestinamente para colher provas contra Ele, recorrendo até a falsas testemunhas. Acusaram-no de blasfêmia e levaram-no ao Sinédrio para um julgamento oficial. Manipularam Pilatos e incitaram o povo a pedir a libertação de um criminoso em Seu lugar.
Todos esses atos culminaram no sacrifício determinante para o cumprimento do plano eterno de salvação da humanidade e de restauração do acesso à comunhão com o Divino.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Qual foi o ato simbólico final de Pilatos durante o julgamento de Jesus?
R.: Ele lavou as mãos diante da multidão e declarou: Estou inocente do sangue deste justo (Mt 27.24).
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