O Átrio do Tabernáculo: Símbolo de Santidade e Redenção
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Êxodo 27.1,9-11,16
1- Farás também o altar de madeira de cetim; cinco côvados será o comprimento, e cinco côvados, a largura (será quadrado o altar), e três côvados, a sua altura.
9- Farás também o pátio do tabernáculo; ao lado do meio-dia, para o sul, o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada lado será de cem côvados.
10- Também as suas colunas e as suas bases serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
11- Assim também do lado do norte as cortinas na lonjura serão de cem côvados de comprimento; e as suas colunas e as suas bases serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
16- E à porta do pátio haverá uma coberta de côvados, de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador; as suas colunas, quatro, e as suas bases, quatro.
Êxodo 30.18
18- Farás também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para lavar, e a porás entre a tenda da congregação e o altar e deitarás água nela.
TEXTO ÁUREO
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14.6
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - João 17.9-17 Pai, guarda em teu nome aqueles que me deste
3ª feira - Hebreus 5.8-10 Sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque
4ª feira - Apocalipse 19.1-8 Porque vindas são as bodas do Cordeiro
5ª feira - João 10.1-9 Eu sou a porta
6ª feira - 1 Timóteo 2.1-6 Há um só Deus e um só Mediador
Sábado - Tito 1.5-16 Todas as coisas são puras para os puros
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• conhecer em detalhes a construção e a função de cada parte do átrio do Tabernáculo;
• compreender que cada elemento do Tabernáculo foi projetado com um propósito divino específico;
• entender que, na atualidade, o conceito do Tabernáculo se materializa na Igreja.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, nesta lição exploraremos a construção do átrio do Tabernáculo, o espaço onde Deus manifestava Sua glória de maneira única. Este templo portátil era um símbolo de santidade, pureza e profunda reverência.
Incentive seus alunos a refletirem sobre a continuidade desse propósito na comunidade dos salvos. Assim como o Tabernáculo, a Igreja é um lugar consagrado, onde a presença do Altíssimo se faz sentir de forma especial.
Excelente aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
O local temporário para a habitação de Deus entre os filhos de Israel estava localizado dentro de um átrio (ou pátio), circundado por cortinas de linho fino trançado, isolando-o do restante do acampamento. Esse átrio - a área externa que circundava o santuário do Tabernáculo, também conhecido como Casa de Deus (1 Cr 9.13; 22.1), Tenda da Congregação (Ex 27.21) e Tabernáculo do Testemunho (Nm 1.50) - era acessível a todos, israelitas ou estrangeiros, desde que cumpridas as determinações exigidas por Deus (Nm 15.14-16).
Os materiais utilizados na construção do átrio do Tabernáculo, trazidos do Egito e ofertados pelo povo, incluíam linho fino, madeira, prata, cobre e cordas (Êx 25.1-7).
A cortina da entrada do átrio, feita de linho fino, era tecida com fios azul, púrpura e escarlate, formando a entrada para o lado oriental (leste, a direção do nascer do sol; conf. Ex 27.13-16: Ez 8.16).
O pátio, de forma retangular, medido em côvados, possuía o equivalente a 45 metros de comprimento, e 22,5 metros de largura. Sendo todo cercado por uma grossa cortina trançada com linho, tendo a altura do 2,25 metros (Ex 27.18 NVI). Dentro dessa área, estavam o altar dos holocaustos, feito de madeira revestida de cobre (Ex 27.1- 8), e a pia de cobre fundido (Ex 30.17,18), onde os sacerdotes se purificavam antes de entrarem para ministrar no santuário do Tabernáculo (Ex 30.19-21).
Para a construção do átrio, foi imprescindível empregar mão de obra altamente especializada, cuja habilidade foi inspirada por Deus (Ex 35.30-35), viabilizada pelo extenso período de 430 anos em que os israelitas residiram no Egito, a civilização mais avançada de sua época.
