segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

ESCOLA DOMINICAL EDITORA BETEL - Lição 13 / 4º Trim 2024


Aprendendo com os Dez Mandamentos: Pilares Éticos e Morais cujos princípios são relevantes e aplicáveis na vida contemporânea
29 de Dezembro de 2024



TEXTO ÁUREO
“Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” 1 Coríntios 10.11

VERDADE APLICADA
Fomos libertos da escravidão do pecado para pertencermos a Deus e vivermos segundo a Sua vontade em todas as áreas da vida, para a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar sobre os mandamentos e a vida prática.
Ensinar os princípios básicos dos Dez Mandamentos.
Destacar Jesus Cristo com o cumprimento da Lei.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

SALMO 119
97 Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.
98 Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo.
99 Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.
100 Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos.
101 Desviei os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra.
102 Não me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste.
103 Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Ex 29.13-17 O sacrifício e as cerimônias da consagração.
TERÇA | Mt 22.36-39 O grande mandamento.
QUARTA | Jo 14.21 É preciso guardar os mandamentos de Deus.
QUINTA | Rm 7.5 A paixão do pecado obra frutos para a morte.
SEXTA | 2Co 3.6 Ministros de um novo testamento.
SÁBADO | EF 4.28-31 É preciso andar em santidade.

HINOS SUGERIDOS: 387, 394, 396

MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o amor ao próximo seja uma ação contínua em nossas vidas.

INTRODUÇÃO
Os Dez Mandamentos possuem uma riqueza de princípios para a vida prática do povo de Deus. Com o auxílio do Espírito Santo e o amor de Deus em nós derramado, é necessário e possível aplicar tais princípios em todas as áreas da vida enquanto estamos nesta terra. Eles são altamente protetivos e manifestam o amor e o cuidado que Deus tem com cada um de nós.

PONTO DE PARTIDA: Os princípios de Deus são eternos.

1- Cristo, o cumprimento da Lei
A Lei de Deus revela Seu caráter divino e, em ambos os Testamentos, esses valores morais são ensinados como princípios eternos, pois, são a vontade de Deus [Mt 5.18].

1.1. A lei moral, civil e cerimonial.
É de extrema importância sabermos distinguir cuidadosamente as diferenças entre a lei cerimonial, as leis civis ou judiciais, e a lei moral, pela qual o Criador estabelece a conduta moral de todas as criaturas para todos os tempos. A lei moral é o padrão justo e eterno para a nossa relação com Deus e com o nosso próximo. A lei civil é composta por leis que regiam Israel como nação sob Deus. Nelas havia orientações para guerras, restrições ao uso da terra, regulamentos para a dívida e penas por violações do código legal de Israel. A lei cerimonial tratava das festas, da adoração, dos alimentos, da pureza ritual, a conduta dos sacerdotes, como está no livro de Levítico. A lei cerimonial, que trata do culto, apontava para Jesus Cristo, sendo sombra das coisas futuras [Cl 2.7; Hb 10.1]; a lei civil foi dada a Israel como uma nação de governo teocrático; e lei moral revela o caráter santo de Deus [Rm 7.12, 14]. Lembremo-nos de que esta classificação não significa que são três leis independentes, mas, sim, uma Lei que trata de diferentes aspectos da vida de Israel.

Russell Shedd (Lei, Graça e Santificação, Vida Nova, 1990, p. 23-24) escreveu sobre – Jesus Cumpriu a Lei: “Ao declarar que Ele veio não para abolir, mas para cumprir a lei [Mt 5.17], Jesus quis ensinar o verdadeiro uso e o valor da lei. 1. Ele veio para guardá-la perfeitamente, segundo a perfeita vontade do Autor. 2. Ele veio para transformar a sombra da lei na realidade por ela tipificada. Assim, todos os sacrifícios animais da lei mosaica alcançaram, na morte de Jesus, seu alvo histórico e seu completo cumprimento [Hb 9.12]. Todo o ritual, as festas, os sábados, o sacerdócio e o templo – atingiu sua finalidade completa na pessoa e obra de Jesus Cristo. Neste sentido, a lei de Moisés tornou-se uma profecia cumprida.”

