As Moradas Divinas: De Tendas a Reinos Celestiais
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Êxodo 25.8,9
8- E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.
9- Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.
1 Crônicas 29,1
1- Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e esta obra é grande; porque não é palácio para homem, senão para o Senhor Deus.
João 1.14
l4- E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Efésios 2,20-22
20- Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
21- no qual todo o edifício, bem-ajustado, cresce para templo santo no Senhor.
22- no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.
TEXTO ÁUREO
Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo.
1 Pedro 2.5a
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - 1 Crônicas 29.11-16
Tudo provém de Deus e a Ele pertence
3ª feira - Efésios 4.1 1-16
Edificados na fé e no conhecimento de Cristo
4ª feira - 2 Crônicas 5.11-14
A Casa do Senhor se encheu de uma nuvem
5ª feira - Efésios 3.14-21
Para que sejais cheios da plenitude de Deus
6ª feira - Marcos 9.2-9
Uma nuvem os cobriu com a Sua sombra
Sábado - 1 Pedro 2.4-6
Sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo
OBJETIVOS
- entender que Deus valoriza a convivência com Seus filhos;
- aprofundar a compreensão da santidade como requisito para a habitação de Deus;
- valorizar a Igreja como o lar espiritual e o palco da glória divina.
Ao término do estudo bíblico, O aluno deverá:
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, chegamos à última lição deste trimestre, esse é o momento ideal para reunir a turma em semicírculo e promover um debate, revisando os principais pontos discutidos ao longo das lições. Avalie se há dúvidas ou aspectos que precisem de esclarecimento.
Ao final da aula, considere organizar uma pequena confraternização para celebrar o encerramento do ciclo e o aprendizado compartilhado.
Desejamos a você uma excelente aula e um encerramento abençoado!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nesta lição, serão exploradas as características de quatro locais sagrados, escolhidos pelo Senhor para Sua habitação entre os homens. No Antigo Testamento, o Tabernáculo — ampla mente analisado ao longo desta revista — e o Templo de Salomão são repletos de símbolos, os quais prenunciam as moradas divinas registradas no Novo Testamento: o próprio Cristo durante Sua vida na Terra e a Igreja, como o templo vivo de Deus.
1. A JORNADA DA PRESENÇA DIVINA: DAS MORADAS TEMPORÁRIAS AS ETERNAS
O Criador fazia visitas a Adão e Eva no Éden (Gn 3.8), mas Ele não fixou residência por lá. Posteriormente, instruiu Noé a construir uma arca, que se tornou refúgio para sua família e várias espécies animais durante o Dilúvio; porém, aquele não se tornou o local da Sua habitação (Gn 7.13,14,18-20). Embora Abraão fosse conhecido como “o amigo de Deus” (Tg - 2.23), ainda não havia chegado o momento de o Eterno estabelecer um lugar fixo para Sua presença entre os homens.
1.1. O Tabernáculo
Ao relembrarmos o conteúdo da Lição 3, vemos que Deus instruiu Moisés a construir um santuário simbólico somente após a libertação dos israelitas do cativeiro egípcio (Êx 25.8).
O primeiro espaço sagrado registrado na Escritura foi chamado de Tabernáculo (Êx 25.9) — do hebraico mishkan, que significa “moradia” ou “local da morada [divina]" e do latim tabernaculum, que se traduz por “tenda, cabana ou barraca”.
O templo portátil era o lugar da habitação do Senhor entre Seu povo e servia como um centro de adoração e comunicação direta entre Ele e Moisés, a qual se manifestava por meio de Sua glória Shekhiná (hb. won = “habitação” ou “aquele que habita”) (Êx 40.34-38).
1.2. O Templo
Depois que os filhos de Israel entraram na Terra Prometida, os utensílios do Tabernáculo foram guardados. Naquela época os hebreus instituíram a prática de construir altares para o Senhor (Js 8.30,31; 22.10,11 Jz 6.24-26; 13.20; 21.4; 1 Sm 2.28; 7.17; 14.35; 2 Sm 24.25). Porém, o rei Davi intentou construir um templo como morada permanente para o Eterno (2 Sm 7.1-17), uma tarefa completada por Salomão, seu filho (1 Cr 17.1-14; 28.2,3,6,7).
Salomão construiu o Templo no Monte Moriá, em Jerusalém, inspirado no Tabernáculo, mas com dimensões ampliadas e decorações mais elaboradas, visando criar um palácio digno para o Senhor (1 Cr 29.1).
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O Tabernáculo prefigura Cristo, representando, por meio da sua construção e utensílios, o caráter e a missão do Messias que viria habitar entre a humanidade.
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1.3. O Cristo
Em 587 a.C., os babilônios pilharam e incendiaram o Templo de Jerusalém, levando consigo todos os tesouros valiosos (2 Rs 25.8-17). Após o exílio, Neemias, o copeiro do rei, ficou encarregado de reconstruí-lo no mesmo local, que, mais tarde, seria visitado por Jesus (Mt 21.12; 21.23; 24.1; 26.55; Mc 13.3; Lc 19.47; Jo 2.15). Este segundo templo foi destruído pelos romanos em 70 d.C.