Nesta lição, serão destacados os elementos que faziam parte da área externa do Tabernáculo, a saber a cortina de linho fino; a porta de entrada; o altar dos holocaustos e a pia de cobre.
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As medidas do Tabernáculo são dadas em côvados, uma medida linear dos antigos egípcios. De acordo com os estudos do famoso matemático russo Yakov Parelman, um côvado equivalia a cerca de 45cm, o que é utilizado na Nova Versão Internacional da Bíblia (Ex 27.18). Mas há outros escritos que tomam essa medida como 63,5cm.
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1. A CORTINA DE LINHO FINO: A BARREIRA SAGRADA
A barreira de separação entre o pátio e o acampamento era composta por cortinas de linho retorcido, sustentadas por 60 colunas de madeira revestidas de prata. Essas colunas estavam dispostas da seguinte maneira: 20 em cada lado do comprimento e 10 em cada lado da largura, todas igualmente espaçadas e firmemente encaixadas em bases de cobre. As colunas eram conectadas por filetes de prata, e cordas amarradas a pinos de cobre cravados no solo garantiam a estabilidade da estrutura (Ex 27.9-19; 38.9-20).
No topo de cada coluna, havia um capitel de madeira revestido de prata; e colchetes - também de prata - fixavam as cortinas na parte superior. Além de proteger contra animais selvagens e demarcar uma propriedade especial, essas cortinas preservavam a santidade do Tabernáculo.
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• Oportunidade para todos - enquanto o acesso ao Lugar Santíssimo estava reservado ao sumo sacerdote, o pátio estava aberto a todos (Hb 9.6,7).
• A justiça divina - o linho branco que compunha a cortina do átrio destacava-se nitidamente em meio às tendas escuras ao redor, reforçando o contraste entre a santidade divina e imperfeição humana (Is 45.8; Ap 19.8).
• A Palavra de Deus - a Escritura revela como o pecado foi julgado e colocado sob os pés de Cristo, representados pelas bases de cobre (Ap 1.15) que sustentavam as colunas (Ex 27.10,17).
Bases e pinos de cobre - ambos os elementos serviam para garantir a firmeza e sustentação da estrutura, mas com funções distintas: as bases sustentavam as colunas, enquanto os pinos firmavam as cortinas no chão por meio das cordas.
______________________________1.1. Aspectos tipológicos
Neste tópico, serão explorados os aspectos tipológicos presentes na cortina de linho fino, os quais revelam o caráter e o plano de Deus para o Seu povo.
• Separação entre o sagrado e o profano - a cortina servia como uma barreira que separava o divino do secular, protegendo a santidade do espaço e mantendo-o distinto do mundo exterior (Ex 26.33; Ez 42.20).• Oportunidade para todos - enquanto o acesso ao Lugar Santíssimo estava reservado ao sumo sacerdote, o pátio estava aberto a todos (Hb 9.6,7).
• A justiça divina - o linho branco que compunha a cortina do átrio destacava-se nitidamente em meio às tendas escuras ao redor, reforçando o contraste entre a santidade divina e imperfeição humana (Is 45.8; Ap 19.8).
• A Palavra de Deus - a Escritura revela como o pecado foi julgado e colocado sob os pés de Cristo, representados pelas bases de cobre (Ap 1.15) que sustentavam as colunas (Ex 27.10,17).
• O resgate - as colunas eram adornadas com prata, sendo encimadas por capitéis e circundadas por um filete desse metal precioso. Na Escritura Sagrada, a prata simboliza a liquidação de uma dívida, sendo o meio pelo qual se realizava qualquer tipo de redenção ou restituição (Ex 30.11- 16; Nm 3.44-46).
2- A PORTA DE ENTRADA: O ÚNICO CAMINHO PARA DEUS
Bem à frente, voltada para o lado do sol nascente, estava a única entrada que dava acesso ao pátio do Tabernáculo, coberta com uma cortina feita de pano azul, púrpura, carmesim e de linho fino torcido (Ex 38.18). Essa porta, da mesma altura que a cortina, possuía nove metros de largura, sendo sustentada por quatro colunas cingidas de prata e encaixadas em quatro bases de cobre (Ex 27.16).