1.2. Cristo e a Nova Aliança.
Já vimos na primeira lição sobre os Dez Mandamentos como resultado da revelação de Deus no Sinai ratificando o pacto iniciado na libertação de Israel da escravidão do Egito por ocasião da instituição da Páscoa [Êx 24.8]. Assim, no Sinai, Moisés é o mediador da aliança entre Deus e o povo de Israel [Êx 19.3-9]. Com a vinda de Jesus Cristo, na plenitude dos tempos [Gl 4.4-5], Ele estabeleceu a Nova Aliança/Testamento em Seu sangue [Mt 26.28]. Jeremias profetizou sobre a Nova Aliança [Jr 31.31-33]. A Antiga Aliança exerceu um papel de tutor até a chegada da Nova Aliança [Gl 3.23-25].

Pr. Sérgio Costa (Carta aos Hebreus, Editora Betel, 2024, p. 25): “A Revelação de Deus na Antiga Aliança foi um processo progressivo que culminou em Jesus de Nazaré. Ao longo do Antigo Testamento, Deus utilizou-se de instrumentos como meios de revelação tais como os anjos, Moisés e os sumos sacerdotes. O Tabernáculo era o lugar onde ocorria essa revelação, e os sacrifícios eram meios de adoração e expiação dos pecados. (…) Embora essas formas de revelação fossem importantes, elas apontavam para a plenitude da Revelação que viria em Jesus Cristo, o Mediador perfeito entre Deus e a humanidade [Hb 1.1].

1.3. Cristo e o cumprimento da lei.
Já vimos anteriormente que Nosso Senhor Jesus não veio para abolir a Lei e os ensinamentos dos profetas, mas, sim, para cumprir [Mt 5.17]. O apóstolo Paulo escreveu que não há ser humano que seja declarado justo tendo como base a obediência à Lei [Rm 3.19-20]. A Lei revela nossa necessidade de perdão, nossa incapacidade de agradar a Deus por recursos próprios. Mas Cristo cumpriu. “O fim da lei é Cristo” [Rm 10.4]. Cristo nos resgatou da maldição da lei [Gl 3.13]. Esta é a doutrina fundamental da fé cristã. Não é possível compreender a morte de Cristo sem uma compreensão das exigências da lei. Jesus Cristo cumpriu a lei, foi “obediente até a morte” [Fp 2.8], tomou sobre Si os nossos pecados, efetuou a perfeita e eterna redenção [Hb 9.12].

A lei não foi criada por Deus somente para restringir o pecado. Ela nos ajuda a nos convencer do pecado, o que nos impulsiona diretamente aos braços de Cristo [Rm 3.20]. Uma vez que Cristo cumpriu toda a lei em nosso lugar, devemos estar nEle para que sejamos reconciliados com Deus [2Co 5.19-21]. Jesus pode fazer por nós o que a lei nunca pôde: nos salvar. Ele é nosso mediador, nosso advogado [1Tm 2.5-6].

EU ENSINEI QUE:
A Lei de Deus revela Seu caráter divino.

2- Os Dez Mandamentos e a vida prática
Podemos destacar no estudo dos Dez Mandamentos, três princípios que devem nortear o nosso viver ao longo da jornada cristã: os padrões de Deus, nosso relacionamento com o próximo e um manual de adoração e conduta.

2.1. Os padrões perfeitos de Deus. 
O fato de não estarmos mais debaixo da Antiga Aliança não significa que os padrões de Deus deixaram de existir ou não mais são exigidos. Tais pensamentos podem servir como justificativa para um viver que transforma a graça de Deus em libertinagem [Jd 4]. É crucial ter em mente que os Dez Mandamentos revelam algo do caráter moral de Deus e que nEle “não há mudança nem sombra de variação” [Tg 1.17]. Ο Senhor Deus nos libertou da escravidão do pecado, nos tirou da potestade das trevas para sermos dEle e vivermos de acordo com a vontade dEle. Em Cristo é possível uma vida de fidelidade a Deus em amor [Mt 22.36-40]. “E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos” [2Jo 6]. O Senhor Jesus ordenou aos Seus discípulos que se dedicassem a ensinar outros discípulos a guardarem todas as coisas que Ele tinha mandado [Mt 28.20]. Todos precisam conhecer os padrões de Deus. Todos necessitam ser participantes da natureza divina. Todos precisam andar em Espírito.