Posteriormente, o Altíssimo enviou Seu Filho, o cumprimento do Tabernáculo e do Templo, para viver entre os homens como o Emanuel, o “Deus conosco” (Mt 1.23). Durante trinta e três anos, o Nazareno caminhou pela terra e, após Sua ascensão, o Espírito Santo foi enviado para garantir que não ficássemos desamparados, mantendo a presença divina entre nós (Jo 14.16-18; 16.7).
1.4. A Igreja
Hoje Deus habita não apenas em cada membro individualmente, mas na Igreja, a qual é descrita como o templo do Espírito Santo (Jo 14.23; 2 Tm 1.14). Como um todo, ela forma o Corpo de Cristo, do qual Ele é a cabeça (1 Co 12.27; Ef 5.23,30). Esse corpo está unido pela divindade plena que Nele reside (Cl 2.9,10).
Efésios 2.19-22 e 2 Coríntios 6.16 ilustram a Igreja como a continuação tanto do Tabernáculo quanto do Templo, sendo construída para ser apresentada sem máculas ou rugas na glória final (Ef 5.27). Similar ao Templo de Salomão, construído com pedras preparadas e encaixadas (1 Rs 5.18), o Senhor também forja os crentes, extraídos do mundo para integrarem Seu Corpo (1 Pe 2.5).
2. A ARQUITETURA DIVINA: DA TERRA AO CÉU
Deus é perfeito em todas as Suas obras (Sl 18.30; Mt 2.48) e planejou meticulosamente cada forma de Sua habitação entre nós.
2.1. O plano divino para o Tabernáculo: um modelo celestial na terra
Como estudado anteriormente, Moisés construiu o Tabernáculo e seus utensílios seguindo o modelo revelado por Jeová no Monte Sinai (Êx 25.9,40). O Senhor nomeou Bezalel, como o principal artesão, e Aoliabe, como seu assistente; ambos dotados com o Espírito de sabedoria, entendimento e habilidade em todas as formas de artesanato (Êx 31.1-6). Essa capacitação os habilitou a executar fielmente o projeto, coordenando recursos e mão de obra para cumprir exatamente os requisitos estabelecidos pelo Eterno.
2.2. O plano divino para o Templo: um alicerce de santidade e beleza
O rei Davi, inspirado a criar um santuário permanente, propôs a construção de um templo ao Senhor, marcando o fim da era do Tabernáculo portátil, porquanto Israel já se havia estabelecido firmemente como nação (2 Sm 7; 1 Rs 8.17-21). Esse projeto não apenas recebeu a bênção do Altíssimo, mas foi também uma ordem direta Dele. Davi, ao confiar a execução a Salomão, entregou-lhe instruções precisas: desde a estrutura arquitetônica até o minucioso detalhamento da construção e a disposição dos utensílios sagrados. Cada elemento foi cuidadosamente planejado para refletir a glória de Deus, conforme as especificações registradas em 1 Crônicas 28.11-21.
2.3. O plano divino para o Cristo: o Templo Vivo
Jesus, ao tornar-se o Templo Vivo, simboliza a culminação e a realização dos propósitos que o Tabernáculo e o Templo físico buscavam atingir no Antigo Testamento (Êx 25-27).
Com o advento do Messias, o conceito de templo é transformado. Ele próprio se torna o ponto de encontro definitivo entre Deus e a humanidade, fazendo com que a necessidade de um espaço físico específico para adoração e comunhão seja transcendida.
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Enquanto o Tabernáculo e o Templo foram fundamentais para o relacionamento de Deus com Israel, servindo como símbolos temporários da presença do Altíssimo, Jesus estabelece um novo paradigma como o Templo Vivo, no qual Ele habita não em pedras e cedro, mas no coração dos fiéis.
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2.4. O plano divino para a Igreja: pedras vivas para um templo espiritual
A Igreja é descrita nas Escrituras como um templo espiritual composto de pedras vivas (1 Pe 2.5), onde cada crente é parte integrante dessa edificação (Ef 2.19-22). Esse conceito reflete o cumprimento do propósito de Cristo, que, ao concluir Sua missão terrena, não apenas instituiu uma nova aliança de comunhão direta entre Deus e a humanidade, mas também transformou cada seguidor em um santuário móvel do Espírito Santo.
Assim, enquanto o Tabernáculo e o Templo serviram a seus propósitos temporais no Antigo Testamento, Cristo estabeleceu um novo modelo de habitação divina, que é perpétuo e não restrito a um local físico, marcando a transição para um culto que é tanto individual quanto coletivo.
3. A PREPARAÇÃO DAS MORADAS DIVINAS: DA FUNDAÇÃO A PLENITUDE
Deus meticulosamente delineou e estabeleceu as condições necessárias para os eventos futuros.
3.1. A preparação para a construção do Tabernáculo
Pode-se inferir que Jeová planejou a construção do Tabernáculo muito antes de instruir os israelitas a coletarem ofertas preciosas dos egípcios (Êx 25.1-9). Esse preparativo possivelmente estava implícito na revelação que Deus fez a Abraão (Gn 15.14), o que garantiu ao povo da aliança ter recursos suficientes ao deixar o Egito (Êx 12.35,36). Assim, quando chegou a hora de construir o Tabernáculo no deserto, os israelitas já estavam bem equipados, demonstrando que Deus provê as necessidades antes mesmo de solicitar nossa contribuição.