Ao estudar a porta de entrada do Tabernáculo, mergulha-se na profundidade dos símbolos que revelam o caráter e os propósitos de Deus para o Seu povo, apontando para a centralidade de Jesus em nossa jornada de fé. Observe:
• Uma porta única - ela era o único acesso à Tenda da Congregação, apontando para Cristo como a única entrada para a vida eterna (Jo 10.9; Jo 14.6).• Uma porta acessível - feita de tecido robusto, mas fácil de ser transposto, simboliza Cristo, que está acessível a todos, incluindo crianças, idosos, fracos e iletrados. Ela permanecerá aberta enquanto perdurar o dia da graça, representando o caminho para a salvação (Jo 10.9; Lc 13.24).
• Uma porta extraordinária - sua esplêndida combinação de cores, em contraste com o branco circundante, cativava o olhar observador. Da mesma forma, os atributos da glória de Cristo sobressaem-se como um alívio gracioso às rigorosas exigências da Lei. O azul simboliza o Filho de Deus que satisfez as demandas eternas (Hb 4.14). O vermelho, Seu sacrifício como Filho do Homem (Hb 4.15). roxo sendo obtido a partir da combinação do azul com o vermelho representa o Homem-Deus, o Mediador (1 Tm 2.5) o branco reflete Sua santidade, que nos abre um novo caminho (Ap 4.8).
• Uma porta bem fundada - as quatro colunas que sustentavam as cortinas simbolizam a Palavra de Deus, representando as demandas divinas por justiça (linho branco). Esses pilares são vistos como uma representação dos quatro Evangelhos (1 Co 3.11).
3. O ALTAR DOS HOLOCAUSTOS: O SACRIFÍCIO SUPREMO
O altar, medindo 2,25 metros de comprimento e largura, e 1,35 metros de altura, possuía quatro chifres em suas extremidades, feitos de uma única peça (Ex 27.1,2). Construído em madeira de acácia, simbolizava a humanidade de Cristo (Hb 2.14), reforçada e protegida por uma camada de cobre, representando o fortalecimento divino necessário para suportar o Calvário.
O altar possuía acessórios de cobre, como grelhas, recipientes para cinzas e braseiros, usados no manuseio dos sacrifícios. Os chifres, exclusivos dos altares israelitas, simbolizavam poder e autoridade, apontando para os quatro cantos da terra (Ex 27.1-8: 38.1-7).
3.1. Aspectos tipológicos
Os aspectos tipológicos do altar no Tabernáculo simbolizam o sacrifício, a justiça divina, o amor de Cristo e a contrição, destacando o altar como central no relacionamento entre Deus e a humanidade, culminando na redenção por intermédio de Jesus.
• Elevação do sacrifício e do ofertante - o altar (hb. mizbeach "lugar de abate") ocupa posição central devido à sua importância no ritual de sacrifício. A Lei afirma que sem derramamento de sangue não há remissão (Hb 9.22). O altar simboliza a elevação do sacrifício e do ofertante à comunhão com Deus. Posteriormente, a cruz se tornou o altar de sacrifício para todos, exaltando Jesus para que todos o contemplassem (Jo 12.32).• Cumprimento da exigência divina - os sacrifícios no altar atendiam às exigências de Deus, um Ser Santo que requer justiça. O pecado deve ser punido, seja na própria pessoa ou em um substituto (Ez 18.20). Os animais sacrificados, como novilhos e ovelhas, eram substitutos aceitos por Jeová em favor de Israel. No entanto, essas exigências foram plenamente cumpridas em Cristo, que no Calvário se tornou a oferta, o altar e o sacerdote (Hb 5.8-10).