Bispo Abner Ferreira (Revista Betel Dominical, 2º Trimestre de 2024, Lição 6- Ordenança para uma vida de obediência e submissão): “Ser obediente faz parte do estilo de vida que se requer de todo discípulo de Cristo. Trata-se de um princípio bíblico, revelado desde o início da humanidade. É relevante a obediência em nosso relacionamento com Deus e em diferentes níveis de relacionamento interpessoal. Nosso maior exemplo é Jesus Cristo – “obediente até a morte” [Rm 5.19; Fp 2.8; HЬ 10.9].”

2.2. Conduzem à manifestação prática do amor. 
Escrevendo aos romanos, Paulo nos afirma que o amor cumpre a lei [Rm 13.10]. João nos diz que o amor nos guia para cumpri-la. A ideia prática aqui é que amor e mandamentos caminham juntos. O amor é o motivo para obedecer, enquanto os mandamentos orientam e dirigem esse amor [1Jo 5.3]. Quando Jesus assinala que o cumprimento da lei e dos profetas está em amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos, a base é o amor [Mt 7.12; 22.37-40]. Sem o exercício do amor, é impossível que guardemos Seus mandamentos [Jo 14.21]. No identificado “discurso de despedida” [Jo 13-16], logo no início, nosso Senhor diz, a um grupo de discípulos preocupados e aflitos por ouvirem que Jesus iria partir e que eles não poderiam acompanhá-Lo, o que Ele espera deles: “Amem-se uns aos outros. O padrão de comparação quanto a este amor é o amor de Jesus [Jo 13.1, 34]. Jesus identifica como “um novo mandamento”.

F. Bruce (João – Introdução e comentário, Vida Nova, 1987, p. 253): “O mandamento do amor não era totalmente novo; toda a lei e os profetas foram resumidos no mandamento duplo [Dt 6.5; Lv 19.18; Mc 12.28-33; Gl 5.14]; mas, com seu ensino e ainda mais com seu exemplo Jesus lhe deu uma nova profundidade de significado (…) Se a comunhão cristã for caracterizada por este tipo de amor, então, ela será reconhecida como comunhão dos seguidores de Cristo; apresentará a marca inconfundível do seu amor.”

2.3. São um manual e guia para adoração e conduta. 
Os primeiros quatro mandamentos nos ensinam a diferença entre a adoração verdadeira e a adoração falsa. Por exemplo, no primeiro mandamento temos “o objeto de adoração”; no segundo “os meios de adoração”; no terceiro “a maneira da adoração”; e no quarto mandamento temos o “tempo de adoração”. Esses mandamentos tratam de nossa reverência e nosso respeito pela pessoa, autoridade e glória de Deus. Portanto, nossa atitude para com Deus refletirá em nossa atitude para com a família e o próximo: “Honra a teu pai e a tua mãe”, “Não matarás“, “Não cometerás adultério”, “Não furtarás”, “Não dirás falso testemunho” e “Não cobiçarás”.

Os princípios contidos nestes mandamentos, como vimos em lições anteriores, devem nortear a conduta dos discípulos de Cristo [Dt 5.7-21]. Esses mandamentos foram projetados por Deus para governar nosso comportamento em relação ao próximo. A pessoa que ama seu próximo não cometerá nenhum desses pecados contra ele. Esses seis mandamentos nos protegem de muitos perigos e nos alertam sobre os desejos e fraquezas de nossa natureza corrupta. Então, é óbvio que eles são muito úteis em um sentido prático [Ex 31.18; Dt 9.10].

EU ENSINEI QUE:
Os Dez Mandamentos estabelecem regras e padrões de justiça, nos conduzem a um amor prático com nosso semelhante e nos guiam a uma adoração verdadeira.

3- Princípios básicos dos Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos vão além de uma conformidade “externa” e superficial aos seus mandatos. Eles tratam com o coração, com os motivos, os desejos e pensamentos do coração.

3.1. Não devemos olhar apenas na letra da lei. 
Para discernirmos os princípios básicos dos Dez Mandamentos e sermos norteados por eles, é preciso ir além da leitura, memorização, verbalização e demonstrações exteriores. É crucial a experiência do novo nascimento, a ajuda do Espírito Santo, estar em Cristo e, assim, ser movido pelo amor a Deus e ao próximo [Mt 23.24]. Este foi o erro dos fariseus que Cristo apontou tantas vezes. Eles interpretaram os mandamentos como algo puramente legal e superficial. Guardavam a “letra” e se esquecem do espírito da lei [Mc 7.13; Rm 7.5; 2Co 3.6]. Por natureza, todos os homens preferem que a religião seja algo mecânico, algo que se possa realizar por si mesmo e com as próprias forças. Quase todo mundo quer uma religião que não vá além de uma lista de proibições superficiais e externas.