3.2. À preparação para a construção do Templo
O rei Davi, ao reconhecer a juventude (e inexperiência) de Salomão, preparou meticulosamente a construção de um templo magnífico que glorificaria a Deus em todas as terras, acumulando materiais valiosos antes de sua morte, conforme detalhado em 1 Crônicas 22.5 e repetidamente mencionado em 1 Crônicas 29. Essa preparação simboliza a consagração bíblica, onde os recursos, vistos como provisões divinas, são coletados e ofertados em gratidão ao Senhor (1 Cr 29.1-9).
Além disso, Salomão organizou expedições ao rei Hirão de Tiro e ao Líbano para adquirir especialistas em todo o tipo de obra e materiais necessários para a construção do majestoso santuário (1 Rs 5; 2 Cr 2), destacando o esforço contínuo e à dependência da providência divina na realização do projeto.
3.3. A preparação para a vinda do Messias
Deus orquestrou cuidadosamente as circunstâncias mundiais para o advento do Messias. Na plenitude dos tempos, conforme descrito em Gálatas 4.4, o Império Romano proporcionou a infraestrutura necessária — estradas, a língua grega comum e uma governança estável — que facilitou a propagação do evangelho.
Além disso, a expectativa messiânica entre os judeus fora intensificada pelos profetas. Isaías (7.14; 9.6,7) e Malaquias (3.1), por exemplo, haviam predito a vinda do Messias. Simeão, movido pelo Espírito Santo, reconheceu jesus como a culminação dessas profecias, celebrando a visão da salvação divina prometida (Lc 2.29-31).
3.4. À preparação da Igreja
Deus tem adornado a Sua noiva, para o arrebatamento € as bodas do Cordeiro, conforme descrito em Apocalipse 19.7. A parábola das dez virgens (Mt 25.7-10) ilustra a importância de estarmos preparados para esse encontro. Como vasos de misericórdia (Rm 9.22,23), somos moldados e chamados para glorificar o Seu santo nome.
Assim como o Espírito Santo capacitou os construtores do Tabernáculo, Ele também nos prepara e guia para cumprir as obras destinadas à Igreja, conforme evidenciado em 1 Coríntios 12.9-11 e 2 Coríntios 5.5.
4. ONDE DEUS HABITA, REPOUSA A SUA GLÓRIA
A glória de Deus manifesta-se onde Ele habita, como visto quando Moisés o encontrou na sarça ardente e durante a liderança de Israel pelo deserto (Êx 3.2-5; 13.21,22).
O Senhor também respondeu ao pedido deste filho de Anrão para mostrar a Sua glória, ao permitir-lhe um vislumbre protegido por uma fenda na rocha (Êx 33.18-23), simbolizando a proteção e revelação divinas por intermédio de Cristo (1 Co 10.4).
NO TABERNÁCULO
A GLÓRIA DE DEUS, OU SHEKHINÁ, ERA VISÍVEL PELA NUVEM QUE ENCHIA O LOCAL IMPEDINDO MOISÉS DE ENTRAR NA TENDA DA CONGREGAÇÃO (ÊX 40.34,35).
NO TEMPLO DE SALOMÃO
A GLÓRIA DE DEUS MANIFESTOU-SE APÓS A CONCLUSÃO DA CONSTRUÇÃO. A CASA DO SENHOR SE ENCHEU DE UMA NUVEM, DE MODO QUE OS SACERDOTES NÃO PODIAM PERMANECER DE PÉ PARA MINISTRAR (2 CR 5.193,14).
EM CRISTO
A MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS FOI SIMBOLIZADA NOS PRESENTES DOS MAGOS (MT 2.11); EVIDENCIADA DURANTE A TRANSFIGURAÇÃO (MT 17.1-6); E TESTEMUNHADA PELOS DISCÍPULOS EM SUA ASCENSÃO (AT 1.9).
NA IGREJA
A GLÓRIA DE DEUS EVIDENCIA-SE NOS FIÉIS QUE, TRANSFORMADOS PELO ESPÍRITO SANTO, EXIBEM A NATUREZA DIVINA. COMO NOVA MORADA DO ALTÍSSIMO NA TERRA, ELES ENFATIZAM SUA CONSTANTE PRESENÇA ENTRE O POVO DA NOVA ALIANÇA (1 PE 2.4,5; EF 2.21,22).
CONCLUSÃO
Embora Deus resida em moradas sublimes e eternas, Ele sempre desejou habitar entre os homens. A Igreja transcende a uma mera organização humana; ela é um espaço espiritualmente planejado e preparado onde o Divino revela a Sua glória.
Continuemos, portanto, a servir ao Senhor, e não aos homens, cientes de Sua perene presença entre nós.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Qual o significado do termo hebraico Shekhiná?
R.: Shekhiná significa “habitação” ou “aquele que habita” (Êx 40.34-38).
Fonte: Revista Central Gospel
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