• Sacrifício voluntário - os sacrifícios eram amarrados aos chifres do altar, imobilizando-se a vítima para o ritual. O salmista fez referência a essa prática: Atai a vítima da festa com cordas, e levai-a até aos ângulos [chifres] do altar (Sl 118.27). De forma semelhante, o Cordeiro de Deus foi preso na cruz, não por força física, mas pelas cordas do amor. Ele permaneceu imobilizado por Sua vontade, pois, se quisesse, poderia ter se libertado facilmente (Hb 10.12).
• Chamado ao arrependimento - o altar, posicionado logo à entrada do pátio, é inevitavelmente o ponto central de atenção. Ele simboliza o início do caminho do arrependimento, acessível a todos os verdadeiros penitentes. Arrepender-se implica reconhecer o pecado com pesar, mas também exige uma mudança de direção, renunciando-se ao pecado. Ao chegar a esse ponto, o pecador se depara com o altar de Deus (Mt 3.8).
4.1. Aspectos tipológicos
• Santificação - a pia, situada após o altar, era destinada à purificação dos sacerdotes, simbolizando a santificação após a expiação do pecado. Enquanto o altar tratava do pecado, a pia servia para a purificação contínua dos que já haviam sido limpos. A santidade é mantida pela Palavra de Deus, que nos guia e purifica ao longo da jornada espiritual (Jo 17.17).
4. A PIA DE COBRE: A PURIFICAÇÃO ESSENCIAL PARA O SERVIÇO SAGRADO
Logo após o altar dos holocaustos e antes da entrada do Tabernáculo, encontrava-se a pia de cobre, onde os sacerdotes lavavam seus pés e mãos. Entretanto, as Escrituras não fornecem detalhes sobre a forma ou o tamanho dessa pia. Além disso, não há informações sobre ela quando a mobília do Ta- bernáculo era coberta e transportada (Ex 30.17-21; 38.8; 40.7).
Os aspectos tipológicos da pia no Tabernáculo revelam profundas lições espirituais sobre sacrifício, santificação e pureza espiritual na vida do crente.
• Sacrifício - a pia foi feita a partir dos espelhos doados voluntariamente pelas mulheres de Israel (Ex 38.8), demonstrando seu sacrifício ao renunciar a um objeto valioso para o cuidado de sua aparência.• Santificação - a pia, situada após o altar, era destinada à purificação dos sacerdotes, simbolizando a santificação após a expiação do pecado. Enquanto o altar tratava do pecado, a pia servia para a purificação contínua dos que já haviam sido limpos. A santidade é mantida pela Palavra de Deus, que nos guia e purifica ao longo da jornada espiritual (Jo 17.17).
• Pureza espiritual - todo sacerdote era obrigado a lavar-se na pia antes de ministrar no Santuário, ressaltando a importância de nos mantermos espiritualmente limpos e aptos para o serviço. Devemos sempre nos voltar para a Palavra e garantir que estamos puros como instrumentos de Deus (Sl 24.3,4).
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A pia simboliza a Palavra de Deus, pois o espelho de que foi feita reflete a verdadeira natureza do homem, revelando seus pecados, como mencionado em Romanos 3.20b. Pela lei vem o conhecimento do pecado. A Palavra expõe nossa incapacidade de viver a fé cristã em nossa própria força (Tg 1.25).
______________________________CONCLUSÃO
Atraídos por Jesus e Sua Palavra, simbolizada pelas cortinas, somos conduzidos pela única porta, que é o próprio Cristo até a presença de Deus. Aceitos pelo sacrifício do Calvário, representado pelo altar dos holocaustos, somos então purificados e santificados pela Palavra, tal como a pia no Tabernáculo simbolizada a limpeza espiritual necessária para nossa comunhão contínua com o Altíssimo.
Glórias, pois, a Ele eternamente.
1. Quais aspectos tipológicos, relacionados ao altar dos holocaustos, foram destacados nesta lição?
R. A elevação do sacrifício da exigência divina; e do ofertante; o cumprimento; o sacrifício voluntário de Cristo; e o chamado ao arrependimento.
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