Russell Shedd (Lei, Graça e Santificação, Vida Nova, 1990, p. 45-53) escreveu sobre “O Legalismo”: “O legalismo concentra sua atenção no comportamento. Ele codifica as exigências da santidade em regras passíveis de observação. Procura controlar o crente como alguém que ainda vive no mundo. Trata o regenerado como um incrédulo, carregando-o de exigências que criam temor ou a soberba (estabelece uma lista de atitudes e comportamentos proibidos). É fácil esquecer que há muitos não convertidos que não se interessam por nenhuma dessas práticas, mas nem por isso estão mais perto do reino. A raiz do pecado não está nas práticas externas de proibições humanas, mas no amor-próprio que brota no lugar da devoção a Deus.”

3.2. Cada mandamento trata de um grupo de pecados. 
Os pecados mencionados nos Dez Mandamentos representam grupos de pecados relacionados e similares. Ou seja, cada mandamento específico encabeça outros pecados semelhantes. Cada mandamento particular trata com uma categoria ou classe de pecados que estão relacionados. Por exemplo, o mandamento: “Não matarás”, inclui muitos outros pecados. De acordo com o Sermão do Monte, inclui: ódio, raiva injusta, palavras abusivas e até mesmo qualquer desejo ou inclinação para fazer mal ao nosso próximo [Mt 5.21-22]. Cristo ensinou nesta passagem que a pessoa que usa palavras abusivas é tão culpada quanto o homicida. Esses sentimentos manifestam o mal ao próximo e não o bem [Ef 4.31; 1Jo 3.15].

Russell Shedd (Lei, Graça e Santificação, Vida Nova, 1990, p. 53): “O legalismo não pode evitar os pecados do íntimo que mais ofendem a Deus. O orgulho e a hipocrisia se espalham e crescem como o mato que toma conta de um jardim não cuidado. Muito mais aconselhável do que tentar impor nossas “leis” [Rm 14.1-7], seria lembrar que vivemos pelo Senhor [Rm 14.8] e não para nós mesmos, nem para manipular os participantes da mesma graça de nosso Senhor Jesus.”

3.3. Os mandamentos exigem uma vida prática.
Em outras palavras, podemos dizer que os mandamentos são negativos e positivos. Eles são expressos negativamente para enfatizar a pecaminosidade dos homens, mas sempre vão além do elemento negativo e nos conduzem ao elemento positivo. Podemos ver este ponto, por exemplo, em Hebreus 13.5, onde o mandamento “não cobiçarás” significa não apenas que deixemos a ganância, mas que estamos contentes com o que temos. Em outras palavras, gratidão e contentamento são o aspecto positivo do décimo mandamento. Mais um exemplo é Efésios 4.28, onde aprendemos que, além de deixar o roubo, deve-se trabalhar honestamente e repartir com o que necessita.

Os mandamentos exigem que não deixemos apenas certos vícios, mas que também coloquemos em prática certas virtudes. O que roubava deve abandonar essa prática, depois ele deve passar a fazer o que é bom e trabalhar honestamente, o que é agradável a Deus. Após isso, ele deve aprender a repartir com os necessitados. Assim, o lado positivo do mandamento “não furtarás” consiste não apenas em trabalhar, mas também em dar aos outros [Lc 19.8; Ef 4.28].

EU ENSINEI QUE:
Os Dez Mandamentos tratam com o coração, com os motivos, os desejos e pensamentos do coração.

CONCLUSÃO
O fato de os Dez Mandamentos expressarem a vontade de Deus e revelarem o Seu santo caráter, deve mover-nos a estudá-los e procurarmos discernir os princípios neles contidos. Evidente que, para tanto, devemos ser norteados pela contínua ação do Espírito Santo e pelo amor a Deus, visando um viver que agrada ao Senhor, testemunha a todos a salvação e o plano de Deus para a humanidade e a glória de Deus.


Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)

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